Por Fabio Campos
Texto base: “Reunindo Jesus os doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios, e para curarem doença”.– Lucas 9.1 SSB
Como é bom fazer parte
do maior projeto que já existiu em todos os tempos. Um projeto
arquitetado antes da fundação do mundo e que ainda está e sempre estará
em vigor até a consumação dos séculos. O Pai projetou e cumpriu tudo na
Pessoa Bendita do Filho. O Filho por sua vez comissionou àqueles que o
Pai o enviou. E a ordem foi para curar os enfermos e pregar o Reino de
Deus. Contudo, isso precisa de um requisito: “Autoridade”!, conforme
dito no texto de Lucas.
Podemos dizer que
“autoridade” é “o direito legitimo de exercitar o poder” com “força para
mandar”. Certo pastor explicou a diferença entre “poder” e
“autoridade”. Vinha ele em uma estrada - quando logo foi abordado por um
guarda de trânsito. O pastor naquela situação tinha o “poder” de seguir
em frente e desobedecer à ordem. Porém, o guarda tinha “autoridade”, a
qual lhe foi dispensada pelo estado. No final das contas - o pastor
parou seu veiculo, e vendo o guarda que tudo estava dentro da lei,
autorizou-o a prosseguir seu caminho.
O Senhor Jesus nos deu
autoridade sobre os demônios. Satanás tem poder; mas pela sujeição a
Deus, nós temos autoridade sobre ele - e por isso ele tem que fugir de
nós. Certa vez, um irmão, doutrinado em um meio onde não se acredita na
prática da “expulsão de demônios” para os dias atuais, se deparou com um
endemoninhado. E não somente um endemoninhado, era o endemoninhado.
O rapaz possesso se
armou de uma faca. A situação ficou tensa! E aí, o que aconteceu? Logo
veio o conflito no coração do irmão: “Tento alguma coisa e sou taxado de
“herege”, ou me omito na situação e permito uma tragédia?” Se não
houvesse quem expulsasse o espírito maligno, talvez pudesse acontecer um
homicídio. O irmão me disse que o Espírito Santo trouxe a sua memória a
autoridade que Cristo deu aos seus. Não deu outra! Mão na cabeça do
rapaz e na autoridade do Espírito Santo repreendeu o espírito maligno,
que logo saiu do homem, tranquilizando os demais.
Infelizmente, alguns
evangélicos substituíram o poder de Deus pelo poder de persuasão. O
“evangelho gnóstico” tem invadido nosso meio, ou seja, o melhor
articulador dos conceitos teológicos é tido o homem [ou mulher] com uma
“visão superior” aos demais. O “evangelho gnóstico” diz em si achar-se
conhecedor de uma faceta de compreensão que os demais irmãos ainda não
alcançaram.
O pecado reduz nossa
coragem e ousadia para proclamar a Palavra de Deus. Todas as vezes que
vamos orar ou pregar logo vem satanás nos acusando dizendo: “Quem é
você”? Foi o que aconteceu com os judeus exorcistas de atos (19.13-22).
Eles tentaram invocar o nome do Senhor sobre os homens possessos por
espíritos malignos, dizendo: “Esconjuro-vos por Jesus, a quem Paulo
prega”. Satanás conhece nossa vida, e ao derredor, procura quem possa
tragar. Estes judeus escutaram dos demônios: “Conheço Jesus e sei quem é
Paulo; mas vós, quem sois”. Logo a seguir o espírito imundo saltou
sobre eles e arrancou suas vestes e os feriram.
O Senhor Jesus nos deu
autoridade no Seu Nome (At 1.8; 4.33). Muitos podem ser vistos como
possuidores de autoridade a vista dos homens, mas nem todos possuem a
mesma diante de Deus. Essa autoridade não é conquistada dentro de uma
sala de aula; nem por livre escolha dos líderes da igreja. Essa
autoridade só pode ser dada dos céus e reconhecida pelos homens. Muitos
pregam bem, ensinam com excelência; são conhecedores da Bíblia e dos
tratados teológicos; mas não têm autoridade e graça de Deus sobre sua
vida.
Os escribas eram
possuidores de todas as características pertinentes alguém gabaritado
para realizar a obra de Deus. Mas quando Jesus ensinava, era diferente!
Todos se maravilhavam de sua doutrina, “porque os ensinava como quem tem
autoridade e não como os escribas e fariseus” (Mc 1.22). O Senhor
cumpriu seu ministério terreno pelo poder do Espírito Santo (Lc 4.14) e
não pela persuasão humana. Seu ensino vinha do Pai e não dos rabinos
[não desprezando os ensinos dos mestres para a edificação do corpo de
Cristo].
A autoridade é dada por
Deus, e independentemente do grau de instrução cognitiva e teológica
[não me refiro ao mínimo que se exige para o manuseio da Palavra], ou
sua posição social e nacionalidade, quando Deus comissiona alguém para
um chamado, nosso papel [se de fato houver temor em nós] é reconhecer
tal autoridade. Na terra do Egito na época de Jacó, dentro da
hierarquia, Faraó era o primeiro; abaixo dele estava José. Porém, quando
José foi apresentar seu pai Jacó a Faraó, a Bíblia diz que “Jacó
abençoou Faraó” (Gn 47.7).
Não importa seu status e
nem o lugar que esteja; se você foi comissionado por Cristo, logo
também estará revestido pelo Espírito Santo. Então não há o que temer!
Livre-se do pecado corriqueiro que o atrapalha na caminhada e prossiga
com os olhos fitos em Jesus (Hb 12.1-2). É disso que precisamos para
pregar o Reino. Fica a reflexão! Não basta conhecer a Bíblia; se faz
necessária a autoridade para expor o que ela diz! Isso não vem nem da
carne e nem do sangue, mas do Pai que está nos céus!
Soli Deo Gloria!
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