Por Renato Vargens
Por que manter crucifixos em locais
públicos se o Estado é “laico”? Não deveria haver espaço também para
símbolos de outras religiões? A cruz ofende e discrimina pessoas que não
são católicas. Essa é a ideia que se propaga em todo o mundo ocidental,
mais uma vez um subproduto da adoração à “deusa” Igualdade. Como se o
papel do cristianismo no processo civilizatório do Ocidente não tivesse
sido único.
Mas quem sabe disso hoje em dia? O
problema é que, comprometidas com a ideologia marxista, as escolas e
universidades não mais estão mostrando o tremendo impacto do
cristianismo na cultura, e o quanto nos beneficiamos disso. Leis mais
humanas, moralidade, tudo isso, que consideramos “lugar-comum”, é na
verdade cristão em sua origem. (Ver aqui no blog a série “O que Deus fez
por você através da cultura”, aqui e aqui.)
Sem o substrato cristão na cultura, ainda estaríamos como os antigos
romanos, sem o menor respeito pela vida humana enquanto tal, matando
crianças e inimigos do Estado sem limite algum. Esse igualitarismo
religioso é uma invenção do atual totalitarismo de esquerda para minar a
identidade cultural dos países, deixando-os mais abertos para as
engenharias sociais. A questão não é abrir espaço para Buda, mas sim por
que tirar o crucifixo: porque há interesses escusos na retirada do
substrato cristão da cultura. Como diziam os nazistas, são esses
“horríveis discípulos de Cristo” que impedem a matança generalizada ao
bel prazer deles (cf. Milosz, Mente cativa, e não, ele não era cristão,
mas relatou isto pois percebeu o que estava em jogo nos totalitarismos –
a mudança forçada e violenta da cultura e a criação do novo homem pelo
homem).
Claro, falar da positividade da moral
cristã na cultura não equivale a sancionar os muitos erros da religião
institucional. Como sou protestante, o crucifixo em si não me diz muito,
mas eu consigo ver além nessas medidas, e o que está além é o desejo de
secularizar completamente a cultura. E, como cristã, é meu dever
avisar: isso que as pessoas veem como “parte da paisagem” é uma
conquista cristã, como o fim do infanticídio; logo, se o cristianismo na
cultura continuar a ser banido, as conquistas também o serão. Não por
acaso, eminentes acadêmicos e cientistas – como o famigerado Peter
Singer – estão advogando a volta do… infanticídio!
Não é questão de religião oficial. É
reconhecer que somos o que somos com base principalmente no
cristianismo. A escola colabora com a secularização, logo, se as pessoas
não buscarem isso por si, ficarão achando que somos o que somos meio
que “por acaso”!
O crucifixo não diz que o Estado é
cristão, mas marca nossa identidade e a identidade do próprio Direito
ocidental. Se não sabemos mais essas coisas, é porque a doutrinação
esquerdista na escola e na universidade está funcionando bem. O maior
inimigo dos totalitarismos sempre foi o cristianismo. A história o
demonstra.
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