“Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o Senhor vosso Deus” Lv 20:7
“Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”1Pe 1:16
Encontramos o padrão da
vida cristã em Deus, e esse padrão é demonstrado através da Escritura
Sagrada. Não adianta tentarmos inventar filosofias ou desculpas para
nossas atitudes erradas. O padrão estabelecido por Deus é a Sua Palavra.
Não adianta dizermos que somos falhos, isso nós já sabemos. Deus não
pede, Ele manda que busquemos a santificação. Para o cristão, isso não é
uma opção.
Ao procurarmos observar
Deus através daquilo que Ele mesmo revela, encontramos os atributos
morais. Essa moralidade é demonstrada de forma clara, e ela que devemos
buscar em nossas vidas.
O cristianismo não é uma
religião sem regras. Se assim fosse seria sinônimo de anarquia. Apesar
de estarmos na Graça, Deus estabelece regras em sua palavra para que
vivamos de forma digna e agradável a Ele. A afirmação de que temos
liberdade em Cristo, não estamos debaixo da lei etc. tem sido
apresentada como desculpa para se viver uma vida alienada de princípios
bíblicos, descomprometida com a verdade escriturística e arraigada na
anarquia. Ora, a anarquia é a estrutura social em que não se exerce
qualquer forma de coação sobre o indivíduo. Esse tipo de atitude
culminará na negação do princípio da autoridade, e consequentemente irá
produzir a desmoralização, desrespeito e avacalhação do ambiente em que
se vive. Tudo isso terá como resultado final a desordem, confusão e
baralhada. Isto é, tudo será permitido em defesa da suposta liberdade em
Cristo. Será permitido beber demasiadamente e cantar em um coral, ou
prostituir-se descaradamente e subir nos púlpitos para se realizar
apresentações, mentir, fofocar, provocar intrigas… tudo em nome da
liberdade em Cristo. Muitos até afirmam que não podemos repreender
alguém que está no erro, pois este será guiado pelo Espírito Santo, ou
seja, impudentemente lançar-se-á nas costas do Espírito Santo a nossa
própria responsabilidade.
Age-se com Deus, como se Ele não estivesse observando a nossa vida e não fosse nos pedir contas de nossas ações.
“Porquanto está escrito:
Sede santos, porque eu sou santo”, foi o que disse Pedro. Essa
santidade implica no afastamento e reprovação verbal e prática do
pecado.
“Este testemunho é
verdadeiro. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sãos na
fé” (Tt 1:13), foi o que disse Paulo ao afirmar que a repreensão é
bíblica e deve ser realizada se alguém deseja a saúde verdadeiramente
espiritual. Em 1 Coríntios capítulo 5 encontramos Paulo repreendendo a
igreja porque esta sabia de um jovem que estava cometendo pecado e
ninguém lhe havia repreendido, mas estavam convivendo harmonicamente com
tal situação. Ao estudarmos a moralidade de Deus, entendemos que Ele
deseja que tenhamos a mesma atitude. Vejamos alguns pontos que julgamos
importantes acerca de Deus. E entenda que ao usar a expressão ‘Deus’,
refiro-me ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo:
Totalmente separado de tudo que é mal e que causa corrupção (Lv 11:44)
Totalmente perfeito, puro e íntegro (1Jo 1:5; Sl 99:9)
Odeia o pecado (Hc 1:13)
Sente prazer no que é santo e direito (Pv 15:9)
Não ouve aquele que insiste em continuar no pecado (Is 59:1-2)
Concede libertação a quem que se arrepende (1Pe 2:24)
Ao nos aproximarmos de Deus, algumas conseqüências surgirão, pois a santidade de Deus mostrará:
A realidade devastadora de nosso pecado (Jó 42:5-6)
A efetividade do arrependimento com a expiação através do sangue, antes do perdão (Hb 9:22)
A Graça remidora e o amor de Deus (Rm 5:6-8)
A necessidade de reverência e temor diante de Deus (Hb 12:28-29)
A veracidade da retidão de Deus (Sl 89:14)
A existência de regras e exigências por parte de Deus (Sl 145:17)
A execução das penalidades impostas pelas Suas leis (Sf 3:5)
A indignação contra o pecado e o amor a inteireza de caráter (Sl 11:4-7)
A punição para os perversos e injustos (Dn 9:12,14)
A concessão de perdão para o arrependido (1Jo 1:9)
A fidelidade ao cumprir a Sua Palavra e as Suas promessas (Ne 9:7-8)
A libertação e a defesa oferecidas ao Seu povo (Sl 103:6)
A recompensa para aqueles que foram justificados por Cristo (Hb 6:10)
A justificação daqueles que exerceram fé em Cristo (Rm 3:24-26)
A obliteração das penalidades que nós merecemos (Sl 103:8)
A doação de bênçãos para aqueles que não merecem (Ef 2:8-10)
Ao vermos a atitude de
Deus para conosco só podemos chegar a uma conclusão: Quem se aproxima
verdadeiramente de Deus sentirá um desejo irresistível de consertar a
sua vida para se parecer mais com o Senhor.
A aproximação de Deus
levará o indivíduo a entender a seriedade do pecado; a compreender a
necessidade de se tratar o pecador e não agasalhar o seu pecado; a
aceitar a existência de regras estabelecidas por Deus em Sua Palavra; a
buscar a reverência, temor e respeito para com Deus e Sua obra; a
demonstrar graça e misericórdia, sem se deixar confundir com
harmonização com o pecado; a cumprir com fidelidade a vontade Divina; a
doar-se em benefício dos outros, e em prol do Reino de Deus.
Quem se aproxima de Deus
irá entender o quanto somos falhos e o quanto precisamos buscar a
santidade. A santidade que nos faz parecer mais com Cristo, no meio de
uma sociedade entregue ao pecado. A santidade que nos faz desejar estar
com Cristo. A santidade que nos faz buscar o Reino de Deus e não este
mundo. A santidade que nos faz parecer cada vez menos com o estereótipo
estabelecido por um mundo cego espiritualmente.
Estar separado do pecado
não é o mesmo que ser legalista, no sentido pejorativo da palavra, mas é
ser um santo posicional, que busca uma santificação progressiva. É
buscar ser santo em todos os aspectos. E se para a sociedade pós-moderna
isso significa ser legalista, que sejamos antes legalistas do que
mundanos, descomprometidos com Deus e alienados da instrução bíblica.
Que sejamos, antes de qualquer coisa, servos que dão prazer ao Senhor,
do que senhores que maltratam e alienam seus servos, agindo como se
estivessem em pé de igualdade com o Senhor dos senhores.
Que sejamos servos de
fato e de verdade, e não apenas de aparência. Que definitivamente
possamos servir a Deus com aquilo que Ele nos deu, remindo o tempo,
instruindo sinceramente o povo, conduzindo-os ao arrependimento e
andando com ele, o povo, rumo ao objetivo proposto pelo Senhor. Que
paremos de “matar” o tempo dentro de nossas casas com coisas supérfluas e
luxos desnecessários e cumpramos a carreira que nos foi proposta.
Que possamos conduzir o
povo até Cristo, e depois disso instruí-los em como proceder, e não
conduzir o povo até nossos pensamentos particulares, alicerçados em
nossas experiências pessoais, gerando um batalhão de alienados e
idólatras de líderes mundanos e egocêntricos.
Que busquemos a Deus para parecermos mais com Ele.
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