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Por Mizael Reis
Não
são poucos os que desacreditam da maravilhosa doutrina da
perseverança dos santos. Talvez, por uma espécie de síndrome da ética
do devedor, da qual concluem que devemos tanto a Deus que a salvação
não nos poderia ter alcançado tão “graciosamente”, muitos concluem que
se repousa mais fortemente sobre nossos ombros a árdua tarefa de
mantermo-nos salvos a fim de sermos finalmente salvos, e é por essa
razão que não somos plenamente salvos e devemos manter o que pode ser
perdido. Não sei como dizer isso de outra forma, mas, a meu ver, os
que objetam a verdade de tal doutrina, resistindo as sobejas passagens
pelas quais inequivocamente Deus salva efetiva e eternamente os seus,
responsabilizam-no, mesmo que sem querer, por dizer inconsistências,
sustentando inverdades, que são encontradas em sua palavra, quando por
meio dela mesma promete claramente algo que na visão de alguns não
significa realmente o que ele quis dizer em determinada passagem – a
nosso ver - ou ao que se interpreta pelo que é claramente dito. Digo
isso porque nas passagens das quais se extrai a doutrina da
perseverança dos santos, Deus diz fazer determinada obra em prol da
salvação para os quais ele quis redimir. Daí alguns reinterpretam tais
declarações divinas, dando-lhes novos significados as suas promessas,
tornando-o confuso, quase incompreensível.
No
desejo de ser puramente bíblico, analisemos alguns textos dos quais
se conclui a salvação inalienável dos eleitos, e de contínuo
constataremos que pessoas estão torcendo o que Deus claramente disse
sobre os salvos a fim de invalidar uma doutrina com a qual não
comungam.
“Bendito
seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo que, segundo a sua
grande misericórdia, nos gerou de novo para uma viva esperança, pela
ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, Para uma herança
incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos
céus para vós, que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus
para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo,” (1 Pe 1.3-5)
Por
meio da pena petrina Deus nos diz que a salvação da qual fazemos
parte fora nos dada como uma herança incorruptível. Ora, todas às
vezes que tal palavra ocorre nas Escrituras ela tem o sentido de
exprimir seu real significado, ou seja, que algo uma vez dito como
incorruptível jamais poderá se corromper. Assim se sucederá na
ressurreição dos salvos. Nós ressurgiremos e seremos transformados
para vida. Deus há de eliminar a corruptibilidade de nossa efêmera
vida mortal, revestindo-a de uma celestial e perene incorruptibilidade
com a qual permaneceremos eternamente salvos e eternamente livres de
uma possível corrupção. Da mesma forma, creio eu, quando em Pedro Deus
qualifica nossa herança como incorruptível, pretende nos dizer que
uma vez dada à nós tal salvação, a mesma não poderá ser perdida, nem
usurpada de nós pelo que no mundo seja corruptível. Igualmente, Pedro
nos diz que nossa salvação é incontaminável, ou seja, que não se pode
contaminar. Ora, se caso nossa salvação nos pudesse ser tirada ou por
nós perdida, onde estaria o sentido desta palavra quando relacionada a
nossa salvação? Se for possível ao cristão genuinamente regenerado
vir a perder-se totalmente ao ponto de que aquilo que um dia foi
chamado de puro venha torna-se impuro, onde haverá congruência na
ocorrência da palavra incontaminável ligada a natureza daquele que é
passível de contaminar-se? Ainda, Pedro diz que nossa salvação não
pode murchar. O inverno do pecado não pode murchar a flor de nossa
eterna salvação! A luz de nossa salvação não perderá jamais seu fulgor
frente às investidas do maligno. A viveza de nossa redenção não pode
enrugar-se, isso porque estamos guardados em Deus para salvação.
Assim, se nossa salvação puder ser corrompida pela nódoa do pecado a
ponto de perder-se fatalmente; contaminar-se a ponto de perder a
incontaminalidade prometida, se puder murchar ao ponto de perder sua
beleza dantes inalienável, e se tal salvação puder ser roubada e
perdida, mesma a tal sendo guardada por Deus na inviolabilidade
celestial, então não vejo como compreender as palavras do texto
sagrado, senão condicioná-las, segundo essa pueril compreensão, a
condição de o cristão ser isso tudo se ele quiser ser isso tudo,
imputando sobre o texto uma condicional que claramente não existe,
esvaziando o sentido das palavras empregadas no texto, sob nenhuma
justificativa plausível no texto, senão para tão somente discordar da
perseverança dos santos.
“Com
o fim de sermos para louvor da sua glória, nós os que primeiro
esperamos em Cristo; Em quem também vós estais, depois que ouvistes a
palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também
crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o
penhor da nossa herança, para redenção da possessão adquirida, para
louvor da sua glória”. (Ef 1.13,14)
Somos
salvos e por Deus selados com o Espírito Santo. O selo desde os
tempos remotos era usado a fim de garantir a inviolabilidade do objeto
selado, mantendo-o em sua genuinidade. Era uma proteção com a qual
cartas e objetos seriam garantidos contra a falsidade investida contra o
seu remetente. Assim, quando Paulo faz uso dessa palavra
confortando-nos ao dizer que nosso selo é o Espírito Santo, procura
garantir-nos que ao peregrinarmos nesse mundo rumo ao nosso destino,
somos inviolavelmente posse daquele que nos selou. Somos de Jesus
Cristo, o qual nos garante a chegada ao nosso destino, preservando-nos
por meio do seu selo, O Espírito Santo. Se é possível que nós possamos
nos perder, mesmo sendo selados com o Espírito Santo, não vejo qual o
sentido de se valer de tal palavra, visto que nossa salvação a
despeito do selo, não nos garanta que somos posse daqueles que nos
marcou como sua herdade, passível de perda. Ainda o texto diz que o
Espírito Santo que nos foi dado como um selo inalienável é o “penhor
da nossa herança”. O que é um penhor? Um penhor é um objeto que
garante o cumprimento da quitação de uma dívida. É o contrato do qual
se espera do devedor o seu fiel cumprimento com o seu credor. O
Espírito Santo fora nos dado como penhor na promessa de que Jesus
cumprirá aquilo que pelo
“Mas
Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós,
sendo nós ainda pecadores. Logo muito mais agora, tendo sido
justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Porque se
nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu
Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela
sua vida”. (Rm 5.8-10)
Os
pecadores justificados foram salvos da ira destinada aos impiedosos.
Deus nos amou e o seu amor o levou para o calvário por nós. O texto
acima diz que, se alguém foi alvo da piedade do Eterno, sendo salvo pela
obra redentora da cruz, o tal está liberto da ira de Deus a ser
derramada sobre os ímpios, e isto é garantido pelo fato do texto
certificar-nos de que, se alguém foi salvo agora muito mais o será a
eternidade. Ou seja, se já fomos reconciliados na morte de Jesus Cristo,
certamente que seremos mantidos a salvo na sua vida, e visto que ele
vive para sempre, nós também para sempre viveremos. “Portanto, pode
também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles.” (Hb 7.25) Em razão de sua vida,
nós viveremos. E assim como ele jamais morrerá, nós seremos por sua
eterna vida preservados e conservados para sempre. É por isso que a
Escritura diz que fomos “chamados, santificados em Deus Pai, e
conservados por Jesus Cristo” (Jd 1.1)
“Para
o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios. Por
cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei
em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o
meu depósito até àquele dia”. (2 Tm 1.12)
O
que Paulo afirma aqui? É triste que passagens tão claras como essa
estejam sendo submetidas a diluição daqueles cujas mentes não desejam
se comprometer como uma salvação tal que não se pode perder. Paulo
está certo de que? A despeito das adversidades que constantemente lhe
sobrevinham, apóstolo não titubeava, pelo que, a fim de mostrar-nos
como tais adversidades se constituíram numa fraca inimiga tentando
impedi-lo de caminhar, ele evoca sua fé naquele que é poderoso para
guardá-lo, e transpondo as adversidades resultantes de seu apostolado e
pregação entre os gentios, rumo aquele grande dia, ou seja, o de sua
salvação.
"As
evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. E a
palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e
Fileto; Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição
era já feita, e perverteram a fé de alguns. Todavia o fundamento de
Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e
qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniqüidade. Ora,
numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também
de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De
sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra,
santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa
obra". (1 Tm 16-21)
Ora,
se Deus conhece os que são seus e o apóstolo por meio dessa
declaração distanciou as ações de Himineu e Fileto das ações de um
crente fiel que possa de fato Deus conhecer, qual era o tipo de fé que
os dois naufragaram? Seria a fé que possui àqueles a quem Deus
conhece? Se for, qual então seria a lição de Paulo por meio do
contraste feito entre os que naufragaram e os que não naufragarão
mediante essa declaração, "Deus conhece os que são seus"?
A lição a se aprender das palavras de Paulo é que os que são conhecidos por Deus e os que proferem - fidedignamente - o nome de Cristo se apartarão da iniquidade, e não submergirão em perene queda como naufragaram, por exemplo, Himineu e Fileto. É o que nos diz o texto de João:
A lição a se aprender das palavras de Paulo é que os que são conhecidos por Deus e os que proferem - fidedignamente - o nome de Cristo se apartarão da iniquidade, e não submergirão em perene queda como naufragaram, por exemplo, Himineu e Fileto. É o que nos diz o texto de João:
"E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, como também ele é puro". (1 Jo 3.3)
"Purifica-se"
tem como objetivo neste texto explicar uma ação resultante do que é
nascido de Deus. A palavra não é imperativa e sim conclusiva.
Deus conhece os que são seus.
"A qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória". (1 Co 1.12)
Quem
conhece a Deus nunca crucificará ao senhor do Glória. Jamais se
afastará definitivamente a ponto de perder-se fatal e irreversivelmente.
Assim, os que são conhecidos por Deus não incorrerão nesse pecado, o
de crucificar ao Senhor da Glória, por meio de uma incrédula e
contumaz rejeição. O texto diz que aquele que conhece ao Senhor nunca
seria capaz de crucificá-lo, e isso é facilmente interpretado pelo
emprego da palavra “nunca” a qual quer dizer nada além de “jamais
fazer isso”, jamais incorrer no erro dos príncipes deste mundo os
quais nunca conheceram aquele ao qual estão crucificaram.
"Porque
os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos
irmãos." (Rm 8.29)Não há possibilidade de Deus esquecer-se
daqueles que ele predestinou, visto que seu conhecimento foi
soberanamente planejado a manifestar-se por meio de um plano que tem
como objetivo final a glorificação. De quem? Daqueles cujos quais ele
conheceu para serem conforme a imagem de Jesus Cristo:
“E
aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes
também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” (Rm 8.30)
Não
há possibilidade de que um crente predestinado, chamado e justificado
possa, em um momento de sua vida perde-se totalmente e não galgar o
último passo desse elo inseparável e inevitavelmente concretizado na
vida dos que são de Deus.
"Deus
não rejeitou o seu povo, que antes conheceu. Ou não sabeis o que a
Escritura diz de Elias, como fala a Deus contra Israel, dizendo:”
(Rm 11.2) - Deus não pode rejeitar àqueles que ele conheceu. Não que o
faz por meio de coação frente à exigência daqueles pelos quais ele
salvou e sim porque Ele quis que fosse assim. Se ele conheceu, é certo
de que ele não lhes rejeitará, ele conheceu os 7000 que estavam na
caverna, bem como conhece um remanescente provido segundo a eleição da
graça e da mesma forma que livrou os profetas escondidos, igualmente
livrará os seus da danação preparada para os que não se arrependerem.
"Pai,
aqueles que me deste quero que, onde eu estiver, também eles estejam
comigo, para que vejam a minha glória que me deste; porque tu me
amaste antes da fundação do mundo." (Jo 17.24)
Como pode haver possibilidade de se perderem aqueles que estarão sempre com Jesus onde Ele estiver, O Jesus encarnado amado antes da fundação do mundo? Sob nenhuma hipótese uma vida salva por Deus perder-se-á, isso porque os que são conhecidos por Deus, o serão por toda a eternidade. Estarão para sempre no reduto de Deus tal como sempre Deus se fez neste eternamente presente.
Como pode haver possibilidade de se perderem aqueles que estarão sempre com Jesus onde Ele estiver, O Jesus encarnado amado antes da fundação do mundo? Sob nenhuma hipótese uma vida salva por Deus perder-se-á, isso porque os que são conhecidos por Deus, o serão por toda a eternidade. Estarão para sempre no reduto de Deus tal como sempre Deus se fez neste eternamente presente.
"Pai
justo, o mundo não te conheceu; mas eu te conheci, e estes conheceram
que tu me enviaste a mim. E eu lhes fiz conhecer o teu nome, e lho
farei conhecer mais, para que o amor com que me tens amado esteja
neles, e eu neles esteja." (Jo 17.25,26)
Como haveria possibilidade de tamanha união ser dissolvida?
Como haveria possibilidade de tamanha união ser dissolvida?
"Para
que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que
também eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste.
E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como
nós somos um" (Jo 17.21,22)
Aqui
o Evangelista não poderia ter sido mais incisivo. Como tamanha
aliança poderá ser quebrada? Ao Senhor Jesus ser-lhe-í-a possível
desatar-lhe sua aliança com o Pai? Evidente que não. Eles são Um junto
com o Espírito Santo. Pois então, assim como a união do Pai com o
Filho é indissolúvel, tal o é e sempre será a união dos que pelo Pai
foram dados a Jesus para conhecê-lo. É isso que diz o texto acima,
eles serão um com Jesus, assim como Jesus é um com o Pai. Afirmar que
há possibilidade de separação entre Jesus e os crentes verdadeiros,
consistirá em afirmar que há possibilidade de separação naqueles cuja
união foi citada no contexto com exemplo da união dos crentes com
Cristo, a saber, Jesus e o Pai. O texto diz “assim sejam – unidos –
como tu é Eu o somos – Jesus e o Pai.
“As
minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; E
dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as
arrebatará da minha mão. Meu Pai, que, mas deu, é maior do que todos; e
ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um.” (Jo 10.27-30)
Aqueles
que são conhecidos por Jesus ouvem a sua voz, o seguem e jamais se
perderão porque a indissolubilidade que acompanha a Trindade
revelar-se-á também sobre aqueles que o Pai der a Jesus Cristo, e é por
essa razão que Jesus conclui sua promessa mostrando-nos a união que há
entre o Deus Trino, quando disse: “Eu e o Pai somos um”. Elas não hão
de perecer disse Jesus. Contudo, a despeito dessa afirmação
inquestionável há aqueles que por meio de uma interjeição – porém –
abrem uma concessão que não existe no texto, por meio de uma conjunção
adversativa que sequer existe no texto, do tipo “porém”, “entretanto”.
Ou seja, dizem ser verdade o texto sobre os que fazem por onde para
validá-lo em suas vidas. Os cristãos não perecerão se não perecerem.
Eles não serão arrebatados, caso não permitam que o sejam. Contudo,
essas exceções, relativizam o próprio poder do Pai, que no texto é
razão de os crentes não se perderem. Eles estão guardados pelo poder do
Pai que a todos é maior. A sua mão é forte para mantê-los. Abrir uma
exceção sobre o destino imputado sobre os que foram salvos, significa a
abrir exceção sobre a forte mão de Deus. Há algo que possa
enfraquecê-la a ponto de que seus filhos lhe sejam tirados de seu
regaço? Se há algo, a justificativa de Jesus, explicando por qual
motivo não nos perderemos tornar-se-á fraca, pois é sujeita a
circunstancias que a fraquejam.
Mas
há alguns que não o conhecem, e os tais são os que nunca conheceram a
Jesus e não alguns que o conhecendo foram desconhecidos por Jesus ali
na frente.
“Visto
como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua
sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” (1 Co 1.21)
O mundo aqui conota os ímpios e os crentes consistem naqueles que serão salvos. Na mesma conclusividade segue o texto abaixo:
“Vede
quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados
filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece
a ele.” (1 Jo 3.1)
Quem não conhece a Jesus não guarda sua palavra:
“E
vós não o conheceis, mas eu conheço-o. E, se disser que o não
conheço, serei mentiroso como vós; mas conheço-o e guardo a sua
palavra.” (Jo 8.55)
A
evidência a ser revelada naqueles aos quais o Pai conhece é que
guardarão sua palavra e a evidência a ser revelada naqueles ditos quais
Deus não conhece não guardarão a sua palavra. E por isso que João, ao
lado da declaração do mestre nos alerta:
“Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.” (1 Jo 2.4)
Conhecer a Jesus implica em ser antes conhecido por ele.
“Mas
agora, conhecendo a Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como
tornais outra vez a esses rudimentos fracos e pobres, aos quais de
novo quereis servir?” (Gl 4.9) – Paulo exclama: Como vocês
poderiam voltar aos rudimentos deste mundo se foram conhecidos por
Deus na eternidade? (Ele exclama tal incoerência a não ser
experimentada pelos que foram genuinamente conhecidos por Deus).
E
todo aquele que é conhecido por Deus guarda os seus mandamentos e
nele está a verdade. Assim, por meio desses versículos acima, afirmo:
Existem os que por Deus são conhecidos, e esses são os que foram
predestinados, desde a eternidade, a se apropriarem da salvação.
Contudo, existem os que embora membrados em suas reuniões
assemelhando-se como ovelhas de Cristo sorrateira e sutilmente no
arraial dos santos, não passam de ímpios e de não-convertidos, e os
tais, nunca foram conhecidos por Deus, muito embora se parecessem com
um cristão. É o que pode ser entendido pelas palavras de Jesus abaixo:
“Porfiai
por entrar pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos
procurarão entrar, e não poderão. Quando o pai de família se levantar e
cerrar a porta, e começardes, de fora, a bater à porta, dizendo:
Senhor, Senhor, abre-nos; e, respondendo ele, vos disser: Não sei de
onde vós sois; Então começareis a dizer: Temos comido e bebido na tua
presença, e tu tens ensinado nas nossas ruas. E ele vos responderá:
Digo-vos que não sei de onde vós sois; apartai-vos de mim, vós todos
os que praticais a iniqüidade. Ali haverá choro e ranger de dentes,
quando virdes Abraão, e Isaque, e Jacó, e todos os profetas no reino
de Deus, e vós lançados fora.” (Lc 13.24-28)
Há
pessoas tentando entrar pela porta estreita sem submeter-se à ela.
Estão entre nós, mas não são de nós. Porém, permanecerão entre nós, até
que o Pai – Deus – por fim, feche a porta permanentemente, e dirá os
falsos cristãos a verdade sobre suas vidas: “De onde sois vós? Não sei
de onde sois vós”, em outras palavras, “não conheço você”, e ainda,
eles sempre praticaram a iniquidade, muito embora se mostrassem por
vezes, “interessados” para entrar na porta, na qual nunca lhes foi
permitido entrar. Estes reprovados alegarão, vejam, alegarão que
“comeram na presença do senhor – quem sabe uma alusão a ceia,
comungada de forma indigna e infiel - e participaram do ensino bíblico
na igreja. Eles participaram do símbolo da fé e da comunhão da fé sem
serem genuinamente da fé, senão que eram membros locais da igreja,
sem que fossem membros espirituais da Igreja de Cristo.
Ainda,
sobre essa passagem, Mateus é mais incisivo e faz uso da palavra a
qual nos é de grande interesse e valia na discussão em pauta:
“Nem
todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão
naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em
teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas
maravilhas. E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci;
apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade”. (Mt 7.22,23)
Nem
todo que diz “Senhor”, conforme nos diz o evangelista, são de Deus.
Nem todos que estão entre nós se dizendo salvos são de fato salvos, a
fim de que por meio da fé fraca e débil destes, que nestes, em algum
momento se manifestará, se faça comparações banais visando comprometer
uma visão de uma fé genuinamente dada e jamais retirada, alegando que
por meio do abandono desses a fé que supostamente possuíam se possa
concluir que um genuíno cristão pode perder a fé genuína. Esses que se
dizem ser nada são, senão homens cujas vidas não foram transformadas,
muito embora se passem como cristãos ao serem frequentes aos cultos e
as funções da Igreja. E ainda simularão piedade quando frente ao Reto
juiz alegarão vida santa. Eles dirão que profetizaram, expulsaram
demônios, isso depois de Cristo ter dito aos seus que é por meio de
contínua oração e jejum que os demônios serão expelidos, visando
convergência, e alegarão terem feito maravilhas pelo nome de Jesus.
Todas essas “defesas” se desmoronarão frente aquele cuja onisciência é
infinita e serão reputadas como obras falaciosas e mentirosas, quando
por meio de uma única declaração, Jesus levantar o tapete de seus
corações e mostrar-lhes as suas sujeiras: “Nunca vos conheci”. É
impossível que esses os quais Jesus disse nunca tê-los conhecido sejam
alguns dos quais ele disse ter conhecido antes da fundação do mundo,
isso porque nunca “ter conhecido”, não é a mesma coisa que dizer “ter
conhecido um tempo e deixar de conhecer em outro”, e sim, que nunca
foram de Deus, nunca foram salvos, nunca foram conhecidos desde a
eternidade, isso porque os que são conhecidos por Deus, como tenho dito
acima, praticam obras genuínas, mas, destes, porém, nada ficará de pé
frente ao senhor Jesus, eles não possuem obras. Jesus não se
comportaria com tamanha mentira – reverentemente falando – dizendo
nunca ter conhecido alguém que ele já conheceu, quando estes antes de
estarem ali prontos a serem condenados foram-lhes servos fiéis em uma
vida pregressa, mas que agora não são mais.
“Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.” (Mt 7.23)
“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Rm 8.29)
Como
os grupos dos dois textos acima podem corresponder às mesmas pessoas,
visto que suas obras são e sempre serão diferentes e também sendo que
um grupo Jesus NUNCA o conheceu e o outro foi conhecido desde a
eternidade? Deus não pode mentir.
Há
outros inúmeros textos – se continuasse escrevendo o texto ficaria
grande demais - que poderiam ser evocados e submetidos a uma análise
por meio da qual concluiríamos o que já fora detectado, ou seja, que
toda tentativa de refutar a doutrina da perseverança dos santos é
quase sempre fundamentada sob um processo de desdizer o texto
interpretando-o por meio de exceções que inexistem no texto. Sempre há
um “se” alegam os contradizentes sobre aquilo que Deus diz
efetivamente fazer. Que Deus possa nos livrar desse comportamento o
qual não pode ser chamado de outra coisa, senão de adulteração da
verdade.
Graça e Paz
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