segunda-feira, 20 de junho de 2011

Circuncidar criança é procedimento ‘bárbaro e estúpido’, afirma Crowe

O ator Russell Crowe, 47, ganhador do Oscar pela interpretação do protagonista do filme “Gladiador”, escreveu no Twitter que a circuncisão de criança é um procedimento “bárbaro e estúpido”. “É verdade que Deus exige uma doação do prepúcio? Os bebês são perfeitos.”

A afirmação foi feita a propósito de um debate que ocorre nos Estados Unidos desencadeado por ativistas da cidade de Santa Mônica (Califórnia) que propuseram um referendo em 2012 na expectativa de que a população proíba a circuncisão.

A reação de religiosos a Crowe foi tão veemente quanto tem sido contra os ativistas. Pelo Twitter, entre outras, o ator recebeu a argumentação de que a prática é uma prevenção contra doenças por propiciar mais higiene.

Crowe respondeu: “Higiene? Então por que você não costure o cu?”

Médicos atestam que, de fato, a circuncisão ajuda na prevenção a doenças sexualmente transmissíveis, mas isso obviamente não se aplica aos bebês.

A circuncisão é um dos ritos mais importantes dos judeus. De acordo com Gênesis, Abraão tirou o próprio prepúcio por exigência de Deus para sacramentar a aliança com o povo escolhido. Muçulmanos também adotam o rito.

Grupos de judeus acusaram os ativistas anti-circuncisão de intolerância religiosa e lembraram que o rito foi proibido na Roma antiga e pelos nazistas de Hilter e comunistas da União Soviética.

Acusações parecidas foram feitas a Crowe, que teve de esclarecer pelo Twitter que não pretendia ofender devotos de nenhuma religião e pediu desculpas àqueles que se sentiram atingidos. Mas ele não retirou a afirmação de que se trata de uma estupidez.

Duas histórias de quadrinhos produzidas pelos ativistas colocaram lenha na polêmica. Em uma das histórias, o super-herói Homem Prepúcio luta contra um rabino para salvar uma criança do rito. Os religiosos acusaram os quadrinhos de grotescos e anti-semitas.

Jena Troutman, mãe de dois meninos e líder dos ativistas, ficou surpresa com a contundência da repercussão e disse que em momento algum a sua intenção foi promover uma cruzada contra a religião. Afirmou que a sua preocupação é evitar as consequências do procedimento, como infecções no pós-operatório, o que tem ocorrido com certa frequência.

Para ela, trata-se de uma “mutilação genital masculina” que se disseminou nos Estados Unidos não por razões religiosas, mas para inibir os meninos de se masturbar porque o prepúcio é erógeno.

Jena e o seu grupo já desistiram de levar a proposta adiante. “Eu não tenho tempo nem energia para discutir com todos”, disse. “Mas continuo achando que ninguém deve cortar o seu bebê.”

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