Por Josemar Bessa
Jamais tente pregar um
pós-evangelho para um mundo pós-moderno. Há uma arrogância comum em nossos
dias que nos leva a ideia tola de que devemos apresentar nosso mundo e nossa
cultura a Deus (encantado como ficamos
com ela), pensamos que Deus tem algo para saber e aprender sobre ela.
Deus quando revelou a
Sua Palavra já conhecia tudo exaustivamente. Conhecia o fim desde o princípio: “Que anuncio o fim desde o princípio, e
desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho
será firme, e farei toda a minha vontade.” - Isaías
46:10
Foi Deus ( e não o
oposto ) que ensinou a Jonas como Nínive era – Deus é Onipresente e eterno. Ele
conhecia desde o princípio os escritos de Confúcio, o pensamento e o misticismo
oriental... o pensamento e obra de todos os filósofos – Sócrates, Platão... os
escritos de Immanuel Kant, Nietzsche, Jean Paul Sartre... Você não apresenta o
mundo a Deus para Ele rearranjar as coisas, reescrever e melhorar Sua Palavra
para ser “relevante” nesta geração ou
em qualquer outra. Deus é que apresenta o mundo a você e dá o Seu veredicto
sobre o mundo em todas as gerações, todas as culturas...
Desde toda a eternidade
Deus está familiarizado com o pensamento pós-moderno... não tente “ensinar”
nada disso a Ele, não tente bolar algo que faça a revelação que Ele fez de Si
mesmo em Sua Palavra, a revelação do Seu caráter Santo, algo mais “relevante”
para o mundo pós moderno. Deus viu
Matrix antes de você existir, antes de todos os tempos, Deus conhece o Ipad,
Ipod, Iphone, redes sociais, Facebook, Twitter... muito antes de você existir– não se
sinta avançado para tentar lhe dar conselhos e fazer adendos ao Seu plano
eterno.
Se este mundo
tecnológico te fascina, se o pensamento atual, se esta cultura de parece
avançada... saiba que não há novidades nela para Deus... Deus sabe tudo desde a
eternidade. Sabe tudo sobre esse papo de pluralismo, politicamente correto,
sobre a teoria política dessa cultura, indicadores econômicos, índice de violência...
sabe o nome de todos os grandes líderes políticos de todos os tempos, as
grandes mentes acadêmicas de agora e das que virão... sabe o que cada um pensa ou já pensou...você NÃO
apresenta, você não pode apresentar o mundo a Deus, deixe Deus apresentar o
mundo a você.
Então como devemos ser?
Paulo
era um homem
extraordinário, teve um chamado e ministério extraordinário, foi enviado
para
realizar um trabalho extraordinário... Ele conhecia profundamente a
história,
ele estava familiarizado com a filosofia e era bem versado tanto nas
tradições e cultura judaica quanto na cultura Greco-romana. Ele não
tentou
apresentar essas culturas a Deus para que Deus pudesse lhe dar uma
mensagem
relevante.
Havia poucos assuntos queele
não podia falar com desenvoltura, ele podia discutir e debater todos os temas, sua mente era interessante tanto para a
cultura judaica quando a Greco-romana. Mas ele fez da proclamação do
evangelho aos pecadores e edificação da igreja o objeto de sua vida e ele
escolheu Cristo
crucificado para ser o tema de seu ministério!
Não importa para onde
ele foi, ele levou esse assunto com ele. Não importa qual cultura, qual
filosofia...
Não importa para onde
ou quem ele se dirigiu, sempre dirigiu a sua atenção para este ponto.
Ele sabia o que o homem
exigia e o que o homem preferia, mas não direcionava o que fazia por isso. Como
ele escreveu aos Coríntios, “os judeus
pedem sinais miraculosos e os gregos buscavam sabedoria, mas nós pregamos
Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios, mas
para aqueles a quem Deus chama eficazmente, tanto judeus quanto gregos, Cristo
é o poder e a sabedoria de Deus” – 1Co
1.22-24
Esse era o assunto de
Paulo – Cristo
crucificado!
Nós
temos, ao esquecer
o assunto que Deus ordenou ser pregado a todas as gerações, nos
colocado na frente da Sabedoria infinita e do poder de Deus. O que Paulo
mais desejava
era exatamente sair do caminho do poder de Deus, não ser um “obstáculo”
para a
verdade de Deus e Seu poder com suas ideias.
O pensamento constante
de Paulo era de que ninguém pode colocar sua esperança ou sua fé em sua
eloquência ou capacidade de entender melhor sua geração e cultura, do que no Deus
eterno. Tudo que Paulo desejava era mostrar a verdade do Cordeiro crucificado “antes
da fundação do mundo” – Deus não tem pensamentos posteriores – isso era claro
para ele.
Então o que Paulo fez?
O que você devia fazer, o que eu devia fazer, o que qualquer líder devia
fazer... Ele morreu na cruz todos os dias. Ele morreu para a ideia de mostrar
suas capacidades intelectuais. Ele morreu para a ideia de que sua eloquência
impressionante poderia fazer a diferença. Ele morreu para as demandas de sua
geração, para as demandas de sua cultura – tanto Judaica quanto a Greco-romana.
Ele morreu para a auto-confiança. Ele morreu para seus poderes naturais. Ele
morreu para a ideia de que uma apresentação atraente para aquelas culturas
faria alguma diferença para o coração irregenerado e inimigo de Deus. Ele
morreu...
Ele então estava lá em
fraqueza, temor e tremor... pregando a loucura e o escândalo da cruz! para quê?
Para que nossa fé, a minha e a tua, no século XXI, diz ele, não se apoiasse ou
descansasse na sabedoria de um homem, mas no poder de Deus, no poder de Deus
manifestado em Seu Filho, o poder de Cristo e este crucificado.
Não olhe para essa
cultura, para o mundo pós-moderno, nosso mundo tecnológico,... como algo
significativo... logo, daqui a alguns anos, décadas, séculos... tudo isso
estará mofado e será olhado pelos homens no futuro como algo atrasado e primitivo... então
não trate a cruz como uma relíquia história do passado que deve ser rearranjada
a luz da nossa geração “brilhante” e “relevante”. A cruz é o poder de Deus para
mudar tudo em sua vida. Se você quiser ser discípulo de Cristo, terá que tomar
a velha cruz todos os dias, no meio desta cultura, do pensamento pós-moderno...
contar ao mundo as maravilhas do Deus santo, do Deus que foi pregado na cruz,
do Deus que não muda, do Deus que odeia o pecado, do Deus que salva por graça,
do Deus que condena ao inferno, da bondade e da severidade de Deus... Então
todo resultado estará nas mãos de Deus e a fé de ninguém estará baseada na
sabedoria humana. E assim Deus receberá toda a glória.
“os
judeus pedem sinais miraculosos e os gregos buscavam sabedoria, mas nós
pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os
gentios, mas para aqueles a quem Deus chama eficazmente, tanto judeus quanto
gregos, Cristo é o poder e a sabedoria de Deus”
– 1Co 1.22-24
Paulo tinha boas razões
para fazer essa escolha e nenhuma razão para não fazê-lo, mesmo que isso lhe
custasse tudo.
Primeiro
porque não existe assunto mais abrangente que esse. Cristo crucificado é o
centro onde o tempo e a eternidade, Deus e o homem, pecado, justiça e
santidade, vida e morte se encontram.
Segundo,
Cristo crucificado é o teatro onde Deus exibe suas perfeições, desdobra seus
propósitos, mantém seus direitos e justiça, confunde seus inimigos e assegura
sua glória.
Terceiro,
Cristo crucificado é o instrumento pelo qual a morte é destruída, o pecado é
vencido, os rebeldes são reconciliados, santos santificados e o céu é aberto.
Quarto,
Cristo crucificado, a cruz de Cristo é o objeto que confunde a razão humana,
surpreende os anjos, atrai os pecadores, transmite santidade e fornece assunto
para louvor ser fim por toda eternidade.
Quinto,
Cristo crucificado é o assunto mais honrado que existe. Sintoniza as harpas, a
música do céu e preenche as mais doces canções da terra.
Sexto,
Cristo crucificado é o meio pelo qual o Espírito Santo trabalha na conversão dos pecadores, na consolação dos
santos, na santificação dos crentes e no estabelecimento da igreja de Deus.
Mesmo num mundo e numa
geração pós-tudo, essa ainda seria a única mensagem de Deus para o mundo!