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O unicismo é hoje uma das doutrinas que mais causa transtornos aos evangélicos brasileiros. Dentre os assim chamados "sabelianistas" (defensores ou seguidores da doutrina de Sabélio), a Igreja "Evangélica" A Voz da Verdade é uma das que mais se destacam em nosso país; são exclusivistas e não medem palavras ao nos chamar de “desviados”. Embora não possa ser comparada a Igreja Tabernáculo da Fé – que também professa o unicismo – a IEVV é, sim, uma seita.
Origem
A IEVV foi fundada por Freud
Moisés, após uma revelação que o tornaria conhecido como o “homem que encontrou
Jesus no cinema”. Filho de libaneses, converteu-se em 1953. Antes foi um
farrista, um jogador viciado, mulherengo e sem paz. Teve um chamado “especial”,
Jesus apareceu-lhe na tela de um cinema e disse que o faria pescador de almas.
Transformado e arrependido começou a anunciar que existe somente um Deus e seu
nome é Jesus. Dezenove anos depois, em 1973, Freud Moisés daria inicio ao
conjunto Voz da Verdade, na antiga Igreja Pentecostal Unida do Brasil, da vila
Paraíso, Santo André (SP). Depois de alguns conflitos surgidos entre o conjunto
e a Igreja local, envolvendo questões de usos e costumes, se desligam, para
fundar, na rua Casa Branca, 168, no bairro do mesmo nome, a Igreja Evangélica
Voz da Verdade. Ali permaneceu, até se mudar para o seu atual endereço, no
antigo cinema Tangara II, no Studio Center, no centro de Santo André.
[1]
Como parte de seu programa
anual, realizam periodicamente
acampamentos em que são ministrados estudos e outras atividades da Igreja,
sempre regadas ao som do conjunto A Voz da Verdade.
Declaração doutrinária
O Estatuto da Igreja
Evangélica A Voz da Verdade (IEVV) assim declara:
- Quando a Bíblia se refere a Deus, esta falando no Espírito Santo que é o Pai, criador e sustentador de tudo;
- Jesus tanto é o Pai, como é o Filho;
- Antes da manifestação de Jesus como homem, não havia Filho de Deus (somente os anjos eram tidos como filhos de Deus);
- Jesus pode ser Pai e também Filho? É muito lógico que sim, pois Ele é Deus. [2]
Literatura
A única “obra” impressa pela
IEVV é o pequeno livrete “Revelação do Amor”, de Rita de Cássia Moisés. Com um
total de 48 páginas, esboça de maneira superficial a doutrina unicista. É uma
obra que, diferente do livro A Unicidade de Deus – de David K. Bernard -, não
pode ser considerada uma “jóia” da literatura unicista. Dentre os principais
temas abordados, destacamos:
- Conheça a Bíblia Sagrada;
- Cristo, a Palavra Viva;
- Quem afinal é o Senhor?
- Quem é Deus senão o Senhor?
- A natureza de Jesus: divina e humana;
- O que Deus diz de si mesmo?
- O batismo segundo a Bíblia;
- O mistério de Deus: Cristo;
- Deus estava em Cristo reconciliando o mundo com sigo mesmo;
- Deus em Jesus.
Escândalos
Para refrescar um
pouco a memória dos que acreditam que o conjunto tem algum
compromisso com as igrejas evangélicas, vejamos a seguinte linha cronológica de
escândalos envolvendo A Voz da Verdade.
a. No dia 11 de maio de 1993, o CLC (Centro de Literatura
Cristã) enviou uma carta para o Ministério Voz da Verdade suspendendo a
distribuição do seu material, até que o referido explicasse a possível evidência
de louvores a deuses estranhos. A resposta foi dada pelo pastor da Voz da
Verdade cinco dias depois dizendo que não precisava do CLC e que seria um favor
o CLC não adquirir seu material: "Não precisamos do Centro de Literatura Cristã;
vocês e nada são a mesma coisa!". [3]
b. Inconformado com as verdades reveladas na lição 5 da
revista da Escola Dominical, intitulada "Seitas Modalistas", do segundo
trimestre de 1997, em que o pastor Esequias Soares da Silva menciona o conjunto
Voz da Verdade com sua igreja na lista das seitas unicistas, o pastor Freud
Moisés telefonou para o pastor Esequias ameaçando levar o caso aos tribunais.
Após isso, o conjunto resolveu produzir um CD, distribuído gratuitamente para os
crentes, com três estudos bíblicos defendendo o unicismo. [4]
c. Um certo jornal de Bauru, edição de julho de 1999, pág.
10 publicou a seguinte manchete: “Voz da Verdade diz que não é seita”.
Tratava-se da apresentação do conjunto por ocasião do lançamento do seu CD –
“Quando Deus se cala”. Estiveram presentes, segundo o jornal, cerca de 1500
pessoas, que pagaram de R$ 8,00 a R$ 10,00 pelo ingresso. O gasto total foi de
R$ 12.000,00 e só o Voz da Verdade cobrou R$ 4,5 mil livre. Na entrevista
concedida por um dos integrantes da banda, afirmou ele: “Atualmente o grupo Voz
da Verdade tem sido perseguido por um fantasma: o boato de serem uma seita que
prega heresias. Comentários, no mínimo, maldosos sendo que até agora ninguém
provou que isso seria verdade. [5]
d. Nenhum outro escândalo teve maior repercussão do que o
ocorrido em maio de 2001. Por ocasião do Fest-Gospel 2001, o pastor Carlos A.
Moisés desafiou os pastores presentes a provarem que Deus tem sócio. Argumentou
que quem acredita na doutrina da Trindade acredita nos ensinos pregados pelo
Papa. Questionados pelo CACP via e-mail, o Pr. Carlos A. Moisés enviou a
seguinte resposta: "Primeiramente, eu gostaria de lhe informar que quem vos
escreve é o mesmo que estava gritando no palco em São José do Rio Preto. Em
segundo lugar, não estou nem um pouco preocupado... você e nada pra mim é igual
a NADA. Alguém, como você, que nega o nome de JESUS não é merecedor de minha
apreciação. Se a tua igreja não cantar, MILHÕES de igrejas cantarão por todo o
Brasil, por isso você não faz DIFERENÇA. O dia que você conseguir fazer com que
as igrejas de todo o país parem de cantar nossos hinos, aí você será um
vencedor”.
Esse é o conjunto que o pastor Samuel Ferreira
diz tanto gostar. Rasgue então sua Bíblia e entre para as fileiras unicistas, ou
então testemunhe firmemente sua crença. Como diz o professor Esequias: a
doutrina da Trindade é uma questão de vida ou morte. Infelizmente poucos líderes
parecem levar isso a sério, abrindo suas portas e permitindo que o conjunto faça
de suas ovelhas consumidores de suas músicas e CDs, além de embutir em sua mente
a crença em um deus que se manifesta ao homem através de máscaras ou
manifestações.