sábado, 17 de março de 2012

Até que a morte nos separe

Você projetou, sonhou, fez vários planos, mas de repente algo não aconteceu como se esperava. Pelo contrário, a situação de seu casamento está cada vez pior, vocês estão a ponto de se separar.
O que ouve? Quem errou? Foi egoísmo, infidelidade? Falta de domínio próprio, de compreensão, ausência de diálogo? A família de seu cônjuge intromete no seu relacionamento? Ou foi a famosa crise financeira, responsável pela maior parte das brigas e discussões entre os casais? Quem está vivendo uma situação crítica no casamento, com toda certeza apontou alguma dessas características ou até mesmo assinalou outras que não estão descritas neste texto.
Costumo dizer uma frase às pessoas que aconselho em relação ao matrimônio. “Casamento é sonhar sim, mas com o pé no chão”, ou seja, nem tudo são flores, nem tudo é perfeito, nem tudo acontece com a gente quer, nem tudo é um mar de rosas. Existirão problemas, dificuldades, discussões, algumas decepções e desilusões.
O interessante é que esses problemas são identificados durante a cerimônia de casamento. Só que muitos cônjuges não se dão conta disso. Quando o pastor pede aos noivos que repitam a seguinte frase: “Na saúde ou na doença, na riqueza ou na pobreza, na alegria ou na tristeza... até que a morte nos separe”, objetivamente está sendo apresentado aos jovens nubentes a realidade da vida a dois: é uma jornada com sonhos e riscos de quem enfrenta um futuro a ser construído. Ao repetir essa frase deve-se, naquele momento, dizer isso conscientemente, pois no mundo espiritual está se fazendo um pacto, um compromisso com Deus que se prontifica a honrar seu matrimônio quando vieram as tempestades.

Certa vez um casal comentou que eles estavam tão cansados no momento da cerimônia matrimonial, que eles tinham plena convicção de que simplesmente repetiram o que foi dito, mas não analisaram o conteúdo da frase. Isso é muito sério. Devemos dar importância ao que pronunciamos.

Alguns casais são “cheios de amor pra dá” quando estão vivenciando uma boa situação financeira, de saúde e estão sem problemas. Mas a qualquer sinal de intempérie chegam a pronunciar palavras pesadas do tipo: “Maldita hora em que me casei com você”. A frase penetra no coração do parceiro como uma “facada”, matando todos os sonhos e motivações do cônjuge, frustrando-o completamente.

Você que tem enfrentado lutas e adversidades em seu casamento faça uma nova aliança com seu esposo (a). Repitam juntos novamente as mesmas palavras ditas no dia de seu enlace matrimonial. Lembre-se: vocês se comprometeram a se amarem mesmo quando estivessem passando por lutas e tribulações, estando enfermos ou tristes ou em ocasiões de crises financeiras. Ali foi firmado um pacto de que os dois estariam enfrentando os problemas juntos e vencendo em nome de Jesus!

É importante que se analise o tipo de união e qual o alvo que vocês pretendiam alcançar com a vida em comum. Toda fortaleza vai depender de que saibam que um nasceu para outro, que você é um presente, a parte complementar da pessoa amada.
Isso nos faz lembrar da passagem bíblica sobre os dois fundamentos, em Mateus 7:24-27. Onde você está construindo o seu lar? Na rocha ou na areia? Você está edificando o seu lar em interesses pessoais ou está pensando em sua família? Só está com seu cônjuge enquanto ele tem dinheiro para oferecer? Só ama quando o seu parceiro está saudável? Pense nisso. Que além da morte não haja outro fator que venha separar vocês. Que Deus abençoe!

Ana Paula Costa
redacao@lagoinha.com

Primeira Bíblia Apostólica será lançada em março

Por Danilo Fernandes

Neste mês de março de 2012, efeméride que ficará marcada na história da instituição, A Sociedade Bíblica do Brasil entrega ao mercado a Bíblia Apostólica com anotações de Estevam Hernandes (autoproclamado precursor da visão apostólica no Brasil) e prefácio de Renê Terra Nova.

Vou repetir: A Sociedade Bíblica do Brasil entrega ao mercado...

Vou repetir NOVAMENTE: A Sociedade Bíblica do Brasil entrega ao mercado...

Agora, eu penso que o leitor está sentindo mesma dor que eu estou sentindo agora.

Não. É pouco!

Vamos enfiar esta adaga com mais força no seu coração:

“Deus nos deu o privilégio de ter a primazia do apostolado no Brasil e essa Visão se espalhou por todos os lugares. Com esta publicação, que é a primeira Bíblia Apostólica anotada do mundo, desejamos que esta visão alcance ainda mais vidas, resgatando a cada dia mais pessoas para Jesus” Estevam Hernandes.

Note bem: A primeira bíblia apostólica do mundo. Aquela que faltava. A visão que o mundo precisa para alcançar mais vidas. Ali temos Evangelhos escritos por apóstolos sem eira e nem beira, mas as anotações e comentários... são da lavra de O apóstolo. Aquele da primazia da visão apostólica. O maioral!

Uma joia impressa na nossa... Sociedade Bíblica do Brasil.

A edição da bíblia apostólica traz 15 páginas que explicam o que é a Visão Apostólica e como ela chegou até a Igreja dos nossos dias.

Se você não sabe como chegou, vai saber meu mano! Estevam vai te contar como a igreja chegou claudicante e desorientada até o ápice de sua jornada... Quando o pai da visão apostólica se fez carne nesta terra, foi preso e acorrentado em Miami, ganhou uma tornozeleira eletrônica sem espinhos e voltou ao terceiro mês ao Cambuci, de onde irá julgar os tolos e os néscios!

Produzida pela Sociedade Bíblica do Brasil, a edição terá ao longo dos 66 livros mais de 5.000 notas comentadas, mapas coloridos, 40 estudos bíblicos, 40 perfis de personagens bíblicos e 40 ministrações de ofertas.

O melhor de tudo, claro, são as tais 40 ministrações de oferta, especialidade de Ali Estevam, o homem que na numerologia gospel de Morris Cerrulo tem o número 40: Quarenta (mil) processos, 40 bispos ladrões... Enfim, filho na fé de Ali, o Babá.

Ohhhh Aleluia!

Olhem para a Cruz, pois tem mais:

“Creio que é chegado um tempo de unidade no Reino, um tempo no qual precisamos nos apegar ainda mais à Verdade, Jesus, para vermos o manto apostólico sendo estabelecido sobre nossa nação [...] esta Bíblia será como uma bússola que fará com que você caminhe sempre e sempre em direção à Verdade Maior, Jesus. E nada melhor do que um apóstolo para conduzi-lo por estas linhas de decisão [...] E você será adestrado para este tempo profético e apostólico que estamos vivendo através desta Bíblia que está em suas mãos“.

Renê Terra Nova em seu prefácio à bíblia apostólica produzida pela Sociedade Bíblica do Brasil, sim meus amigos: a nossa SBB.

E tem mais, após puxar a descarga, Terra Nova continua obrando:

“Estevam é um líder incansável! Tenho visto isso na sua vida e história, que se tornou uma espécie de GPS apostólico, pois muitos não tinham coragem de romper e adotar a nomenclatura (de apóstolo). Depois que ele abriu o caminho, todos estão logrando êxito em muitas áreas dos seus ministérios. Por trás, porém, existe esse estimulador de valores, um homem que treinou muitos generais de guerra no mundo espiritual.”

Sem dúvida! Depois que Ali Estevam Baba disse o seu Abre-te sézamo apostólico, adentraram na caverna muito mais do que 40 ladrões.

A Renascer foi qualificada pelo MINISTÉRIO PÙBLICO como uma organização CRIMINOSA. As heresias expressas, já no prefácio desta edição são gritantes! Como... Mas como a SBB aceita participar de uma empreitada destas? Tem de haver um limite!

Aguardemos o que tem a dizer a Sociedade Bíblica do Brasil.

Entre todos os posts publicados neste site, este é, até o momento, aquele que eu menos gostaria de ter escrito e postado. Rogo a Deus que eu possa ter motivos de me retratar.
Sou um grande entusiasta de bíblias de estudo, comentadas, temáticas, funcionais, comparativas, etc. Já disse isto aqui algumas vezes. Possuo quase 100 destas publicações. Para mim são uma motivação (extra, óbvio) de iniciar mais uma leitura das Escrituras (já o fiz dezenas de vezes) e aprender com comentários de gente que sabe mais do que eu.

Aproveito os estudos para o meu grupo pequeno, nas minhas pregações, aprendo muito com os destaques temáticos e de contexto histórico e enriqueço a minha experiência, comparando textos.
Sempre que uma bíblia do gênero é lançada, encaro com alegria a tarefa de ler e recomendar (se for o caso) aos leitores do Genizah. Já o fiz diversas vezes. Sei que a minha opinião e divulgação ajudaram nas vendas e, garanto, em todos os casos, o fiz com muita alegria e convicção de quem indica algo de qualidade e que irá enriquecer a vida dos irmãos.
Poucas vezes me deparei com um erro grosseiro como este, onde as Escrituras Sagradas servem de moldura para a disseminação de heresias no meio do povo de Deus. A “financeira” do Malafaia é um exemplo triste. As exegeses feitas para privilegiar o falso evangelho da prosperidade são lamentáveis. A hermenêutica de mamon! Contudo, quem publicou não causa desapontamento. Agora, este presente escândalo sair das prensas da SBB é uma lástima.

Religião é dinheiro?


Por Derval Dasilio
“Há mansões nesse lindo país”. O hino evangélico foi levado ao pé da letra quando pastores passaram a adquirir casas luxuosas na Flórida e no Brasil. Condomínios de luxo, prédios em bairros nobres, compõem o patrimônio da corrupção. Não só, porque dízimos e ofertas geram proventos de milhões para os parentes dos dirigentes e laranjas eclesiásticos que levam dinheiro para contas no exterior. Uma família milionária distribui as benesses a privilegiados (A Gazeta, ES – 08/fev/2012).
Nas semanas que antecedem a Páscoa de 2006, em Vitória (ES), diante das câmeras, um líder era preso pela Polícia Federal, juntamente com um suplente de senador, do bloco evangélico no Congresso Nacional (A Gazeta 8/mar/2006). Era trancafiado enquanto exibia um exemplar da Bíblia diante das câmeras. A acusação era de roubo ao erário e formação de quadrilha, estava ligado a um senador também evangélico. “Usam-se igrejas como fachadas, e como negócios religiosos”, sugeria o jornal. Também na Quaresma, 2012, no mesmo estado e região, a Igreja Cristã Maranata e a Assembleia de Deus passam por investigação policial e pelo Ministério Público Federal pelos mesmos motivos.
Para os novos evangélicos, “religião é dinheiro”, enquanto cometem abusos (evidentemente consentidos) contra a comunidade de fieis. O momento é identificado como “grandes igrejas, grandes negócios”. É possível conceber passivamente, sem indignação, a existência de “profissionais da santidade” – pessoas destacadas e separadas para a busca pessoal do “estado de perfeição espiritual”, como querem os evangélicos dessas denominações? Preocupações com a honestidade civil, cidadania, justiça e a solidariedade para com os fracos, desaparecem enquanto a “graça” materializada em moeda sonante é distribuída por mãos levianas? O “perdão” eclesiástico, obtido em prestações, dízimos e ofertas compulsórias, cessa quando o fiel para de pagar, ou ele tem que se endividar mais para continuar no sistema?
A polícia investiga o enriquecimento ilícito na Igreja Cristã Maranata, a partir de denúncias vindas de descontentes dentro da mesma. A direção do império evangélico, tentando abafar o assunto, protocolou uma ação na justiça de valor extremamente baixo. Traindo a cúpula, agindo em proveito próprio, o administrador do caixa único foi “descoberto” e acusado na justiça de um desvio de pouco mais de 2 milhões de reais. Uma auditoria externa, porém, para o acerto de contas interno, teria constatado um valor superior a 20 milhões somente nos últimos dois anos. A ação corria em segredo de justiça, mas vazou. A tv e a imprensa escrita publicam os desdobramentos da denúncia pública, desmentindo seguidamente as declarações oficiais da igreja em matérias pagas.
O Ministério Público passa a investigar a denominação. Um caso de polícia, na procura de criminosos espertalhões (que se defendem contratando raposas especializadas no crime organizado há anos). Seria uma tarefa relativamente fácil para a polícia, uma vez que o centralismo da direção numa mesma família milionária permitiria constatar, por meios legais, a fonte de enriquecimento de cada um de seus membros, e expressivos registros patrimoniais à custa dos fieis. Contratados pela cúpula, parentes chegam a ter proventos de 4 milhões (Gazeta Online 12/fev/2012). No “baixo-clero”, porém, não há salários. Como mariposas em torno do alto clero, um rebanho denominacional dos maiores do país é orientado a recusar a “infâmia da imprensa sensacionalista”. Mas esta fornece provas chocantes, de que a denominação evangélica funcionaria como um banco clandestino.

As perguntas estão no ar: por que o pastor vice-presidente não foi expulso de imediato, descoberto com a boca na botija, como se faz com fieis que cometem infidelidades e desvios bem menores? O vice-presidente seria um arquivo vivo, detentor de informações que envolvem o grupo diretor por inteiro? Se a igreja arrecada perto de 500 milhões por ano, prestações de financiamentos internos (habitação, veículos, planos de saúde etc.), dízimos e ofertas, sem distinção, por que se preocuparia com uma ninharia de 2 milhões desviados? O esquema envolve quantos, dos quase três mil pastores do movimento, e apoiadores políticos, congressistas, deputados e vereadores locais? Como, por anos a fio, a corrupção das lideranças teria passado despercebida, levando-se em conta a movimentação milionária através dos anos, sem o conhecimento das demais lideranças? Onde entra o Banco Central e a Constituição Federal? Seria possível uma comparação à prática comum no pentecostalismo dos últimos 40 anos, no Brasil, em negócios religiosos “livres” de obrigações fazendárias? Investigarão também a Assembleia de Deus, denunciada por uma fraude espetacular, na Grande Vitória (ES)?

O movimento neoevangélico pentecostal surgiu há quatro décadas, exatamente no momento em que denominações históricas (iniciadas por volta de 1850/70), século 19, começavam a rachar. Igrejas batistas, congregacionais, metodistas, presbiterianas, episcopais anglicanos, pertencentes ao período conhecido como “protestantismo de missões” – denominado histórico –, são atingidas pelas primeiras divisões pentecostais a partir de 1960. A Assembleia de Deus inaugurara o movimento pentecostal em 1910, e juntamente com a Congregação Cristã do Brasil (1912), construiu-se à parte das missões protestantes norte-americanas.

Bem-sucedido, o pentecostalismo anárquico, sem vínculo denominacional, das últimas quatro décadas – centenas de “igrejas de dono”, ou famílias –, também comprometeu a identificação “evangélica” e “pentecostal” por inteiro. As denominações evangélicas históricas, até o momento, têm passado ao largo da corrupção sistemática nesse cenário. Mais temas para a pesquisa da história social do protestantismo. O último censo do IBGE (2010) aponta, por estimativa, 31% de crentes evangélicos, hoje, no Brasil. Apenas 5% dos evangélicos brasileiros pertencem ao protestantismo histórico não-pentecostal.

A partir da Assembleia de Deus (a AD mais recente, fique claro, é ligada visceralmente à comunidade assembleiana nacional), Igreja Universal do Reino de Deus; Igreja Internacional da Graça, Igreja Internacional do Poder Deus, Igreja Batista da Lagoinha, Comunidade Sara Nossa Terra, Renascer em Cristo etc, apareceu o prefixo “neo” para os pentecostais dos afluentes das últimas décadas. Impérios eclesiásticos se formam, com uma movimentação financeira gigantesca que o fisco não alcança, controlados por famílias, ou clãs evangélicos, desde a fundação.

O movimento pentecostal da Maranata é discreto e contundente, diferente das denominações midiáticas, exuberantes, recentes. Sua ênfase na santidade e avivamento esconde o verdadeiro objetivo a alcançar? Sem dúvida, é um sucesso empresarial, entre outras. Aparentemente, estas denominações são altamente organizadas, e de eficiência inegável na arrecadação, conforme os números e nas estatísticas. Escândalos permanentes e recentes, porém, mostram a face oculta desse movimento vitorioso.