Por Ruy Marinho
Eu sei que o assunto está extremamente saturado no momento. Mas eu não posso deixar de expor a minha opinião pessoal.
Como cristão reformado e calvinista, sou
declaradamente discordante da teologia que o Pr. Marco Feliciano segue
por entender que é distorcida, mística, destrutiva e compromete a
integridade das Escrituras.
Discordo do fato dele utilizar o título
de “pastor” para se promover a cargos políticos, pois creio que o
chamado pastoral é inegociável. Concordo com Spurgeon, quando disse
certa vez ao seu filho: “Meu filho, se Deus te chamou para ser
missionário, eu ficaria triste ao ver-te ser reduzido a um rei”. Neste
sentido, compartilho a mesma opinião que o Rev. Augustus Nicodemus:
“Quando o pastor ganha certa popularidade, e depois se elege, ele tem
que renunciar o ofício de pastor, pois se ele falar qualquer bobagem,
essa lama respinga em toda a igreja evangélica. Fazendo isso, ele
preserva a Igreja de vexames, e evita toda essa bagunça que estamos
vendo”.
Por fim, não votei e jamais votaria em
Marco Feliciano como político por entender que ele não possui preparo
suficiente para representar os princípios cristãos na esfera política,
além de ter feito alianças com expoentes marxistas, como por exemplo, o
seu apoio à candidatura da Dilma para presidente, dentre outros
problemas políticos e pessoais.
Porém, não posso deixar de julgar com
reta justiça a questão do referido deputado perante o contexto atual em
que vivemos na política de nosso país. O momento é muito grave e requer
de nós, cristãos, um posicionamento contundente e atuante em defesa da
família e dos bons costumes.
Infelizmente carecemos de políticos
cristãos sérios e bem preparados, comprometidos com um testemunho
íntegro fiel às Escrituras. Oro para que no Brasil tenhamos políticos
segundo Romanos 13, acima de tudo tementes a Deus, que representem os
princípios cristãos da família, bem como que a igreja tenha uma
participação mais efetiva na esfera política, não com candidatos
“pastores”, mas com políticos cristãos muito bem preparados para esta
área de atuação tão delicada e corrompida.
Mas, contentando-se com o que temos
atualmente – tendo em vista à urgência do momento, sejam pastores ou
padres políticos, creio que obviamente eles irão defender os princípios e
valores morais tradicionais “básicos”, independente de suas linhas
teológicas, das quais eu possa discordar. São eles que atualmente estão
na “linha de frente” dessa verdadeira guerra intelectual instalada no
ambiente político brasileiro. Querendo ou não, são os que combatem
diretamente o marxismo cultural instalado na esfera política, ideologia
que tem como um dos principais objetivos destruir os princípios cristãos
na sociedade.
Diante do exposto, a realidade é que o
deputado Marco Feliciano, além de ter sido democraticamente eleito com
mais de duzentos mil votos, ele foi legalmente constituído presidente da
referida Comissão dos Direitos Humanos e Minorias pelos próprios
deputados membros desta comissão. Se ele vai desenvolver o seu papel de
forma íntegra e correta, só o tempo vai nos dizer. Neste caso, temos que
“pagar para ver” e cobrá-lo se não cumprir com o esperado.
Mas, a grande questão que devemos
contrabalancear é a violenta intolerância religiosa e a baderna
promovida pelos ativistas “gaysistas” e outros esquerdistas aliados,
ideologicamente contrários não somente ao Marco Feliciano, mas também
aos princípios cristãos. Perseguir, humilhar, achincalhar, escarnecer e
ridicularizar alguém por ter feito “declarações filosóficas” (obviamente
desastrosas e algumas teologicamente questionáveis) é no mínimo
contraditório – para não dizer criminoso, pois o caminho para denunciar
qualquer suspeita de ato criminal é a Justiça. Se alguém acha que o
Marco Feliciano cometeu algum crime, que acione a Justiça e formalize a
sua denúncia. Porém, os ativistas “gaysistas” parecem ignorar as leis.
Afinal, eles chegam no extremo da desordem pública ao promover um
violento terrorismo emocional, inconstitucional e repulsivo, ao ponto de
desrespeitar as leis vigentes em nosso país e até mesmo à nossa Carta
Magna, haja vista o protesto ilegal feito na porta da Igreja de Marco
Feliciano pelos militantes gays, que aos gritos de palavras de desordem,
palavrões e ameaças de agressão, violaram o ambiente de culto religioso
protegido pela Constituição Federal (veja aqui).
Até mesmo assuntos urgentes, onde a preservação de vidas humanas
dependem das atividades da CDHM, foram completamente desrespeitadas
pelos ativistas intolerantes (veja aqui).
Chegando ao cúmulo da contradição,
notamos que por algum motivo que precisa ser apurado, os mesmos
ativistas esquerdistas que aprontam a maior baderna na “casa do povo”,
não fazem a mesma “algazarra democrática” para protestar por algo muito
mais grave do que qualquer declaração filosófica, ou seja, pelo fato de
políticos condenados pela justiça (José Jenuíno, João Paulo Cunha e
Paulo Cesar Maluf) ocuparem a Comissão de Constituição e Justiça – de
todas as comissões a mais importante do Congresso Nacional, além da
nomeação como presidente do Senado Federal o Senador Renan Calheiros,
também condenado pela justiça. Quanta incoerência!
Portanto, quero registrar a minha nota
de repúdio a perseguição que o deputado Marco Feliciano está sofrendo
por parte dos ativistas “gaysistas”, dos demais aliados marxistas e até
mesmo da mídia. Desejo que ele “não renuncie” e continue firme na
resistência à toda essa perseguição religiosa. Mesmo discordando dele no
que concerne aos campos teológico e ético, espero que ele desempenhe
com coerência e honestidade a presidência da Comissão de Direitos
Humanos e Minorias, onde há muito tempo tem sido colocado como ênfase
principal a parte das “minorias” em detrimento dos direitos humanos de
fato.
Soli Deo Gloria!