Por Maurício Zágari
Quem
já teve filho sabe do que vou falar. Você deixa seu neném todo
cheirosinho, passa creminho, talquinho. Uma graça. Fofo. Lindo. Por cima
de tudo vem a fraldinha. Coisa boa. Tem desenhos de bichinhos, da
Turma da Mônica, de balões coloridos. São objetos úteis, mimosos e que
deixam o neném com aquela aparência divertida de gorilinha, com o
traseiro desproporcionalmente maior do que deveria. Que invenção
extraordinária. A fralda retém o xixi e o cocô, mantém o bebê sequinho,
limpinho e cheiroso e impede desastres que só quem já segurou um neném
peladinho no colo enquanto ele faz xixi descontroladamente entende.
Mas
as fraldas têm um problema: se elas não estiverem bem ajustadas,
certinhas, no lugar certo... elas vazam. E aí, meu irmão, minha irmã,
não queira s
aber
a desgraceira que é. Não foi uma nem duas vezes em que acordei de
manhã e encontrei o berço da filhota parecendo um circo de horrores:
cocô espalhado pelas paredes, bichinhos, lençóis e, o que é pior: pelos
braços, pernas, rosto e até cabelo do nenêm. Porque não pense você que
ele entende que aquilo é sujo: para o pequeno é divertidíssimo se
esbaldar jogando caquinha pra todo lado, se esfregando com aquela coisa
quentinha e diferente e se emporcalhando com as imundícies que vazaram
da fralda mal ajustada. Prefiro nem pensar na hipótese de que depois da
farra feita ela lambeu os dedos. E isso não ocorre só no berço. Ocorre
no carrinho, na cadeirinha de comer, no automóvel da familia, no colo.
Se a fralda não está justa é certeza de que a coisa não vai prestar.
A
vida espiritual do crente tem certas semelhanças com esse processo.
Antes da conversão, somos como bebês peladinhos, fazendo todo tipo de
porcaria por aí, descontroladamente, sem nada que impeça que nossas
sujeiras e imundícies atinjam quem estiver ao nosso redor - e, em
especial, a nós mesmos. Até que Jesus nos chama para si, nos elege,
estende-nos sua graça. Com isso, numa metáfora. é como se Ele pusesse
uma fralda em nós. Pois na regeneração ocorre o processo de adoção (Jo
1): fomos feitos filhos de Deus e, com isso nos tornamos seus
herdeiros. E Jesus passa a cuidar de nós com olhar paterno. Passa
creminho nas assaduras do passado, nos limpa. Também nos torna justos.
Ou seja: ajusta-nos ao que é perfeito. Assim, pela graça do crucificado
somos justificados mediante a fé e nossas "fraldinhas espirituais" são
ajustadas perfeitamente em nós, impedindo que a sujeirada que antes
fazíamos volte a ser contaminação. Ficamos limpos, puros ou, como diz o
antigo hino, "alvos, mais que a neve".
Fraldas
que vazam são o terror dos pais. Pecados que retornam são o terror dos
cristãos. Ninguém deseja um ou outro. Mas acontece. E aí, o que fazer?
No caso do neném, troca-se a fralda desajustada por uma nova e todo o
processo de limpeza se repete: dá-se um banho no beb
ê
ou passa-se lencinhos umidecidos, creminho, talquinho... tudo de novo
até que aquele que fez a sujeirada retorne ao seu estado de pureza. Já
no caso do pecador o processo é bem similar. Mediante nosso
arrependimento, Jesus nos limpa, dá banho, cuida de nossa alma com o
creminho do perdão sobre as assaduras que o pecado provocou e ajusta
novamente aquilo que impedirá que a caquinha da desobediência a Deus
volte a nos sujar novamente. E aí retornamos ao nosso estado de pureza.
Você
se desajustou? Está coberto de imundície espiritual? Não se desespere.
Arrependa-se. Quem se sujava, não se suje mais. Mude de atitude. Pois,
mediante seu arrependimento e a graça de Cristo, Jesus vai limpá-lo,
purificá-lo e fazer você ficar limpinho e cheiroso aos olhos e às
narinas do Pai, como aqueles lindos e fofos bebês que sempre nos
deixam encantados por sua pureza e inocência.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
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