Quando
alguém se casa, é comum que diga que seus votos valem "...na alegria e
na tristeza, na saúde e na pobreza...". Em outras palavras, os votos
devem valer nas horas boas, alegres, quando tudo vai bem; ou na barra
pesada, na tristeza, no desemprego, na doença, quando está tudo ruim.
Interessante é que em nossa aliança com Deus isso parece que não vale.
Para muitos de nós, quando tudo vai bem é festa na igreja, louvores de
mãos erguidas, glória e aleluia. Mas quando as circunstâncias da vida
desandam, passamos a culpar Deus e nos afastamos dele. Ou murmuramos. Ou
agimos como quem não tem fé no Senhor. Qual é, afinal, a postura que o
cristão deve ter quando tudo vai mal?
A resposta é: fazer tudo ao contrário do que dá vontade.
Como
assim? A proposta do Evangelho é contracultural. É nadar contra a
correnteza. É seguir na contramão. Portanto, quando dá vontade de
reclamar, a proposta da Cruz é "em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco"
(1 Ts 5.18). Devemos sempre ler a Bíblia com um olho no microscópio, ou
seja, atentando para os menores detalhes. No caso, importa reparar na
palavra "tudo". Se é para em "tudo" darmos graças, ou seja, em "tudo"
agradecermos, o que Paulo nos ensina é que devemos ser gratos a Deus
também quando tudo vai mal.
As tribulações também proporcionam benefícios. "Também
nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz
perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência,
esperança" (Rm 5.3,4). Isto é,
quando tudo vai mal Deus está fazendo crescer em nós perseverança
(fundamental para "perseverar até o fim e ser salvo"
- Mt 24.13), experiência (úteis em muitas circunstâncias e para
podermos ajudar o próximo) e esperança (essencial para nos manter de pé
nas piores horas).
Mas quando tudo vai mal o que é preciso fazer? O segredo Paulo nos diz em sua epístola aos Romanos: "Regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes"
(Rm 12.12). Ter paciência. E "paciência" é a "capacidade de tolerar
contrariedades, dissabores, infelicidades; é o sossego com que se espera
uma coisa desejada". Tolerância. Sossego. Persistência. Paz. Assim, o
cristão que tem fé demonstra tolerância com os problemas, permanece
sossegado na adversidade, espera com paciência Deus decretar o fim do
período de duras provas, sabendo que depois tudo irá bem.
Se
Deus permite que tudo vá mal hoje é para que tudo vá bem na eternidade.
Por quê? Não faço ideia. O que meu desemprego e as dificuldades
financeiras vão gerar de benefícios? Não sei. O que as dores que inundam
meu corpo farão de bem por mim? Ignoro. O que ser vilipendiado por quem
me chamava de "amigo" traz de vantagens? Só o Senhor sabe. O que
amargar desamor de quem você menos esperava somará na sua vida? Difícil
entender.
Prepare-se
para encarar momentos nada surpreendentes de angústia nesta vida. E
prepare-se para ser surpreendido com maravilhas na eternidade.
Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício
Maurício
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