sábado, 2 de fevereiro de 2013

Bíblias em Smartphones vira estratégia para a Igreja Perseguida

distribuição de Escrituras e materiais cristãos acontece de maneira mais eficaz e frequente através de plataformas digitais. Especialmente em países onde a posse da Palavra de Deus representa um risco de morte para os cristãos, cartões de memória em telefones celulares são ideais para o armazenamento da Bíblia.
Conheça dois exemplos de cristãos de um país da Ásia Central, onde cartões de memória como esses estão sendo usados para fortalecer a fé e propiciar a distribuição da Palavra de Deus:
Algo especial para Hussein
Bashir *é cristão. Certa ocasião, ele presenteou o amigo Hussein* com um cartão de memória para o celular. E disse: “Você é meu melhor amigo, por isso quero te dar algo muito especial.”
Bashir sabia que o amigo ouvia programas de rádio cristãos. Entusiasmado com a ideia de ter sua própria Bíblia, Hussein teve medo de apagar qualquer arquivo do celular, por engano; mas Bashir o assegurou que é impossível excluir dados da memória do cartão.
Além da Bíblia, o chip de memória trouxe mais novidades. Hussein marcou de se encontrar com Bashir para, juntos, assistirem a um filme sobre Jesus. O vídeo faz parte dos recursos disponíveis no celular. Ele estava à procura de algo que o permitisse ouvir a Palavra de Deus. Agora isso é disponibilizado a ele e, por essa razão, Hussein é muito grato. “Eu agradeço à Portas Abertas por esses chips de memória. Agora eu posso ouvir a Palavra de Deus o tempo todo e em qualquer lugar.”
Adnan* pede por uma Bíblia
De um país restrito, Adnan recebe o telefonema de Z. Ele é responsável pelo trabalho de acompanhamento dos ouvintes de uma rádio cristã. Adnan pede a ele uma Bíblia em sua língua e recebe uma surpresa: Z o encoraja a utilizar seu cartão de memória do celular, que possui vários recursos, entre eles os Evangelhos em formato de áudio. “Consequentemente, a fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo.” Romanos 10.17

Descoberta de vida fora da Terra pode afetar religião e filosofia, diz relatório

Descoberta de vida fora da Terra pode afetar religião e filosofia, diz relatório

A descoberta de vida alienígena, o uso de medicamentos para aumentar a capacidade cognitiva e a mudança completa das condições climáticas na Terra podem implicar em dilemas éticos e provocar alterações na maneira como a sociedade se organiza e em como ela vê a si mesma, aponta a oitava edição do relatório Riscos Globais, do Fórum Econômico Mundial, divulgado esta semana. A organização listou cinco “fatores X” que gostaria de ver nos debates da comunidade internacional em 2013 por terem consequências incertas para o futuro da humanidade.
Descoberta de vida extraterrestre
Dado o ritmo de exploração do espaço, é cada vez mais provável se descubra a existência de vida alienígena no sistema solar. Mas quais seriam as consequências dessa descoberta para o fluxo de financiamento da ciência e para a imagem que a humanidade tem de si mesmo?
De acordo com o relatório, supondo que astrônomos descubram um planeta que possa servir como uma futura casa para a humanidade, ou detectem a existência de vida em nosso Sistema Solar, esses avanços trariam sérias implicações.
Os cientistas iriam deslocar um grande contingente de missões robóticas e humanas para estudar o local, apoiados por agências de financiamento entusiasmadas com as descobertas. No longo prazo, haveria profundas implicações psicológicas e filosóficas desencadeadas pela descoberta de vida extraterreste, desafiando a religião e a filosofia humana, diz o relatório. Para evitar que isso ocorra, o texto aponta a necessidade de campanhas de sensibilização do público, prevenindo a população contra as consequências sociais de descobertas tão profundas e contra a mudança de paradigma quanto à posição da humanidade no universo.
Habilidades super-humanas
Antes reservadas à ficção científica, as habilidades sobrehumanas estão se aproximando rapidamente do nosso horizonte de plausibilidade. Mas quais seriam as implicações éticas destes avanços?
O documento do Fórum Econômico Mundial aponta que os cientistas estão trabalhando duro para desenvolver medicamentos e terapias que livrem o cérebro humano de doenças neurológicas, como o Mal de Alzheimer e a esquizofrenia. Embora o progresso tenha sido lento, o relatório afirma que, num futuro próximo, pesquisadores irão identificar compostos que melhorem os atuais estimulantes cognitivos, por exemplo, a ritalina – medicamento indicado para pessoas diagnosticadas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
Embora sejam prescritos para tratar doenças neurológicas, os novos compostos capazes de melhorar a inteligência ou a cognição poderão ser usados ilegalmente por pessoas saudáveis à procura de vantagens no trabalho ou estudo, destaca o relatório. O texto afirma ainda que os novos tratamentos irão trazer sérios conflitos éticos, estando disponíveis no mercado somente para quem puder pagar por eles.
 custo de viver mais
A expectativa de vida das população tem aumentado nos últimos anos, mas será que a humanidade não está traçando as bases para a criação de uma sociedade futura fadada a lidar com uma massa de idosos, doentes e debilitados?
São esperados, num futuro próximo, grandes avanços na medicina para evitar e tratar doenças como câncer, problemas no coração e acidente vascular cerebral, destaca o relatório. No entanto, o texto alerta para a necessidade de analisar o impacto de uma sociedade com um número crescente de idosos enfermos, protegidos das doenças que mais causam mortes, mas com uma qualidade de vida deteriorada por conta de outros males.
De acordo com o artigo, esse cenário exige que sejam difundidos hábitos que melhorem a qualidade de vida e afastem possíveis patologias, como a prática de exercícios físicos. Ao mesmo tempo, é preciso tomar medidas para mitigar os custos decorrentes do aumento da população de idosos, por exemplo, fixando uma idade mais avançada para a aposentadoria, defende o texto.
O impacto do envelhecimento da população será sentido por toda a sociedade e é preciso encontrar soluções para amenizar doenças crônicas e encontrar meios para tornar os idosos capazes de gerir males crônicos e gerar riqueza ao mesmo tempo, conclui o relatório.
Mudanças Climáticas Descontroladas
A ameaça da mudança climática é bem conhecida, mas será que já não desencadeamos uma reação em cadeia descontrolada que rapidamente está empurrando a atmosfera para um estado inóspito?
O texto sugere que o debate sobre o tema nas últimas décadas ficou centrado na questão se a humanidade poderia ou não ser responsável por alterar um sistema climático tão grande como o da Terra. No entanto, o artigo atesta que estamos caminhando forçadamente para uma discussão sobre a melhor forma de reforçar a resistência dos seres humanos e sua capacidade de adaptação para lidar com essa nova realidade. “Ligada no piloto automático, a mudança das condições climáticas nos empurra impiedosamente para um novo e desconhecido equilíbrio”, afirma o texto.
Riscos da geoengenharia
Em resposta às preocupações crescentes sobre as mudanças climáticas, os cientistas estão explorando maneiras de manipular o clima da Terra. A maioria das pesquisas tem se concentrado em injeção de enxofre através de aeronaves. Mas e se essa tecnologia for apropriada por um estado ou indivíduo mal intencionado?
A ideia básica na geoengenharia – também chamada de gestão da radiação solar – é a de que as pequenas partículas podem ser injetadas no alto da estratosfera para bloquear parte da energia solar recebida e refletir os raios para o espaço, tal qual as grandes erupções vulcânicas fizeram no passado.
De acordo com estudos recentes, esse método poderia compensar o aquecimento global e daria aos seres humanos o controle sobre a temperatura da Terra. No entanto, destaca o relatório, uma série de implicações éticas, legais e científicas rapidamente surgiriam, junto com incontáveis efeitos colaterais, ainda difíceis de prever. De acordo com o artigo, no momento ninguém prevê a implantação da gestão da radiação solar, dadas as dificuldades de um acordo internacional sobre o tema. Mas, ressalva o texto, alguns analistas de geoengenharia já estão pensando nas implicações no caso de um país ou um pequeno grupo de pessoas precipitarem uma crise internacional ao avançar com a pesquisa de implantação da geoengenharia

Murdock e Malafaia vendendo novamente bênçãos a R$ 1.000,00



Por Vera Siqueira
Conforme anunciado por semanas, Malafaia colocou no ar a pregação do “Dr.” Mike Murdock. Como sempre, mais do mesmo:
- uma pregação que enfatiza a auto-ajuda gospel;
- ameaças a quem vai contra a “autoridade”, no caso o Malafaia;
- promessas de 3 bênçãos (desta vez uma “visitação extraordinária do Espírito Santo nas próximas horas”, “cura de todas as doenças” e “dinheiro, dinheiro e mais dinheiro”) para quem tiver fé suficiente para ofertar R$ 1.000,00 para o Malafaia;
- uma bênção especial (dobrar o seu negócio) para os empresários de maior poder de fogo financeiro e que podem, por isso, ofertar R$ 12.000,00;
- possibilidade de parcelar a oferta;
- ameaças de “rebeldia” a quem não ofertar imediatamente;
- possibilidade do ofertante ganhar um livro inteiramente “grátis”.
O Murdock, tentando “espiritualizar” o negócio gospel fez algumas orações, inclusive repreendendo as doenças. Porém, o cerne da sua pregação foi o livro “O Desígnio”, usado como base de toda a sua pregação, e qualificado, pelo próprio pregador, como “poderoso”, “não há nada igual no mundo”, “inacreditável enciclopédia” (nem o tradutor teve coragem de traduzir literalmente, então traduziu só como enciclopédia), “não é possível viver sem ela (a ‘enciclopédia’)”, quem a tiver “nunca mais terá noites sem sono” e não deverá nunca mais ficar longe do tal livro, que deve ser ensinado aos filhos, à família e aos amigos, pois tem grandes poderes para mudar a vida de quem o lê e o segue.
Enfim, a dupla mercenareja Murdock e Malafaia descobriu um livro melhor do que a Bíblia, que durante toda a pregação ficou relegada à mesa de centro.
O mais triste de tudo é que tal pregação foi feita no programa de um pastor que se gaba de ter mais de 30 anos de ministério, e que possui uma editora que vende várias versões da Bíblia. Será que ele nunca leu e entendeu pelo menos uma das versões que ele mesmo vende?
Humanamente falando, parece muita burrice gospel. Mas não é tão simples assim.
“Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” – 2 Timóteo 4:1-5
Ninguém mais quer ouvir a Sã Doutrina, nem mesmo o Malafaia. Se ele a ouvisse, teria que abrir mão das suas riquezas e reparti-las entre os pobres. Não precisaria ficar pobre, mas não ficaria tão milionário como hoje. Mas quem, depois que sentiu o gostinho do dinheiro, deseja se desfazer (mesmo que de uma parte) para fazer a vontade de Deus?
Veja, no link “Série Desafio do Malafaia“, o relato das pregações de Murdock e Morris Cerullo desde 2009, quando começaram a ser convidados pelo Silas Malafaia. A fórmula é sempre igual: 3 bênçãos especiais para quem dá a grande oferta pedida. Das 3 bênçãos, 2 costumam ser diferentes em cada pregação, mas uma é sempre a mesma: promessa de grandes ganhos financeiros. Por favor, confira você mesmo e me diga: em qual passagem bíblica Jesus nos chama a ser ricos?
O contrário, porém, é fácil de achar. Vemos Jesus dizendo ao pobre rico para dar tudo aos pobres e segui-Lo; vemos Zaqueu, arrependido de seus feitos, dizendo a Jesus que daria metade de seus bens aos pobres e restituiria quatro vezes mais a quem roubou; vemos Jesus sendo descrito como Aquele que, de tão “rico” que era, não tinha nem uma pedra onde recostar a cabeça, fora que nasceu numa manjedoura de animais (não deveria, como exemplo da “riqueza” de Deus, ter nascido num palácio?); no monte, Jesus fez seu mais famoso sermão, onde chama de bem-aventurados, de felizes, os pobres, os aflitos, os injustiçados. Nesse sermão, onde Jesus chama de bem-aventurados os que buscam as riquezas materiais?
Essas coisas e muitas outras mais estão nas Bíblias que são editadas pela empresa do Silas Malafaia, mas como previsto pelo apóstolo (de verdade) Paulo, “virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas”.
Esse tempo previsto pelo Apóstolo Paulo chegou. Por isso, segundo suas próprias instruções: “Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu reino, que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina.”
E mais: “sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.”
Exortar figuras que se acham tão ricas e importantes, como é o caso do Malafaia, traz muitas aflições para o verdadeiro cristão. Mas esse ministério precisa ser cumprido, custe o que custar, pois Jesus está às portas

Uma Refutação ao artigo “Contingência, Sofrimento e Deus” de Ricardo Gondim



Por Jairo Rivaldo
Não posso ficar calado diante de tamanha distorção teológica. As declarações do senhor Ricardo Gondim são uma afronta ao cristianismo bíblico e histórico, uma ofensa ao Deus que se revelou através das escrituras (veja aqui o texto do Gondim em questão). O que segue abaixo é uma breve refutação de declarações infundadas proferidas por alguém que se autodenomina cristão e pastor.
“Afirmar que uma tragédia pode ser evitada implica em que ela não foi orquestrada por uma divindade. Na contingência fatos ocorrem sem alguma razão que os explique ou justifique, e que escaparam da engrenagem de causa e efeito. Se o teto de uma igreja cai, um avião despenca, uma boate pega fogo, é porque o mundo contém espaço para acidentes – causados por negligência, falha humana ou mecânica- e podem matar sem que se atrelem a fado, destino, punição ou plano de Deus”. Ricardo Gondim
Refutação:
Dizer que a morte de alguém ocorre à parte do plano de Deus é no mínimo ofender o Deus das escrituras, pois está escrito que Ele determina o nosso nascimento “Mas Deus me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça. Quando lhe agradou” (Gl 1:15); E morte “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” (Mt 6:27).
“Sem atinar, muitos repetem a crença de que só se morre quando chega a hora. Para que tal afirmação seja verdadeira, destino precisaria vir escrito com “d” maiúsculo, pois necessitaria de inteligência e controle para reunir em uma casa de espetáculo, avião ou ônibus, todas as pessoas destinadas a morrer naquele dia específico. Acreditar assim concede à fatalidade um poder apavorante: imaginar que jovens, seduzidos por uma orquestração oculta, entraram como gado no matadouro.
“Da mesma forma, muitos tentam encadear os eventos acidentais da vida, supondo que Deus “permite” sinistros com algum propósito. Querem dizer que cada pessoa, com histórias, projetos, sonhos, viu-se arrancada da existência “porque Deus assim quis”. O objetivo de Deus seria um mistério que ninguém entende e será revelado a longo prazo?”. Ricardo Gondim
Refutação:
Não existe um destino com “D” maiúsculo, assim também como não existe um deus com “d” minúsculo. O Deus que se revelou nas escrituras controla cada aspecto da sua criação “O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e como rei domina sobre tudo o que existe” (Sl 103:19). Nada pode acontecer fora do plano de Deus “Nele fomos também escolhidos, tendo sido predestinados conforme o plano daquele que faz todas as coisas segundo o propósito da sua vontade” (Ef 1:11). Nossa insubmissão rebelde tende a retrucar contra a vontade de Deus, mas nada pode frustrar os seus planos “Sei que podes fazer todas as coisas; nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (Jó 42:2). Sim, todas as coisas acontecem porque em última instancia Ele quis.
“Como ter fé em um Deus que “deixa” rapazes e moças se pisotearem até a morte? Ele utiliza eventos macabros para ensinar as pessoas a terem medo dele? Esse é o seu jeito de produzir arrependimento? Tal entendimento faria com que a biografia de cada indivíduo que se perdeu fosse descartável. Deus precisaria, inclusive, manter-se frio, desprezando as lágrimas de mães e pais. Alguns chegam a ensinar que o Divino Oleiro faz o que quer e não podemos questioná-lo. Deus mata, afoga, asfixia e dá as costas em “vontade permissiva” porque deve conduzir a macro história para a sua glória final? Nas grandes tragédias, alguns se contentam em explicar os eventos através da doutrina do controle absoluto. Afirmam que Deus tem todo o poder e não seria difícil para ele reunir em um só lugar as pessoas que deveriam morrer. Um Deus com requintes desse maquiavelismo, não passaria de um demônio. Deus é bom. Satisfaz pensar que na divina economia Deus ainda vai compensar a morte absurdamente desnecessária de tantos jovens? Difícil explicar tal conceito aos pais, avós e parentes que sonharam em vê-los terminando a faculdade, casando e tendo filhos. Bastaria falar da vida depois da morte para consolar mais de duzentas mães acorrentadas à trágica realidade de que Alguém lhes roubou a razão de viver?”. Ricardo Gondim
Refutação:
Respondendo à sua pergunta, “Como ter fé em um Deus que “deixa” rapazes e moças se pisotearem até a morte? Ele utiliza eventos macabros para ensinar as pessoas a terem medo dele? Esse é o seu jeito de produzir arrependimento?
As pessoas (não regeneradas) tendem a fabricar um “deus” segundo a sua própria imaginação e vontade. O Deus revelado nas escrituras não precisa dar satisfações ao homem “Todos os povos da terra são como nada diante dele. Ele age como lhe agrada com os exércitos dos céus e com os habitantes da terra. Ninguém é capaz de resistir à sua mão nem de dizer-lhe: “O que fizeste? ” (Dnl 4:35). O próprio ato de fé do homem não acontece porque o homem só viu atos que ele interpretou como “amorosos” vindos desse Deus; muito pelo contrário, os homens que compõem a galeria dos “heróis da fé” em Heb 11 foram testemunhas dos atos nada “amorosos” desse Deus ao longo da história da redenção. Por exemplo, Noé viu o mundo antigo ser destruído pelo dilúvio (lembrando que ali existiam mulheres, velhos, jovens e crianças), Abraão viu as cidades de Sodoma e Gomorra serem subvertidas pelo fogo de Deus, Moises viu milhares de israelitas serem mortos pela mão de Deus no deserto, e poderíamos citar mais dezenas de exemplos do modo desse Deus agir. A fé e o arrependimento não são gerados no coração do pecador quando Deus age conforme os nossos gostos e preferências, mas sim, quando ouvimos a sua Palavra (Rm 10:17), a fé e o arrependimento são dons de Deus (Ef 2:8; At 11:18).
“A ideia de que Deus tem um plano para cada morte se esvazia diante dos números. Aviões caem, ônibus tombam, boates incendeiam. Todos os dias incontáveis acidentes acontecem. Como explicar as balas perdidas, os erros médicos e os atropelamentos provocados por bêbados? Todos cumprem alguma ordem ou são inevitáveis? Uma senhora de nossa comunidade caiu da laje de sua casa em construção, quebrou a coluna e ficou paraplégica. Ela fotografava a obra para que a filha lhe ajudasse nas despesas do acabamento. A mais tosca explicação que a teologia poderia dar ao seu infortúnio é que Deus tem um plano para deixá-la paralítica ou a puniu por algum pecado”. Ricardo Gondim
Refutação:
Definitivamente, não cremos no mesmo Deus. O seu é totalmente limitado “pelos números”, o meu controla:
O universo em geral (Sl 103.19; Dn 5.35; Ef 1.11).
O mundo físico (Jó 37.5; Sl 104.14; 135.6; Mt 5.45).
A criação inferior (Sl 104.21, 28; Mt 6.26; 10.29).
Os negócios das nações (Jó 12.23; Sl 22.28; 66.7; At 17.26).
O nascimento do homem e sua sorte na vida (1 Sm 16.1; Sl 139. 16; Is 45.5; Gl 1.15, 16).
As vitórias e fracassos que sobrevêm às vidas dos homens (Sl 75.6, 7; Lc 1.52).
As coisas aparentemente acidentais ou insignificantes (Pv 16.33; Mt 10.30).
Na proteção dos justos (Sl 4.8; 5.12; 63.8; 121.3; Rm 8.23).
No suprimento das necessidades do povo de Deus (Gn 22.8, 14; Dt 8.3; Fp 4.19).
Nas respostas à oração (1 Sm 1.19; Is 20.5, 6; 2 Cr 33.13; Sl 65.2; Mt 7.7; Lc 18.7, 8).
No desmascaramento e castigo dos ímpios (Sl 7.12, 13; 11.6).
“Jesus considerou em seus ensinos um mundo contingente. Contradizendo a religiosidade popular judaica, ele desconectou a queda de uma torre de qualquer desígnio divino. Não concordou com a insinuação dos discípulos de que a cegueira de um mendigo era consequência do pecado dele ou de seus antepassados. No Sermão do Monte, Cristo advertiu os seus seguidores de que mesmo alicerçando a casa sobre a rocha, eles não seriam poupados dos ventos contrários e da tempestade”. Ricardo Gondim
Refutação:
Na verdade não vejo como Jesus (segundo você) tenha desconectado o evento da queda da torre (Lc 13:1-5) do desígnio divino, o que claramente Ele desconecta, é a ideia errônea dos judeus de se acharem melhores do que os galileus. Por essa razão ele os chama ao arrependimento. Nós não somos melhores do que os que morreram naquela boate, deveríamos ficar surpresos pelo fato de que algo assim também não tenha ocorrido conosco. Por isso, devemos viver para a glória de Deus uma vida de constante arrependimento. Contudo, devemos estar conscientes que o modo ou o tempo da nossa morte não nos pertencem.
“O mundo das relações, devido ao amor, precisa de liberdade, e essa liberdade produz contingência. Portanto, acidentes, percalços, incidentes, fazem parte da condição humana. O contrário seria absoluta segurança. Sem a ameaça do sofrimento, sem a possibilidade da morte prematura, não enfrentaríamos ameaça de espécie alguma. Acontece que a ausência da contingência nos desumanizaria. A consciência do risco de adoecer e a imprevisibilidade da morte súbita, embora angustiantes, são o preço que pagamos por nossa humanidade. Jesus encarnou a compaixão de Deus, (compadecer significa sofrer junto), para nos mostrar que Deus sabe do risco de viver. Ele reconhece que mal e bem acontecerão no espaço da liberdade, por isso, oferece o ombro e as lágrimas. Deus não deseja que nossa vida se perca no inferno da dor.
Qualquer desastre revela a inutilidade de pensar que o exercício correto da religião ou a capacidade tecnológica bastam para anular a contingência. A vida será sempre imprecisa e efêmera. Diante da possibilidade do sofrimento, aprendamos a chorar com os que choram”. Ricardo Gondim
Refutação:
A alegação de que amor pressupõe liberdade, e que essa liberdade produz acidentes incontroláveis não condiz com o ensino bíblico de que Cristo (Deus) “sustenta todas as coisas pela Palavra do seu poder” (Hb 1:3). Nada que fazemos está livre do controle de Deus. Ao contrário do que você afirma, não somos desumanizados diante do controle absoluto de Deus, somos colocados no nosso devido lugar!
Em fim, ao ressaltar o aspecto da compaixão de Deus de forma exacerbada, e fazer dele uma caricatura, você claramente desvirtua a missão de Cristo, fazendo dele uma espécie de “sofredor com os sofredores”, e não aquele que veio morrer por pecadores indignos de viver e perfeitamente merecedores da condenação.
A ordem: “chorai com os que choram” foi dada à igreja de Roma (Rm 12:15), onde Paulo mostrou através de uma exposição singular, o caráter absoluto da soberania de Deus (Rm 9-11). Devemos chorar com os que choram pela morte dos seus, não por que foi mera contingência, mas porque devemos obedecer a Palavra daquele que faz todas as coisas segundo a sua sábia e perfeita vontade.
Agora sim, SOLI DEO GLÓRIA!!!

Para que filiar-se a uma igreja?


Por Mark Brown e Larry Wilson

Alice estava lívida! Era a primeira vez que visitava aquela igreja, “e também a última”, pensou ela. A igreja tinha celebrado a Ceia do Senhor.
— Sou crente já faz quatro anos e o pastor teve o desplante de me mandar ficar de fora da comunhão! Fumegou ela.
— Ele disse que quem estivesse com problemas com Deus ou com a Sua igreja que tratasse de resolvê-los antes de poder participar da mesa do Senhor, e me incluiu nisso somente porque não sou membro de igreja. Que ousadia!
Não é raro em nossos dias que crentes sinceros em Cristo, como Alice, pensem que filiar-se a uma igreja seja uma questão de opção. E, diante de tantas outras opções — livros, fitas de áudio e vídeo, programas de rádio e TV, recursos da Internet, grupos paraeclesiásticos, etc. — filiar-se à igreja está lá no final da lista, se é que está na lista! Muitos jamais levaram em conta que o compromisso com uma congregação tenha lá toda essa importância, ou que seja assim tão agradável. Quase sempre ficam chocados quando ouvem que historicamente os cristãos consideram que seja essencial, e não opcional, filiar-se à igreja.
Seria arbitrária esta histórica convicção cristã? Seria legalista? O que é que a Bíblia tem a dizer sobre ser membro de uma igreja? Achamos que ela diz o suficiente. Portanto, considere conosco dez razões bíblicas por que todo cristão declarado deve filiar-se a uma igreja local.

Filiar-se à igreja é ordem de Jesus

Em primeiro lugar, o nosso Senhor Jesus Cristo ordenou aos Seus seguidores que se filiassem à igreja. Em Mateus 16.18, Jesus diz aos Seus discípulos: “eu edificarei a minha igreja”. Ele descreve a igreja como o templo da nova aliança, e todos os que confessam que Jesus é o Senhor são as pedras desse edifício (Mt 16.16; 1Pe 2.5; Ef 2.19-20).
Em Mateus 28.19-20, Jesus confirma e amplia a sua declaração anterior ao ordenar aos Seus seguidores que façam discípulos, batizando-os e ensinando-os depois. O cumprimento dessa grande comissão resulta na inclusão dos convertidos à igreja. Por que dizemos isso? Porque a ordenança do batismo faz parte da grande comissão. Conquanto o batismo do Espírito Santo nos acrescente à igreja invisível (1Co 12.13), não devemos manter invisível a nossa salvação, temos que expressá-la externamente (Rm 10.9-10). O batismo de água, externo e visível, simboliza esta realidade invisível.
Atos 2.41 descreve como a igreja apostólica pôs esse princípio em prática: “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas”. Houve um acréscimo a que? Atos 2.27 dá a resposta: “E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar”. Essa era a igreja visível, os apóstolos acompanhavam atentamente quem eram os batizados e até os contavam.
Cristo ordenou que fôssemos batizados. Ao ordenar que sejamos batizados, ordena-nos que também sejamos acrescentados à igreja. Noutras palavras, Ele ordena que nos filiemos à igreja, deseja que o nosso relacionamento com Ele seja honesto e perceptível (Mt 10.32) e que seja também um relacionamento corporativo (Hb 10.24-25).

O Velho Testamento ensina a filiação eclesiástica

Em segundo lugar o Velho Testamento ensina que os crentes devem se filiar à igreja. Os israelitas eram o povo da velha aliança de Deus. Deus ordenara a circuncisão como selo daquela relação pactual, e como sinal de membro da comunidade do pacto (Gn 17.7, 10-11). O Novo Testamento identifica essa velha comunidade da aliança como “a igreja” (At 7:38 – TB[1]).
Se você fosse estrangeiro teria que ser circuncidado para se tornar membro de Israel antes de poder celebrar a Páscoa (Êx 12.43-44, 48). Noutras palavras, você teria que se “filiar à igreja” antes de poder participar da mesa do Senhor. Se não fosse circuncidado, não interessaria a sua história nem a sua fé subjetiva, você seria excomungado do meio do povo de Deus (Gn 17:14).
Pode ver o paralelismo com o Novo Testamento? O batismo é a circuncisão do Novo Testamento (Cl 2.11-12) e marca a sua entrada na nova comunidade do pacto, a igreja (Gl 3.27, 29; 6:15-16; Fp 3.3). A Ceia do Senhor é agora a nova Páscoa do pacto (cf. Mt 26.17-19; 1Co 5:7). Assim, da mesma maneira que era necessário ser circundado para se tornar membro de Israel antes de poder celebrar a Páscoa, do mesmo modo é necessário tornar-se membro da igreja antes de poder participar da Ceia do Senhor. Por isso é que, os que “foram batizados” e “acrescentados à igreja” eram os que participavam do partir do pão com os apóstolos (At 2.41-42; 47).

A filiação eclesiástica é inferência Neotestamentário

Terceira, o Novo Testamento pressupõe que todo convertido filia-se à igreja. A conversão inclui ser acrescentado à igreja local visível (At 2.41,47; 14.21-23). Era impensável que alguém pudesse abraçar a Cristo e optar depois por não se filiar à igreja do Senhor. Na verdade quem não era membro da igreja era considerando como incrédulo (Mt 18.17). O cristianismo bíblico é intensamente pessoal, sempre, mas nunca particular e individualista.
O Novo Testamento enfatiza vigorosamente o caráter corporativo ou grupal do cristianismo. Ele fala do ajuntamento dos crentes como sendo, por exemplo, o corpo de Cristo, a noiva de Cristo, a família da fé, o templo do Espírito Santo, a comunhão dos santos, a nação santa, o povo de Deus, a família de Deus, etc. Nos dias dos apóstolos, todo convertido filiava-se à igreja, senão o fizesse, não era considerado convertido.

A filiação eclesiástica é parte integrante da salvação

Quarta, o conceito bíblico de salvação envolve ser membro de igreja. Na Bíblia, vir a Cristo e à Sua igreja é uma coisa só, não duas. As pessoas hoje recebem a Cristo numa campanha de evangelização e só depois é que decidem se vão ou não se filiar a uma igreja. Algumas vezes nunca o fazem. A Palavra de Deus, no entanto, considera que vir a Cristo e filiar-se à Sua igreja são os dois lados de uma mesma coisa: assim como o lado de dentro e o lado de fora da salvação como um todo.
Internamente, você se volta para Deus e clama para que Ele lhe salve por meio do sangue e da justiça de Jesus Cristo.
Externamente, você se identifica como pertencendo a Cristo pela profissão da sua fé diante da igreja e na adoração, aprendizado e testemunho contínuos juntamente com a assembléia (Rm 10.9-10; Mt 10.32; At 2.41-42; Hb 10.25). Fazer parte de Cristo é, na Bíblia, fazer parte do corpo de Cristo (1Co 12.13, 27; Rm 12.5; Ef 5.29-30). Biblicamente, os cristãos servem a Cristo, não em isolamento auto-suficiente, mas como membros vivos do Seu corpo.

A filiação eclesiástica patenteia a ordem eclesiástica

Quinta, as tantas prescrições bíblicas sobre ordem na igreja deixam claro que Deus espera que os crentes se filiem às igrejas locais. Deus estabelece requisitos de admissão (At 2.47), provê meios de expulsão da igreja (Mt 18.17; 1Co 5.4-5), ordena que haja líderes (ou oficiais) como pastores, presbíteros e diáconos (Ef 4.11-12; At 14.23; 1Tm 3.1-13). Só este último fato já evidencia que os crentes terão que se filiar à igreja. Pois, como é que haveria oficiais se não houvesse membros para elegê-los e seguir? De onde é que viriam pastores, presbíteros e diáconos? Para que serviriam eles?
Em I Timóteo, depois de dar instruções sobre a oração no culto público (2.1-8), sobre as mulheres no culto público (2.9-15) e sobre a eleição de presbíteros e diáconos (3.1-13), o apóstolo Paulo explica: “para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, coluna e baluarte da verdade” (3.15). Tais regras seriam inúteis, se os crentes não fossem membros de igrejas locais organizadas.

Muitos mandamentos bíblicos denotam filiação eclesiástica

Sexta, há muitas outras instruções bíblicas que só podem ser obedecidas se você for membro de igreja. Cristo instrui os Seus seguidores para que celebrem a Ceia do Senhor (Lc 22.19). Mas a Mesa do Senhor está posta apenas para os que são membros batizados de Sua igreja (veja abaixo a segunda razão).
Deus ordena que os cristãos amem a seus irmãos e os sirvam (Gl 6.2; 1Pe 3.17; 1Jo 3.14). Mas como é possível reconhecer os irmãos? Alguns se dizem crentes, e não o são. Como é que os crentes podem reconhecer a outros se não for pela identificação de pertencerem a uma igreja visível que prega o evangelho?
O que prevalece hoje é um espírito de autonomia que despreza a autoridade. Isso não é nada novo (2Pe 2.10). Mas Deus ordena aos Seus filhos redimidos que “acateis com apreço os que [...] vos presidem no Senhor e vos admoestam” (1Ts 5.12) e que “obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles” (Hb 13.17). Mas como será isso possível se você não se filiou à igreja que eles supervisionam? De que outra maneira seria possível saber quem são aqueles a quem Deus colocou sobre você?
Poderíamos dar muitos outros exemplos, mas esses devem bastar para mostrar que existem muitos outros mandamentos bíblicos que os crentes só podem obedecer se estiverem filiados à igreja. Destarte, recusar-se a se filiar à igreja de Jesus Cristo torna a pessoa culpa de inúmeros pecados de omissão, e de desobediência ao Senhor.

O cuidado pastoral exige filiação eclesiástica

A nossa sétima razão relaciona-se à sexta, mas achamos que será útil citá-la em separado. Seria impossível cuidar biblicamente da ovelha de Cristo sem a filiação à igreja. Deus ordena que os presbíteros pastoreiem o Seu rebanho no exercício do cuidado e da supervisão pastoral. A igreja é o rebanho que o Senhor deixou aos cuidados deles (At 20.28; 1Pe 5.1-4). Eles têm que concentrar a atenção naqueles que se filiaram à igreja sobre a qual Deus os fez supervisores (1Co 5.12). Os que visitam à igreja, porém, não estão sob a jurisdição dos presbíteros. Se não se filiarem a ela, como é que poderão ser pastoreados adequadamente? Além do mais, o bom pastor conhece as suas ovelhas pelos seus nomes e é também conhecido por elas (Jo 10.3-4, 14). Os que estão sob o seu pastorado não precisariam fazer o mesmo (1Pe 5.1-4)? Como poderão pastorear o rebanho se não souberem quem faz parte dele?
Em Mateus 18.15-18 o nosso Senhor Jesus ensina aos Seus discípulos como devem lidar com o pecado e o conflito no corpo de Cristo. Se um cristão professo está em pecado e nele persiste teimosamente sem se arrepender, a igreja deverá excomungá-lo e considerá-lo como um incrédulo (cf. 1Co 5). Se se arrepender deverá ser restaurado (2Co 2.5-11). O objetivo principal da disciplina é o socorro e a restauração (Gl 6.1). Mas como seria possível essa prática à igreja se não houvesse uma distinção objetiva entre os que são “de dentro” e os que são “de fora” (1Co 5.12-13)? É impossível obedecer às instruções de Cristo sobre a supervisão pastoral e a disciplina eclesiástica se os crentes não se tornarem membros de igreja.

A vida prática da igreja abrange a filiação eclesiástica

Oitava, há muitas questões de ordem prática que a igreja não pode realizar bem sem a filiação eclesiástica objetiva. Deus ordena que “Tudo, porém, seja feito com decência e ordem” (1Co 14.40). As igrejas precisam levantar pastores, eleger presbíteros e diáconos, definir orçamentos, comprar propriedades, construir locais de reunião, etc. São decisões importantes. Mas sem membros objetivamente definidos, como seria possível decidir de modo justo — “com decência e ordem” — quem tem ou não o privilégio de votar?

O evangelismo bíblico exige a filiação eclesiástica

Nona, é impossível o evangelismo bíblico sem a filiação eclesiástica. A maior parcela do evangelismo de hoje reforça o tomar decisões. Jesus, no entanto, nos ordena a fazer discípulos. O medidor bíblico do sucesso evangelístico não está marcando um grande número de decisões professadas, só está alistando pessoas nos privilégios e nas responsabilidades de seguir a Cristo. Biblicamente o evangelismo só estará completo quando os convertidos estiverem matriculados na escola de Cristo e abraçados ao seio da família visível dos crentes (Mt 28.19-20; cf. 1Co 12:13; At 2.41, 47).

O amor de Deus clama pela filiação eclesiástica

Décima e última, o grande amor de Deus pela igreja convida os crentes a que se filiem à igreja. A Bíblia reforça repetidamente o quão vital e importante é a igreja para o Deus vivo e Trino.
A igreja estava no coração de Deus na Sua obra de criação (Ef 3.9-11). A igreja estava no coração de Deus, na Sua obra de salvação (Mt 16.18; Ef 5.25). A igreja tem a promessa da Sua presença especial (Hb 2.12; Mt 18.20). Se a igreja é tão importante para o Senhor, também não deveria ser para todos aqueles que O amam? Como é que você pode amar ao Senhor e ao mesmo tempo se desviar para longe daquilo que o Senhor ama? Será que isso não quer dizer que todo o crente tem que se identificar abertamente com a igreja de Cristo?

Sobre os autores: Os autores são pastores da Igreja Presbiteriana Ortodoxa (OPC) nos Estados Unidos. O Rev. Brown é ministro da OPC em Westminster, Hollidaysburg (Pennsylvania) e o Rev. Wilson é o Secretário Geral do Comitê de Educação Cristã

A igreja sádica e pecadora

 
Por Maurício Zágari
Um fenômeno incompreensível no nosso meio é a alegria que muitos frequentadores de igreja demonstram quando um  cristão cai em pecado. E digo "frequentadores de igreja" não por acaso: um cristão de verdade jamais se alegra com o pecado de ninguém. A verdade é que, enquanto Jesus diz que "haverá maior alegria no céu por um pecador que se arrepende, do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento" (Lc 15.7), aqui na terra a turma se esbalda quando alguém peca. Evidentemente não estou falando só de pecados gravíssimos, terríveis, como: glutonaria, rancor, ira, maledicência, discórdia, ciúmes, egoísmo, inveja e outros dessa estirpe (ou você achava que esses pecados não eram sérios? Leia Gálatas 5.19-21). Refiro-me basicamente à tríade sexo, poder e dinheiro - os grandes pecados que elegemos para não perdoar, junto, é claro, com o álcool e o cigarro. Envolveu um desses pecados e a turma vai adorar falar por anos a fio sobre os envolvidos nessas histórias, que na cabeça do cristão brasileiro são piores que a blasfêmia contra o Espírito Santo.

Não, pecar não é correto. Não se justifica. É uma desobediência ao Rei dos Reis. É feio. É condenável. Cheira mal às narinas do Santíssimo. Mas permita-me abordar 4 aspectos da questão:

1. Absolutamente todo mundo peca. Eu e você, inclusive.

2. Todos pecados são hediondos, mesmo os que você pratica e acha que não são. O glutão é tão pecador como o assassino. O invejoso e o ciumento são tão pecadores como o estuprador. Se você acha que o seu pecado é menor do que o do bandido da boca de fumo, novamente sugiro que leia Gálatas 5.19-21 e me diga se estou errado.

3. Jesus encarnou como o Cordeiro de Deus que veio para tirar o pecado do mundo. Depois da Cruz, ele concede o perdão a todo pecador que se arrepende (a única exceção é a blasfêmia contra o Espírito Santo, mas nesse caso não haveria arrependimento). E, se Deus já perdoou, quem você pensa que é para continuar acusando o pecador arrependido?

4. Alegrar-se quando alguém peca é tão pecado como qualquer outro, pois vai contra o maior mandamento: amar o próximo como a si mesmo.
 
Apesar dessas verdades, o que vejo ao meu redor é que o frequentador de igreja em geral ama crucificar quem Deus já perdoou. Ama de paixão. Tem um prazer e uma alegria sádicos de ficar apontando o pecado alheio. É como se dissesse: "Hehehe, sou melhor do que você". Pior: há os que amam ficar sabendo e tricotando sobre o pecado do outro. "Você não soube o que fulana fez? Vou te contar, mas é só pra você orar por ela", diz o fofoqueiro. "Pode contar, só quero saber para interceder por beltrano", diz o frequentador de igreja com aparência de piedade mas que por dentro está se escangalhando de se entreter com a desgraça do seu próximo.

Tudo pelo sádico prazer anticristão de ver o próximo se dar mal. Essa que é a pura verdade.

Pois o cristão de fato não se alegra com a queda do irmão: o ajuda a se reerguer, o preserva, chora com ele, proteje-o. Pois todo aquele que escorregou tem o grande potencial de se tornar um cristão melhor após ser reerguido pelo Espírito de Deus - basta ver o exemplo de Davi no caso de Bateseba. E o cristão de verdade sabe disso e luta para que o irmão que pecou torne-se um homem segundo o coração de Deus. Não pisa na cabeça dele nem o acusa. Isso já tem alguém chamado Satanás para fazer, nenhum ser humano precisa tomar do diabo aquilo que ele já fará naturalmente. Quem o faz torna-se cúmplice dele.

Tomei conhecimento de um caso envolvendo conhecidos meus que me encheu de asco (desculpe, não acho uma palavra mais apropriada do que essa para traduzir meus sentimentos). Vou usar nomes fictícios por razões óbvias. Em uma certa igreja, Maria estava tendo um caso extraconjugal. Seu marido, João, que era funcionário da igreja e morava num apartamento funcional de propriedade da mesma, não sabia, mas outros membros "cristãos" tinham conhecimento do problema. E só ficavam pelas costas dele, fazendo piadinhas, o chamando de nomes depreciativos e dizendo "muuuuu" em meio a risinhos quando ele passava. Não consigo imaginar um comportamento mais impiedoso. Diante disso, pastor Zezinho, um dos líderes da congregação, chamou João para conversar e assim o marido acabou tomando conhecimento do pecado da esposa. Mas o pastor disse-lhe que se mantivesse afastado da mulher, pois se ele voltasse logo para ela "haveria falatório entre os frequentadores da igreja". Só que João foi para casa, conversou com Maria, houve um diálogo franco, muitas lágrimas e reconciliação.  E ele fez o que Jesus ensinou: a perdoou. No domingo seguinte, apareceram na igreja como deveriam: juntos, reconciliados, de mãos dadas. Um exemplo a ser seguido. Só que aí começou o massacre.
 
A mando do pastor da igreja, João foi demitido. Não, você não leu errado: por ter perdoado o pecado da esposa, o homem foi de-mi-ti-do de uma igreja cristã. E ele, a mulher e o filho receberam ordem de despejo: dentro de um certo prazo teriam que deixar o apartamento em que moravam. Tudo porque, em vez de cumprir o ritual hipócrita do marido ferido que passa um tempo afastado antes de perdoar a esposa que o traiu, João fez exatamente o que Jesus ensinou: a perdoou - e demonstrou publicamente seu gesto bíblico. João foi cristão. Maria, arrependida, foi cristã. Já o que fizeram com eles foi a coisa menos cristã que já vi em toda minha trajetória. Foi abominável. Tudo porque frequentadores de igreja fizeram piadinhas com uma coisa grave e os líderes da igreja, que deveriam dar o exemplo do que significa o Evangelho - dar a outra face, andar a segunda milha, perdoar 70 vezes7 - agiram da forma menos bíblica que já vi na minha vida. João, que, infelizmente, teve de se mudar para outra cidade para sobreviver, ganhou minha admiração como um dos homens mais cristãos que já conheci. Que passou por cima de seu orgulho e perdoou um pecado cometido contra si.

Isso lamentavelmente é o que acontece: quem peca mas age como Jesus disse que deveria agir, mortifica sua natureza carnal e pede perdão por ter ferido alguém e magoado o Senhor - é execrado publicamente. É visto como um leproso. Ninguém da igreja quer mais se aproximar dele - afinal, é "o pecador" e, sei lá, vai que isso é contagioso. Gente que não entendeu nada do Evangelho. Que o Evangelho é arrepender-se, perdoar e ser perdoado, ser restaurado e reerguido... e continuar.

Como disse um sacerdote veterano certa vez, quando alguém lhe perguntou se deveria perdoar alguém que praticou grande mal: "Bem... temos duas opções: ou nós não o perdoamos ou fazemos o que a Bíblia manda". Sim, a resposta do problema era matemática: 70 vezes 7. E a equação estava resolvida. Esse relato me lembra uma frase de Jesus quando uma certa mulher adúltera foi levada até ele, pois queriam apedrejá-la. Você conhece a história. Disse o Cordeiro de Deus: "Visto que continuavam a interrogá-lo, Jesus se levantou e lhes disse: 'Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela'." (João 8.7).
 
Meu irmão, minha irmã, perceba: você peca todo santo dia - por pensamentos, palavras, atos e omissões. Você e eu não somos menos pecadores do que o pior dos assassinos. Mas aí vem logo alguém com aquele argumento óbvio: "Ah, eu peco, só que eu não vivo pecando". E eu perguntaria: "Não vive pecando? Ok. Então me diga um único dia da sua vida em que você não pecou". Pois é. Você e eu pecamos TODOS os dias das nossas vidas, tirando talvez algum dia em que estivemos em coma. Fora esse, você pecou TODOS os dias.

Então, caro amigo vaidoso, glutão, fofoqueiro, invejoso, iracundo, maledicente, preguiçoso, cobiçoso, egocêntrico, que não põe Deus acima de todas as coisas, que deseja o mal ao próximo, que não prefere os outros em honra, que devolve mal com o mal, que não perdoa as dívidas e ofensas, que é rude com os outros, que desdenha os mais pobres, que inveja os mais ricos, materialista, que tem inimizades e ciúmes, que tem iras e discórdias, que promove dissensões e facções... meu querido, lamento informar, mas você e eu vivemos  SIM pecando. Di-a-ri-a-men-te. E Paulo diz em Gálatas 5 que "não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam". Então, caro, estamos mal na fita - e carecemos da graça de Deus tanto quanto quem você acha o pior dos pecadores.
 
É a isso que Jesus se referia quando disse para olharmos a trave em nosso olho antes de olhar o argueiro no olho do outro, caro frequentador de igreja. Diante disso, se me permite, sugiro que a partir de hoje você olhe menos para o pecado do seu próximo - em especial se por acaso você sente aquela satisfação sádica de ver o pecador se arrebentar - e passe a dirigir mais sua atenção para os seus próprios pecados e, principalmente, para a Cruz de Cristo. Pois, pode acreditar: você vai precisar muito dela no Dia do Juízo.

Paz a todos vocês que estão em Cristo - e que, como eu, sabem que são miseráveis pecadores

Mendigo entra na igreja e solta a voz!



Por Carlos Reghine
Um vídeo está bombando na web, um mendigo entra na igreja e solta a voz, aliás, uma linda voz, e canta a música “Um milagre em Jericó”.
Informações na página do Youtube relatam que o mendigo mora em Santos Dumont – Minas Gerais, o nome dele é Antenorgenes, é usuário de crack e anda pedindo dinheiro nas ruas! Orem por ele para que Deus possa libertá-lo desse mal.
Vale conferir: