Por Rev. Hernandes Dias Lopes
A salvação não é uma
conquista humana, mas uma dádiva de Deus. Não a alcançamos por mérito,
mas recebemo-la por graça. A salvação não é um troféu que erguemos como
fruto do nosso labor nem uma medalha de honra ao mérito, mas um presente
imerecido. Concernente à salvação, como dom inefável de Deus,
destacamos três verdades sublimes:
Em primeiro, a graça, o fundamento da salvação.
“Porque pela graça sois salvos…” (Ef 2.8aa). A graça de Deus é seu amor
imerecido, endereçado a pecadores perdidos e arruinados. Deus amou-nos
quando éramos fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Amou-nos não por
causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. Amou-nos não
por causa das nossas virtudes, mas apesar das nossas mazelas. Amou-nos
não porque éramos seus amigos, mas apesar de ser seus inimigos. Amou-nos
e deu-nos seu Filho Unigênito. Amou-nos e deu-nos tudo. Deu-se a si
mesmo. Deu seu Filho único. Deu-o não para ser servido, mas para servir.
Não para ser aplaudido entre os homens, mas morrer pelos pecadores.
Esse amor incomparável, incompreensível e indescritível a pecadores
indignos é a expressão mais eloquente de sua graça. Assim, não somos
salvos pela obra que realizamos para Deus, mas pela obra que Deus
realizou por nós, na cruz do Calvário. A cruz de Cristo é o palco onde
refulge com todo o esplendor a graça de Deus. Aqui está a causa
meritória da nossa redenção, o fundamento da nossa salvação.
Em segundo lugar, a fé, o instrumento da nossa salvação.
“… mediante a fé, e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não de obras,
para que ninguém se glorie” (Ef 2.8b,9). Não somos salvos por causa da
fé, mas mediante a fé. A fé não é a causa meritória, mas a causa
instrumental da nossa salvação. Apropriamos da salvação pela graça,
mediante a fé. A fé é a mão estendida de um mendigo para receber o
presente de um rei. Deus nos oferece a salvação gratuitamente e
apropriamo-nos dela pela fé. A própria fé não vem do homem, vem de Deus;
não é resultado de esforço ou mérito humano, mas presente de Deus. A fé
salvadora não é apenas um assentimento intelectual nem uma confiança
passageira apenas para as questões desta vida. A fé salvadora é plantada
em nosso coração pelo Espírito de Deus e então, transferimos nossa
confiança daquilo que fazemos para o que Cristo fez por nós na cruz. A
fé não apenas toma posse da salvação, mas, também, descansa na
suficiente obra de Cristo. Somos justificados pela fé, vivemos pela fé,
andamos de fé em fé e vencemos o mundo pela fé.
Em terceiro lugar, as boas obras, o propósito da nossa salvação.
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus, para as boas obras,
as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10).
Não somos salvos pelas boas obras, mas para as boas obras. As boas obras
não são a causa da salvação, mas sua consequência. Não fazemos boas
obras com o propósito de sermos salvos; fazemo-las porque já fomos
salvos pela graça, mediante a fé. É importante destacar que se as boas
obras não encontram lugar como causa meritória ou instrumental da
salvação, elas precisam ser vistas como a evidência da salvação. A fé e
as boas obras não estão em conflito. A fé sem as obras é morta; as obras
sem a fé não são boas. A fé produz obras e as obras provam a fé. A
salvação é só pela fé independente das obras, mas a fé salvadora nunca
vem só. Vem acompanhada das obras que glorificam a Deus e abençoam os
homens. Essas obras foram preparadas de antemão para que andássemos
nelas. Tudo provém de Deus, pois é ele quem opera em nós, tanto o querer
como o realizar.
A salvação é um dom
inefável de Deus. Foi planejada por Deus Pai, executada pelo Deus Filho e
aplicada pelo Deus Espírito Santo. Foi planejada na eternidade, é
executada na história e será consumada na segunda vinda de Cristo. Fomos
salvos pela graça, mediante a fé e para as boas obras!
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