Por Josemar Bessa
No Senhor dos Anéis de
R. R. Tolkein, um dos personagens, Smeagol ou Gollun, tem uma maneira
própria de chamar o anel – “Meu Precioso!”. Depois de uma jornada enorme
ele morre junto com a destruição do anel na Montanha da Perdição.
O que é precioso para você de tal maneira que as pessoas possam ver sua paixão dessa maneira?
Precioso,
preciosidade... Pedro usa essas palavras muitas vezes, ele gosta dessas
palavras. Em suas breves cartas ele a usa sete vezes: 1 Pe 1.7, 19;
2.4,6,7; 2Pe 1.1,4.
O primeiro uso que ele
faz é completamente surpreendente. Mal acreditamos que alguém pudesse
fazer usa dessa palavra nessa situação, para um teste, para uma prova,
para o sofrimento. Mas Pedro faz, logo ele, que em um famoso momento de
teste no passado tinha falhado completamente.
Ele fala sobre essa preciosidade com olhos brilhando: “Em
que vós grandemente vos alegrais, ainda que agora importa, sendo
necessário, que estejais por um pouco contristados com várias tentações,
Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que
perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na
revelação de Jesus Cristo” 1 Pedro 1:6-7. Há duas palavras que ele
usa em conjunto, ambas significando “julgamento” – traduzida aqui por
“tentações” e “prova”. No verso 6 – peirazo. O ataque de coisas más, como o diabo é chamado de peirazon. Ele tenta para o mal. Mas a próxima palavra é dokimion
– que é teste, prova, com o objetivo de se aprofundar o que é bom, a
edificação do caráter: “...a prova da vossa fé, muito mais preciosa do
que o ouro que perece e é provado pelo fogo”
É evidente a verdade
espiritual profunda que o apóstolo se refere. Por exemplo, em nossos
relacionamentos. A dor e a tristeza que atinge a vida faz com que ele
seja duplamente preciosa. Por exemplo, na história de Jacó, em Gênesis,
quando ele estava próximo a Belém, Raquel, sua esposa amada, lutou para
dar a luz a seu segundo filho, e ali ela morreu. Jacó chamou o menino
de Benjamim – “filho da minha tristeza” – Nós podemos ver como Jacó
tenta de todas as formas proteger Benjamim não querendo enviá-lo ao
Egito na companhia de seus irmãos. Mas tendo ido, os irmãos fazem um
apelo dramático a José, sem saber que ele era irmão deles ( e o único
irmão de Benjamim por pai e mãe). Por que o apelo dramático em nome do
seu velho pai, Jacó? Benjamim era precioso pois nasceu em meio as
agonias de Raquel, que morreu ao dar a luz a ele. Isso é verdade nos
relacionamentos humanos – o custo e a tristeza fazem daquilo algo mais
caro e precioso para nós. Assim era Benjamim para Jacó.
Isso também é verdade em
nossas relações espirituais. Jó era um homem que amava e vivia para a
glória de Deus, mas ele perdeu tudo. Em Jó 29.11-25 ele fala sobre essa
vida: “Ouvindo-me algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; vendo-me
algum olho, dava testemunho de mim; Porque eu livrava o miserável, que
clamava, como também o órfão que não tinha quem o socorresse. A bênção
do que ia perecendo vinha sobre mim, e eu fazia que rejubilasse o
coração da viúva. Vestia-me da justiça, e ela me servia de vestimenta;
como manto e diadema era a minha justiça. Eu me fazia de olhos para o
cego, e de pés para o coxo...”
Deus tinha dito que não
havia ninguém como Jó na terra. Mas depois da dor de perder sua família,
casa, bem, saúde, filhos... ele se sentou num monte de cinzas e chorou
sua miséria por todas as aflições que vieram sobre ele. Agora você pode
ouvir Jó no último capítulo: “Com o ouvir dos meus ouvidos ouvi, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza”. Jó 42:5-6
É outro homem, não é? O
sofrimento foi precioso em sua vida pois o pôs de joelhos como ele nunca
tinha estado antes. Isso também é verdade em nossos relacionamentos
celestiais.
Há razões mais profundas
para a preciosidade do céu, mas por hora olhemos apenas esta – Uma das
coisas que fazem o céu precioso para nós: “E Deus limpará de seus
olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor,
nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas”Apocalipse 21:4
Qual seria o peso disso
se nós não tivéssemos várias vezes estado ao lado de uma sepultura
aberta? Que impacto haveria sobre nós ouvir: “...e não haverá mais
morte”? Os anjos não podem entender como nós podemos entender isso. O
que significaria para você se nunca tivesse sofrido as palavras: “não
haverá nem pranto, nem clamor, nem dor...”
Pedro diz que isso é
precioso. As provas de nossas vidas, as tristezas que nos afligem a
fazem curvar nossos joelhos. Deus tem uma recompensa para nós que é mais
maravilhoso que todo ouro que é purificado no forno tantas vezes.
Depois ele fala sobre algo muito mais precioso, o sangue de Cristo:
"Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que
fostes resgatados da vossa vã maneira de viver... Mas com o precioso
sangue de Cristo...” 1 Pedro 1:18-19
Mas isso já é assunto para um segundo artigo.
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