O meu amigo, Mário de Freitas,
encontra-se desde 3 de abril no Sudão do Norte. Mário preside a MAIS que
é uma organização que apoia a Igreja sofredora.
Bom, Mário me informou que há poucos
dias o presidente sudanês determinou um prazo para que os cristãos
deixassem o país. A data estipulada foi 08 de Abril .
Mário também me disse que os pastores
sudaneses tem tentado nos últimos dias encontrar a linha emocional
correta entre a fé e o desespero. Na verdade, ninguém sabe como serão os
próximos dias. Não sabem se os filhos poderão seguir normalmente na
escola. Não sabe se as esposas estarão em segurança nas ruas e nos
mercados. Não sabem como e onde estarão os irmãos de fé.
Alguém chegou a questionar por que eles
não iriam para o Sudão do Sul, se lá gozariam de maior segurança. As
razões são três. Primeiro, todo processo migratório coletivo é
extremamente difícil. Os preços no sul aumentaram absurdamente, após a
emancipação do país. Há muitos estrangeiros, funcionários de
organizações humanitárias, diplomatas e negociantes, o que também
inflaciona. Se todos vão para o mesmo lugar, é natural que se gere
concorrência naquele destino.
Segundo, a questão do vínculo afetivo é
importante. Muitos cristãos pertencem etnicamente ao Sul, por serem
filhos de tribos daquela região, mas nasceram e cresceram no norte. Têm
uma vida aqui em Khartoum. É aqui que seus sonhos foram gestados, aqui
estudaram, aqui conheceram seus cônjuges. Não querem sair de casa porque
estão em casa.
Por último, o motivo que poucos
entendem: há toda uma questão étnica em jogo. Muitos cristãos do norte
são árabes – não são originários de raças tribais negras, do sul do
Sudão. Eles são ex-muçulmanos convertidos ao cristianismo, o que
constitui, por si só, um crime mortal. Esses irmãos não podem se
identificar no norte, mas não teriam espaço no sul, pois são naturais do
norte, do país que tem sido historicamente o opressor.
Caro leitor, diante destas informações
resta-nos orar pelos nossos irmão sudaneses, rogando ao SENHOR da Glória
que os livre do mal. Além disso, está rolando também uma campanha no
twitter pedindo liberdade no Sudão. Vamos levar a a TAG #freesudan ao
top 10 mundial e com isso pressionar o governo sudanês a não promover
uma chacina aos cristões