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Uma
das metáforas mais usadas nas Escrituras para referir-se à Igreja de
Cristo é a do Corpo. Juntos formamos o Corpo Místico de Cristo.
Paulo
escreve: “Assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os
membros, sendo muitos, formam um só corpo, assim é Cristo também” (1
Co.12:12).
Ora, sabemos que o corpo humano não é formado
só de membros (externos), mas também de órgãos (internos). Por que Paulo
escolheu a figura dos ‘membros’ para exemplificar nossa posição no
Corpo?
Ele fala de pés, orelhas, olhos, mãos, e não
pulmões, intestinos, estômago. Haveria algum motivo para que ele
preferisse os membros externos, em vez dos órgãos internos? Estou
convencido que sim. Não foi por acaso que ele escolheu a figura dos
membros para referir-se a nós.
É através dos nossos
membros que nosso corpo se relaciona com o mundo externo. Nossos órgãos
não têm qualquer ingerência no mundo exterior. Se fôssemos órgãos do
Corpo de Cristo, então deveríamos estar voltados para nós mesmos. O
papel dos órgãos é a manutenção do corpo. Mas o papel dos membros é
interagir entre si, e com o mundo à sua volta.
O vocábulo
grego “ekklesia” (igreja), significa “tirados pra fora”, ou “voltados
pra fora”. A única razão da existência e permanência da igreja aqui é o
próprio mundo. Portanto, temos que nos converter a ele. Converter-se ao
mundo não é conformar-se aos seus valores, mas voltar-se para suas
necessidades, a fim de supri-las através do amor.
Fomos
enviados por Cristo ao Mundo. Nos trancafiarmos em nós mesmos nada mais é
do que um motim, uma rebelião. Estamos sob as ordens do comandante de
nossa nau. E suas ordens são: içar as velas e levantar a âncora. Não
importa se os mares estão calmos ou revoltos. Nossa missão é cruzá-los.
Somos
as mãos de Cristo para socorrer os miseráveis deste mundo. Somos Seus
pés para percorrermos os terrenos íngremes e acidentados em busca das
ovelhas perdidas. Somos Seus ouvidos para ouvirmos o lamento dos
desesperados e consolá-los. Somos Seus olhos para constatarmos a
realidade, e Sua boca para contestarmos. Não temos o direito de ficarmos
indiferentes ao sofrimento humano, esteja onde ele estiver.
Definitivamente,
não somos Suas entranhas. Por isso, não há lugar para corporativismo
entre nós. Não vivemos em função de nossa subsistência. Vivemos em prol
do outro, daquele que está do lado de fora.Os membros estão dispostos em
pares, e isso nos remete à orientação de Jesus para que fôssemos
enviados ao Mundo “de dois em dois”. Alguém pode alegar que a boca não
tem um par, mas convém lembrar que ela é formada de dois lábios,
superior e inferior. Assim como o nariz é formado por duas narinas.
Uma
mão precisa da outra. Mesmo sendo destro, o corpo precisa da mão
canhota. Imagine quão dispendicioso seria digitar este texto com uma só
mão! Um pé não caminha sozinho (Estamos falando de Cristo, não de
saci-pererê, rs). Um olho só não seria capaz de enxergar o mundo em 3D.
Um só ouvido só ouviria em mono, e por isso, deixaria de identificar
sons mais sutis, que somente se ouve em estéreo.
E os
membros não se relacionam apenas com seus pares, mas também com os
demais. Quando cai um cisco no olho, é a mão que vem socorrê-lo. Um olho
é capaz de ajudar o outro a enxergar melhor, mas não pode remover um
cisco de seu par.
E todos os problemas enfrentados pelos
membros se devem à interatividade com o mundo. Da mesma forma, os
membros do Corpo de Cristo devem socorrer uns aos outros, quando esses
forem vítimas em sua caminhada pelo mundo. Paulo diz que não somos
apenas membros de Cristo, mas também “individualmente somos membros uns
dos outros” (Rm.12:5).
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