Pr. Isaltino Gomes Coelho
Filho
Oscar Cullmann disse que os cristãos necessitam
de três conversões. A primeira é do mundo para Cristo, o
arrependimento. A segunda, para a igreja, o
compromisso. A terceira, para o mundo, o
testemunho. O termo “conversão” é usado no sentido de mudança
radical na vida.Um cristão é um convertido a Cristo. Não
se nasce cristão. Deus tem filhos, mas não netos. Não se é cristão por geografia
ou por nascer em lar cristão. Cristão é quem crê em Jesus e o segue: “As minhas
ovelhas escutam a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida
eterna, e por isso elas nunca morrerão. Ninguém poderá arrancá-las da minha mão”
(Jo 10.27-28). O cristão ouve a Jesus, é conhecido por ele, segue-o e tem a vida
eterna.
A segunda conversão é à igreja. Ela é obra
do sangue de Jesus: “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque
foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda
tribo, língua, povo e nação” (Ap 5.9-10). Quem rejeita a igreja alegando seus
defeitos é arrogante e não entendeu o evangelho. Presume-se perfeito. Faz-se
juiz da igreja. É ruim de convivência e culpa os outros. Está em pecado. Mas é
tão orgulhoso que nem nota isso. A igreja é imperfeita, mas um dia será
perfeita: “Quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele” (1Jo 3.2).
A igreja local não é uma faceta do corpo de
Cristo. Ela é o corpo de Cristo: “Pois bem, vocês são o corpo de Cristo, e cada
um é uma parte desse corpo” (1Co 12.27). Não se pode seguir a Jesus sem ser
igreja. Quem o segue já é igreja e deve amá-la: “Porque ninguém odeia o seu
próprio corpo. Pelo contrário, cada um alimenta e cuida do seu corpo…” (Ef
5.29). Ame a igreja, corpo de Cristo, do qual você faz parte. Isto é
compromisso. O convertido a Cristo é convertido à
igreja.
A terceira conversão é para o mundo. É o
testemunho. O monasticismo surgiu na Igreja Católica no século IV, como busca de
santidade fora da sociedade. O protestantismo recusou esta visão alienada e
insistiu na vida social. Como Jesus, a igreja não é do mundo: “Assim como eu não
sou do mundo, eles também não são” (Jo 17.16). Mas é enviada ao mundo, como
Jesus: “Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os enviei” (Jo 17.18).
Ela deve ser diferente do mundo. Mas não pode se
alienar. Deve mostrar Jesus ao mundo. O valor do sal não é no saleiro, mas na
comida. Sal guardado não salga. O cristão deve ser apaixonado pela vida. Deve
viver os valores de Jesus onde está. Há pastores apaixonados por conventos, mas
ele não é nosso campo de ação. É o mundo.
Você se converteu do mundo para Cristo.
Converta-se à igreja. Converta-se ao mundo. Foi salvo? Engaje-se na igreja, e
testemunhe ao mundo. Não use apenas palavras. Use o
caráter.
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