Este é um assunto que precisa ser
esclarecido. Até que saibamos disso, não faremos nenhum progresso. Por
ser “salvo” eu posso ter em mente uma coisa, e você pode ter em mente
outra. Deixe- me mostrá-lo o que a Bíblia diz sobre ser “salvo”, e então
não haverá mal-entendidos.
Ser salvo não é meramente professar e chamar a nós mesmos de Cristãos. Podemos ter todas as partes exteriores do Cristianismo, e ainda estarmos perdidos apesar de tudo. Nós podemos ser batizados na Igreja de Cristo, participar da mesa de Cristo, ter conhecimento Cristão – ser reconhecidos como homens e mulheres Cristãs; e ainda sermos almas mortas por toda nossa vida – e ao fim, no dia do julgamento, se achar à esquerda de Cristo, entre os bodes. Não: isto não é salvação! Salvação é algo muito maior e mais profundo que isto. Agora, o que é?
Ser salvo não é meramente professar e chamar a nós mesmos de Cristãos. Podemos ter todas as partes exteriores do Cristianismo, e ainda estarmos perdidos apesar de tudo. Nós podemos ser batizados na Igreja de Cristo, participar da mesa de Cristo, ter conhecimento Cristão – ser reconhecidos como homens e mulheres Cristãs; e ainda sermos almas mortas por toda nossa vida – e ao fim, no dia do julgamento, se achar à esquerda de Cristo, entre os bodes. Não: isto não é salvação! Salvação é algo muito maior e mais profundo que isto. Agora, o que é?
(a) Ser salvo é ser liberado nesta vida
presente da culpa do pecado, pela fé em Jesus Cristo, o Salvador. É ser
perdoado, justificado, e livre de cada acusação de pecado, pela fé no
sangue de Cristo e em Sua mediação. Todo aquele que com seu coração crê
no Senhor Jesus Cristo, é uma alma salva. Ele não perecerá. Ele tem a
vida eterna. Esta é a primeira parte da salvação, e a origem de todo
resto. Mas isto não é tudo.
(b) Ser salvo é ser liberado nesta vida
presente do poder do pecado, pelo novo nascimento, e santificado pelo
Espírito de Cristo. É ser livre do domínio abominável do pecado, do
mundo, e do diabo, tendo uma nova natureza introduzida em nós pelo
Espírito Santo. Todo aquele que é dessa maneira renovado no espírito de
sua mente, e convertido, é uma alma salva. Ele não perecerá. Ele entrará
no reino glorioso de Deus. Esta é a segunda parte da salvação. Mas
ainda não é tudo.
(c) Ser salvo é ser liberado no dia do
julgamento, de todas as terríveis consequências do pecado. É ser
declarado inocente, imaculado, irrepreensível, e completo em Cristo,
enquanto outros são achados culpados e condenados para sempre. É ouvir
aquelas palavras confortantes: – “Vinde, benditos!”; enquanto outros
ouvem aquelas palavras atemorizantes: – “Apartai-vos de mim, malditos!”
(Mateus 25.34,41). É ser aceito e confessado por Cristo, como um de Seus
filhos e servos queridos, enquanto outros são rejeitados e lançados
fora para sempre. É ser declarado livre da parte do iníquo: – do bicho
que nunca morre, do fogo que nunca se apaga, do choro, do gemido, e do
ranger de dentes, que nunca tem fim. É receber a recompensa preparada
para os justos, no dia da segunda vinda de Cristo – o corpo glorioso, o
reino incorruptível, a incorruptível coroa de glória, e a alegria
eterna. Esta é a salvação completa.
Esta é a “redenção” que os verdadeiros
Cristãos são encorajados a olhar e desejar (Lucas 21.28). Esta é a
herança de todos os homens e mulheres que creem e nascem de novo. Pela
fé eles já são salvos. Aos olhos de Deus sua salvação final é uma coisa
absolutamente certa. Seus nomes estão no livro da vida. Suas mansões no
céu já estão preparadas. Mas ainda há uma parte da redenção e da
salvação que eles não alcançarão enquanto estiverem no corpo. Eles são
salvos da culpa e poder do pecado; mas não da necessidade de vigiar e
orar. Eles são salvos do medo e amor do mundo, mas não da necessidade
diária de lutar. Eles são salvos da servidão do diabo; mas não são
salvos de serem atormentados por suas tentações. Porém quando Cristo
vier à salvação dos crentes estará completa. Eles já a possuem no broto
Eles a verão então na flor.
Salvação é isto. É ser salvo da culpa,
poder, e consequências do pecado. É crer e ser santificado hoje, e ser
salvo da ira de Deus no último dia. O salvo que tem a primeira parte na
vida presente, terá sem dúvida a segunda parte na vida por vir. Ambas as
partes serão unidas. O que Deus juntou, nenhum homem tente dividir. Que
ninguém sonhe que será salvo no fim, se primeiro não nascer de novo.
Que ninguém duvide, se nasceu de novo aqui, que certamente será salvo no mundo porvir.
Que nunca seja esquecido que o objetivo
principal de um ministro do Evangelho é promover a salvação das almas.
Eu afirmo como um fato certo que não é um ministro verdadeiro quem não
sente isso. Não falo de mandamento de homens! Tudo pode estar sendo
feito corretamente, e de acordo com as regras. Ele pode usar um casaco
preto, e ser chamado de “reverendo”. Mas se a salvação das almas não é o
grande interesse – a paixão dominante; o pensamento cativante de seu
coração – ele não é um verdadeiro ministro do Evangelho: ele é um
assalariado, e não um pastor. Congregações podem tê-lo chamado, mas ele
não é chamado pelo Espírito Santo. Bispos podem tê-lo ordenado, mas não
Cristo.
Para qual propósito os homens supõem que
os ministros são enviados à frente? É meramente para usar um
sobrepeliz, e ler as cerimônias, e pregar um certo número de sermões? É
meramente para administrar os sacramentos, e oficiar em casamentos e
funerais? É meramente para ter uma vida confortável, e estar em uma
profissão respeitável? Não, sem dúvida! Nós somos enviados avante para
outros fins que esses. Nós somos enviados para trazer homens das trevas
para a luz, e do poder de Satanás para Deus. Nós somos enviados para
convencer homens a fugir da ira vindoura. Nós somos enviados para atrair
homens do serviço do mundo para o serviço para Deus, para despertar os
que dormem – para alertar o desatento – e “por todos os meios chegar a
salvar alguns” (1 Coríntios 9.22).
Não pense que tudo acaba quando
estabelecemos cerimônias regulares, e persuadimos as pessoas a
assisti-las. Não pense que tudo acaba, quando congregações cheias estão
reunidas, e a mesa do Senhor está repleta, e a escola paroquial está
lotada. Nós queremos ver a obra manifesta do Espírito entre o povo, um
senso evidente de pecado, uma fé vigorosa em Cristo – uma resoluta
mudança de coração, uma separação nítida do mundo, uma andar santo com
Deus. Em resumo, nós queremos ver almas salvas – e nós somos tolos e
impostores, cegos condutores de cegos, se descansamos satisfeitos com
qualquer coisa menos que isso.
Afinal, o grande objetivo de ter uma
religião é ser salvo. Esta é a grande questão que temos que assentar em
nossas consciências. O assunto para nossa consideração não é se vamos à
igreja ou à capela – se nos aprofundamos em certos costumes e cerimônias
– se observamos certos dias, e executamos um certo número de deveres
religiosos. O importante é se, depois de tudo, nós seremos “salvos”. Sem
isso todos os nossos atos religiosos são desgastantes e o labor é em
vão.
Nunca, nunca nos contentemos com algo
menos do que uma religião salvífica. Seguramente estar satisfeito com
uma religião que não dá nenhuma paz na vida, nenhuma esperança na morte,
nenhuma glória no mundo que virá, é estupidez infantil.
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