Ele é Gladir Cabral, um emissário da boa arte. Sabe aquela canção “paz e comunhão”, pois então, é a imagem transcrita dele.
Fincado numa concepção de arte longe dos
guetos religiosos, Gladir nos apresenta um vasto repertório recheado de
leveza e graça. Um poeta nato, este artista cristão nos emociona com
tanta percepção relacionada ao mundo (criação), queda e redenção; eu o
chamaria de “observador da Graça”.
Certa vez adquiri um CD do “Luz para o Caminho”, e lá tinha uma canção do Gladir que dizia:
“O vento varre as velhas ruas
da nossa linda capital,
o vento leva o barco ao longe
e arrasta as folhas no quintal,
pois ele sabe que é outono
e à tarde traz o seu sinal,
desenha um universo novo
nas nuvens brancas do varal”.
O refrão falava:
“Quem sabe de onde vem o vento?
Quem sabe para onde vai?
Assim é todo o que é nascido
Do Eterno Espírito do Pai”.
Foi o suficiente para me fisgar. – “Que linda canção é esta?!” Exclamei. E logo iniciei a busca pelo repertório do Gladir.
Descobri então que ele é um dos grandes
expoentes de nossa música, além de pastor presbiteriano. Mas, como um
cara calmo, sereno e tranquilo, certamente a sua pressa não pairava na
fama, e sim em ser relevante para o Reino e para a arte.
Um dos seus clássicos é a canção “casa
nova”, titulo de seu primeiro DVD, cuja produção é simples, sofisticada e
com uma fotografia que não deixa a desejar em nada quanto as outras
produções do meio cristão e secular. Além desta e tantas como
encontramos em suas criações outras parcerias belíssimas com a presença
de gente como ‘Alma e Lua’, Jorge Camargo, Thiago Viana, João Alexandre e
outros…
Recentemente Gladir lançou um trabalho não rotulado de evangélico com o Jorge Camargo, o título é “A poesia caminha“.
O disco fala sobre várias cidades e imprime o olhar de como um cristão
observa, ou observaria suas paisagens, ruas, vielas, cotidiano e
monumentos. É de fato um trabalho belo e refinado. Um presente para a
diversidade artística e uma ponte de diálogo neste quesito, contudo,
realizada por cristãos artistas.
Pois é, ontem (dia 17 de agosto) tive a
oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, e todas as impressões foram
confirmadas. Gladir é um ser humano incrível.
O encontro se deu através de um evento organizado pelo pessoal da UMP da IV,
em Campina Grande-PB, que comemorava 20 anos de organização como
mocidade. Durante a tarde tivemos o privilégio de acompanhar um Workshop
sobre composição ministrado por ele. Ali ele comentava sobre aspectos
importantes sobre a música dentre tantos, a construção de imagens, o
endereçamento da canção (Onde? Para quem? Como?), a importância do
movimento, da reflexão e a sua clareza e integridade. Ao fim, o desafio
de compor uma canção juntos foi o momento mais deslumbrante.
A noite, ele nos conduziu a adoração com
várias canções dentre elas a canção “Rei do Universo” (logo abaixo em
vídeo), em seguida nos falou sobre “Esperança”, trazendo-nos a memória a
segunda vinda de Cristo e encerrou a noite cantando clássicos de seu
repertório.
Então gente, só a título de
simplicidade, e talvez na tentativa amena de “chocar” positivamente, no
citado encontro não houve camarins, contratos, estrelismos, segurança
contratado ou coisa assim. Tudo foi simples e lindo assim como Evangelho
o é. Jesus Cristo resplandeceu ali pois toda honra e Glória foi para
Ele! Encontros como este são valiosos e precisam ser ‘re-ensinados’ à
igreja. Precisamos de menos astros e necessitamos de mais comunhão e
reconhecimento de que no Reino, não há “grandes”, mas sim servos, amigos
e irmãos.
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