Se há uma eleição divina
- Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que
fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor;Efésios 1:4 – e se
esse Deus que elegeu é soberano e não pode ser frustrado, e irá trazer
os eleitos a salvação, pregar, sofrer pela propagação da Verdade, morrer
como o Apóstolo Paulo... não seria algo supérfluo?
Esse é um raciocínio
repetido a exaustão, mas o que ele não consegue entender é o claro
ensino do Apóstolo Paulo, por exemplo, (que foi martirizado por pregar o
evangelho) que Deus ordenou não apenas a salvação dos eleitos, mas por
sua graça, bondade, vontade... também ordenou os meios para realizar
esse fim. O que envolve a pregação do evangelho até os confins do mundo –
pregação essa que tem propósitos distintos: “Porque para Deus somos o
bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem. Para
estes certamente cheiro de morte para morte; mas para aqueles cheiro de
vida para vida...” - 2 Coríntios 2:15-16
A ordem é pregar a
Verdade à custa de oposição, aflição, de modo que os eleitos possam ser
salvos, sendo regenerados pelo Espírito, então crendo, voltando de seus
pecados para Deus... Não é claramente esta a causa que Paulo dá para sua
vida, pregação, prisão, morte...?
“Lembra-te de que
Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dentre os
mortos, segundo o meu evangelho; Por isso sofro trabalhos e até prisões,
como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa. Portanto, tudo
sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação
que está em Cristo Jesus com glória eterna.” - 2 Timóteo 2:8-10
Paulo está empenhado em
difundir a verdade do Evangelho a ponto de estar disposto a sofrer e
resistir a qualquer dificuldade, sofrimento... Mas por quê?
O que Paulo diz aqui em 2 Timóteo é um eco de toda a lógica do que ele ensinou – “Porque
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, pois,
invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não
ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não
forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam
o evangelho de paz; dos que trazem alegres novas de boas coisas.” - Romanos 10:13-15
O homem deve ouvir o
evangelho para ser salvo, e como ouvirão se não há um pregador? Então
Paulo sofre privações terríveis como expressão de seu compromisso de que
os eleitos devem ouvir o evangelho para crer e serem salvos: “...tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna.” -
2 Timóteo 2:8-10. Ele sabe que Deus escolheu mostrar sua graça
escolhendo homens indignos e merecedores do inferno, ele sabem que estes
não podem deixar de serem salvos. No entanto, ele também sabe que eles
não são salvos até que creiam no evangelho.
Por isso o “para que” no verso 10 - “...tudo sofro por amor dos escolhidos,para que também eles...” –
Ele tudo sofre com esse propósito, finalidade – por amor aos escolhidos
– o sofrimento de Paulo tem um objetivo em vista – que entre aqueles
que ouvem o evangelho, aqueles que foram escolhidos por Deus ouçam a boa
notícia do evangelho, e ouvindo e crendo, sejam salvos.
Então, ao contrário do
argumento tão repetido, a confiança de Paulo em sua pregação do
evangelho, até a ponto de sofrer, ser martirizado... está numa convicção
profunda:
a) De que as pessoas só são salvas quando ouvem e creem no Evangelho, e
b) Quando os eleitos ouvem o evangelho, eles tem seu coração regenerado para que creiam e sejam salvos.
Paulo não tem nenhum
conflito entre a doutrina da Eleição e a necessidade de proclamar o
Evangelho. Mesmo que certamente os eleitos não possam deixar de ser
salvos, Deus planejou que a propagação, a proclamação do Evangelho é o
meio pelo qual eles serão salvos. Em outro lugar Paulo coloca isso
claramente nestes termos: “Mas devemos sempre dar graças a Deus por
vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio
para a salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade;” - 2 Tessalonicenses 2:13
Deus poderia ter
determinado outros meios de chamar os seus eleitos sem a necessidade da
proclamação, do sofrimento, do martírio... Mas isso é manifestação de
sua graça a nós. Ele de fato em nada precisa de nós, mas em bondade
imerecida, desejou que fôssemos instrumentos de seu poder. Paulo nunca
se vangloria que a salvação dos filhos de Deus depende dele, de seus
esforços, seus sofrimentos... ele diz que simplesmente Deus quer e
determinou salvar o seu povo pela pregação da Palavra, e escolheu homens
e os enviou para este fim – nós! Apenas instrumentos do Seu Poder!
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