domingo, 16 de junho de 2013
Responsabilidade Bíblica
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Por: R. K. McGregor Wright
Talvez
uma explicação calvinista do significado de responsabilidade ajude a
clarear o problema. Devemos começar com uma definição:
responsabilidade é simplesmente um sinônimo de “prestar contas”, e
significa que devemos responder diante de Deus, o juiz, por nossas
ações. Isso quer dizer que, se Deus nos chama para tratar de uma de
nossas ações, ficamos moralmente obrigados a responder por ela diante
de Deus. Somos “responsáveis” diante de Deus. Embora a Escritura não
use o termo abstrato responsabilidade, o fato de que seremos
finalmente chamados à juízo é frequentemente encontrado em toda a
Escritura. A Bíblia baseia a responsabilidade em quatro coisas.
Primeira, somos responsáveis diante de Deus porque ele é o Criador e nós somos criaturas.
Deus tem liberdade de chamar qualquer elemento de sua criação para
responder diante dele a qualquer hora — é simplesmente sua prerrogativa
como Senhor Soberano. O barro está sujeito ao Oleiro simplesmente
porque ele é o Oleiro. Em outras palavras, nossa responsabilidade está
baseada em nossa ontologia, ou em nosso ser, como criaturas.
Esta é a mensagem de Jó, quando Deus lhe responde do meio do
redemoinho (Jó 3 8.1 -4), e de Isaías, que contém uma longa polêmica
contra aqueles que se esquecem do Criador a fim de adorar a criatura
(40-57). Paulo sumariza os resultados dessa irresponsabilidade moral
em Romanos 1. Ele empresta de Isaías (29.16; 45.9; 64.8), de Jeremias
(18.1 -6) a imagem do Oleiro e do barro que ele usa em Romanos 9.21.
No final, todos nós compareceremos perante o tribunal de Deus (Rm
14.10). No final, “todo joelho se dobrará” (Is 45.23).
Segunda,
somos responsáveis diante de Deus porque ele é o ponto de referência
moral para o que é certo e errado, e não nós próprios. Isso é o que é
vinculado ao nosso reconhecimento de Deus como santo. Nossa
responsabilidade diante de Deus é uma necessidade ética, por causa de
nossa necessidade de um padrão fora de nós mesmos. Jó percebeu que como
Deus é soberano sobre sua criação, ele também é justo permanecendo
contra a pecaminosidade de Jó (40.1 -5; 42.1-6). Na verdade, Jó não
havia feito nada para merecer o tratamento que recebeu de Deus. Ele
havia sido mais reto do que seus amigos “confortadores”, e seu
entendimento da situação foi mais teologicamente correto do que as
explicações especulativas que eles ofereceram para os sofrimentos de Jó
(1.22; 42.7). Mas o próprio Deus é o padrão moral tanto para ele
próprio como para nós, como Eliú mostrou no capítulo 34. Portanto, Jó
tinha de submeter-se inteiramente ao que Deus fez, tenha ele entendido a
razão de tudo ou não. Nem o próprio Jó descobre o que o leitor do
livro sabe — que Jó é realmente peça de um jogo bem maior, na grande
disputa entre Deus e Satanás (1.6-12; 2.1-7). Deus não está obrigado a
dizer-nos todas as coisas. Antes, o pequeno conhecimento que temos é
um ato de misericórdia.
Terceira, somos responsáveis diante de Deus pelo conhecimento que
temos. Todos os pecadores pecam (mais ou menos) contra a luz e a
verdade. Ninguém é destituído totalmente da luz da consciência, e
seremos julgados de acordo com a luz que temos (Rm 2.12-16). Aqueles que
têm menos conhecimento serão julgados menos severamente do que
aqueles que pecam com mais luz. Daniel adverte o rei Belsazar de que
ele conhecia mais coisas a respeito dos tratos anteriores com Deus do
que seu pai Nabucodonosor: “Tu, Belsazar, que és seu filho, não
humilhaste o teu coração, ainda que sabias tudo isto” (Dn 5.22). Em
Lucas, o servo ignorante que desobedeceu é punido menos severamente do
que o servo que conhecia a vontade de seu senhor e, ainda assim, não
fez a sua vontade (Lc 12.42-48). Assim, há graus de responsabilidade
neste sentido. Podemos chamar isso de nossa responsabilidade epistemológica.
Somos responsáveis pelo que conhecemos — poderia ser dito que há uma
mordomia da verdade pela qual deveremos responder finalmente diante de
Deus.
Quarto, somos responsáveis
porque o propósito da criação é a glória de Deus (Is 43.7; Cl 1.16; Ap
4.11), e somos responsáveis como mordomos das bênçãos de Deus para
cumprir o fim ou o propósito de Deus em criar-nos no mundo. Deus ama
sua criação e finalmente “destruirá aqueles que destroem a terra” (Ap
11.18). Podemos nos referir a esta responsabilidade como sendo a
responsabilidade teleológica, porque ela diz respeito à nossa tarefa como servos no desígnio da criação, que é a de trazer glória a Deus.
Parece,
então, que longe de basear a responsabilidade humana em alguma teoria
do livre-arbítrio inato no ser humano, a Bíblia baseia-a nas
implicações da distinção entre o Criador e a criatura, e as relaciona
com as quatro áreas clássicas da ontologia, ética, epistemologia e
teleologia. Em outras palavras, por toda a Escritura, a
responsabilidade é um reflexo de nossa relação com Deus como Criador,
como a origem do significado moral, como nosso ponto de referência para
a verdade revelada e como aquele que dá propósito e direção últimos à
sua criação. E se Deus é, de fato, o ponto de referência máximo para o
significado nas quatro áreas do ser, do conhecer, da ética e do
propósito, onde poderia a criatura permanecer para elaborar uma crítica
racional de qualquer coisa que Deus possa fazer? Esse é o ponto
filosófico em que se baseia o desafio de Paulo em Romanos 9.20: “Quem
és tu, ó homem, para discutires com Deus?” Não há simplesmente nenhum
ponto de partida disponível para um ser finito num universo finito.
Para uma criatura, todos os pontos são relativos. Somente por ouvir
primeiro a revelação de Deus pode um ser finito ter qualquer ponto de
referência fixo. Este tópico será levantado novamente no capítulo 11,
onde trataremos da questão da localização da referência suprema.
6 Marcas de um Pastor Atemorizado Diante de Deus
Por Paul Tripp
Quais os sinais que se produzem no
coração de um pastor atemorizado diante de Deus, que são vitais para um
ministério eficaz, produtivo e que honra a Deus?
1. Humildade
Não há nada que se compare ao estar indefeso diante da maravilhosa glória de Deus, para colocar-lhe em seu devido lugar, para corrigir a maneira com que você se vê pessoalmente, para arrancar-lhe da sua arrogância funcional, e para tirar-lhe o vento das velas da sua justiça própria. Diante de Sua glória, eu me sinto despido, sem qualquer glória que ainda possa restar-me a fim de que eu possa exibir-me diante de outros. Enquanto eu me compare com outros, poderei sempre encontrar outra pessoa cuja existência parece fazer-me, por comparação, mais justo. Mas se eu comparar meus panos imundos ao puro linho, eternamente sem manchas, da justiça de Deus, eu correria a esconder-me com um coração dilacerado e envergonhado.
E isto foi o que aconteceu com Isaías no capítulo seis. Ele está diante do majestoso trono da glória de Deus e diz: "Ai de mim! Estou perdido! Porque sou um homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos." (Isaías 6:5). Isaías não está falando aqui em termos de uma formal hipérbole religiosa. Ele não está buscando tornar-se agradável diante de Deus por mostrar-se "ó, tão humilde". Não; Isaías aprendeu que só à luz da colossal glória e santidade de Deus, é que você poderá ter uma visão exata e correta de si mesmo e entender a profunda necessidade de ser resgatado com o resgate que só a graça gloriosa de Deus poderá prover-lhe.
Com o correr do tempo durante sua vida ministerial, muitos pastores chegam a se esquecerem de quem são eles. Têm uma visão inchada, destorcida, grandiosa de si mesmos, que os mantêm altamente inacessíveis, e que lhes permitem justificar seus pensamentos, seus desejos, as coisas que dizem, e a fazerem aquilo que, biblicamente, não é justificável fazer. Eu já "estive lá" e, de quando em quando, caio outra vez no mesmo erro. Em ocasiões como essas, eu tenho que ser resgatado de mim mesmo. Quando você está sobremodo maravilhado de si mesmo, você se posiciona para ser hipócrita, controlador, super confiante, e um autocrata eclesiástico extremamente crítico. Você, inadvertidamente, constrói um reino em cujo trono você mesmo se assenta, não importa o quanto afirme que tudo o que você faz, o faz para a glória de Deus.
2. Sensibilidade
A humildade, que só este sentir atemorizante de Deus pode produzir no meu coração, cria em mim, sensibilidade pastoral para com as pessoas que carecem da mesma graça. Ninguém pode compartilhar graça melhor do que aquele que está profundamente convencido de que ele mesmo necessita esta graça, e a recebe de Cristo. Esta sensibilidade me faz afável, gentil, paciente, compreensivo e esperançoso diante do pecado alheio, sem nunca comprometer o chamamento santo de Deus. Protege-me de estimativas como "... não acredito que você pudesse fazer uma coisa dessas!," o que, diga-se, me faz essencialmente diferente de todos os demais. É difícil apresentar o Evangelho a alguém, quando você está contemplando esse alguém, com superioridade. Confrontar os pecados dos outros com uma sensibilidade inspirada em meu assombro diante Deus, me livra de ser um agente de condenação, ou de esperar que a lei cumpra aquilo que somente a graça pode cumprir, e me motiva a ser um instrumento dessa graça.
3. Paixão
Não importa o que está funcionando, ou o que não está funcionando bem em meu ministério, não importa quais as dificuldades que eu esteja vivendo, ou tampouco importa as lutas pelas quais eu esteja passando, a influente glória de Deus me anima a levantar-me pela manhã e fazer aquilo para o qual fui dotado e chamado para fazer, e faze-lo com entusiasmo, coragem e confiança. Minha alegria não se deixa maniatar pelas circunstâncias ou pelos relacionamentos, e meu coração não é tomado por qualquer direção em que ditas circunstâncias e relacionamentos o queiram levar. Tenho toda razão para alegrar-me porque sou um filho escolhido, e um servo recrutado pelo Rei dos reis, e Senhor dos senhores, o grande Criador, o Salvador, e meu Chefe. Ele está sempre perto e é sempre fiel. Minha paixão pelo ministério não depende de como eu esteja sendo recebido. Minha paixão flui da realidade de que eu fui recebido por Ele. Não me entusiasmo porque as pessoas possam gostar de mim, mas porque Ele me tem aceitado e me tem enviado. Não estou apaixonado por meu ministério, por ser, o ministério, algo glorioso, mas sim porque Deus é eternamente e imutavelmente glorioso. Assim eu prego, ensino, aconselho, lidero e sirvo com uma paixão evangélica que inspire e acenda o mesmo sentir naqueles ao meu redor.
4. Confiança
Confiança - aquele sentimento de bem-estar e de capacitação, me vem de conhecer Aquele a quem sirvo. Ele é minha confiança e minha habilidade. Ele nunca irá chamar-me para uma tarefa para a qual não me tenha capacitado. Ele tem mais zelo pela saúde de sua igreja do que eu jamais poderia ter. Ninguém tem maior interesse no uso dos meus dons do que Aquele que me outorgou ditos dons. Ele está sempre presente e sempre de boa vontade. Ele é todo-poderoso e todo omnisciente. Ele é ilimitado em amor e glorioso em sua graça. Ele não muda; para sempre é fiel. Sua Palavra nunca cessará de ser a verdade. Seu poder para salvar nunca será exaurido. Seu governo nunca deixará de existir. Nunca será conquistado por algo maior do que Ele mesmo. Assim, eu posso fazer com confiança tudo o que Ele me chamou para fazer, não em virtude de quem eu seja, mas porque Ele é o meu Pai, e é glorioso em todos os aspectos, em todos o sentidos.
5. Disciplina
O ministério pastoral, nem sempre é glorioso. Muitas vezes as suas expectações ingénuas, são apenas isso – ingenuidade. E algumas vezes se levará mais do que um ministério de sucesso e a apreciação do povo para arrancar-lhe da cama e cumprir o seu chamado. Outras vezes você não verá muitos frutos como o resultado de seus esforços e tampouco terá muitas esperanças de uma colheita breve e abundante. Algumas vezes você se verá traído e se sentirá sozinho. Então, a sua disciplina precisa estar arraigada em alguma coisa mais profunda do que sua avaliação horizontal de como as coisas pareçam estar caminhando. Eu estou cada vez mais convencido, em minha própria vida, de que uma auto-disciplina robusta e firme, do tipo essencial para um ministério pastoral, está solidificada na adoração. A gloriosa existência de Deus, Seu caráter, Seu plano, Sua presença, Suas promessas e Sua graça, me fornecem a motivação para trabalhar com ardor e nunca desistir, sem importar-me se estamos vivendo sob um tempo de amenidade, ou se estamos sob uma época tempestuosa.
6. Repouso
Finalmente, enquanto contemplo minha própria fraqueza e os distúrbios da igreja local, o que poderá trazer verdadeiro repouso ao meu coração? A Glória! Esta lhe dará repouso. É o conhecimento de que nada é tão difícil para o Deus a quem você serve. É a segurança de que todas as coisas são possíveis para Ele. É saber, como Abraão, que Aquele que fez todas aquelas promessas, é fiel para cumpri-las. Ainda que pareça haver múltiplas razões no nível horizontal para fazer-nos ansiosos, eu não permitirei que meu coração seja raptado por preocupação ou medo, porque o Deus de inestimável glória, que me tem enviado, Ele mesmo prometeu: "Eu serei contigo." Eu não tenho que fazer joguinhos mentais comigo mesmo. Eu não tenho que negar, nem minimizar a realidade a fim de que me sinta bem, porque Ele já tem invadido minha existência com Sua glória, e eu posso descansar até mesmo, e de certa forma, no conceito truncado do "já" e do "não ainda" cumprido e realizado.
Recuperando nossa perplexidade diante de Deus
Em conclusão, eu não tenho uma fórmula de estratégias para lhe oferecer. Mas lhe aconselho a correr agora, e correr rapidamente ao seu Pai de aterrorizante glória. Confesse a ofensa do seu tédio ministerial. Ore e peça por olhos abertos aos 360 graus, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para que você veja a exibição da glória à qual você tem estado cego. Determine-se dedicar uma porção de cada dia para meditar na glória de Deus. Clame, busque com vigor a ajuda de outros e lembre-se de estar agradecido por Jesus quem lhe oferece Sua graça, mesmo ainda naqueles momentos quando essa graça não é, nem no mínimo, gloriosamente valiosa para você como deveria ser.
1. Humildade
Não há nada que se compare ao estar indefeso diante da maravilhosa glória de Deus, para colocar-lhe em seu devido lugar, para corrigir a maneira com que você se vê pessoalmente, para arrancar-lhe da sua arrogância funcional, e para tirar-lhe o vento das velas da sua justiça própria. Diante de Sua glória, eu me sinto despido, sem qualquer glória que ainda possa restar-me a fim de que eu possa exibir-me diante de outros. Enquanto eu me compare com outros, poderei sempre encontrar outra pessoa cuja existência parece fazer-me, por comparação, mais justo. Mas se eu comparar meus panos imundos ao puro linho, eternamente sem manchas, da justiça de Deus, eu correria a esconder-me com um coração dilacerado e envergonhado.
E isto foi o que aconteceu com Isaías no capítulo seis. Ele está diante do majestoso trono da glória de Deus e diz: "Ai de mim! Estou perdido! Porque sou um homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos Exércitos." (Isaías 6:5). Isaías não está falando aqui em termos de uma formal hipérbole religiosa. Ele não está buscando tornar-se agradável diante de Deus por mostrar-se "ó, tão humilde". Não; Isaías aprendeu que só à luz da colossal glória e santidade de Deus, é que você poderá ter uma visão exata e correta de si mesmo e entender a profunda necessidade de ser resgatado com o resgate que só a graça gloriosa de Deus poderá prover-lhe.
Com o correr do tempo durante sua vida ministerial, muitos pastores chegam a se esquecerem de quem são eles. Têm uma visão inchada, destorcida, grandiosa de si mesmos, que os mantêm altamente inacessíveis, e que lhes permitem justificar seus pensamentos, seus desejos, as coisas que dizem, e a fazerem aquilo que, biblicamente, não é justificável fazer. Eu já "estive lá" e, de quando em quando, caio outra vez no mesmo erro. Em ocasiões como essas, eu tenho que ser resgatado de mim mesmo. Quando você está sobremodo maravilhado de si mesmo, você se posiciona para ser hipócrita, controlador, super confiante, e um autocrata eclesiástico extremamente crítico. Você, inadvertidamente, constrói um reino em cujo trono você mesmo se assenta, não importa o quanto afirme que tudo o que você faz, o faz para a glória de Deus.
2. Sensibilidade
A humildade, que só este sentir atemorizante de Deus pode produzir no meu coração, cria em mim, sensibilidade pastoral para com as pessoas que carecem da mesma graça. Ninguém pode compartilhar graça melhor do que aquele que está profundamente convencido de que ele mesmo necessita esta graça, e a recebe de Cristo. Esta sensibilidade me faz afável, gentil, paciente, compreensivo e esperançoso diante do pecado alheio, sem nunca comprometer o chamamento santo de Deus. Protege-me de estimativas como "... não acredito que você pudesse fazer uma coisa dessas!," o que, diga-se, me faz essencialmente diferente de todos os demais. É difícil apresentar o Evangelho a alguém, quando você está contemplando esse alguém, com superioridade. Confrontar os pecados dos outros com uma sensibilidade inspirada em meu assombro diante Deus, me livra de ser um agente de condenação, ou de esperar que a lei cumpra aquilo que somente a graça pode cumprir, e me motiva a ser um instrumento dessa graça.
3. Paixão
Não importa o que está funcionando, ou o que não está funcionando bem em meu ministério, não importa quais as dificuldades que eu esteja vivendo, ou tampouco importa as lutas pelas quais eu esteja passando, a influente glória de Deus me anima a levantar-me pela manhã e fazer aquilo para o qual fui dotado e chamado para fazer, e faze-lo com entusiasmo, coragem e confiança. Minha alegria não se deixa maniatar pelas circunstâncias ou pelos relacionamentos, e meu coração não é tomado por qualquer direção em que ditas circunstâncias e relacionamentos o queiram levar. Tenho toda razão para alegrar-me porque sou um filho escolhido, e um servo recrutado pelo Rei dos reis, e Senhor dos senhores, o grande Criador, o Salvador, e meu Chefe. Ele está sempre perto e é sempre fiel. Minha paixão pelo ministério não depende de como eu esteja sendo recebido. Minha paixão flui da realidade de que eu fui recebido por Ele. Não me entusiasmo porque as pessoas possam gostar de mim, mas porque Ele me tem aceitado e me tem enviado. Não estou apaixonado por meu ministério, por ser, o ministério, algo glorioso, mas sim porque Deus é eternamente e imutavelmente glorioso. Assim eu prego, ensino, aconselho, lidero e sirvo com uma paixão evangélica que inspire e acenda o mesmo sentir naqueles ao meu redor.
4. Confiança
Confiança - aquele sentimento de bem-estar e de capacitação, me vem de conhecer Aquele a quem sirvo. Ele é minha confiança e minha habilidade. Ele nunca irá chamar-me para uma tarefa para a qual não me tenha capacitado. Ele tem mais zelo pela saúde de sua igreja do que eu jamais poderia ter. Ninguém tem maior interesse no uso dos meus dons do que Aquele que me outorgou ditos dons. Ele está sempre presente e sempre de boa vontade. Ele é todo-poderoso e todo omnisciente. Ele é ilimitado em amor e glorioso em sua graça. Ele não muda; para sempre é fiel. Sua Palavra nunca cessará de ser a verdade. Seu poder para salvar nunca será exaurido. Seu governo nunca deixará de existir. Nunca será conquistado por algo maior do que Ele mesmo. Assim, eu posso fazer com confiança tudo o que Ele me chamou para fazer, não em virtude de quem eu seja, mas porque Ele é o meu Pai, e é glorioso em todos os aspectos, em todos o sentidos.
5. Disciplina
O ministério pastoral, nem sempre é glorioso. Muitas vezes as suas expectações ingénuas, são apenas isso – ingenuidade. E algumas vezes se levará mais do que um ministério de sucesso e a apreciação do povo para arrancar-lhe da cama e cumprir o seu chamado. Outras vezes você não verá muitos frutos como o resultado de seus esforços e tampouco terá muitas esperanças de uma colheita breve e abundante. Algumas vezes você se verá traído e se sentirá sozinho. Então, a sua disciplina precisa estar arraigada em alguma coisa mais profunda do que sua avaliação horizontal de como as coisas pareçam estar caminhando. Eu estou cada vez mais convencido, em minha própria vida, de que uma auto-disciplina robusta e firme, do tipo essencial para um ministério pastoral, está solidificada na adoração. A gloriosa existência de Deus, Seu caráter, Seu plano, Sua presença, Suas promessas e Sua graça, me fornecem a motivação para trabalhar com ardor e nunca desistir, sem importar-me se estamos vivendo sob um tempo de amenidade, ou se estamos sob uma época tempestuosa.
6. Repouso
Finalmente, enquanto contemplo minha própria fraqueza e os distúrbios da igreja local, o que poderá trazer verdadeiro repouso ao meu coração? A Glória! Esta lhe dará repouso. É o conhecimento de que nada é tão difícil para o Deus a quem você serve. É a segurança de que todas as coisas são possíveis para Ele. É saber, como Abraão, que Aquele que fez todas aquelas promessas, é fiel para cumpri-las. Ainda que pareça haver múltiplas razões no nível horizontal para fazer-nos ansiosos, eu não permitirei que meu coração seja raptado por preocupação ou medo, porque o Deus de inestimável glória, que me tem enviado, Ele mesmo prometeu: "Eu serei contigo." Eu não tenho que fazer joguinhos mentais comigo mesmo. Eu não tenho que negar, nem minimizar a realidade a fim de que me sinta bem, porque Ele já tem invadido minha existência com Sua glória, e eu posso descansar até mesmo, e de certa forma, no conceito truncado do "já" e do "não ainda" cumprido e realizado.
Recuperando nossa perplexidade diante de Deus
Em conclusão, eu não tenho uma fórmula de estratégias para lhe oferecer. Mas lhe aconselho a correr agora, e correr rapidamente ao seu Pai de aterrorizante glória. Confesse a ofensa do seu tédio ministerial. Ore e peça por olhos abertos aos 360 graus, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para que você veja a exibição da glória à qual você tem estado cego. Determine-se dedicar uma porção de cada dia para meditar na glória de Deus. Clame, busque com vigor a ajuda de outros e lembre-se de estar agradecido por Jesus quem lhe oferece Sua graça, mesmo ainda naqueles momentos quando essa graça não é, nem no mínimo, gloriosamente valiosa para você como deveria ser.
Pastor ou Executivo de Deus?
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Pr. Araúna dos Santos
Ao declarar, categoricamente, “O bom pastor dá a sua vida
pelas ovelhas” e exemplificar, objetivamente, “Eu sou o bom pastor”, Jesus
Cristo estabeleceu critério de avaliação do exercício pastoral na igreja. À
semelhança de Cristo, o pastor eclesiástico não deve servir a si mesmo, mas ao
rebanho – congregação – e esse serviço tem como característica o sacrifício
pessoal. Dar-se por inteiro – corpo e alma – imitando, ou melhor, reproduzindo
a vida e o ministério do Supremo Pastor, é a chamada, o propósito, o foco, o
desafio que distingue o verdadeiro Pastor do “Executivo de Deus” – o que cuida
do rebanho de Deus e o que administra seu próprio negócio.
Em outra ocasião (Mc 10.32-45; Mt 20.20-28), quando dois de
seus discípulos lhe pediram a honra de sentarem-se à sua direita e à sua
esquerda, na sua Glória, o Mestre, em resposta, lhes ensinou que aquela honra
desejada não era de sua competência conceder. Mateus esclarece que Jesus teria
afirmado ser da competência de Deus Pai – evidenciando, assim, sua humildade,
naquele tempo de encarnação do Verbo – Deus Filho (Fl 2.6-11). Na sequência de
seu diálogo com os discípulos, nosso Senhor esclareceu a questão, sintetizando:
“Vocês sabem que aqueles que são considerados governantes das nações as dominam
e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim, entre vocês.
Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo e quem
quiser ser o primeiro deverá ser escravo de todos. Pois, nem mesmo o Filho do
homem veio para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate de
muitos”. E não se pode esquecer o belo exemplo de Paulo – pastor e apóstolo –
ao escrever à igreja que estava em Corinto (II Co 4.5) e lembrar-lhes o escopo
de seu ministério pastoral naquela igreja: “porque não pregamos a nós mesmos,
mas a Jesus Cristo, e a nós como escravos de vocês, por causa de Cristo” – O
amor real de Cristo.
Digna de destaque também é a advertência de Pedro –
igualmente pastor e apóstolo – ao dirigir-se diretamente aos presbíteros
(pastores) em sua carta “aos peregrinos dispersos no Ponto, na Galácia, na
Capadócia, na província da Ásia e na Bitinia” (I Pe 5.1). Ao final de carta
exorta, com todas as letras: “pastoreiem o rebanho de Deus que está a seus
cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer.
Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como
dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho.
Quando se manifestar o Supremo Pastor, vocês receberão a imperecível coroa da glória”.
Na observação cuidadosa do texto, saltam aos olhos as
palavras: não por obrigação, não por ganância, não como dominadores. E, por
outro lado, os aspectos positivos são também ressaltados: livre vontade, desejo
de servir, como exemplos. Aqui estão características de personalidade, modelos
de atuação, traços de caráter, objetivos de vida, compreensão de ministério,
construção de relacionamentos e saúde de alma ou enfermidades que modelam o
pastor ou, simplesmente, o executivo de Deus.
A consciência ministerial do pastor é que ele está cuidando
do rebanho de Deus, a quem prestará contas. O.S.Hawkins, em seu valiosíssimo livro
- “The Pastor’s Prime” – deixa claro que nenhum pastor tem seu próprio
ministério e seu próprio rebanho. O ministério é recebido de Deus e pertence a Deus,
e o rebanho também. A igreja é de Cristo não do pastor e de ninguém mais. O
pastor e outros líderes na igreja, como a congregação, são apenas servos de
Cristo e uns dos outros, chamados para fazer o que Ele quer para a sua igreja.
O pastor não tem o domínio, mas precisa ter o cuidado.
É estranho ser pastor
Por Julian Freeman
Ser pastor é uma coisa estranha.
Proclamamos uma mensagem com o poder de
Deus para transformar as pessoas, mas não podemos sequer transformar a
nós mesmos. Chamamos os outros à perfeição, como o fez Jesus, mas nossas
vidas são cheias de imperfeição. Devemos pastorear como o Pastor,
embora sejamos simplesmente uma das ovelhas.
Buscamos fazer com que Cristo cresça
(embora ele seja invisível aos olhos humanos) enquanto buscamos diminuir
(embora permaneçamos estagnados semana após semana). Dizemos que
números não importam, mas desejamos que muitos sejam salvos. Labutamos
para que a igreja cresça, embora percebamos que cada alma aumenta a
nossa responsabilidade diante de Deus.
Tentamos expressar o Infinito e Eterno
em 45 minutos ou menos; obviamente falhamos, de forma que tentamos de
novo na semana seguinte.
Gastamos nossas vidas estudando um livro
que jamais compreenderemos completamente e lutamos para explicá-lo a um
povo que não pode entender à parte da obra de uma terceira parte.
Quanto mais estudamos, mais certos ficamos da sabedoria de Deus e da
nossa tolice; e, todavia, ainda devemos pregar.
É-nos dito que não muitos deveriam ser
mestres e que haverá um julgamento mais severo para aqueles que o são,
e, todavia, não conseguimos resistir à compulsão de pregar. Chamamos as
pessoas a fazer algo que elas não podem, com uma autoridade que não é
nossa, e então no final das nossas vidas prestamos contas a Deus pelas
almas que pastoreamos.
Somos chamados a nos afadigar na palavra
de Deus e em oração; todavia, não há nada a que o nosso inimigo se
oponha mais ativamente. Trabalhamos para edificar uma comunidade onde
pessoas sejam unidas, enquanto ocupamos um ofício cheio de tentações ao
isolamento.
Pregamos um evangelho de alegria, mas os pregadores são pressionados com tentações à depressão.
Devemos pregar com paixão, mas pastorear
com paciência. Devemos ser gentis com as ovelhas e ferozes com os
lobos. E devemos de alguma forma discernir a diferença.
Devemos instar para que as pessoas se
arrependam e creiam, embora sabendo o tempo todo que é Deus quem deve
salvar. Rogamos a Deus em oração até que nossa vontade seja alinhada à
dele. Devemos buscar fervorosamente a presença do Espírito, sabendo
muito bem que ele sopra onde quer.
Devemos lutar com toda a nossa força,
mas nunca, jamais confiar nela. Somos pagos para fazer satisfatoriamente
um trabalho que nunca termina: Quando estudei o suficiente? Quando orei
o suficiente? Quando aconselhei ou fiz mentoria o suficiente? Nós, que
nunca terminamos, somos chamados a levar outros a descansarem na obra
consumada/terminada de Jesus.
Por fim, trabalhamos e anelamos por
resultados que jamais podemos alcançar. Ser um pastor é uma jornada
permanente a um lugar de absoluta dependência.
Esse é um trabalho estranho: ser um pastor. Mas eu não o trocaria por nada neste mundo!
Como nasce um pastor?
Por Alex Belmonte
“É um grande
privilégio ser escolhido por Deus para fazer a sua Obra, mas é um grande
dever do escolhido preparar-se para realizá-la”. Sandro dos Anjos.
O chamado de um pastor é um dos assuntos
mais evidentes nas Sagradas Escrituras. Seu perfil e caráter são
revelados tanto no Novo como no Antigo Testamento de forma
impressionante e segura.
Mas parece
que as credenciais bíblicas do chamado e vocação pastoral são ignoradas
por alguns grupos cristãos, no que tange aos princípios para a ordenação
e consagração de ministros. O que vemos muitas vezes são “pastores”
realizando funções protocolares no ministério, do que ministros
desempenhando o dom espiritual do apascentamento e cuidado da Igreja de
Cristo. E, mais tenebroso ainda é reconhecer que existem muitos
pastores que não são pastoreados, verdade essa tão clara que você pode
até achar estranho o fato do ministro precisar dessa assistência, mas
todo pastor necessita de uma cobertura, como assim fizeram Barnabé com
Paulo (At.9.26-28; 11.22-26; 13.1-3), Paulo com Timóteo (2ª Tm.1.1-8,
13-15; 2.1,2) e muitos outros exemplos.
Mas todos os pastores precisam realmente
de um chamado exclusivo por Deus? Um pastor que não possui o chamado
não terá êxito mesmo estando na função? As frustrações pastorais
testemunhadas em nossos dias são resultados do erro quanto ao chamado
ministerial? Afinal, como nasce um pastor?
Primeiro desejo esclarecer os
significados das palavras “vocação” e “chamado”, visto que se tratando
do contexto religioso, ambas se encontram interligadas. O termo vocação,
do lat. vocare é a inclinação e aptidão para determinada
função. Denota uma disposição natural para uma coisa; e Chamado é a
confirmação da vocação para a determinada Missão. Denota o mecanismo de
ação da vocação.
Devemos iniciar o entendimento bíblico
do chamado em questão, a partir da figura e descrição ilustrativa do
pastor de ovelhas do Antigo Testamento, pois nessa esfera, a vida do
pastor em muitos aspectos é sintonizada em um paralelo com os
relacionamentos espirituais do líder cristão, sendo usada pelos
escritores bíblicos, repetidas vezes, como uma luz eficaz para a
transmissão de experiências quanto ao ministério e chamado do pastor.
O pastor de ovelhas no Antigo Testamento
era facilmente identificado por quatro elementos indispensáveis em sua
função: O cajado, a vara, a capa e, o alforje.
O cajado era usado principalmente para
guiar o rebanho e socorrer as ovelhas quando preciso (Êx. 21.19; 1º Sm.
17.40; Zc. 8.4). A vara era um símbolo de proteção e, em outros textos é
chamada de bordão (2º Re. 4.29). A capa era muito importante para o
pastor se acolher e se proteger e, o alforje levava alguns pertences de
uso pessoal do pastor (1º Sm. 17.40).
Quando chegamos ao cenário histórico do
Novo Testamento vemos os líderes sendo chamados para “pastorear” o
rebanho de Deus. Aqui temos o uso do termo pastor como uma nomenclatura
que identificaram as próprias palavras de Cristo, quando usando a figura
de metáfora, disse de Si mesmo: “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a
sua vida pelas ovelhas [...] Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas
ovelhas, e das minhas sou conhecido”. (Jo. 10.11-14).
Jesus usou a comparação por que sabia
muito bem acerca do cuidado do pastor com as ovelhas nos campos. Ser
pastor a partir daquele momento, na visão bíblica e neotestamentária,
significava cuidar de vidas da mesma forma que Cristo demonstrou no
cuidado e ensino no seu ministério na terra.
Partindo desses princípios referentes às
atividades da figura do pastor tanto no AT como as comparações e
simbolismo no NT, a Bíblia nos revela as três funções que compreendiam
as atividades reais de um pastor:
1) A proteção exclusiva do rebanho contra as feras e os perigos naturais; 2) O zelo pela seleção dos melhores pastos e campos verdes e; 3) O trato no crescimento da ovelha, com o cuidado do peso e o desenvolvimento de sua lã.
A partir dessas bases a Bíblia deixa
clara acerca do verdadeiro chamado de um pastor. Trata-se do servo que
desde seus primeiros passos na jornada cristã, junto aos seus (sua
igreja e seu pastor) possui real preocupação, primeiro na proteção da
igreja de Cristo, que compreende o bloqueio das contaminações do mundo,
dos falsos ensinos, dos caminhos tortuosos; segundo, o zelo pelo melhor
alimento através da pregação da Palavra de Deus, que edifica, exorta,
consola e desperta. Um servo que revela o chamado para pastorear sempre
transmitirá mensagens dentro desses quatro aspectos; e terceiro, pela
liderança espiritual que faz com que vidas desenvolvam seus ministérios e
alcancem seus sonhos. O pastor é um líder e seu chamado está
condicionado ás suas qualidades de liderança.
O que mencionamos até aqui pode ser
resumido numa verdade ampla: Não existe chamado pastoral distante dessas
realizações, bem menos algum pastor usado pelo Espírito Santo com
apenas uma dessas indicações, ou seja, se algum ministro está em falta
em algum desses princípios, com certeza seu chamado ministerial está em
desenvolvimento, mas, se lhe falta todos esses valores, com certeza
jamais foi chamado por Deus para pastorear.
Dentro desse raciocínio ainda desejo
expor duas situações: pastores que crêem no chamado, mas passam por
experiências frustrantes, e pastores que sabem realmente que não possuem
o chamado, mas entraram “acidentalmente” no ambiente ministerial.
No primeiro caso é de grande importância
saber que o início ministerial com experiências dolorosas não significa
algum tipo de erro no chamado, mas pode revelar um agir e preparo
exclusivo de Deus para algo bem maior. Deus o levará a compreender isso.
No segundo caso, temos alguém sem o
chamado na função pastoral, mesmo assim pastoreando. A falta de êxito
maior desse líder não está em seu realizar, de certo, ele sempre fará
algo em suas condições, mas sua situação revela claramente que suas
ações pastorais serão limitadas por lhe faltarem os elementos essenciais
que preenchem sua ordem vocacional e seu chamado divino.
No demais, desejamos muitos pastores Chamados, e menos chamados pastores.
A importância de um pastor
Por Maurício Zágari
De
uns tempos para cá, muito tem se falado sobre como pastores são
desnecessários. Que com o sacerdócio universal dos santos o ministério
pastoral tornou-se um desvio, um anacronismo descartável. Pastor de
tempo integral? Não precisa, dizem. Basta ter um “irmão mais experiente
na fé” que nos ajude na caminhada e está tudo certo. Entendo as causas
desse fenômeno, típico do século 21, mas sou obrigado a discordar dele. A
verdade é que escândalos públicos envolvendo pastores fizeram essa
“categoria” cair em descrédito. Quem antes era reverendo hoje é
suspeito até que se prove o contrário. E, para muitos, é melhor matar o
corpo todo do que amputar um dedo gangrenado. Então, na dúvida, cortem a
cabeça do ministério pastoral institucional. Só que isso é pecar pela
generalização e descartar o que Deus não descartou.
Tomo como parâmetro meus três pastores. São homens tementes a Deus,
comedidos com dinheiro, que tratam as ovelhas de modo extremamente
amoroso – seja disciplinando, seja restaurando. São pessoas
verdadeiramente vocacionadas, homens de Deus visivelmente preparados
para desempenhar suas funções eclesiásticas. Sacerdotes que, mais do que
julgar o erro alheio e punir pecadores, como verdadeiros cristãos que
são se preocupam com o que Jesus de fato se preocupou: não condenar
pessoas, mas conduzi-las ao Céu.
Recentemente, enfrentei um processo pessoal muito difícil. E meu
pastor foi essencial para que eu me mantivesse de pé. Testemunhei da
primeira fila a diferença que alguém que exerce o ministério por um real
chamado divino é capaz de fazer na vida de uma pessoa. Devido a esse
processo tinha perdido o ânimo de escrever no APENAS, como já relatei
aqui. Abandonei o blog, por crer ter pouco a oferecer e muito a
aprender. Mas foi meu pastor quem me incentivou a prosseguir. Sei que
vou escrever menos, pois, hoje, minhas atenções estão bem mais distantes
da Internet. Mas voltar a escrever aqui é a cereja do bolo daquilo que
devo a meu pastor.
Nesse período da minha vida, vi amor em quem poderia adotar aquela
postura carrasca que vemos em muitos pastores com mais notoriedade. Sim,
meus pastores são anônimos, você possivelmente nunca ouviu falar deles.
Mas, de dentro de seu anonimato, fizeram mais pela minha alma do que
todos os pastores famosos juntos. Vi compaixão e um interesse legítimo
de cuidar das ovelhas. Vi meu pastor ligar de outro país para saber como
eu estava. Vi esperança para o tão criticado ministério pastoral. E que
ninguém fale mal de meus pastores ou de sua atividade tão claramente
estabelecida por Deus quando eu estiver por perto, pois serei sempre um
defensor ferrenho. Por pura gratidão e por reconhecimento daquilo que é
feito por tão visível chamado divino.
Vivi na pele a importância de ter um bom pastor. Que, mais do que um
juiz ou um déspota, é um pai. E, como tal, disciplina quem ama, se for o
caso. Oferece o abraço, se for o caso. Dá orientações bíblicas e aponta
caminhos, se for o caso. E – em todos os casos – tem sempre uma única
preocupação em mente: conduzir cada ovelha que lhe foi confiada por
desígnio divino no caminho do Céu.
Saiba que seu pastor é seu aliado. Se ele não é perfeito… e daí? Você
é? Pastores têm o direito de errar, dê um desconto. São humanos. E não
super-humanos. Pastores pecam tanto quanto você e são perdoados por Deus
tanto quanto você. O que não faz deles menos pastores. Portanto, não
menospreze um bom sacerdote. Se o seu não é “bom” e você não reconhece
nele autoridade, busque outra igreja e outro pastor, isso não é pecado. O
importante é você ter um homem vocacionado por Deus para zelar por sua
alma.
Hoje, mais do que nunca, sei o quanto um pastor é importante em nossa
vida. Se deixarmos de lado a puerilidade ou o senso de rebeldia
característico da era pós-moderna e reconhecermos nos homens
verdadeiramente chamados pelo Senhor para o sacerdócio pessoas
confiáveis, teremos à disposição instrumentos maravilhosos de Deus para
nos auxiliar em nossa pedregosa caminhada nesta terra.
Sou grato a Cristo pelos pastores que tenho. Homens que me abençoaram
e me abençoam enormemente. E oro a Deus todos os dias por eles, em
gratidão. Pois só o Senhor sabe como foram importantes nas minhas crises
passadas, na minha vida hoje e no futuro da minha jornada. Muitas vezes
sem que eles nem ao menos soubessem: por uma palavra, uma orientação em
gabinete, uma visita ao hospital (no meu caso, mais de uma), uma
pregação, longas conversas, um abraço dado no momento certo.
Ame o seu pastor. Pois o fato de você ter um pastor é uma das provas de que Deus te ama.
O PASTOR E A E ORAÇÃO
No cultivo da
espiritualidade, a oração é o ponto de partida, a chave mestra. Elienai Cabral
citando Robert Murray McCheine aconselha: “Estude a santidade universal da
vida. Disso depende a tua vida, a tua utilidade plena, pois teus sermões duram
apenas uma ou duas horas, mas a tua vida prega durante toda a semana.
Entrega-te à oração e obtém os teus temas, os teus pensamentos e as tuas
palavras diretamente de Deus. Lutero empregava as suas melhores horas em
oração”.1 Jesus ensinou que
os homens devem orar sempre, sem desanimar. Se sua vida de oração for medíocre
e inconstante, sua primeira obrigação é separar tempo para essa obrigação.2
José Deneval Mendes diz
que a primeira prioridade do ministro é o seu relacionamento com Deus: “Nós nos consagraremos à oração”. Ao
tomarem essa decisão, os apóstolos estavam seguindo o exemplo do Mestre, que,
embora sendo Senhor e Mestre, separou parte das horas do dia, as mais
privilegiadas, para dedicar-se à comunhão plena com o Pai (Mt 14.23; Mc1.35;
6.46,47; Lc 5.15,16; 6.12; 9.28,29).3 Nesta mesma linha de
raciocínio Hernandes Dias Lopes nos diz que o pastor deve ser primariamente um
homem de oração e jejum. O relacionamento do pastor com Deus é a insígnia e a
credencial do seu ministério público. Os pregadores que prevalecem com Deus na
vida pessoal de oração são mais eficazes em seus púlpitos quando falam aos
homens.4
Elienai Cabral citando E.
M. Bounds diz que o púlpito de hoje é pobre em oração. O orgulho da erudição
opõe-se à humilde dependência da oração. A oração do púlpito é por demais
oficial – um desempenho na rotina do culto. Para o púlpito moderno, a oração
não é mais a força poderosa como o era na vida e no ministério de Paulo. Todo
pregador que não faz da oração um poderoso fator em sua vida e ministério, é
fraco como agente no trabalho de Deus; é impotente para fazer prosperar a causa
divina neste mundo.5
Se desejamos ver a
manifestação do poder de Deus, se desejamos ver vidas sendo transformadas, se
desejamos ver um saudável crescimento da igreja, devemos, portanto, orar
regular, privativa, sincera e poderosamente. O profeta Isaías diz que a oração
deve ser perseverante, expectante, confiante, ininterrupta, importuna e
vitoriosa (Is 62.6,7). O inferno treme quando uma igreja se dobra diante do
Senhor Todo-Poderoso para orar. A oração move a mão onipotente de Deus. Quando
trabalhamos, trabalhamos; mas quando oramos, Deus trabalha.6
Deus, o diabo e o mundo das artes
Por Maurício Zágari
Minha esposa ganhou convites para o
espetáculo de patinação “Disney on Ice”, em que diversos personagens da
Disney dançam e deslizam em belas coreografias sobre o gelo. Nunca tinha
assistido a nada do gênero, não fazia ideia de como era. Por isso,
levamos nossa filha ao Maracanãzinho. Lá estava eu, com minha filhinha
de 2 anos no colo, quando, no meio do show, entraram em cena todos os
bruxos e bruxas dos desenhos da Disney, numa grande e animada
coreografia. Confesso que me assustei e me preocupei. Deveria eu deixar
minha doce e inocente filha ficar vendo feiticeiras e feiticeiros num
cativante espetáculo de som e luz? Será que aquilo despertaria seu
fascínio pelo assunto? De algum modo aquilo a levaria a se tornar uma
satanista, uma adepta da bruxaria, uma depravada, uma apóstata ou mesmo
uma cristã mística que dedica mais tempo ao diabo do que a Deus? Deveria
eu me levantar e ir embora? A dúvida me consumia, quando entraram em
cena Mickey, Minnie, Pateta e Pato Donald e, em meio a muita algazarra,
expulsaram todos os bruxos de cena, enquanto a música celebrava a
vitória do bem sobre o mal e a criançada ia ao delírio com a derrota das
forças malignas. Sussurrei no ouvido de minha filhinha: “Tá vendo,
filha, Jesus deu um jeito de fazer os maus irem embora”. E ela começou a
gritar, animada: “Sai, bruxa má!”. Esse episódio me fez refletir muito
sobre qual é a diferença entre mencionar algo que vai contra os valores
do Evangelho e defender esse algo. Até que ponto discorrer sobre um
pecado estimula a prática desse pecado?
Minha conclusão é que entre mencionar e
defender a diferença é monstruosa. No entanto, muitos de nós, cristãos,
não conseguimos enxergar essa fronteira. Uma das áreas em que isso fica
mais claro são as artes, haja vista as antigas polêmicas que envolvem
questões como “música gospel X música do mundo”, “crente pode ir ao
cinema?” etc. Sei que essa é uma discussão sem fim, que desperta paixões
e defesas arraigadas, impulsivas e até agressivas (por favor, seja
gentil ao discordar de minhas posições nos comentários…), sei que tem
gente que considera a Disney um império satânico (graças a uma série de
fitas de videocassete que um pastor com intenções que só cabe a Deus
julgar lançou anos atrás, com algumas verdades sobre mensagens
subliminares mas também com muitos exageros). Todavia, gostaria de
compartilhar alguns pensamentos sobre o assunto.
Nas histórias da saga “Crepúsculo”
acontece o mesmo. Embora vampiros, ao contrário de bruxos, sejam seres
fictícios, nessa saga eles são lindos, sedutores, charmosos, os galãs
por quem as meninas suspiram.
Mas os personagens vampiros são e sempre
foram criaturas
das
trevas. Se você lhes aponta a cruz de Cristo o que eles fazem? A
abraçam? Ou fogem? Então seres das trevas que fogem da cruz passaram a
ser glorificados pela ficção. Até bem pouco tempo atrás os vampiros dos
livros e dos filmes eram sempre tenebrosos, horripilantes, assustadores.
“Crepúsculo” mudou isso e tornou desejável ser ou admirar alguém que
foge da cruz de Jesus. É tudo uma questão da mensagem que é transmitida.
Então vemos que um pano de fundo belo
pode ser o cenário para a transmissão de valores bem ruins do ponto de
vista bíblico. Por exemplo: já expus em posts como “Cristão deve ouvir
música do mundo?” e “O que é boa música evangélica?” que não vejo base
bíblica para proibir cristãos de ouvir músicas seculares cujas letras
não sejam antibíblicas. Mas isso deve ser sempre com cautela, analisando
cuidadosamente e à luz das Escrituras aquilo que se consome. Para fazer
um teste sobre isso decidi, por curiosidade pessoal, analisar letras de
músicas de um artista que não é do meu gosto musical (e que, por isso,
praticamente desconhecia seu repertório), mas que foi indicado por um
homem de Deus a quem respeito muito e que gosta dele. Por essa razão
decidi analisar as letras de suas canções e encontrei, em meio a muitas
músicas inofensivas e bonitas aos ouvidos, também muitas que
visivelmente contrariam o Evangelho e seus valores.
Minha
cobaia foi Ivan Lins (que fique claro que nada aqui versa sobre a
pessoa desse artista, apenas sobre as letras das canções que
interpreta). Fiquei surpreso e assustado com a quantidade de valores
antibíblicos em muitas de suas letras. “Vitoriosa”, “Porta entreaberta”,
“Dinorah, Dinorah” e “Lembra de mim”, por exemplo, defendem uma
sexualidade contrária ao padrão que as Escrituras estabelecem. Ainda
nessa área, “Ai, ai, ai, ai, ai” exalta a paixão sexual ultrarromântica,
assim como “Arrependimento”, que diz “Te amo, te amo, te amo / Mais que
tudo, mais que Deus”. “A gente merece ser feliz” e “Daquilo que eu sei”
defendem o hedonismo. “Caminhos cruzados” advoga o amor irracional.
“Acaso” transgride a soberania de Deus ao atribuir ao acaso fatos da
vida. “Lua soberana” louva Iemanjá. Em “Ainda te procuro” a alusão é a
buscar o amor nas cartas de uma cigana e em “Então é Natal” se insere no
meio da música o mantra dos Hare Krishnas, “Hare Rama”. Já “Festas”
passa uma noção totalmente equivocada do que é o Natal. A canção
“Cartomante” faz um salada ecumênica: “Tenha paciência, Deus está
contigo / Deus está conosco até o pescoço / Já está escrito, já está
previsto / Por todas as videntes, pelas cartomantes / Tá tudo nas
cartas, em todas as estrelas / No jogo dos búzios e nas profecias”.
E por aí vai.
Ou seja: nem tudo o que parece inocente apresenta valores bíblicos. Em tudo precisamos aplicar o tão falado discernimento.
Agora é preciso observarmos o outro lado
da moeda: uma obra de arte apenas relatar histórias de pecados,
idolatria, práticas equivocadas e tudo o que há de pior não a condena.
Que o diga a própria Bíblia, que relata tudo isso e muito mais, da queda
de Adão e Eva aos pecados das igrejas de Apocalipse, passando pelos de
Abraão, Moisés, Noé, Jacó, Davi, Pedro, Paulo e muitos outros. O
problema, a meu ver, é quando a obra defende a prática.
Já vi cristãos bons e sinceros desmerecerem livros magníficos, como o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura “Cem anos de solidão”,
que relata, dentro do realismo fantástico de Gabriel Garcia Marquez,
histórias extraordinárias e explicitamente fantasiosas com pecados
gravíssimos, mas sem estimular ninguém a agir daquela forma. Ou “Crônica
de uma morte anunciada”, do mesmo escritor, um excelente livro que fala
do comportamento humano ante a morte certa. Ou, ainda, “O amor nos
tempos do cólera”, uma linda história que tem como mensagem principal o
fato de que o amor verdadeiro não depende de tempo, mas sim da pessoa
(Jacó, que teve de trabalhar 14 anos por Raquel, que o diga). Imagine se
fossemos condenar todos os livros de Sir Arthur Conan Doyle e Agatha
Christie, por exemplo, por sempre versarem sobre crimes. Sherlock
Holmes, a propósito, é viciado em cocaína e há roubos e assassinatos em
praticamente todas as suas histórias – mas nunca se faz nelas defesa
dessas práticas.
Enfim, o que consigo ver na produção
artística de variados segmentos, como a música, a literatura, a pintura,
a escultura e outras artes é tanto a defesa (provavelmente
inconsciente, na maioria dos casos) de valores antibíblicos (como nas
músicas citadas acima) quanto a exposição não panfletária de nudez (como
a Vênus de Milo, que pratica topless e deixa seu “cofrinho” à mostra –
ver fotos) e a representação de um amor arrebatador, desesperado e
ultrassexualizado (como em Cantares de Salomão – na Bíblia). Aliás, para
quem lê Cantares entendendo o que lê, o comportamento sexual da família
Buendia de “Cem anos de solidão” parece história de ninar. Vênus de
MiloDeveríamos remover o livro mais erótico da Bíblia do cânon sagrado
por causa disso? Ou, talvez, deixar de publicar a Bíblia? Quem sabe
ainda proibir nossos filhos de ler as Escrituras, porque citam sexo,
bruxaria, assassinatos, genocídios, adultérios, demônios e outras coisas
terríveis?
Uma coisa é defender. Outra é relatar.
Creio que, por esse pudor bem-intencionado (é importante frisar isso)
porém desconectado da realidade, especialmente da realidade em que vivem
os nossos jovens, uma grande parcela da Igreja tem falhado
profundamente em orientar as novas gerações. Não é à toa que nossas
igrejas estão cheias de adolescentes solteiras grávidas e de adultos que
nãos sabem como proceder com relação às artes. Pois enquanto o mundo
cai batendo sem piedade, nós ainda falamos da abelhinha do papai
pousando na flor da mamãe.
Há uma guerra grave e severa no mundo
espiritual e, consequentemente, nas instâncias humanas, por nossos
corações e mentes. Falo de camarote: eu mesmo já fui vítima dessa guerra
e cometi pecados para os quais hoje, após o arrependimento, olho com
muita tristeza, profundo lamento e sem acreditar que fui capaz de
cometer tamanhas atrocidades. Só que cometi e hoje, embora perdoado por
Deus, carrego as cicatrizes – e para sempre as carregarei. Guerras são
assim: deixam mortos e feridos por todos os lados e, se você não está
bem protegido num abrigo antiaéreo, será atingido. No caso, nosso abrigo
chama-se Jesus de Nazaré. O mundo está usando AR-15 e tanques, enquanto
nós entramos com estalinhos e pistolas de água. Fica fácil ver de que
lado a corda vai romper, se continuarmos nesse caminho. Temos de
proteger nossos filhos para que eles não cometam os mesmos erros
abomináveis que nós cometemos no passado – e essa proteção deve ser
efetuada não com alienação, mas com oração e as indispensáveis
informação e instrução (sempre de forma adequada para cada faixa etária,
claro). Por ter cometido pecados que hoje abomino tenho de lutar de
forma arraigada para que minha filha não os cometa.
O
problema é que estamos empreendendo essa luta da forma errada. Pois, em
grande parte, nós, cristãos, acreditamos que a alienação é a saída: não
deixe ter acesso e está tudo certo; proíba a leitura e seu filho nunca
vai pecar. Só que alienação não cria jovens santos: cria jovens
alienados. Isolamos nossas crianças e nossos adolescentes, em vez de
instruir e ensinar. Proibimos em vez de dialogar (como se eles não
fossem ler escondido ou na casa do coleguinha). A saída não é propor uma
abstinência dos livros que ganharam o Prêmio Nobel só porque eles
relatam histórias de pessoas que pecam, mas estimular que leiam e então
discutir com eles o que ali está relatado. Quando leio para minha filha
de 2 anos a história do Patinho Feio, explico que discriminar os outros
porque são fisicamente diferentes é errado, é racismo, mas não a proíbo
de conhecer a história. E, quando leio Chapeuzinho Vermelho, falo sobre a
maldade do lobo em oposição à bondade de Chapeuzinho, não a proíbo de
ter acesso por se tratar de um livro violento (lembremos que o lobo é
sumariamente executado no final). Que dizer então do Gato de Botas, um
mentiroso frio e calculista que, para se dar bem na vida, inventa mil
ardis para enganar o rei, incentiva outras pessoas a mentir, assassina
sem piedade o gigante para poder usar o castelo dele em seu plano
maligno de ascensão social e no fim… vive feliz para sempre. Leio com
minha filha a história, mas explico cada erro cometido, cada equívoco.
E, sabe… hoje minha filha não vai muito com a cara do Gato de Botas.
Sou a favor da boa música, secular ou
cristã. Sou a favor da boa literatura – secular ou cristã. Sou a favor
das boas artes plásticas – seculares ou cristãs. Não deixarei de
estimular minha filha a ler a magnífica obra de Gabriel Garcia Marquez,
mas vamos conversar muito
sobre as mensagens de seus livroArte6s – as boas e as más. Não deixarei
de levar minha filha para ver os quadros da fase negra de Goya (ao
lado) devido à violência e ao mal retratados neles – mas lhe contarei
por que aquelas imagens são assim. Não vou fugir das galerias do Louvre
onde estão estátuas greco-romanas de homens nus, mas instruirei minha
filha sobre os conceitos estéticos vigentes naquelas culturas e o que
podemos tirar daquilo. Bem orientada, não creio que nada disso a tornará
uma depravada. Pelo contrário, a deixará instruída e prevenida. Até
porque, em paralelo, estarei ensinando a ela o Evangelho, explicando por
que Deus mandava seu povo dizimar nações à espada, permitia a
poligamia, mandava apedrejar pessoas até a morte, ordenava que cunhados
se casassem só para gerar descendentes e outras práticas bizarras que
ali são relatadas mas não estimuladas na nova aliança.
Porque, sejamos coerentes, se formos
simplesmente proibir nossos jovens de ler livros que contêm violência,
relatos de atos sexuais ilícitos e depravados, histórias de pecados
horripilantes, descrições extraordinárias de anjos duelando com demônios
e relatos de experiências de seguidores de doutrinas de demônios…
nenhum deles jamais leria a Bíblia.
Paz a todos.
Adore, Só não pode rebolar!
Se
eu comentar que a canção abaixo não é apropriada para adoração, alguns
argumentarão que Deus aceita todos os ritmos. Tudo bem, posso até
entender que todos os ritmos foram criados por homens inspirados por
Deus, mas quando a performance passa a suprimir o conteúdo, a coisa fica muito obsoleta. Será que a adoração é racional?
Quando uma canção cujo objetivo é
cultuar de forma comunitária, seja ela em um Reggae, Metal, Samba ou
Axé, ela necessita que a sua letra seja clara. A letra deve ser
prioridade, sem que, óbvio, se despreze a musicalidade. Mas não tenho
dúvidas… se a letra for “enchimento de linguiça” para simples empolgação
da platéia, haverá uma a séria possibilidade de não se ter o entendimento, nem tampouco adoração.
O cantor diz ao final da canção: “Nós
estamos na festa do Espírito”. Pergunto: alguém pode me explicar como é
mesmo essa festa? É Adoração Extravagante? Diversão de Crente? Ginástica
dançante? Ou mero show de auditório?
Só lembrando que caso alguém ouse fazer o passinho em casa: só “não pode rebolar”!
P.S.: Só deixando o registro de opinião pessoal. “Música fraca, letra pobre, apresentação tosca”.
ADUD nega que voz nas gravações picantes é de Marcos Pereira
O texto alerta que a conversa picante entre um homem e uma mulher faz parte do plano para denegrir a imagem do pastor que está preso desde o dia 7 de maio sob acusações de estupro.
“O pastor Marcos Pereira é inocente, e
palavras chulas numa gravação sem nenhuma autenticidade não vai mudar
isto!”, diz a nota que lembra que a gravação divulgada não passou por
perícia técnica.
“A ADUD convida o leitor a fazer a sua
própria perícia no áudio divulgado, a questionar por que não há NENHUMA
prova que incrimine nosso pastor em mais de 14 meses de investigação”.
O senador Magno Malta (PR-ES) teve
acesso ao processo e também a uma gravação onde os acusadores de Marcos
Pereira se organizam para acabar com o religioso e com os trabalhos da
ADUD.
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