![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFGrkbfULvE8spKAsvrPzIjA-iQUrRgfyuiyHjVKG9K5Tpc51_uPI98SmvhwNyodGNCrdrOn1hCN6YX0uQeBt-Sd9_6M_wbxFjiPX6hm-I0S8Hu8mHw4G5UFjnBn7wrjaI6QRKDiaTk6c/s1600/Grimma+01.jpg)
Por Josemar Bessa
Falsos mestres com uma língua comum – com heresias óbvias, não são os
mais perigosos. O problema está no falso mestre que tem uma língua
bifurcada. Ela é capaz de discursos díspares, já que mistura coisas que
mostram “amor”, “interesse ao próximo”, “o social”... com os mais sutis e
devastadores desvios. Em toda a história da igreja homens que
propagaram heresias destruidoras eram amáveis... Os teólogos liberais
sempre foram diligentes estudantes do espírito da época.
Um
século atrás eles eram conhecidos como “modernistas” porque os valores
pós-iluministas foram o PRETEXTO que eles usaram para fazer avançar a
agenda liberal. Eles, como agora, insistiam que, se a igreja se
recusasse a mudar com o tempo, o próprio cristianismo se tornaria
irrelevante. Exatamente o argumento atual.
Naturalmente, “mudar
com os tempos”, se tornar “relevante”... significava cercear o
evangelho de seus objetivos centrais e essenciais, para moldá-lo a uma
agenda palatável do homem natural e daquilo que a cultura acha
relevante.
Isso me lembra um personagem de O Senhor dos Anéis
de J R. R. Tolkien – As Duas Torres – chamado Grimma Língua de Cobra. É
óbvio, que mesmo sendo um agende do Sauron, senhor do escuro... Grimma
sob o pretexto de cuidar de Théoden – Rei de Rohan, terra dos cavaleiros
– usurpa a autoridade moral de Théoden, dissipando o poder moral do rei
com uma língua bifurcada que pode misturar “bons conselhos” com veneno
mortal. A história da igreja está cheia de Grimmas língua de Cobra deste
o início.
No fim da vida do grande apóstolo da circuncisão ele
deve que disser aos cristãos daqueles dias: “...como entre vós haverá
também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de
perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos
repentina perdição.” - 2 Pedro 2:1
O mesmo aviso flui dos
lábios do apóstolo dos gentios: “Porque eu sei isto que, depois da minha
partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao
rebanho; E que de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão
coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai,
lembrando-vos de que durante três anos, não cessei, noite e dia, de
admoestar com lágrimas a cada um de vós.” - Atos 20:29-31 – O apóstolo
da circuncisão e o apóstolo dos gentios falam a mesma coisa – ou seja,
não devemos de forma alguma ficar surpresos ao descobrir que, em todos
os tempos, a igreja de Deus foi tentada pelos enganos e erros de homens
com línguas bifurcadas ( juntando amor e heresias, cuidado com o próximo
e liberalismo...).
devoção Isso deixa sem discurso também todos esses que dizem que como há enganos e falsos líderes (exatamente o que Deus sempre avisou que haveria) se tornam anti-igreja – (foi avisado que sempre seria assim). Devemos esperar essas coisas e ainda assim nos manter firmes e inabaláveis. Há e sempre haverá “falsos irmãos” e “falsos mestres”, como anteriormente houve “falsos apóstolos”, “falsos profetas”, e até mesmo “falsos cristos”.
O drama é que o erro sempre flui de línguas bifurcadas que dizem que o evangelho para atingir a geração atual precisa de mudanças e adaptações. O perigo maior está não em quem tem uma língua só, voltada para heresias óbvias... mas sim os Grimmas língua de cobra – pois sua língua bifurcada pode misturar discursos escondendo seus desvios heréticos. Tão modernos, tão prontos a denunciar as heresias óbvias, tão contemporâneos, tão “relevantes”... tão Grimmas!
No filme de Peter Jackson, As Duas Torres – podemos ver nitidamente como Théoden vai se tornando, sob a influência de Grimma língua de cobra, numa mera casca de um homem, sem brilho, olhos vidrados... pois seu conselheiro com seu discurso “bifurcado” age sobre ele como um parasita que aos poucos o deixa vazio de tudo o que construiu a integridade do Rohan.
O discurso sempre parece “relevante” pois propõe, como Grimma língua de cobra, a salvação do cristianismo – o brado é igual o dos liberais tantos anos atrás – “O Cristianismo deve mudar ou morrer” – Quando mais ouvimos mestres assim, mais óbvias ficam suas línguas bifurcadas que misturam sutilmente o abandono da verdade com a relevância e salvação do Cristianismo”
Falsos mestres são mais perigosos ao manifestar grande devoção e manter boa moral... A respeito de Pelágio, Agostinho testifica que ele “sempre manteve uma vida de moral justa e decente” – e que mesmo no tempo em que começou a ensinar seus erros fatais, “sua reputação de piedade séria era grande em toda a igreja”. A quantidade de zelo exibida por falsos mestres às vezes é prodigiosa. Sua muitas vezes parece
surpreendente.
A palavra mais comum nas boca de Grimma língua
de Cobra é: “Será que realmente Deus quis dizer...?” – Em seguida a
resposta virá: “Não!...” – Então começam a mostrar um evangelho que pode
se aceito pelo mundo de um modo muito mais admirável e relevante...
Releitura relativista da Bíblia começa sutilmente a substituir o que
logo será chamado de dogmatismo... A proposta sempre é a de “salvar o
cristianismo” – torná-lo “relevante” para a mente atual... a necessidade
de que agora temos que respeitar valores diferentes... tudo tão
moderno... tudo tão mais palatável para esta geração... línguas
bifurcadas.
01) Falsos mestres exercem astúcia e engano ao
difundir falsas doutrinas. Pedro claramente diz que ele
“disfarçadamente introduziam heresias destruidoras”. E Paulo adverte aos
Efésios que eles, “não deviam ser crianças, levadas pelas ondas do mar e
soprados por todo vento de doutrina, pela astúcia humana que usa sempre
de inteligentes técnicas de engano” – Efésios 4.14. Normalmente falsos
mestres seguram ao máximo seus sentimentos ofensivos, ensinando-os aos
iniciados, até chegar o momento de despejá-los ao ouvido de todos.
02) Falsos mestres prometem sempre muito mais do que realizam. Assim a
pena de Pedro descreve o veneno das línguas bifurcadas: “Porque, falando
coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da
carne, e com dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam
em erro, Prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da
corrupção. Porque de quem alguém é vencido, do tal faz-se também servo.”
- 2 Pedro 2:18-19 – A liberdade prometida logo se tornou libertinagem. O
“esclarecimento” das dificuldades consistia em deixar de lado doutrinas
do Evangelho que ofende o homem natural, e logo uma multidão se
simpatiza com o novo e mais “livre” modo de pensar.
03) Falsos
mestre acabam por ser sempre prepotente. Ele pode tanto se gloriar em
sua riqueza como pode fazer o oposto, e se gloriar em sua humildade,
vida dedicada aos pobres... Ele se orgulham do número e do sucesso, ou
então se orgulham de sua pobreza e generosidade... Língua bifurcada é
assim. Só não se gloriam em toda a Verdade bíblica.
04) Falsos
mestres sempre focam em agradar o ouvido humano. “Porque, persuado eu
agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse
ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.” - Gálatas 1:10 –
“Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse
confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus,
que prova os nossos corações.” - 1 Tessalonicenses 2:4 – Pregam não para
o lucro do coração humano, mas para o deleito do ouvido – “Que dizem
aos videntes: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas
aprazíveis, e vede para nós enganos.” - Isaías 30:10 – Falsos mestre
não tem como relevância a santidade de Deus, mas sim a inteligência
insignificante do homem – o foco de sua “relevância” nunca está no temor
e reverência pela glória de Deus, mas é focada no homem, seu mundo, sua
sociedade... “Dizem continuamente aos que me desprezam: O SENHOR disse:
Paz tereis; e a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração,
dizem: Não virá mal sobre vós.” - Jeremias 23:17 – Grimmas línguas de
cobra são muito mais devastadores que hereges óbvios. Eles são sutis em
passar esperanças fúteis.
Eles consideraram pura loucura os
pregadores ressaltarem características difíceis que soam primitivas e
ofensivas aos ouvidos modernos como a ira de Deus, a expiação pelo
derramamento do seu sangue e especialmente, a punição eterna... Uma
agenda comum com o mundo e a mente natural sempre será mais relevante
para eles.
Eles dizem que as igrejas que insistirem nessas
verdades perderão as gerações futuras, então, devem se acomodar ao
pensamento moderno. O mundo, em constante mutação, mudou
perifericamente algumas coisas ( essencialmente é o mesmo mundo alienado
de Deus ) mas mais uma vez, não usando o nome, os liberais ainda estão
reclamando que a igreja está ficando para trás, fora do passo do mundo e
cada vez mais irrelevante. Agora, mesmo não se auto-denominando
liberais ( são seria uma boa estratégia – uma língua bifurcada nunca faz
isso), a linha de argumentação que eles usam e sua agenda é a mesma.
Não podem suportar como antes, nem acham relevante... especialmente o
ódio de Deus ao pecado, a razão pela qual Cristo de fato veio ao
mundo... esvaziando o significado profundo da cruz e substituindo por um
que o mundo ache “sensível” – o exemplo de amor para construir um mundo
melhor...
Não é nenhum segredo que o mundo sempre desprezou os
aspectos essenciais da verdade bíblica. De fato, se você desejar manter
o igreja em sintonia com o mundo, terá que sempre reavaliar e reajustar
sua mensagem de vez em quando. Mas a igreja está proibida de cortejar o
espírito da época, e uma das principais razões porque o evangelho é uma
pedra de tropeço é que ele não pode ser adaptado para atender as
preferências culturais ou cosmovisões alternativas. Em vez disso, ele as
confronta.
A língua bifurcada de Grimma sempre está mais
preocupada em ser contemporânea do que ser doutrinariamente ortodoxa,
mais preocupada com a “relevância” e metodologia do que com a mensagem
ofensiva da cruz, mas cativada com o que é politicamente correto para a
cultura do que pela Verdade.
"Será que Deus realmente quis
dizer?" – Sempre é o início do discurso de Grimma língua de cobra – foi
assim com Eva no Paraíso e não é diferente hoje. A atitude de Gandalf (
No livro As Duas Torres ) com Grimma língua de cobra é a única que
podemos tomar ainda hoje:
“Cale-se cobra” – Disse Gandalf de
repente com uma voz terrível. “Quanto tempo faz que Saruman o comprou?
Qual foi o preço prometido?” – “Cale-se, mantenha a sua língua bifurcada
entre os dentes!” – O não precisa ser “salvo” pela “relevância”,
precisa ser proclamado com fidelidade!
Não há outra maneira de manter-se fiel