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Por Jorge Fernandes Isah
Há a falsa premissa de que todos os caminhos levam a Deus; e de que Deus pode ser tocado e alcançado pelo esforço humano, seja qual for, desde que haja sinceridade e empenho e alguma dose de sacrifício no homem para se achegar, pois ele ama a diversidade e os esforços de união da humanidade [ecumenismo]. Ainda outro diz ser Deus amor, a tal ponto que nenhuma das suas criaturas, mesmo o diabo e seus anjos, perecerá, pois Deus não pode negar a si mesmo, logo, todos, sem exceção, serão salvos [universalismo]. Temos outra mentira: a de que Deus amou o homem a tal ponto que se colocou em seu próprio nível, descendo de sua condição de Deus para a de um "deus", de tal forma que não pode intervir em nada na criação, estando tão impotente como um espectador diante de um filme [teísmo aberto].
Há a falsa premissa de que todos os caminhos levam a Deus; e de que Deus pode ser tocado e alcançado pelo esforço humano, seja qual for, desde que haja sinceridade e empenho e alguma dose de sacrifício no homem para se achegar, pois ele ama a diversidade e os esforços de união da humanidade [ecumenismo]. Ainda outro diz ser Deus amor, a tal ponto que nenhuma das suas criaturas, mesmo o diabo e seus anjos, perecerá, pois Deus não pode negar a si mesmo, logo, todos, sem exceção, serão salvos [universalismo]. Temos outra mentira: a de que Deus amou o homem a tal ponto que se colocou em seu próprio nível, descendo de sua condição de Deus para a de um "deus", de tal forma que não pode intervir em nada na criação, estando tão impotente como um espectador diante de um filme [teísmo aberto].
Não
citarei outras premissas equivocadas e falsas, pois estas são
suficientes para exemplificar o meu argumento. Vejamos o que elas têm
em comum: um "Deus" amoroso mas permissivo com o pecado e o erro.
Aos
que são pais, ficará claro que os argumentos das três doutrinas são
um absurdo [e não é necessário sê-lo para perceber o equívoco]. Por
exemplo, qual de nós, em sã consciência, não puniria o filho que,
furtiva e sorrateiramente, tomou dinheiro da nossa carteira? Alguns,
talvez, não fizessem nada na primeira vez, seja lá o temor que tivessem
para não puni-lo. Acontece que o filho, livre do castigo, iria uma
segunda, terceira, quarta, quinta vez até a carteira, sempre
surrupiando valores maiores, num crescente grau de delinquência. Por
mais negligentes que sejam os pais, chegará um momento que o abuso
passará de todos os limites, e ele dará um basta à situação [ainda que
os motivos não sejam morais, mas meramente financeiros]. Portanto,
mesmo que o pai seja irresponsável e não ame o filho, chegará um
momento em que tomará a atitude de não sofrer mais o dano, denunciá-lo
e puni-lo. Ainda que a pena seja a própria impossibilidade do filho
continuar o seu crime [por exemplo, colocando o dinheiro em um
cofre-forte]. Em certo sentido, não permitir que ele continue a
praticá-lo é, em si mesmo, uma atitude ativa de penalizar-lhe a não
desenvolver e satisfazer o seu desejo perverso.
E no caso de Deus?
Há
de se considerar alguns pontos: primeiro, não se pode tirar nada de
Deus. Segundo, Deus é autoridade, e por ele todas as coisas foram
criadas e sustentadas. Logo, alegar passividade ou omissão da sua parte
é ilegítimo e uma injúria. Terceiro, Deus é santo, e convir com o
pecado ou o mal afetaria a sua santidade, o que faria dele um ser
mutável. Se um pai, por mais relapso e fraco, chegaria ao ponto de não
permitir mais os abusos do filho, o que levaria os adeptos dessas
três doutrinas [entre outras] a acreditar que o Deus Todo-Poderoso o
permitiria?
Mas
alguém pode dizer: "O pai pode, simplesmente, conviver com os furtos
do filho sem se importar ou tomar alguma providência que o impeça de
continuá-los. Sendo conivente com eles...". Realmente, seria uma
hipótese, que o tornaria no homem frouxo, amoral, omisso, negligente e
cúmplice do filho. Ele seria o co-autor da subtração, o estranho caso
de alguém colaborar e participar do crime contra si mesmo. E aí está a
questão: alguém, que se diz cristão, e em sã consciência, pode alegar
que Deus agiria assim?
Este
é o ponto: para Deus ser o que os ecumênicos, universalistas e
teístas-abertos reivindicam, teria de ser imoral, fraco, negligente,
permissivo, participante do pecado e do mal; a transgredir sua própria
lei; a infringir danos a si mesmo. O problema é fazer de Deus um
formador de quadrilhas, a se associar ao crime. Por não punir o
infrator, ele se tornaria em partícipe, que colaboraria de alguma forma
na conduta típica do filho, o furto. Isso o faria ainda mais
criminoso do que este; um criminoso qualificado, visto ter uma atuação
pessoal e própria na qualificação do delito, ou seja, ele seria o
fator estimulador, que incitaria os homens a cometê-lo, visto não
puni-los, tendo o poder de fazê-lo. Assim Deus violaria sua própria
lei, fazendo-se réu de si mesmo. É claro que o juiz não pode ser réu
no mesmo processo, então, quem o seria?
Além
de quebrar a sua própria lei, ele criaria um código moral inútil, que
seria rasgado a cada delito cometido, ao ponto do pecado ser um
delírio, uma divagação, uma intolerável e inadmissível possibilidade
dentro da impossibilidade. Fazendo de "Deus" um artesão imperfeito,
injusto, cínico... mas além disso o mantenedor do caos, ao se aproximar
dele sem impedi-lo, ou ao se aproximar dele sem os meios suficientes
para impedi-lo. No primeiro caso, ele seria dissoluto, no segundo,
incapaz.
Quando
ecumênicos, universalistas, teístas-abertos e outros, mesmo que se
digam cristãos, dizem que o Cristianismo bíblico faz de Deus o autor
do pecado, podemos replicar-lhes que os seus conceitos tornam-no o
praticante do pecado. A Bíblia diz que Deus é o criador de todas as
coisas, materiais e imateriais, boas e más, de sorte que nada,
absolutamente nada, escapa-lhe do controle e da criação. Deus
idealizou o pecado e o mal dentro de um plano perfeito, sábio e santo: o
decreto eterno. Porém, ele não faz o mal, por simplesmente não poder
fazê-lo, sendo bom. Ele não pode criar o caos, porque é o Deus
ordeiro. Nem cometer o pecado, porque é santo. Em sua perfeição, não
há imperfeição. Em sua imutabilidade, não há sombra de variação. Em
seu poder, não há fraqueza. Em sua sabedoria, não há tolice. Quem
pratica o mal e o pecado são suas criaturas, anjos e homens, segundo o
seu poder e autoridade, mas não por sua ação direta. O fato de Deus
ser efetivo e atuante em tudo não o torna no sujeito ativo de tudo
[com isso não quero dizer que Deus seja passivo, mas ele não é o
agente ativo do acontecimento, ainda que esteja a agir ativamente para
que ele ocorra segundo o seu plano]. Com isso, estou a dizer que o
homem nunca é passivo em seu pecado. Mesmo quando negligente ou
omisso, o homem é ativo em pecar ou em concordar com o pecado. O grau
de culpabilidade não o exime do dano. Dependerá sempre de sua decisão.
E sua escolha o tornará réu do crime ou não.
Porém
as doutrinas não-bíblicas fazem de Deus, em algum aspecto, o autor do
crime, ainda que seja na condição de um espectador, uma testemunha de
vista, um voyeur sádico.
Assim,
só há duas religiões: a divina e a humana. Uma se contrapõe à outra.
Infelizmente, alguns crentes e denominações cristãs têm se apegado a
parte da verdade e não à sua totalidade, unindo-a ao paganismo e ao
sincretismo para construir uma cosmovisão demoníaca e anticristã, onde
Deus é um mero espectador, um observador lânguido a dar longos
bocejos, ou a assentir tacitamente os desvios das suas criaturas.
Esse
padrão é muito parecido com o da mitologia geral, em que deuses se
misturam entre os homens como se fossem iguais, igualmente errando sem
que possam mudar em nada o seu destino ou das suas criaturas. Em suas
fraquezas, incertezas e confusões como poderiam julgar ou punir? Esse
conjunto de ideias é como erguer casas no pântano ou na areia...
desmoronarão irrevogáveis à menor investida, sem qualquer resistência.
Dentro
da cosmovisão bíblica é impossível conservarem-se harmoniosas,
racionais e lógicas. Pois elas partem do pressuposto de que o mundo
pode ser entendido a partir dele mesmo, como se fosse auto-explicável, e
de que não é necessário Deus para torná-lo inteligível e aplicável,
mas de que o seu significado está muito além dele... de maneira que
nem mesmo ele pode compreendê-lo.
O objetivo é um só: criar um conjunto uniforme de ideais que se
oponha ao Cristianismo bíblico; operando a partir do ponto de vista
relativista, pragmático e imanentista, colocando o homem como o ser
supremo, o centro do universo; ou quando não, ele se encarregará de
colocar outro em seu "trono", de forma que será escravo de si pelos
meios mais sórdidos e nefastos de se auto-subjugar: a rebeldia contra
Deus e o amor pelo pecado.
Desta
forma, a religião humanista [e nela, de certa forma, está contido o
arminianismo] subverte algo do Cristianismo para moldar a síntese de
que todas as concepções são legítimas, de que todos os caminhos são
aceitáveis, vistos que eles ensinam e se preocupam apenas com o
bem-estar do homem ou a liberdade de desejar e operar a autodestruição
sem as consequências advindas dela: a condenação e o sofrimento
eternos.
A
cosmovisão que declara o verdadeiro estado de depravação e iniquidade
do homem tem de ser combatida a fim de se resguardar a integridade
humana e a sua absolvição diante de um tribunal que não julga e de um
juiz comprometido com a injustiça. A cosmovisão a declarar que somente
Cristo é a única possibilidade de reconciliação do homem com Deus,
sendo ele o Verbo encarnado, pelo qual os pecados não nos são
imputados, é exclusivista, e tem de ser erradicada. Um deus desobrigado
consigo mesmo; ainda mais irresponsável que suas criaturas, as quais
abusam da sua tolerância de consentir com aquilo que deveria impedir, é
o arquétipo correspondente às muitas formas de auto-idolatria humana.
Não
há lugar para a biblicidade, nem para Deus como o ser supremo, justo e
santo, que irá julgar esse mesmo homem. Por isso, criou-se a imagem
de um "Deus" paspalhão, um sentimentalóide tosco e tolo, que acaba por
se sujeitar ao padrão estabelecido pelo homem e que o próprio homem
desconhece quais serão as suas consequências. Esse "Deus" não é
reconhecido na Escritura, nem em momento algum é visto ou descrito por
ela; o que os levará, primeiramente, à necessidade de relativizar e
desqualificar o texto bíblico como a fiel palavra de Deus; colocando-o
somente como mais um manual ético-moral entre tantos outros criados
pela mente humana, e que nem mesmo deve ser observado, tendo-se em
vista a sua contextualização cultural e temporal; cujo prazo de
validade expirou.
Com
isso, estão a dizer que a Escritura está ultrapassada, de que não há
mais contato entre a verdade e o mundo atual... a verdade não tem mais
lugar no presente século; tornou-se obsoleta, em um código que não
exprime nenhuma sintonia com os nossos dias, não sendo mais do que a
alternativa pífia para as mentes mais conservadoras, tacanhas e
sub-desenvolvidas. E inclui-se também e, urgentemente, a necessidade de
se destruir qualquer aspecto sobrenatural e histórico em suas
páginas.
Num
mundo subjetivo, onde as "verdades" são mutáveis e adaptáveis a todas
as formas de corrupção, qualquer defesa da Bíblia, como a palavra
fiel e inspirada de Deus, deve ser combatida. E o Estado, com a falsa
premissa de ser laico, acaba por ser antireligioso, mas não o
suficiente para impedir que "técnicas religiosas" se convertam em
métodos "científicos" aplicados à satisfação humana. A prova está na
aceitação pacífica do yoga, da acupultura e da ecologia [o culto
secular da deusa "Gaia"... olha a mitologia aí, novamente] como o
padrão aceitável de espiritualidade e civilidade humana. Qualquer
referência ao Absoluto deve ser substituído por conceitos paliativos,
que, quando muito, entretêm e prolongam os desejos e esperanças
inalcansáveis. Eles sustentam a expectativa de que são possíveis,
quando sua realização é improvável, e não passam de vãs promessas.
Assim
todas as formas que possam se fundir ao humanismo são aceitas, exceto
o Cristianismo Bíblico, ortodoxo e histórico, o qual não é
antropocêntrico, mas teocêntrico, e por isso, tem de ser destruído.
Presenciamos a união entre o secular e o religioso com o único
objetivo de erradicar o Deus biblico; e, para isso, têm de criar uma
forma diluída ou descaracterizada da verdade; iludindo os incautos de
que a mentira pode, em último caso, substituí-la eficientemente. Formas
aparentemente cristãs são criadas como sabotadores, intrusos que
invadirão a seara do Senhor e disseminarão o veneno da incredulidade e
da dúvida; ou da incerteza como única convicção a se defender.
Custe
o que custar, a esperança tem de morrer. Nem que para isso tenha-se
de criar um "Deus" covarde. Feito à imagem e semelhança do homem.
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