quarta-feira, 27 de março de 2013
Como Deus Faz História
Quando
Jesus nasceu, cumpriram-se literalmente inúmeras profecias feitas
séculos antes. O Antigo Testamento está repleto de indicações da
primeira vinda de Cristo. Com o Seu nascimento, as promessas da Palavra
de Deus se fizeram História. O mais admirável, entretanto, é a maneira
como Deus faz Sua Palavra tornar-se real e Suas profecias
transformarem-se eventos históricos: muitas vezes Ele usa as atitudes
profanas das pessoas e as circunstâncias políticas da época para
concretizar Seus planos. A Bíblia nos traz muitos exemplos nesse
sentido. Destacaremos três, salientando lugares relacionados com o
nascimento e a infância de Jesus.
Belém.
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1. Jesus deveria nascer em Belém
Por
volta de 700 anos antes de Cristo viveu o profeta judeu Miquéias, que
predisse acerca do aparecimento do Messias de Israel: “E tu,
Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares
de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens
são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq
5.2).
Aquele que tem origens eternas, e que age desde
sempre, viria a nascer em um lugar pré-definido e específico, que era
Belém, pequeno e insignificante lugarejo na Judéia. Caso a anunciação
do nascimento do Rei de Israel se referisse a Jerusalém nada haveria
de extraordinário, uma vez que os reis normalmente nascem na capital do
reino. Porém, com muitos séculos de antecipação, um lugar sem
representatividade foi destacado entre os milhares de Judá para
ser o local do nascimento do Rei que viria, o que era algo muito
especial. Praticamente todo cidadão de Israel conhecia essa passagem
das Escrituras que afirmava que um dia o Messias viria de Belém. Por
isso, quando Herodes perguntou onde nasceria o rei dos judeus, os
entendidos na Lei puderam lhe fornecer imediatamente o nome do lugar
onde deveria nascer o Prometido segundo as profecias: “Então, convocando [Herodes]
todos os principais sacerdotes e escribas do povo, indagava deles
onde o Cristo deveria nascer. Em Belém da Judéia, responderam
eles, porque assim está escrito por intermédio do profeta: [em Miquéias 5.2]
E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre as
principais de Judá; porque de ti sairá o Guia que há de
apascentar a meu povo, Israel” (Mt 2.4-6).
Entretanto, em
relação a essa profecia havia um problema, e este não era pequeno:
Maria e José não viviam em Belém, mas em Nazaré (Lc 1.26), e
aparentemente não planejavam se mudar para Belém. Deus não enviou um
anjo para lhes dizer: “Querido José, querida Maria, vocês não sabem
que o Messias deve nascer em Belém? Vocês não sabem que a Palavra de
Deus precisa se cumprir e Seu Filho não pode nascer em Nazaré? Levantem!
Ponham-se a caminho para que se cumpra a palavra do Senhor falada
através do profeta Miquéias!”
Não foi o que aconteceu. O
imperador César Augusto tomou uma decisão política em Roma, bem longe
de Israel e sem ter a mínima noção das profecias bíblicas – decretando
um recenseamento do povo. Essa decisão política obrigou José,
juntamente com Maria, que estava no final da gravidez, a irem até
Belém para se registrarem no censo populacional. Em Lucas 2.4 lemos
que José era “da casa e família de Davi”. Portanto, era em Belém
(a “cidade de Davi”) que ele tinha de se registrar. Chegando lá, Maria
logo deu à luz ao Filho de Deus. É o que podemos chamar de “tempo de
Deus”! O Senhor, em Sua onisciência e onipotência, usou a política
secular e um de seus líderes para fazer cumprir Suas profecias e para
concretizar as previsões de Sua Palavra.
A Bíblia não apenas profetiza que Cristo nasceria em Belém mas também diz que Ele viria do Egito.
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2. Jesus viria do Egito
A
Bíblia não apenas profetiza que Cristo nasceria em Belém mas também
diz que Ele viria do Egito. No oitavo século antes de Cristo, outro
profeta anunciava em Israel a respeito do vindouro Messias: “Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho” (Os 11.1).
Os comentaristas judeus aplicavam essa profecia a Israel e ao
Messias, o que se torna bem evidente conhecendo o contexto do Novo
Testamento. Mas como ela se cumpriu, como foi que Jesus, ainda menino,
veio do Egito? A maioria de nós conhece a história da matança dos
meninos judeus em Belém ordenada pelo infanticida rei Herodes, que via
seu trono ameaçado pelo nascimento de Jesus. A Bíblia diz a esse
respeito: “Tendo eles partido, eis que apareceu um anjo do
Senhor a José, em sonho, e disse: Dispõe-te, toma o menino e sua mãe,
foge para o Egito e permanece lá até que eu te avise; porque
Herodes há de procurar o menino para o matar. Dispondo-se ele,
tomou de noite o menino e sua mãe e partiu para o Egito; e lá
ficou até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora
dito pelo Senhor, por intermédio do profeta [em Os 11.1]: Do Egito chamei o meu Filho” (Mt 2.13-15).
Os
planos cruéis, egoístas e assassinos de um político mundano acabaram
contribuindo para que a Palavra se cumprisse. Herodes pensava que
aniquilaria os planos divinos, mas sua maldade apenas contribuiu para
que as profecias se cumprissem literalmente.
O
nome “Nazaré” origina-se da raiz hebraica “nezer”, que
significa “broto”, “renovo” ou “ramo”. O profeta Zacarias anunciou
o seguinte, 520 anos antes de Cristo, acerca do Messias de Israel: “E
dize-lhe: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o
homem cujo nome é Renovo; ele brotará do seu lugar e
edificará o templo do Senhor” (Zc 6.12).
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3. Jesus, o Nazareno
Segundo
minha contagem, Jesus é chamado de “Nazareno” pelo menos 18 vezes no
Novo Testamento. Ele era conhecido como “Jesus de Nazaré”, pois tinha
vivido ali por muitos anos. Quando morreu na cruz, sobre Sua cabeça
estava afixada uma placa que dizia: “Este é Jesus de Nazaré, o Rei dos judeus”.
O nome “Nazaré” origina-se da raiz hebraica “nezer”, que significa
“broto”, “renovo” ou “ramo”. O profeta Zacarias anunciou o seguinte,
520 anos antes de Cristo, acerca do Messias de Israel: “E dize-lhe:
Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis aqui o homem cujo nome é
Renovo; ele brotará do seu lugar e edificará o templo do Senhor”
(Zc 6.12). “Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e os teus
companheiros que se assentam diante de ti, porque são homens de
presságio; eis que eu farei vir o meu servo, o Renovo” (Zc 3.8). Jeremias proclamou o mesmo 80 anos antes de Zacarias: “Eis
que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo
justo; e, rei que é, reinará, a agirá sabiamente, e executará o
juízo e a justiça na terra” (Jr 23.5).
Quando Jesus veio,
Ele foi o “Nazareno”, o “Renovo” do qual falavam as profecias. Mas
como Jesus não apenas nasceu em Belém sem que seus pais residissem
ali, veio do Egito por razões inacreditáveis e ainda pode ser chamado
de Nazareno? Porque mais tarde Ele morou em Nazaré, confirmando uma
vez mais as profecias, mostrando que elas se cumprem por razões às
vezes bastante profanas. Herodes havia morrido, e José ainda vivia com
Maria e o menino no Egito quando, através de um anjo, recebeu ordens
de retornar à terra de Israel. Era óbvio que José desejava retornar à
sua terra com sua família, mas quando ficou sabendo que Arquelau reinava
no lugar de seu pai, ficou com medo. Arquelau era um dominador de
triste fama e muito cruel, que os romanos suportaram por apenas dois
anos e depois o depuseram. Na realidade, quem deveria assumir o trono
de Herodes na Judéia era outro de seus filhos, mas por um capricho
pessoal, Herodes mudou seu testamento pouco antes de morrer e colocou
Arquelau no poder. Para não se submeter ao seu domínio, José foi viver
na Galiléia, na cidade de Nazaré, que estava subordinada a outro
governante: “Tendo Herodes morrido, eis que um anjo do Senhor
apareceu em sonho a José, no Egito, e disse-lhe: Dispõe-te, toma o
menino e sua mãe e vai para a terra de Israel; porque já morreram
os que atentavam contra a vida do menino. Dispôs-se ele, tomou o
menino e sua mãe e regressou para a terra de Israel. Tendo, porém,
ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai
Herodes, temeu ir para lá; e, por divina advertência prevenido em sonho,
retirou-se para as regiões da Galiléia. E foi habitar numa cidade
chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito por
intermédio dos profetas: Ele será chamado Nazareno” (Mt 2.19-23).
Vista de Nazaré.
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Esses
três exemplos mostram muito claramente que nada nem ninguém pode
impedir ou barrar os planos de Deus. Não há falha humana, manobra
política, crueldade, capricho ou força da natureza que impossibilitem
Deus de concretizar Seus propósitos. Nada impedirá que Jesus volte
cumprindo Suas promessas a Israel. Os acontecimentos proféticos, cujo
desenrolar vemos em nossos dias, culminarão na volta de Cristo e mostram
que ela está se aproximando. Todos os fatos que acontecem no mundo
são dirigidos por Deus de tal forma que acabarão servindo para que os
Seus desígnios se realizem e para que Jesus venha a este mundo como o
Rei e Messias. Jesus voltará cumprindo muitas profecias que ainda não
se realizaram, pois muitas delas dizem respeito diretamente a Sua
volta em poder e glória e à restauração de Israel, predita tantas
vezes e por tanto tempo! Israel já retornou à sua própria terra depois
de um longo tempo de dispersão (Diáspora), quando havia judeus
espalhados pelo mundo todo. Até o terrível Holocausto acabou servindo à
causa judaica, pois acelerou a fundação do Estado de Israel e
permitiu que mais judeus voltassem à sua pátria. Quase todas as nações
votaram em favor de Israel nessa ocasião, pois estavam chocadas com o
que havia acontecido aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial nas
mãos dos nazistas. Apenas três anos depois do final da guerra, os judeus
já possuíam seu próprio Estado. No entanto, a luta, atual e futura,
dos inimigos contra Israel e contra Jerusalém é predita nas profecias,
e precisa acontecer. A Bíblia fala de uma unidade mundial política,
religiosa e econômica que acabará se opondo a Israel. Hoje vemos que
todos os esforços políticos acontecem em função desse desejo de
globalização. A Palavra de Deus se cumpre sempre. Alegremo-nos por
isso!
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