Bispo José Moreno
Um dos participantes,
apresentado como “psicógrafo”, fizera uma encenação de psicografia e
queria convencer-nos e aos telespectadores de que aquilo era uma
manifestação genuína da espiritualidade. Acostumado com manifestações
espirituais, discerni a farsa e a denunciei. Imediatamente, uma pessoa
telefonou para o programa indagando sobre Chico Xavier, se nós
considerávamos também encenação suas psicografias ou se ele seria um
esquizofrênico. Como resposta, o padre fez a afirmação que dá título a
este artigo.
Sem poder concordar, ao
me ser dada a palavra disse e repeti enfaticamente: “Não considero Chico
Xavier um homem de Deus!” [ele ainda vivia]. E disse mais: ele é um
homem necessitado de Deus, como qualquer outro. Na verdade, ele é
representante de uma doutrina maligna, altamente prejudicial ao ser
humano. Cerca de setenta a oitenta por cento das internações em unidades
psiquiátricas são de pessoas que têm algum tipo de ligação com o
espiritismo. Deixei isto bem claro, orando intimamente para que algum
telespectador fosse tocado pelo Espírito Santo e livrado de tal
maldição.
Durante o programa,
muitos textos bíblicos foram citados e interpretados erroneamente – e
tendenciosamente – para justificar o espiritismo. Não tive tempo para
refutá-los todos. Talvez seja conveniente escrever agora uma ou outra
palavra sobre este assunto. Pode ser que o meu leitor queira utilizar-se
deste material para melhorar sua compreensão ou até mesmo usar tais
argumentos para evangelizar seus amigos espíritas.
Allan Kardec definiu o
espiritismo como sendo uma “ciência de observação, uma ciência prática e
experimental, mas, ao mesmo tempo, uma filosofia, que compreende todas
as consequências morais que decorrem das relações que se podem
estabelecer com os espíritos” (O Que é O Espiritismo). O espiritismo
moderno tem suas origens nas experiências das irmãs Fox, nos idos de
1848, em Nova Iorque, EUA. Elas teriam se comunicado com um vendedor de
Bíblias que havia sido assassinado e que estava enterrado debaixo do
assoalho da casa em que viviam. Escavando-se o local indicado, foram
encontrados ossos e cabelos, o que deu ao fato repercussão tal, que
menos de trinta anos depois já se estimava em cerca de oito a onze
milhões os adeptos da nova “ciência”.
Do ponto de vista
bíblico, tais comunicações com espíritos de pessoas falecidas são na
verdade contato com espíritos malignos, aos quais o Senhor Jesus chama
de demônios, que se apresentam disfarçados, às vezes imitando voz e
trejeitos de algum morto. Pessoalmente, já mantive vários desses
contatos e tive a fortuna de desmascará-los todos. É bem oportuno ler
agora alguns trechos da Sagrada Escritura:
“Não se achará no meio
de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem
adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem
encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem
quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é
abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu
Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu
Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os
prognosticadores e os adivinhadores; porém, quanto a ti, o Senhor teu
Deus não te permitiu tal coisa” (Dt 18.10-14).
“Não vos voltareis para
os que consultam os mortos nem para os feiticeiros; não os busqueis para
não ficardes contaminados por eles. Eu sou o Senhor vosso Deus” (Lv
19.31).
E nada pode ser mais claro do que Isaías 8.19-20:
“Quando vos disserem:
Consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que
chilreiam e murmuram, respondei: Acaso não consultará um povo a seu
Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao
Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a
alva”.
Certa vez, fui
confrontado por uma senhora espírita com o argumento de que a
comunicação com os mortos é autorizada pela experiência que Jesus teve
na Transfiguração, quando se comunicou com Elias e Moisés (Mc 9.4).
Retruquei, dizendo que ela terá razão quando alguém puder
transfigurar-se como o fez Jesus. Ela deu a conversa por encerrada.
A divergência
fundamental que o cristianismo tem com o espiritismo diz respeito à
divindade do Senhor Jesus, “o verdadeiro Deus e a vida eterna” (1 Jo
5.20). Em Espiritismo para Crianças em Dez Lições, uma espécie de
catecismo, de autoria de Jozsef Diamantstein, revisto por Edna Nobuco
Oeda, publicado em São Paulo por Artes Gráficas Santa Filomena, em 1983,
à página 20, 9a Lição, podemos ler as perguntas 44 a 46 e suas
respectivas respostas: “Jesus é Deus? Não, Jesus é filho de Deus”;
“Jesus é nosso Pai? Não, Jesus é nosso Irmão porque nosso Pai é Deus”;
“Jesus é o Criador? Não, Jesus não é o Criador, porque o Criador é
Deus”.
Qualquer doutrina que
negue a divindade de Jesus é uma praga. O espiritismo é uma praga que
precisa ser erradicada dos corações – e, como vemos, já na infância. O
Diabo tem todo o interesse de diminuir a glória do Senhor Jesus. Eu, ao
contrário, tenho todo o interesse de engrandecer a glória do Senhor
Jesus.
Como o espiritismo prega
a prática do bem e da caridade, muitas pessoas acreditam que por isso
não é possível que venha de Satanás. Digo a essas pessoas que não se
deixem enganar, ”porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz.
Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em
ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras” (2 Co
11.14).
Se você é espírita,
torne-se cristão; se já é cristão e conhece um espírita, evangelize-o e
livre-o do engano, pois aquele que sabe fazer o bem e não o faz, comete
pecado (Tg 4.17).
Deus o abençoe rica e abundantemente!
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