Nos céus, estabeleceu o SENHOR o Seu trono, e o Seu reino domina sobre tudo. - Salmos 103:19
Por Jason A. Van Bemmel
Você se lembra de quando descobriu que seu pai não era todo-poderoso? Quando era menino, eu realmente achava que meu pai podia fazer qualquer coisa. Meu
pai é bastante habilidoso e grande (mais de 1,98 m), e para um garoto
de 6 anos, ele se parecia com o Super Homem. No entanto, como todos
vocês, eu tive que enfrentar a dura e lenta constatação de que meu pai
não era, de fato, onipotente, até que, quando adolescente, passei a
imaginar se o meu pai podia realmente fazer alguma coisa certa.
Algumas
pessoas (mesmo aquelas que se intitulam "cristãs") acham que as nossas
típicas experiências da infância com nossos pais terrenos é um modelo
para aquilo que deve acontecer em relação a nossa visão de Deus ao
longo do tempo, à medida que amadurecemos em nossa fé. As
crises e os conflitos vêm, razão pela qual devemos ver que um mundo
cheio de maldade é incompatível com um Deus todo-poderoso e
completamente bom. Uma
vez que todos nós acreditamos que Deus é bom, devemos então abandonar a
idéia de que Deus é todo-poderoso em favor de um Deus que se parece
muito mais como nossos pais limitados e falíveis.
A Bíblia não nos dá qualquer espaço para uma visão tão pálida de Deus. EmEscritura após Escritura, Deus brilha com esplendor como o grande e glorioso Rei do Universo. "Porque para Deus não haverá impossíveis", a Bíblia proclama corajosamente e repetidas vezes (ver Lucas 1:37 e Marcos 10:27). "Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar”, Deus relembra o seu povo duvidoso em Isaías 59. "Ninguém há como o SENHOR, nosso Deus”,
nos é dito repetidas vezes e nos é dito exatamente o que isso
significa: Ninguém é como Deus em majestade, em santidade, na soberania e
na fidelidade dos pactos (mantendo suas promessas absolutamente).
Dois encontros com Soberania
Uma
forma de analisar a soberania absoluta de Deus é através dos olhos de
duas pessoas que estiveram cara a cara com Ele de maneiras diferentes:
Jó e Nabucodonosor. Jó
era um homem de Deus justo, que viu a soberania de Deus em ação nos
seus momentos de provações. Nabucodonosor foi um imperador orgulhoso que
aprendeu a lição da soberania de Deus da maneira mais difícil, por ser
destituído de seu poder e de sua sanidade por Deus.
Imagine ser tão fiel a Deus a ponto de Deus perceber e começar a se gabar de você. Deus estava tão orgulhoso da justiça de Jó que Ele se gabou de Jó com Satanás. Em resposta à aprovação de Deus sobre Jó, Satanás fez um trato com Deus e conseguiu permissão para testá-lo severamente. Contudo, não perca o ponto aqui: Satanás teve que obter autorização de Deus antes que pudesse tocar em Jó. Deus está no controle, inclusive das atividades de Satanás contra o Seu povo.
No ponto mais profundo de seu desespero, Jó desejou nunca ter nascido e questionou as razões de Deus por enviar tais provações à sua vida. Embora
Jó nunca tenha pecado contra Deus em acusá-Lo de injustiça, ele quis
saber dos motivos que Deus teria para prová-lo de forma tão severa (de
uma forma que pareceu a Jó como uma severa punição). Jó não entendia
porque seus filhos morreram, porque perdeu toda a sua riqueza ou porque
seu corpo estava coberto de chagas. Ele
não tinha respostas, e seus amigos foram de pouca ajuda, mas ele sabia
que a mão de Deus devia estar por trás daquelas suas horas escuras. E ele estava certo.
Sobre as perguntas de Jó, Deus proferiu suas próprias perguntas. Em uma furiosa tempestade, a voz de Deus surge para desafiar Jó e para relembrá-lo de quem é quem no universo. “Onde estavas tu", Deus começou, "quando eu lançava os fundamentos da terra?" Em outras palavras: "Quem exatamente você pensa que é para questionar Deus?”.
No
final das contas, a resposta de Jó a Deus foi simples, profunda e a
única verdade que todos nós precisamos saber, em última análise: "Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” (Jó 42: 2, 5-6). Jó tinha aprendido que Deus era Deus, e isso foi o bastante para ele.
Ao contrário de Jó, Nabucodonosor não era um servo de Deus, justo e humilde. Na
verdade, ele era um governante arrogante que construiu um ídolo de 27
metros para si mesmo e ordenou que todos se curvassem e o adorassem. No
entanto, este pecador perverso precisava, tanto quanto o justo servo
de Deus, saber a verdade sobre quem realmente estava no trono e era
digno de adoração. Então Deus deu ao Rei Nebby (Nabucodonosor) um sonho.
No
sonho, tal como interpretado por Daniel, Nabucodonosor soube que ele
estaria, em breve, despojado de toda a sua dignidade e sanidade, e iria
viver como um animal selvagem no deserto. Por quê? Nabucodonosor, havia se tornado orgulhoso e achava que sozinho era responsável pelo grande reino que havia construído. Ao olhar para fora sobre a gloriosa Babilônia, ele proclamou: "Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder e para a glória da minha majestade?” (Dn 4:30).
Depois
que Deus humilhou Nabucodonosor, seu coração foi mudado e ele
reconheceu que somente Deus é soberano sobre as questões das nações. Nabucodonosor proclamou:
“Pois
seu domínio é sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. Todos
os moradores da terra são por ele reputados em nada; e, segundo a sua
vontade, ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há
quem lhe possa deter a mão, nem lhe dizer: Que fazes?” - Daniel 4:34-35
Através da vida e exemplo de Jó, aprendemos que Deus é soberano sobre o nosso sofrimento. Todo
sofrimento vem da mão de Deus e serve aos seus propósitos últimos,
embora o sofrimento possa vir através de uma variedade de causas
secundárias (doença, desastres naturais, opressão demoníaca, pecado,
etc.). Através da vida e exemplo de Nabucodonosor, aprendemos que Deus
também é soberano sobre as nações e os governantes do mundo. Ele
levanta reis e presidentes e os usa para a Sua vontade, muitas vezes
para abençoar uma nação e, muitas vezes para trazer juízo e destruição. Mais
uma vez Deus usa as causas secundárias (eleições, revoluções, etc.),
mas a mão por trás de tudo isso é a Sua, e a Sua somente.
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