O que te motiva a seguir Jesus? Se esta
não é uma questão que você continuamente pondera e responde, você se
afastará de Jesus ao invés de segui-lo.
O discípulo pragmático
Devido à inclinação pragmática de nossa
cultura, o mantra do discipulado moderno é “faça discípulos que façam
discípulos”. Esse mantra é pragmático e reprodutivo. A reprodução
pragmática é a principal preocupação de Jesus? Quando veio proclamar o
evangelho do Reino, ele transmitiu uma mensagem inspiradora e depois
passou os três pontos de ação sobre como fazer discípulos? Com certeza, o
que ele fez foi nos dar exemplo, instruir e enviar (Lucas 9-10). O
Reino de Deus está incorporado a um DNA reprodutivo (refletido em
algumas das parábolas agrícolas de Jesus). Mas o Reino de Deus também é
lento e profundo. Ele se estende por períodos árduos e pelas profundezas
do coração humano. O reinado de Cristo penetra nosso DNA, nos motivando
continuamente.
Ao invés de focar o seu treinamento no
“como”, Jesus incansavelmente chegava ao “porquê”. É por isso que muitos
de seus ditos são inquietantes. Como um mestre, ele despertava a
reflexão, e não apenas a ação: Indo eles caminho fora, alguém lhe disse:
Seguir-te-ei para onde quer que fores. Mas Jesus lhe respondeu: As
raposas têm seus covis, e as aves do céu, ninhos; Mas o Filho do Homem
não tem onde reclinar a cabeça (Lucas 9:57-58). Outro lhe disse:
Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro despedir-me dos de casa. Mas
Jesus lhe replicou: Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para
trás é apto para o reino de Deus. (versículos 61-62)
Jesus nos força a refletir sobre os
nossos motivos para segui-lo. Se vivemos para o conforto e facilidade,
não vamos desistir da nossa cama, dinheiro e entretenimento para
segui-lo. Se a comunidade ideal é o que motiva as nossas decisões, não
vamos desistir de amigos e familiares. Jesus é claro. Se quisermos ser
seus discípulos, devemos ser motivados por algo maior do que o conforto e
a comunidade. Seu Reino deve nos motivar, e o Reino requer sacrifícios.
Verdadeiros discípulos considerarão e
assumirão o custo de segui-lo vez após vez. Eles suportarão porque, ao
encontrar o Reino, eles encontrarão um Rei digno de seu sacrifício.
Procurando o porquê de sua existência, eles descobrirão uma pérola de
grande valor. Os discípulos que são motivados pelo pragmatismo só podem
considerar o custo e abraçar a causa de fazer discípulos que fazem
discípulos, mas quando chega o momento decisivo, eles se afastam de
Jesus, e não o seguem. Precisamos de mais do que os “comos” do
cumprimento da Grande Comissão para atravessarmos as adversidades que
advêm com o buscar primeiro o Reino de Deus.
O discípulo de Jesus
Quando Jesus proferiu o sermão do monte,
ele o encheu de motivação do Reino. A orientação principal para fazer
discípulos é precedida pela imagem de um rei ressurreto e radiante, com
poder e autoridade no céu e na terra (Daniel 7:9-14; Mateus 28:17). Ele é
forte o suficiente para depor as nações, e glorioso o suficiente para
convocá-las à sua adoração. Somos enviados sob essa proteção. Não somos
enviados na autoridade de nossa própria experiência, mas na autoridade
de seu senhorio. Nossa história não é suficiente para “fazer um
discípulo”, mas a história dele é. Por que cumprimos o ide? Para batizar
em seu nome, não em nosso. Fazer discípulos de todas as nações não é
uma causa pessoal, é o plano redentor do próprio Deus. A nossa
motivação, então, resulta de uma submersão na graça de Deus, e não do
alinhamento dos outros com a nossa maneira de fazer as coisas.
Como podemos continuar a fazer
discípulos quando estamos submersos no pecado até o pescoço? Temos que
lembrar que o sucesso da nossa missão exige não só a autoridade do Rei,
mas também a misericórdia do Messias. Ele é o Discípulo que tem sucesso
onde nós falhamos, em perfeita obediência a Deus. Nós estendemos a
misericórdia que vem das misericórdias dele, as quais se renovam a cada
dia.
Mas e se o campo missionário for muito
difícil? Eis que ele está conosco sempre, até o fim dos tempos. Nós
dependemos não só da obediência passada do Discípulo Fiel, mas também da
atual presença do Senhor ressurreto. Fazemos discípulos na autoridade
de Jesus, imersos na graça de Jesus, permanecendo na misericórdia de
Jesus, com a promessa da presença eterna do Rei Jesus. Os discípulos
precisam recuperar a motivação única para suportar todo o custo – a
suficiência infinita e o esplendor do nosso Senhor.
Por que seguimos Jesus? Por causa de quem ele é. Se tivermos Jesus, temos mais do que o suficiente para fazermos discípulos.
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