![](http://2.bp.blogspot.com/_T9Ev6D2alXk/TDNBDNBcDbI/AAAAAAAABWQ/bOCAOc5kyF0/s400/speak-out.jpg)
Por John MacArthur
Esta
não é, de modo algum, a primeira vez que a guerra pela verdade se
introduziu na igreja. Isso tem acontecido em todas as principais
épocas da história da igreja. Batalhas pela verdade têm rugido na
comunidade cristã desde os tempos dos apóstolos, quando a igreja
estava apenas começando. Na realidade, o relato das Escrituras indica
que os falsos mestres na igreja logo se tornaram um problema
significativo e amplamente difundido aonde quer que o evangelho
chegasse. Quase todas as principais epístolas do Novo Testamento
abordam esse problema, de uma maneira ou de outra. O apóstolo Paulo
estava sempre envolvido numa batalha contra as mentiras dos "falsos
apóstolos, obreiros fraudulentos", que se transformavam em apóstolos de
Cristo (2 Coríntios 11.13). Paulo disse que isso era de se esperar.
Afinal de contas, essa é uma das estratégias prediletas do Maligno: "E
não é de admirar, porque o próprio Satanás se transforma em anjo de
luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformam
em ministros de justiça" (w. 14-15).
Seria
uma ingenuidade deliberada negar que isso pode acontecer em nossos
tempos. De fato, isso está acontecendo em grande escala. O tempo
presente não é favorável a que os cristãos flertem com o espírito da
época. Não podemos ser apáticos quanto à verdade que Deus nos confiou.
Nosso dever é guarda-la, proclamá-la e transmiti-la à geração
seguinte (1 Timóteo 6.20-21). Nós, que amamos a Cristo e cremos na
verdade incorporada nos ensinos dEle, precisamos ter plena consciência
da re-alidade da batalha que ruge em nosso redor. Devemos cumprir
nosso papel na guerra pela verdade, que já dura muitas eras. Temos a
obrigação sagrada de participar da batalha e lutar pela fé.
Em
sentido restrito, a idéia motriz por detrás do movimento da Igreja
Emergente está correta: o clima atual do pós-modernismo representa
realmente uma vitrine maravilhosa de oportunidades para a igreja de
Jesus Cristo. A arrogância que dominava a era moderna está em suas
agonias de morte. O mundo, na sua maior parte, foi apanhado em
desilusão e confusão. As pessoas se sentem inseguras a respeito de
quase tudo e não sabem que rumo tomar em busca da verdade.
Entretanto,
a pior estratégia para ministrar o evangelho num clima assim é os
cristãos imitarem a incerteza ou ecoarem o cinismo da perspectiva
pós-moderna — e arrastarem a Bíblia e o evangelho para dentro dessa
perspectiva. Em vez disso, precisamos afirmar, de modo contrário ao
espírito desta época, que Deus falou com a maior clareza e autoridade,
de modo definitivo, através de seu Filho (Hebreus 1.1-2). E temos,
nas Escrituras, o registro infalível dessa mensagem (2 Pedro
1.19-21).O pós-modernismo é simplesmente a expressão mais atual da
incredulidade mundana. Seu valor essencial — uma ambivalência dúbia
para com a verdade — não passa de ceticismo destilado em sua essência
pura. No pós-modernismo, não existe nada virtuoso nem genuinamente
humilde. Ele é uma rebelião arrogante contra a revelação divina.
De
fato, a hesitação do pós-modernismo no tocante à verdade é a antítese
exata da confiança ousada que, segundo as Escrituras, é o direito de
família de todo crente (Efésios 3.12). Essa segurança é operada pelo
próprio Espírito de Deus naqueles que crêem (1 Tes-salonicenses 1.5).
Precisamos valorizar essa segurança e não temer confrontar o mundo com
ela.
A
mensagem do evangelho, em todos os fatos que a constituem, é uma
proclamação clara, específica, confiante e autorizada de que Jesus é
Senhor e de que Ele dá vida eterna e abundante a todos os que crêem.
Nós, que conhecemos verdadeiramente a Cristo e recebemos aquela dádiva
da vida eterna, também recebemos da parte dEle uma comissão clara e
específica de transmitir com ousadia a mensagem do evangelho, como
embaixadores dEle. Se não demonstrarmos igualmente clareza e nitidez
em nossa proclamação da mensagem, não seremos bons embaixadores.
Mas
não somos meros embaixadores. Somos, ao mesmo tempo, soldados
comissionados a guerrear em favor da defesa e disseminação da verdade,
face aos ataques constantes contra a verdade. Somos embaixadores com
uma mensagem de boas-novas para as pessoas que andam em trevas e vivem
na região da sombra da morte (Isaías 9.2). E somos soldados — com
ordens para destruir fortalezas ideológicas e derrubar as mentiras e
enganos engendrados pelas forças do mal (2 Coríntios 10.3-5; 2 Timóteo
2.2-4).
Observe
atentamente: nossa tarefa como embaixadores é levar as boas-novas às
pessoas. Nossa missão como soldados é destruir idéias falsas. Devemos
manter esses objetivos no seu devido lugar; não temos o direito de
declarar guerra contra as próprias pessoas, nem de entrar em
relacionamentos diplomáticos com idéias anti-cristãs. Nossa guerra não
é contra a carne e o sangue (Efésios 6.12); nosso dever como
embaixadores não nos permite transigir com qualquer tipo de filosofia
humana, engano religioso ou outro tipo de mentira nem a nos alinhar
com alguma delas (Colossenses 2.8).
Se
parece difícil manter essas duas tarefas em equilíbrio e na
pers-pectiva adequada, isso acontece porque elas são realmente
difíceis.
Judas
certamente entendeu isso. O Espírito Santo o inspirou a escrever a
sua breve epístola a pessoas que estavam lutando com essas mesmas
questões. Contudo, ele as exortou a batalharem diligentemente pela fé,
contra toda falsidade, ao mesmo tempo que faziam tudo que lhes era
possível para livrarem almas da destruição: arrebatando-as "do fogo...
detestando até a roupa contaminada pela carne" (Judas 23).
Somos,
portanto, embaixadores e soldados; procuramos alcançar os pecadores
com a verdade, ao mesmo tempo que envidamos todos os esforços para
destruir as mentiras e outras formas de mal que os mantêm na
escravidão mortífera. Esse é um resumo perfeito do dever de todo
cristão na guerra pela verdade.
Martinho
Lutero, aquele nobre soldado do evangelho, lançou este desafio diante
dos cristãos de todas as gerações que o sucederam, ao dizer:
Se,
com a voz mais elevada e a exposição mais nítida, eu professar toda
porção da verdade de Deus, mas não confessar exatamente o pormenor que o
mundo e o Diabo estão atacando naquele momento, não estou confessando
a Cristo, ainda que esteja professando-0 com ousadia. Onde a batalha
ruge, ali é provada a lealdade do soldado. E ficar firme em todos os
demais pontos do campo de batalha é mera fuga e vergonha, se o soldado
falhar naquele pormenor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário