Por Rev. Hernandes Dias Lopes
Estêvão foi o primeiro
diácono da igreja primitiva e também o primeiro mártir do Cristianismo.
Foi um homem que viveu de forma plena. Era cheio do Espírito Santo,
cheio de sabedoria, cheio de fé, cheio de graça e cheio de poder.
Estêvão viveu de forma superlativa e morreu de forma exemplar. Sua vida
inspira ainda hoje milhões de pessoas. Seu legado atravessa os séculos.
Sua voz ainda ecoa em nossos ouvidos e suas obras ainda nos deixam
perplexos.
Seu discurso diante do
sinédrio é o sermão com o maior número de citações bíblicas de toda a
Escritura. Embora tenha sido eleito para a diaconia das mesas, exerceu
também a diaconia da palavra. Conhecia a palavra, vivia a palavra e
pregava com poder a palavra. Sua serenidade diante da perseguição era
notória. Sua coragem para enfrentar a morte era insuspeita. Enquanto
seus inimigos rilhavam os dentes contra ele, seu rosto transfigurava
como o rosto de um anjo. Mesmo sendo apedrejado pelo seus algozes, orou
por eles, à semelhança de Jesus. Em vez de evocar sobre eles a maldição,
pediu a Jesus para não colocar na conta deles seus próprios pecados.
Perdão e não vingança era o lema de sua vida.
Três marcas indeléveis distinguem esse protomártir do Cristianismo.
Em primeiro lugar, sua vida era irrepreensível (At
6.3). “Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação,
cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste
serviço”. Estêvão era homem de boa reputação. Seu caráter era
irrepreensível e sua conduta ilibada. Era homem impoluto e sem jaça. Sua
vida referendava seu ministério. Sua conduta era a base do seu
trabalho. Seu exemplo, o fundamento de sua liderança espiritual. Estêvão
viveu o que pregou. Não havia nenhum abismo entre suas palavras e suas
obras. Era íntegro e pleno.
Em segundo lugar, suas palavras eram irresistíveis (At
6.10). “E não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito, pelo qual ele
falava”. Por ser um homem cheio do Espírito, de sabedoria, de fé, de
graça e de poder, Estêvão era boca de Deus. Cada palavra que saia de sua
boca tinha o peso de uma tonelada. Seus inimigos podiam até discordar
dele, mas jamais refutá-lo. Estêvão tinha conhecimento e também
sabedoria. Tinha luz na mente e fogo no coração. Suas palavras eram ao
mesmo tempo ternas e doces e também fortes e cortantes. Ao mesmo que
trazia cura para os quebrantados, feria os de coração endurecido; ao
mesmo tempo que confortava os aflitos; perturbava os insolentes.
Em terceiro lugar, suas obras eram irrefutáveis (At
6.8). “Estêvão, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes
sinais entre o povo”. Estêvão pregava aos ouvidos e também aos olhos.
Falava e fazia, ensinava e demonstrava. Suas obras irrefutáveis
testificavam de suas palavras irresistíveis. Por ser um homem que vivia
cheio do Espírito, de fé, de sabedoria, de graça e de poder, Deus
operava por meio dele grandes milagres. Os milagres não são o evangelho,
mas abrem portas para testemunhá-lo. Muitos estudiosos da Bíblia
afirmam que a vida irrepreensível de Estêvão e o seu poderoso testemunho
na hora da morte impactou decisivamente o coração de Saulo de Tarso,
que mais tarde, convertido a Cristo, transformou-se no maior bandeirante
da fé. Que Deus nos dê homens do mesmo calibre de Estêvão, homens que
ousem viver de forma plena num mundo cheio de vazio.
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