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Por Maurício Zágari
Sou
megaultrahiper a favor do estudo Teológico. Já fiz dois seminários e
defendo com unhas e dentes o estudo da Teologia. Mas estou
preocupadíssimo. Tenho visto instituições de ensino e certos professores
falarem cada absurdo que minha vontade é começar a concordar com os
irmãos que dizem que basta ter Jesus no coração e cantar umas músicas
num festival gospel que tá tudo certo. Pois a verdade é que há muitas
instituições ditas evangélicas de ensino teológico cujos desensinos têm me arrepiado todo. Por mais que seja uma contradição em termos, parecem teologias do inferno.
A
última foi um professor de pós-graduação de uma universidade Metodista
de São Paulo que tem quase 9 mil seguidores no twitter e que soltou a
seguinte pérola na rede social: “Eu não falei nada em ganhar almas, eu nem acredito que há almas imortais“.
Depois de alguns segundos de catatonia, fiquei pensando nas pobres
criaturas que têm aulas com esse cavalheiro. Que matriculam-se numa
universidade, pagam mensalidades, gastam horas em salas de aula… para
desaprender a Bíblia. Minutos depois, mandou-me outro tweet: “biblia fala na ressureição da pessoa por parte d Deus, alma imortal é conceito grego e ñ necessita de ressurreição“.
Ou
seja, o que esse teólogo disse (se não é isso, por favor, que me
corrijam) é que a alma morre e depois ressuscita com o corpo (pessoa =
parte corpórea + parte espiritual). Bem, aí eu fiz o que todos deveriam
fazer ao ler coisas estranhas assim: fui checar na Bíblia. E não é que
descobri que em Mateus 10.28 Jesus diz que a alma não pode ser morta?! “Não
tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes,
tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no
inferno“. Pois é, biblicamente apenas as almas que vão para o
inferno podem ser destruidas. As demais não – e, portanto, permanecem
existindo em sua imortalidade. Ou Jesus estava equivocado?
Ou Mateus 16.26: “Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma?“. Como se perderia uma alma se ela não fosse imortal? Ah, já sei, é conceito grego…
Ou Ap 6.9: “Quando
ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas daqueles que
haviam sido mortos por causa da palavra de Deus e do testemunho que
deram“. Peraí. no Céu João viu almas cujos corpos morreram mas elas continuavam vivas? Então temos: “eu nem acredito que há almas imortais” versus “vi debaixo do altar as almas daqueles que haviam sido mortos”. Hmmm…
começo a sentir cheiro de ensinos teológicos errados no ar. E
teologias erradas não vêm de Deus. E se não vêm de Deus… vêm de quem
então? Talvez de 1 Timóteo 4.1, “O Espírito diz claramente que nos
últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores
e doutrinas de demônios”.
Foi
quando lembrei-me que esse mesmo senhor, meses atrás, por ocasião do
tsunami no Japão, apoiou as opiniões de um certo pastor (autointitulado
“o herege da vez”) que disse que “Um deus q tem propósito pra tudo, inclusive pra o mal, é réu confesso! E a pena deveria ser a morte!“. Ao que esse professor que não crê em almas imortais afirmou no twitter: “Quem se pergunta c/ Deus pode permitir terremoto-tsunami ñ entendeu q Deus,por ser Amor, abdicou d controle sobre o mundo“.
Calma. Para tudo. Vou repetir o que ele escreveu, atenção por favor: “…Deus, por ser Amor, abdicou d controle sobre o mundo“.
Isso dito por um professor de uma universidade metodista e que tem
quase 9 mil seguidores no twitter. Imagina quantos corações e mentes ele
não influencia com esses pensamentos. Que vêm de onde mesmo? Uma
teologia como essa, que tira de Deus o controle do mundo é um beijo de
Judas: tem aparência de amor mas por trás só traz destruição.
Eu
confesso: diante dessa última resposta não aguentei e lhe pedi uma
explicação mais a fundo (sei lá, vai que entendi errado, que peguei a
frase fora de contexto ou que a validade de meus óculos venceu). E não é
que ele meteu os gregos de novo na história? Defendeu a mesma ideia de
que o Deus da Bíblia controlar as forças da natureza é uma herança
pagã dos gregos, que o Deus da Bíblia é relacional e não interfere nas
forças da natureza. Agostinho cristianizou Platão e Tomás de Aquino,
Aristóteles e por isso agora os teólogos pós-modernos do século 21
helenizaram 2 mil anos de teologia cristã. Jesus…
Aí
eu me lembrei do Dilúvio, da abertura do Mar Vermelho, da abertura do
Rio Jordão para os israelitas entrarem em Canaã, do “sol que parou”,
das pragas do Egito, de Cristo acalmando a tempestade, do terremoto no
momento da morte de Jesus e outras forças da natureza sobre as quais a
Bíblia – e não os gregos – é clara sobre terem sido provocadas pelo
controle de Deus sobre o mundo, suspirei e simplesmente ignorei os
devaneios desse senhor. Dei unfollow nele e toquei a vida sem que suas
frasezinhas bonitinhas pontuadas por absurdos teológicos incomodassem
minha vista. Mas agora ele volta à minha vida ao afirmar que não há
almas imortais. Então tá.
Peraí.
“Então tá” coisa nenhuma. A coisa é séria. Pois são senhores como esse
que assumem a direção de cursos de Teologia e ensinam multidões de
pobres almas imortais que elas não são almas imortais!
Isso me faz lembrar de um amigo que depois de 6 anos na igreja matriculou-se num seminário dominado pelo Liberalismo Teológico
e ouviu tanta bobagem antibíblica que apostatou da fé. Hoje segue a
religião de um guru chamado Osho (que assim como esse professor, tem
umas frases lindíssimas e que fisgam milhares de simpatizantes nas redes
sociais, mas que prega pesado contra o Cristianismo). Então não posso
simplesmente falar “então tá”, pois, com todo respeito à opinião do
nobre colega, levar pessoas a crer em heresias pode levar almas imortais
a irem para o inferno.
Quer dizer,
isso se esse senhor acreditar em inferno, talvez ele creia que seja
apenas “uma metáfora”, como afirmam os teólogos liberais. Ou uma
invenção dos gregos. Em dias maus como os nossos, se até pastores
emergentes estão tirando Gandhi do inferno… tudo é possível.
Um Jesus caótico e descontrolado
Segundo artigo intitulado A soberania de Deus e a contingência do mundo, do blog de um pastor chamado Ed René Kivitz, o referido professor é mencionado como tendo dito que “o Deus da Bíblia não é o Deus da ordem e do controle, pois o amor instala, ou, no mínimo, abre espaço e a possibilidade do caos“. Se você leu rápido demais, deixe-me repetir: “o Deus da Bíblia não é o Deus da ordem e do controle“.
Fico me perguntando de que Bíblia ele está falando. Será a mesma
Bíblia que afirma que Deus fez certos preparativos “desde antes da
fundação do mundo”? Como, p.ex., em Ef 1.4: “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor“.
Suponho eu que organizar e preparar ocorrências antes da fundação do
mundo para acontecerem dali a milênios exija um pouco de ordem e
controle, não? Ou é possível planejar algo com tanta antecedência
cruzando os dedos para que o caos faça as coisas acontecerem como se
desejou?
Vai ver que Deus criou o mundo cantando “o acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído…”.
Mas
essa praga de pensamentos apócrifos que contradizem dois mil anos de
Cristianismo como se fossem uma grande descoberta teológica revelada a
essas poucas mentes privilegiadas não é exclusividade desse cavalheiro, a
quem um grupo de irmãos sérios na teologia que conheço apelidou
carinhosamente de “Senhor Miyagi” (não só por sua aparência oriental,
mas por ficar se preocupando em inventar teologias bizarras tão úteis ao
Reino de Deus como catar moscas no ar, um hábito desse personagem do
filme Karatê Kid). No seminário teológico Presbiteriano onde
meu sogro estudou antes de ser ordenado Pastor, as heresias do
Liberalismo Teológico comiam soltas. Schleiermacher, Ritschl, Troeschl e
Bultmann reinavam absolutos. Graças a Deus (e põe Deus nisso), a
direção do seminário mudou e um ortodoxo assumiu, demitindo os
professores que ensinavam o falso cristianismo do Deus que não faz
milagres e voltando às bases da fé. Que alívio e que sorte para os
futuros alunos. Oro para que os alunos da universidade metodista
paulistana onde esse cavalheiro das almas mortais e do Deus sem controle
leciona venham a ter a mesma sorte.
Eu
mesmo ministrei por nove anos em um seminário teológico onde os alunos
me relatavam ensinos de outros professores, como um querido que
ensinava que almas penadas caminham entre nós após a morte – e outras
sandices do gênero.
Considerações finais
Enfim…volto
a dizer: sou a favor do estudo teológico. O considero imprescindível.
Recomendo enfaticamente a quem não cursou um seminário que o faça, para
aprender as verdades bíblicas e não ficar achando, por exemplo, que um
programa de música “gospel” na televisão secular é um grande avanço
do Evangelho. Mas meu irmão, minha irmã, aqui vai o ponto-chave do que
eu quero dizer com todo este post: informe-se muito bem sobre o lugar onde você pretende estudar.
Não matricule-se apenas. O que você aprenderá ali vai mexer a tal
ponto com sua mente que você poderá crescer enormemente no conhecimento
de Cristo ou poderá se tornar um herege ou mesmo um apóstata.
Ser
cristão sem compreender e saber explicar as razões da nossa fé é
manter-se na tensão superficial do oceano do Espírito. Faço minhas as
palavras de Anselmo de Cantuária, teólogo e filósofo cristão do século
XII, que disse que Teologia é “fides quaerens intellectum” – fé em busca
de entendimento. Mas é fundamental que seja um entendimento baseado na
Verdade que Pedro afirmou em 2 Pe 1.15,16: “Eu me empenharei para
que, também depois da minha partida, vocês sejam sempre capazes de
lembrar-se destas coisas. De fato, não seguimos fábulas engenhosamente inventadas,
quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo; ao contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua
majestade“.
Portanto, querido
irmão, querida irmã, fuja das fábulas engenhosamente inventadas por
aqueles que querem garantir seu lugar na História inventando uma nova
teologia (falar o que todo mundo já fala não dá muito ibope, afinal,
não é?).
Fuja da Teologia Relacional.
Fuja do Teísmo Aberto.
Fuja do Universalismo.
Fuja da Teologia Liberal.
Fuja da Ética Transacional Ascendente.
Fuja da Teologia da Prosperidade.
Fuja da Confissão Positiva.
Fuja de tudo aquilo que contraria 2 mil anos de conhecimento e traz novas invenções doutrinárias que servem tão somente para dar notoriedade aos seus proponentes mas que não fazem absolutamente nada pela causa do Evangelho. Porque entre me associar a uma dessas heresias ou ficar tocando pandeirinho e cantando “Desce fogo, desce poder, quem estiver ligado vai receber…” eu fico com a segunda opção. Causa menos dano espiritual. E os pandeiros, tenho certeza, não foram inventados pelos gregos.
Fuja da Teologia Relacional.
Fuja do Teísmo Aberto.
Fuja do Universalismo.
Fuja da Teologia Liberal.
Fuja da Ética Transacional Ascendente.
Fuja da Teologia da Prosperidade.
Fuja da Confissão Positiva.
Fuja de tudo aquilo que contraria 2 mil anos de conhecimento e traz novas invenções doutrinárias que servem tão somente para dar notoriedade aos seus proponentes mas que não fazem absolutamente nada pela causa do Evangelho. Porque entre me associar a uma dessas heresias ou ficar tocando pandeirinho e cantando “Desce fogo, desce poder, quem estiver ligado vai receber…” eu fico com a segunda opção. Causa menos dano espiritual. E os pandeiros, tenho certeza, não foram inventados pelos gregos.
Paz a todos vocês que estão em Cristo.
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