quinta-feira, 21 de março de 2013

O Estado e o homossexualismo: dois extremos a se evitar

Por Helder Nozima

Quando eu era criança, acreditava que o mundo era facilmente dividido em "bem" e "mal", preto e branco, "certo" e "errado". Imaginava que era sempre fácil distinguir as fronteiras, como em uma ciência exata. Critérios claros e fáceis me ajudariam a discernir com clareza o certo do errado.

Cresci e quando jovem me venderam uma outra ideia. Não existe "bem" ou "mal", esses conceitos são relativos, dependendo da época, do lugar e até simplesmente da conveniência pessoal de cada um. Tentar definir uma fronteira entre certo e errado era algo inútil. Tudo, tudo mesmo podia ser relativizado, de modo que até o infanticídio pode ser certo ou errado dependendo do seu ponto de vista.

Tornei-me adulto e percebi que esses dois pontos de vista são errados. Há sim "bem" e "mal", mas nem sempre é fácil distinguir a linha que divide uma coisa da outra. Constatei que os absolutos existem e são necessários para a construção do conhecimento. Mas também vi que a fronteira é elástica em vários pontos, dependendo sim da cultura, da época e do bom senso das pessoas.

Para complicar: algumas vezes a defesa do "bem" pode ser maligna. Em certos casos, a defesa do "mal" é o certo a se fazer. E isso se aplica perfeitamente em duas situações que relacionam Estado e homossexualismo.

Uganda e a pena de morte
Como pastor, creio que a Bíblia é um livro de origem sagrada e infalível em suas afirmações. Desta maneira, entendo que o homossexualismo é um pecado:
Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. (1 Coríntios 6:9-10)
Por definição, o pecado é uma coisa ruim, algo que devemos combater. Contudo, este combate é espiritual. O homossexualismo deve ser confrontado pela Igreja através da pregação da Palavra, das orações e do aconselhamento bíblico. Sei que alguns podem rir e achar isso uma estratégia ridícula. Todavia, há missões como a Exodus e a The Pink Cross (atores e atrizes pornô têm relações bissexuais) que atuam desta maneira e têm testemunhos a contar.

Infelizmente, nem todos pensam assim. Há uma corrente dentro do cristianismo (inclusive no católico) que quer a ajuda do Estado na luta contra o pecado. Como isso aconteceria? Com a criminalização do pecado. É o que acontece em Uganda.

Lá, o homossexualismo já é um crime que pode ser punido com a prisão perpétua. Já considero um absurdo o Estado impor essas punições, mas há quem queira aprovar uma lei para aplicar a pena de morte nesses casos. Duas tentativas já foram feitas neste sentido.

Não nego que no Antigo Testamento o homossexualismo, o adultério, o incesto, o estupro e outros pecados sexuais eram punidos com a morte. Isso acontecia em um contexto de teocracia (presente em todos os países daquela época), onde o reino de Israel era um símbolo do futuro reino de Deus, que será implementado plenamente quando Jesus voltar. Mas no Novo Testamento o próprio Jesus separa as duas esferas:
Disse-lhes, então, Jesus: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. E muito se admiraram dele. (Marcos 12:17)
Isso não significa que o Estado deva se calar e liberar todo tipo de conduta. Há pecados que devem sim ser refreados pelas autoridades. Tratei dos limites dessa ação estatal no post O Estado e o direito de pecar.

Uganda é pois um erro extremo. Neste caso, o dever de todo cristão é defender o direito dos homossexuais pecarem sem que sejam mortos por isso. A forma errada de combater o "mal" pode ser mais maligna do que o "mal" que se quer derrotar.

O Brasil e a lei anti-homofobia
A atitude de alguns parlamentares ugandenses ilustra bem como ser homossexual é algo perigoso no mundo de hoje, mais do que ser um adúltero. Se há quem queira matá-los, não é de se espantar que eles sejam alvos de piadas, desrespeitos, xingamentos e agressões. Pior: muitas vezes os agressores não veem culpa em seus atos. A discriminação é um fato e não uma ilusão criada por ativistas.

Certamente essa discriminação é maligna. E, neste caso, o Estado deve sim interferir e garantir a proteção dos homossexuais. Quanto a isso, não há a menor dúvida. Na verdade, essa garantia é tão importante que está registrada na Constituição do Brasil:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
Por outro lado, o Estado também precisa garantir as liberdades fundamentais, inclusive a religiosa, a de opinião e a de pensamento:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; (Art. 5º da Constituição Federal)
E isso inclui o direito de pensar o que se quiser do homossexualismo, do cristianismo e de tudo o mais, mesmo que a crença ou a opinião sejam horríveis. Eu não gosto, por exemplo, quando ouço que "a religião é a fonte de todo o mal do mundo" ou que "evangélicos são burros ignorantes, pessoas sem instrução", como já ouvi mais de uma vez. Mas é meu dever (e do Estado) assegurar que as pessoas tenham a liberdade de pensar o que quiserem de mim...e de expressarem isso, dentro de certos limites (injúria, calúnia e difamação não pode).

Ao meu ver, isso já é garantido pelas leis atuais. Não há a necessidade de se criar uma lei específica para proteção dos homossexuais, que é o que se pretende com o PL 122, em discussão no Congresso Nacional. Em princípio, já é crime demitir, prejudicar em seleções profissionais e educacionais, restringir a entrada ou mesmo a afetividade de qualquer cidadão (se um casal hetero pode, o homo também pode). A redundância não é necessária.

Entretanto, o PL 122 tem algumas áreas cinzentas que trazem preocupação aos cristãos. Por exemplo, quando o projeto diz que:
O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica;
Eu pergunto: e se alguém achar este post uma ação constrangedora ou intimidatória? Talvez algum homossexual comece a considerar a sua orientação um pecado e divida isso com algum ativista, e ele entre com uma ação na Justiça contra mim alegando que cometi uma ação psicológica intimidadora. O mesmo pode ser dito de piadas, por exemplo. Afinal, se hoje há humorista que faz piada com estupro, com o PLC 122 aprovado, Rafinha Bastos poderia fazer o mesmo com homossexuais?

A raiz dos dois erros
O que há em comum entre estes dois extremos? Uma convicção política errada: a de que o Estado é a solução para corrigir o caráter da sociedade e que ele deve regular assuntos da esfera íntima.

Não é com o apoio do Estado que os cristãos vão convencer todos os homossexuais do mundo a abandonarem o homossexualismo. Não é a falta de reconhecimento estatal que impedirá as pessoas de estabelecerem uniões homoafetivas. De nada adianta criar barreiras legais para impedir as pessoas de pecarem se a sociedade não for transformada pela pregação e ensino bíblicos.

De igual modo, não é com uma lei que os homossexuais vão impedir os atos violentos e discriminatórios cometidos contra eles. É por meio da educação e do debate que a consciência social pode ser modificada, não com leis em um país que não segue a legislação vigente.

Mais do que isso: um Estado menor interessa a todos. Os homossexuais não querem que se repita aqui o que acontece em lugares como Uganda ou o Irã. Não querem que a Igreja use o Estado para definir com quem você dorme ou deixa de dormir. Os cristãos também não querem que nenhum grupo use o Estado para interferir no que é pregado nos púlpitos.

De igual modo, não é papel do Estado orientar a sexualidade de crianças e adolescentes por meio de vídeos ou dar aulas de Ensino Religioso. Existem assuntos que são da esfera íntima de cada família ou indivíduo. E todos lucram quando o Estado não se intromete nestes assuntos.

Faça a sua parte
Por fim, peço que você aja como um cidadão consciente. Você pode assinar um abaixo-assinado virtual contra a aprovação da pena de morte para homossexuais em Uganda. É só clicar aqui.

E você também pode protestar contra a aprovação do PLC 122. Uma sugestão é enviar uma carta aos senadores. Saiba como fazer isso clicando aqui.
Ressalto que linkar os sites não significa concordar com 100% do que está escrito neles. Aceito que você pense de mim o que quiser. Só peço que você me julgue pelo que, de fato, escrevi.

Graça e paz do Senhor,

Homossexualismo: Uma Análise Bíblica


Por Brian Schwertley
Esta é uma era de crescente aprovação e aceitação do homossexualismo. O homossexualismo é retratado por muitos no governo, na educação pública e em nossas escolas e universidades como apenas um dos muitos modos normais e legítimos de viver. Aqueles que se opõe ao estilo de vida homossexual sob uma base moral e religiosa são normalmente retratados pela elite intelectual, a mídia e a indústria do entretenimento como fanáticos ignorantes que estão cheios de ódio, “homofóbicos,” e por aí vai.
É verdade que muitas pessoas odeiam homossexuais. Alguns até se envolvem em atos de violência contra gays. Mas é preciso lembrar que as pessoas que se envolvem em tais atividades estão pecando contra Deus; eles não estão de todo vivendo de acordo com a lei de Cristo. O verdadeiro cristão ama o homossexual e mostra isto pela forma como o trata, de uma maneira correta, de acordo com a lei de Deus (1Jo 5.3). Calúnia, violência, ódio e desprezo nunca deveriam ser atitudes de um cristão contra homossexuais; os cristãos devem proteger os homossexuais de ataques pessoais. Todavia, enquanto os cristãos devem amar os homossexuais tratando-os corretamente, eles também devem amá-los sendo biblicamente honestos para com eles. A atitude de alguém contra o homossexualismo não deve ser moldada por nossa cultura pagã e variável, mas pela revelação inspirada e infalível de Deus, a Bíblia. A Bíblia oferece esperança ao homossexual porque ela fala a verdade e proclama perdão dos pecados por meio de Jesus Cristo.

A Criação da Ordenança do Casamento
Ao invés de se ter um entendimento próprio da sexualidade humana, é preciso voltar à origem da humanidade. No princípio Deus criou um homem (Adão) e uma mulher (Eva). Deus não criou dois homens (e.g., Adão e Antônio) ou duas mulheres (e.g., Eva e Tereza). Deus criou primeiro Adão do pó da terra; Então criou Eva da costela de Adão. Eva foi criada para ser esposa de Adão. A Bíblia diz que eles estavam nus e contudo não se envergonhavam. A criação de Deus de um homem e uma mulher para serem marido e esposa é o padrão ou paradigma para a sanção de Deus das relações sexuais normais, morais e abençoadas. “A união do matrimônio é ordenada por Deus, e estes preceitos sagrados não devem ser poluídos pela intromissão de uma terceira parte, de qualquer sexo” (F.F. Bruce).
Jesus Cristo citou Gênesis 2.24 como uma prova clara de que a poligamia (ter mais de uma esposa) e o divórcio (exceto em caso de adultério) são condenados por Deus (Mt 19.5). O apóstolo Paulo, escrevendo sob inspiração do Espírito Santo, disse que há somente uma saída moral e legítima para o caminho deixado por Deus para o sexo – o casamento (1Co 7.2). Monogâmico e heterossexual, o casamento é a única maneira de se ter sexo sem pecado e culpa. “Honrado entre todos seja o matrimônio, e o leito [matrimonial] sem mácula; mas Deus irá os fornicadores e adúlteros” (Hb 13.4 [todas as versões NKJV]). Qualquer coisa contrária a ordenança da criação do casamento entre um homem e uma mulher é pecaminoso e inaceitável perante Deus. A Bíblia condena toda atividade sexual fora do casamento monogâmico e heterossexual: homossexualismo, sexo antes do casamento, poligamia, adultério, bestialismo e assim por diante. “Não deixeis que vos enganem com palavras vãs,” diz Paulo, “porque é em razão destas coisas sobrevêm a ira de Deus sobre os filhos da desobediência” (Ef 5.6).

A Lei de Deus
A lei moral de Deus claramente condena todo tipo de homossexualismo: “Não te deitarás com um homem como se fosse uma mulher. Isto é abominação… Se um homem se deitar com outro homem, como se fosse mulher, ambos praticaram coisa abominável. Devem ser mortos. Seu sangue cairá sobre eles” (Lv 18.22, 20.13). Defensores do homossexualismo tentam evitar as claras e inequívocas declarações da lei de Deus com desculpas esfarrapadas e descarada distorção da Bíblia.
Alguns questionam se a lei de Deus condena o homossexualismo; eles ensinam que a lei de Deus é só um escrito humano com antigos costumes judaicos preconceituosos. Essas pessoas condenam a autoria mosaica da lei e são relativistas éticos. Seus argumentos devem ser rejeitados porque Cristo e os apóstolos aceitaram a autoria divina, infalibilidade e absoluta autoridade do Velho Testamento (Mt 22.39-40; Jo 10.35; 2Tm 3.16-17). Se você rejeitar a lei de Deus alegando que ela não passa de idéias humanas de judeus antigos, então você não pode reivindicar que Cristo é seu salvador. Você deve pensar que ou Jesus se enganou em Sua visão da lei de Deus ou que Ele era um mentiroso. Não esqueça: Jesus Cristo é Deus (Jo 1.1; 8.58-59); Ele não pode se enganar ou mentir (Nm 23.19).
Outros ensinam que as leis que condenam o homossexualismo se aplicavam somente à nação de Israel. As leis do Velho Testamento caducaram com a vinda de Jesus Cristo. Essa visão é popular entre aqueles que reivindicam ser “homossexuais evangélicos.” Essa visão é totalmente anti-bíblica. Quando o Novo Testamento diz que os cristãos estão mortos para a lei, significa que Cristo cumpriu a lei (o pacto das obras) pelos crentes, e removeu a maldição da lei por meio de Sua morte sacrificial. Cristãos que estão unidos a Jesus Cristo em Sua vida perfeita sem pecado e Sua morte sacrificial são elevados com Cristo e capacitados por Seu Espírito a viver para Deus. Paulo disse que “a lei é santa, e o mandamento santo e justo e bom” (Rm 7.12). Cristo não liberta da lei moral. Ele obedeceu a ela perfeitamente para os crentes. Ele morreu para remover a culpa do pecado e enviou o Espírito Santo para que os crentes tenham poder para obedecer à lei de Deus. Se Cristo abolisse a lei no sentido que os apologistas do homossexualismo afirmam, então Ele precisaria morrer, porque se não há lei, não há pecado nem culpa. As únicas leis que não possuem mais validade são as que estão atreladas especificamente à terra de Israel (e.g., o jubileu) e as leis cerimoniais. As leis cerimoniais apontavam para Jesus Cristo e Sua obra por meio de tipos e figuras. A lei moral de Deus e o caso das leis civis baseadas sob a lei moral ainda estão em vigor. A lei de Deus é baseada sob Sua natureza e caráter; portanto, é absoluta, imutável e eterna.
É óbvio que a proibição contra o homossexualismo nada tem a ver com o sistema sacrificial; ela claramente não é cerimonial em sua natureza. Além do mais, se as leis contra o homossexualismo foram somente restritas à nação de Israel, então porque o homossexualismo é condenado em Sodoma, cerca de quatrocentos anos antes de a nação de Israel existir: “como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à imoralidade sexual e seguindo após outra carne [homossexualismo], foram postos para exemplo, sofrendo a vingança do fogo eterno” (Judas 7)? Embora Sodoma fosse genericamente caracterizada pela maldade, Gênesis 19 apresenta o homossexualismo como o último estágio da devassidão. Os homens de Sodoma desejaram ter relações homossexuais com os convidados de Ló e estavam dispostos a estuprá-los, se necessário. Deus enviou total destruição sobre Sodoma. Sodoma não foi destruída porque seus habitantes não eram hospitaleiros, como alguns afirmam. Simplesmente não ser hospitaleiro não explicaria um tal julgamento de Deus. Deus aniquilou a cidade; somente Ló e sua família foram poupados.
Alguns apologistas do homossexualismo argumentam que a lei de Deus condena somente a prostituição ritual masculina. Eles argumentam que o moderno homossexualismo não tem nada a ver com o homossexualismo pagão e idólatra praticado nos tempos antigos. Deus claramente condena a prostituição masculina e os ritos culticos de fertilidade associados a ela; Deuteronômio 23.17-18 se aplica à prostituição cultica. Mas Levítico 18.22 e 20.13 não mencionam a prostituição cultica em lugar algum. “se um homem se deitar com outro homem como se fosse mulher, ambos cometeram abominação. Devem ser mortos. Seu sangue cairá sobre eles” (Lv 20.13).
A tentativa de consolidar todas as proibições contra o homossexualismo dentro de algo que somente concorde com a antiga prostituição cultica revela um óbvio viés pró-homossexual por parte destes intérpretes. Eles forçam o texto bíblico à um molde pró-homossexual. Eles estão sendo desonestos com a clara intenção da Palavra de Deus. Eles estão lendo suas próprias pressuposições pró-homossexuais na lei de Deus. É ilegítimo condensar três proibições distintas (Lv 18.22, 20.13; Dt 23.17-18) em apenas uma. Interpretes pró-homossexuais sabem disto mas não se importam, porque eles não estão interessados na verdade; eles estão interessados somente em justificar seu comportamento mau e pervertido. Além disso, sua interpretação pode ser usada para justificar a relação sexual com ovelhas e cabras, porque a bestialidade também era parte dos ritos culticos de fertilidade. Não se engane. Deus é contra o homossexualismo em todas as suas formas, tanto ritual quando pessoal.
Os argumentos em favor do homossexualismo são nada mais que lamentáveis desculpas para um comportamento que Deus condena e irá claramente julgar. “Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis. Nem fornicadores, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais , nem somoditas , nem ladrões, avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus” (1Co 6.9-10). Homossexualismo foi condenado por Deus, séculos antes da chegada da lei (e.g., Gn 19). Ele é explicitamente condenado pela lei de Deus (Lv 18.22, 20.13). Como será mostrado, ele é também claramente condenado no Novo Testamento pelo apóstolo Paulo.
O Novo Testamento
O Novo Testamento concorda com, e confirma, a condenação do Velho Testamento da homossexualidade. Alguma passagem da Bíblia pode ser mais clara na condenação do homossexualismo do que a afirmação de Paulo encontrada no primeiro capítulo de Romanos: “Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e adoraram e serviram a criatura mais do que o Criador, o qual é bendito eternamente. Amém. Por essa razão Deus os entregou a paixões infames. Pois até mesmo as mulheres mudaram o modo natural pelo que é contra a natureza. Do mesmo modo os homens, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, homens com homens cometendo o que é torpe, e recebendo em si mesmos a penalidade devida pelo seu erro. E por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes… os quais, sabendo do justo juízo de Deus, de que aqueles que praticam tais coisas são passíveis de morte, não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam” (Rm 1.24-28,32).
Defensores do comportamento homossexual tentam driblar Romanos 1 alegando que Paulo estava condenando somente a luxúria e promiscuidade homossexual e não as amáveis e monogâmicas relações homossexuais. O problema com essa interpretação pró-homossexual é que Paulo nem sequer sugere tal idéia no texto. Essa idéia, que era pra estar no texto, claramente não está lá. Paulo era um expert em complexos problemas éticos. Sua condenação abrange todas as formas de comportamento homossexual: seja promiscuo, seja monogâmico. Se a homossexualidade é permissível sob certas condições, então a mentira, assassinato, difamação, e outros pecados listados por Paulo também são permitidos sob certas condições? Poderia um apologista do homossexualismo argumentar que o sexo com cabras e ovelhas é permitido desde que o relacionamento seja amoroso e monogâmico?
Outros apologistas dizem que Paulo estava somente se referindo à prostituição cultica grega. Mas o texto não diz nada sobre a prostituição cultica grega. Paulo estava focado sobre o que acontece quando as pessoas enxotam Deus de seus pensamentos e adoram ídolos. Paulo estava discutindo o comportamento pessoal moral. Quando as pessoas abandonam Deus, seu comportamento pessoal se torna perverso. Se Paulo condenou somente a prostituição ritual grega, então porque a igreja primitiva condenou todas as formas de homossexualismo? Por que é que toda congregação de igreja cristã e todas as denominações cristãs condenaram todas as formas de homossexualismo durante quase dois mil anos? Foi só nos anos 1970 que o homossexualismo começou a receber aceitação na sociedade. E não é acidental que as igrejas que mudaram suas visões geralmente façam parte de denominações liberais que rejeitaram a autoridade divina da Bíblia. Se Cristo e os apóstolos aceitaram a homossexualidade monogâmica, então por que ela foi universalmente condenada na igreja apostólica?

A Teoria da Pederastia
A tentativa mais sagaz de repudiar a condenação de Paulo da homossexualidade é a teoria da pederastia. Essa visão afirma que Paulo, seguindo a cultura grega, somente estava condenando a exploração sexual e emocional de jovens por parte de homens. Esta visão assume que Paulo era somente um produto da cultura grega pagã de seu tempo. Mas a Bíblia claramente ensina que Paulo escreveu sob a sobrenatural direção do Espírito Santo (2Pe 3.15-16). Para entender a visão de mundo de Paulo, não se deve olhar para a Grécia ou Roma pagãs, mas para o Velho Testamento, os ensinos de Jesus Cristo e dos outros apóstolos. A condenação de Paulo da homossexualidade é totalmente consistente com, e uma continuação da, lei de Deus revelada a Moisés. A pederastia é errada e é condenada por Deus porque é uma forma ou tipo de homossexualidade. É também pecaminosa e perversa porque é uma forma de sexo fora dos laços do matrimônio legal, monogâmico e heterossexual. O homossexualismo é perverso, não interessa a idade dos participantes. A idéia de que pelo fato de dois homens terem alcançado a idade de 18 anos, Deus aprova o sexo oral e anal que eles fazem é absurda. Paulo condena tal pensamento perverso e tolo há muito tempo: “Mas sabemos que a lei é boa e aquele que a utiliza de modo legítimo, mas sabeis disto: que a lei não foi feita para o que é íntegro, mas para os transgressores e rebeldes, para os irreverentes e pecadores, para os ímpios e profanos, para os assassinos de pais e mães, homicidas, para os fornicadores, para os sodomitas , raptores de homens, para os mentirosos, para os perjuros, e para tudo quanto seja contrário à sã doutrina” (1Tm 1.8-10).

Ato e Orientação
Qualquer discussão da homossexualidade será incompleta sem estabelecer a diferença entre ato e orientação. Muitos homossexuais irão dizer, “Eu nasci homossexual – Deus me faz assim; por isso, meus pensamentos, desejos, e modo de vida não devem ser condenados.” Se algumas pessoas nascem com uma predisposição para o comportamento homossexual, isto faz de alguma forma os desejos e o comportamento homossexual deles aceitável a Deus? Absolutamente não!
A doutrina bíblica do pecado original ensina que todos os homens nascem com uma natureza ou disposição pecaminosa. O primeiro homem, Adão, era o cabeça do pacto e representante de toda a raça humana perante Deus. Quando Adão pecou, a culpa e poluição do pecado passaram à toda a raça humana (Rm 5.12, 17, 19). Cada pessoa (exceto Jesus Cristo que foi concebido pelo Espírito Santo) é nascida com uma natureza pecaminosa. É errado dizer, “Deus me faz um homossexual (ou um mentiroso, ou um assassino),” porque o pecado não se originou com Deus, mas com o homem (i.e., Adão, nosso antepassado).
O fato de que todos os seres humanos nascem com um orientação (ou inclinação) para o pecado não justifica desejos ou comportamento pecaminosos. A Bíblia diz que todos os homens nascem mentirosos (Sl 58.3). A Bíblia também diz que mentir é pecado (Ex 20.16, Dt 5.20); e adiante diz que os mentirosos não entrarão no reino de Deus (Ap. 21.27). Se algumas pessoas nascem com uma inclinação para o roubo, homossexualismo, assassinato, bestialidade, sadomasoquismo, mutilação, etc., isto de forma alguma justifica seu comportamento pecaminoso. O argumento de que a orientação para a homossexualidade de alguma forma a faz aceitável a Deus pode ser usado para justificar qualquer comportamento pecaminoso. Um tal argumento destrói a responsabilidade pessoa; ele tornaria a lei de Deus sem sentido e desnecessária a salvação por meio de Cristo. Todos os homens certamente serão responsabilizados perante Deus por cada pensamento, palavra e ação pecaminosas que cometam, sem importar suas orientações. Culpar Deus pelo comportamento pecaminoso de alguém pode fazer o homossexual se sentir melhor, mas isto irá ser ineficiente no dia do juízo, quando todos os impenitentes homossexuais serão lançados no inferno (1Co 6.9-10, Ap. 21.27). Além disto a Bíblia ensina que nenhum homem pode culpar Deus por seu comportamento pecaminoso, porque Deus não pode tentar o homem. O homem é tentado por seus próprios desejos: “Ninguém ao ser tentado diga, “Fui tentado por Deus’; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, nem a ninguém tenta. Mas casa um é tentado quando engodado e atraído por seus próprios desejos. Então, quando o desejo concebe dá à luz ao pecado, que quando consumado, gera a morte. (Tg 1.13-15).
Alguns afirmam que os atos homossexuais são de fato imorais, mas sentimentos e desejos homossexuais para alguns são inatos e, portanto, inevitáveis e não pecaminosos. A Bíblia ensina que não é pecado ser tentado (Cristo foi tentado, embora nunca tenha cometido pecado, Hb 2.18). O que é pecaminoso é quando uma pessoa abriga aquilo que o tenta, fantasia e faz planos para praticar aquele comportamento pecaminoso. A Bíblia claramente ensina que não somente é um pecado cometer atos maus, mas é também pecado ter desejos e pensamentos imorais, luxuriosos.
Jesus Cristo proibiu a luxúria heterossexual em Mateus 5.27-29. Jesus disse que quando um homem olha para uma mulher com desejo lascivo, ele já cometeu adultério com ela em seu coração (Mt 5.28). A idéia de condenar só o ato externo mas não a luxúria interna era uma doutrina dos Fariseus; Cristo condenou veementemente esse falso ensino (Mt 5.21-22, 15.19-20). O apóstolo Paulo proibiu fantasias perversas, luxúria, e maus desejos (Cl 3.5). Paulo disse que os cristãos devem santificar (i.e., fazer santo) os seus próprios pensamentos (Fp 4.8). Tiago disse que se os desejos não forem controlados, o pecado irá seguí-lo (Tg 4.1). O desejo homossexual está condenado dentro de Romanos 1:.4, 26, 27. O profeta Isaías disse que o arrependimento de alguém deve ser estendido aos “pensamentos” e aos “caminhos” (Is 55.7). Uma vez que a Bíblia condena os desejos e atos pecaminosos, não pode existir tal coisa como um cristão homossexual – ou um cristão assassino ou um cristão ladrão. Se um homossexual se torna um cristão, ele deve deixar de lado tanto atos quanto pensamentos homossexuais; portanto, quando se torna um cristão, ele deixa de ser um homossexual. Ele deve ainda às vezes ser tentado mas ele se recusa a abrigar, a flertar com, e a cometer tais ações abomináveis. “Finalmente, irmão, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é digno de honra, tudo o que é justo, todo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se algum louvor existe; pense sobre estas coisas” (Fp 4.8). “Não devemos cobiçar as coisas más, como eles também cobiçaram” (1Co 10.6).
Conclusão
A condenação bíblica da homossexualidade é muito clara e bastante forte. Deus disse que o homossexualismo é uma “abominação”; o que significa que Deus aborrece, odeia e detesta completamente o comportamento homossexual. O Antigo Testamento ensina que as pessoas que são condenadas pelo crime de se envolver em um procedimento homossexual deve ser mortas (Lv 18.22, 20.13). O Novo Testamento está em total acordo: o apóstolo Paulo disse que o comportamento homossexual é “digno de morte” (Rm 1.32). Essa não é a opinião do homem, mas é o claro ensino da Palavra de Deus.
As pessoas que reivindicam serem compassivas com os homossexuais pela justificativa e aprovação de seu comportamento perverso são mentirosos e falsos mestres. Suas tentativas de reinterpretar a Bíblia para fazê-la aceitar o homossexualismo são nada mais que desculpas esfarrapadas criadas para aqueles que não querem se arrepender. Eles estão conduzindo os homossexuais ao caminho que leva à destruição (Mt 7.13). Eles são os verdadeiros inimigos da comunidade homossexual.
Sua única esperança é aceitar o que Deus diz com respeito ao seu comportamento pecaminoso. Se você for se arrepender dos seus pecados e crer em Jesus Cristo, você deve se convencer de que seu procedimento é errado, perverso e digno de juízo. Depois de dizer que os homossexuais não herdarão o reino de Deus, Paulo diz, “Tais foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, mas vocês foram santificados, mas vocês foram justificados em o nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus” (1Co 6.11). Havia cristãos na igreja de Corinto que rejeitavam seu anterior estilo de vida homossexual e abandonaram seus pecados. Eles se arrependeram e creram em Jesus Cristo.
Jesus Cristo, como Ele é apresentado nas Escrituras, é a única esperança de salvação dos pecadores: “Nem há salvação em nenhum outro, pois não há nenhum outro nome debaixo do céu, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). Se você crê nEle, todos os seus pecados serão perdoados. “Se com a boca confessares o Senhor Jesus e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, você será salvo. Porque com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação. Porque a Escritura diz, ‘Qualquer que crê nEle não será confundido’” (Rm 10.9-11).
O sangue imaculado de Cristo remove a culpa e a maldição do pecado. Sua vida perfeita e sem pecado é dada como um presente àqueles que creem nEle. Quando os cristãos se apresentarem perante Deus no dia do julgamento, eles serão vestidos com a perfeita justiça de Cristo. Os crentes irão para o céu tão-somente em razão dos méritos de Jesus Cristo. Quando Cristo ascendeu da morte ao terceiro dia, isto provou que Seu sacrifício foi aceitável a Deus o Pai. Cristo ressurgiu vitorioso sobre o pecado, a culpa, a morte e o inferno para todos que põe sua confiança nEle. Após sua ressurreição, Cristo, como o mediador divino-humano, foi feito rRi e Senhor sobre todas as coisas no céu e na terra. “Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que seus pecados possam ser cancelados, a fim de que tempos de refrigério possam vir da presença do Senhor” (At 3.19-20).

Esperanca para os Homossexuais


Por John MacArthur
Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus. Tais fostes alguns de vós; mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. (1 Coríntios 6.9–11)

Tais fostes alguns de vós. A igreja de Corinto, como as igrejas de hoje, tinha ex-fornicadores, ex-adúlteros, ex-ladrões, e assim por diante. Embora muitos cristãos nunca foram culpados dos pecados particulares listados, todo cristão era impuro antes de ter sido salvo. Todo cristão é um ex-pecador. Cristo veio para o propósito de salvar pecadores (Mt 9.13). Essa é a grande verdade do cristianismo: nenhuma pessoa pecou de maneira tão profunda ou prolongada que não possa ser salva. “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm 5.20). Mas alguns tinham deixado de ser assim por um tempo, e estavam voltando ao seu antigo comportamento.
Paulo usa mas (alla, a mais forte partícula adversativa grega) três vezes para indicar o contraste da vida cristã com a vida mundana que ele tinha acabado de descrever. Mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificado. Não fazia diferença o que eles eram antes de serem salvos. Deus pode salvar um pecador de qualquer e todo pecado. Mas faz uma grande diferença o que um crente é após a salvação. Ele deve viver uma vida que corresponda à sua limpeza, sua santificação e sua justificação. Sua vida cristã deve ser pura, santa e justa. A nova vida produz e requer um novo tipo de vida.
Lavados fala de nova vida, de regeneração. Jesus “nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo” (Tito 3.5). Regeneração é a obra de re-criação de Deus. “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2Co 5.17). “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus” (Ef 2.10). Quando uma pessoa é lavada por Cristo, ela nasce de novo (João 3.3-8).
Santificados fala de novo comportamento. Ser santificado é ser feito santo interiormente e ser capaz, no poder do Espírito, de viver exteriormente uma vida justa. Antes da pessoa ser salva ela não tem nenhuma natureza santa e nenhuma capacidade de viver de maneira santa. Mas em Cristo recebemos uma nova natureza e podemos viver o novo tipo de vida. O domínio total do pecado é destruído e substituído por uma vida de santidade. Mediante a sua pecaminosidade carnal os coríntios estavam interrompendo essa obra divina.
Justificados fala de uma nova posição perante Deus. Em Cristo somos vestidos de Sua justiça e Deus vê em nós agora a justiça do Seu Filho, e não o nosso pecado. A justiça de Cristo é creditava em nossa conta (Rm 4.22–25). Somos declarados e, na nova natureza, feitos justos, santos, inocentes e sem culpa, pois Deus é “justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3.26).
Os crentes de Corinto tinham experimentado uma transformação em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. O nome de Deus representa a sua vontade, o seu poder e a sua obra. Por causa da submissão voluntária de Cristo à vontade do Pai, sua morte na cruz em nosso favor, e sua ressurreição dentre os mortos, ele fez provisão para a nossa lavagem, santificação e justificação.

Qual é o valor do perdão.


Por João Cruzué

Quando um dos discípulos pediu a Jesus que os ensinasse a orar, Ele ensinou orando o "Pai nosso". E no texto do "Pai Nosso" há uma frase muito conhecida e pouco entendida: "Perdoa-nos os nossos pecados, pois também nós perdoamos a todo o que nos deve." Quero testemunhar aqui de uma forma bem singela três experiências minhas com o perdão. Eu sei que neste mundo tão violento, se não tomarmos cuidado, podemos repercutir aquele famigerado mandamento "olho por olho e dente por dente".

Quando Jesus ensinou o ato do perdão, ele tinha um propósito: ensinar a confiar nas promessas e provisões de Deus. Mais tem Deus para dar do que o diabo para carregar. Ouvi esta frase ainda criança. E isto se cumpriu literalmente em minha vida em várias ocasiões.

A primeira. Tão logo aceitei Jesus de verdade, em 1985, meus pais muito católicos tiveram uma grande decepção. Eu tinha saído de casa para estudar e trabalhar na grande São Paulo. Dois anos depois, com saudades do sítio, eu estava de volta para a casa deles. Crente convicto. Por pressão do padre, fui "convidado" a sair de casa. Eu não guardei raiva deles. Foi muito difícil mas eu perdoei. Doze anos depois minha mãe se tornou uma crente em Cristo da Igreja Presbiteriana. Dois anos mais adiante, meu pai seguiu o mesmo caminho. Foi uma grande vitória para mim, e quem deu foi Jesus.

A segunda. Em 1993 eu estava no sítio. Eu estava vendendo as últimas caixas de tomates de uma experiência de muito trabalho e pouco dinheiro. Um comprador da cidade próximo mandou colher tudo que estivesse nos tomateiros. Foram mais de 200 caixas de 25 kilos cada. Cinco toneladas de tomates. Verificando que o tamanho deles não era o esperado, desistiu da compra.

Assim, no chão estavam estavam 5.000kg de tomates. Era Dia de Finados, quando eu voltei de São Paulo, para o Vale do Rio Doce, onde era o sítio da família. Fiquei tão triste, que não tive coragem de subir até a horta, para ver uma montanha de tomates amadurecendo e se estragando no sol. Eu não dei lugar a raiva. Nem me amargurei com a atitude do comprador. Desde o momento que soube, eu fui orando e contei tudo para Jesus.

Então, eu comecei a ver a mão de Deus. Naquela tarde, um moço da cidade de Muriaé ligou para minha casa. Ele tinha conseguido o telefone do sítio, através de um moço que alugava seu caminhão para que levássemos as hortaliças para o Ceasa de Caratinga.

--Você tem tomate para vender?

--Tenho, mas eles já foram apanhados e estão maduros no chão.

-- Mas são os maduros que eu quero. (O Rio de Janeiro não compra tomates verdes, só maduros.)

E no outro dia, ao lado da montanha de tomates maduros, cobertos por folhas de indaiá, estava um caminhão Mercedes, trucado, com 300 caixas vazias. O preço foi menor do que eu iria ganhar no primeiro negócio.

Mas o testemunho não fica só nisto. Tendo problemas de consciência, o primeiro comprador mandou pagar-me a metade do prejuízo. E somando o que recebi do segundo comprador, com o ressarcimento do primeiro, o total recebido foi maior do que o combinado no primeiro negócio. Quem poderia imaginar que Deus estava neste negócio?

A terceira, e maior experiência. No final dos anos 80 um parente próximo procurou-me para oferecer dois terremos em um bairro da Zona Sul de São Paulo, a 100 metros da Represa do Guarapiranga. Depois, voltou e propôs a compra de mais quatro. Um lugar lindo. Só que poucos anos depois, alguém com apoio da justiça colocou uma cerca de arame de alto a baixo e o negócio complicou-se.

Não consegui as escrituras. Veio a Prefeita Erundina. E um padre da região reunião muitas pessoas e se apossaram da rua em frente aos terrenos. Uma cerca sobre os terrenos e casas sobre a rua. Eu tinha sido enganado. Era uma área em litígio. Tendo ido ao local, um morador saiu para me receber com um facão na mão.

Fui na Imobiliária e ouvi que não era possível vender. E eu mesmo achei que, sem as escrituras não era honesto vender. Foi aí que orei: Senhor, mais tens Tu para dar, do que o diabo para carregar. Em minhas orações eu coloquei aquela causa nas mãos do Senhor.

Decidi passar uma borracha naquele assunto, e mantive a comunicação como o meu parente. Tive oportunidade de receber tudo de volta - a contragosto dele - mas não usei da oportunidade para revidar. Sofri o prejuízo e confiei no Senhor.

Já testemunhei em minhas últimas mensagens que estou trabalhando no Tribunal de Contas do meu Estado. Concurso feito em 2005; 16.000 candidados para cento e poucas vagas. O concurso foi prorrogado por mais dois anos e, por isso, um telegrama chegou à minha casa, avisando para que eu tomasse posse do cargo de auditor.

Com um ano de remuneração neste meu novo serviço, eu poderia comprar hoje todos eles. Eu até tinha me esquecido do assunto, mas em minhas orações da semana passada o Senhor lembrou-me do assunto.

Conheço, por outro lado, um caso muito triste de falta de perdão. Um outro parente, depois de uns 20 anos, viajou para ver a irmã que no passado tivera uma rusga. Ao bater na porta, ela foi abrir. E ao reconhecê-lo, sem nenhuma palavra, fechou porta com um estrondo. Menos de um ano depois ele morreu. Creio que tinha a consciência limpa. Ele dera uma chance para a prática do perdão, mas o ódio do outro lado ainda era tão forte, mesmo tendo se passado mais de 20 anos, não diminuiu.

Sei por experiência própria que se perdoarmos, se nos esforçarmos para perdoar ofensas, prejuízos, e até dívidas, então em nosso coração não haverá lugar para quenenhuma raiz de amargura cresça. E dessa forma e com essa atitude, nós podemos chegar diante do Senhor e expor nossa situação. Assim, mais dias, menos dias, o que Ele vai nos dar será bem maior do que o que o diabo nos roubou.

E foi por isso que guardei bem o texto de dois versículos da Carta de Paulo aos Filipenses: "...E uma coisa faço: e é que esquecendo-me das coisas que para trás ficam, e olhando para as que estão adiante de mim, prossigo para o alvo pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus" Fil.3:13-14.

O valor do perdão pode vir dobrado, triplicado, quadruplicado, decuplicado, ou muito mais que isto. Mas é condicional. Desde que você pare de olhar com angústia o passado. Jesus, através do ensino do perdão, estava dizendo que devemos perdoar para ser perdoados.

O perdão é a única chave que pode abrir as portas das bênçãos que estão no futuro. Negar um perdão é ficar preso ao passado. É a mesma coisa que amarrar uma corrente de aço nos pés, colocar um cadeado nela, fechá-lo, e entregar a chave na mão do diabo. Todo pensamento de amargura e vingança é alimentado (sem que você perceba) por um demônio a serviço do diabo.

Aprenda o propósito do perdão com Cristo para ficar livre das correntes malignas. Conte para O Senhor Deus onde é a sua dor. Onde foi o seu prejuízo. A raiz da sua mágoa. As feridas do seu ressentimento. Aquele enorme prejuízo que você levou. Os abusos que você sofreu. Aquela picuinha que você ainda não esqueceu. Peça forças a Jesus para perdoar. Insista em perdoar. Só assim você vai ficar livre das tranqueiras malignas, para receber as grandes vitórias que o Senhor tem para você.

Com muito carinho, em Cristo

Falta de perdão tem cheiro de diabo

 
Por Maurício Zárari
Não tenho nenhuma vaidade de querer ser criativo; desejo muito mais que o APENAS seja eficiente naquilo a que se presta: alcançar corações e levar pessoas a pensar de forma crítica e construtiva nas questões ligadas à fé - para, assim, se aproximar de Deus. Por isso, hoje decidi postar uma reflexão que, embora o texto seja escrito por mim, o conteúdo não é de minha autoria. Quero compartilhar a pregação que meu pastor fez domingo passado em nossa igreja. Foi uma mensagem profunda e bíblica, dura e reconfortante. Pode falar ao teu coração, como falou ao meu. Tenho o hábito de fazer anotações dos pontos principais dos sermões que ouço para posterior meditação, portanto o que você lerá a seguir é um resumo da mensagem trazida para a igreja por meu pastor. Praticamente todas as frases transcritas aqui são, ao pé da letra, o que ele pregou. O tema: perdão.

O texto base é Mateus 8, a partir do versículo 23. É a parábola de Jesus em que Ele compara o reino dos céus com um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. Chega um que lhe deve dez mil talentos, mas não tem como pagar. Seu senhor manda, então, que ele, toda sua família e seus bens sejam vendidos como pagamento da dívida. Desesperado, o servo prostra-se e pede paciência, perdão e misericórdia. Diz a Bíblia: "O senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida".

Só que o mesmo servo logo depois encontra um conhecido que lhe devia uma quantia, o agride e exige que lhe pague. O conservo devedor humilha-se e implora, pedindo paciência e perdão. Em vez disso, o homem que havia sido perdoado pelo rei o lança na prisão. Ao tomar conhecimento do ocorrido, o monarca manda chamar o homem, lhe recorda do perdão que tinha recebido e o entrega aos carrascos, para que o torturem até que pague toda a dívida. E Jesus conclui: "Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão". Segue a síntese da pregação:
 
"Essa passagem deixa claro que perdoar é o único caminho para se ter saúde espiritual. Quem não perdoa vive uma vida espiritual pobre e moribunda. Quem não perdoa está morto diante de Deus em seu coração. É como um sino que ressoa (1 Co 13.1): algo que faz barulho, tem aparência e volume... mas não tem vida própria. Pior: quem não perdoa não será reconhecido por Jesus no último dia, pois não está pondo em prática um dos fundamentos da fé cristã: a certeza de que o bem que quero que me façam devo fazer ao outro. Se você gosta de ser perdoado, perdoe, para que haja saúde e sua vida espiritual não se perca.

Para perdoarmos biblicamente, é importante sabermos o que significa exatamente perdoar. Romanos 12.17 nos dá a resposta:

"Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: 'Minha é a vingança; eu retribuirei', diz o Senhor.  Pelo contrário: 'Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele'. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem".

Não devolver mal com mal. Vencer o mal com o bem. Eis a resposta. Pois vingar-se significa vencer alguém mas deixar Satanás vencer você.

O grande engano dos cristãos é achar que perdão é algo emocional. Não é. Não tem a ver com "sentir" algo, mas com "fazer" algo. O perdão está relacionado a atos e atitudes. É ação. É agir como se o pecado nunca tivesse existido. As emoções, de acordo com a Bíblia e o Evangelho, estão sujeitas à razão. Assim, perdoar é um ato de sã consciência, é saber o que Deus quer. Se eu não perdoo, simplesmente isso mostra que não sou alimentado pela graça de Deus.
 
Então, o perdão ocorre em duas etapas: Primeiro se perdoa racionalmente (sabendo que aquilo é necessário, que é a vontade de Deus). É uma decisão mental, racional. O segundo passo são as ações. É não se alegrar com o mal que quem lhe ofendeu sofre. É orar pedindo que Deus ajude a pessoa que lhe ofendeu e que está em dificuldades. Mais ainda: é procurar quem lhe ofendeu e se oferecer para ajudá-lo no que ele precisa, com obras da graça e da bondade de Deus. E, por fim, é não causar danos ou perdas a quem lhe ofendeu.

É ao fazermos - ou não - tudo isso que demostramos quem de fato somos. Se pensamos em nós e em cumprir o que nossa justiça manda mais do que pensamos em Deus e na justiça dele, simplesmente estamos pecando. Pois nada é imperdoável quando contamos com a ajuda de Deus, nenhuma ofensa que nos fizeram é imperdoável. Tudo pode ser zerado.
 
A pessoa que não perdoa em forma de atitudes tem cheiro de diabo. Satanás nunca estende a mão a ninguém e quem se recusa a estender a mão está agindo como o diabo e, logo, é servo dele. Temos sempre que lembrar: não perdoar só satisfaz e alegra... o diabo.

Se dizemos que perdoamos nossos ofensores mas não retomamos a vida como tudo seguia antes da ofensa... na verdade não perdoamos. Pois isso mostra que ainda guardamos rancores, ressentimentos, medos, mágoas ou sentimento do gênero. É perdoar de boca mas não por obras. E a fé sem obras é morta. Fé sem perdão expresso em atitudes em prol de quem nos ofendeu não é fé cristã.

Não adianta eu saber orar se eu não souber perdoar. Minha oração não será respondida (Mt 6.14,15). Pois, se estou em litígio com Deus ao não perdoar meu próximo, o que posso esperar do Senhor? Nada.

A natureza desse assunto é grave. Pois Deus é perdoador. E, se eu não perdoo, não estou identificado com Deus. Não ando com Deus se não perdoo como Ele perdoa. E o perdão de Deus é absoluto, é uma quitação total da dívida e não parcial. O perdão verdadeiro nunca põe seus próprios interesses acima dos daquele que precisa de perdão (1 Co 13).

E para que perdoamos?  Primeiro, para ter paz com os outros. Segundo, para ter paz com Deus (Mt 6.15).
 
A renovação da mente de Romanos 12.2 passa por demonstrar perdão. Pois só tem a mente de Cristo quem perdoa, esquece das ofensas e retoma a vida a partir do ponto onde ocorreu a ofensa. Quem não o faz não perdoou, não teve a mente renovada e não age conforme a natureza de Cristo. É um cristão que não age como Cristo. Que Deus nos ensine a perdoar e a praticar o perdão. Em cada situação e a cada dia. Que Deus cure quem não perdoa. Pois a falta de perdão é uma grave doença espiritual. Quem nasceu de novo tem obrigação de perdoar.

Que Deus nos perdoe da nossa demora em fazer o que Ele quer. Que Deus nos perdoe por não perdoar. Podemos encontrar mil desculpas para não perdoar, mas não perdoar aos olhos de Deus... não tem desculpa".

Paz a todos vocês que estão em Cristo,
Maurício

Tatuagem é Coisa do Diabo

Por Leonardo Pereira

Eu sei que ainda existe muitas pessoas que acreditam nisso… mas eu não tinha visto um folheto gospel / imagem gospel chamando a Tatuagem de Marca da Besta.
Mas é a vida né? A cada dia encontramos conceitos distorcidos e versículos usados de maneira incorreta… o que é pior é que a falta de reflexão só perde para a brincadeira de “Telefone Sem Fio” que muitos gostam de brincar com conceitos “sagrados”.
Como brincar de “Telefone Sem Fio Gospel” ?
1. Você escuta uma afirmação.
2. Não procure por ela na Bíblia (e não reflita caso encontrar).
3. Saia passando adiante como se fosse a única verdade!

Somos Todos Medrosos

Por Clodoaldo Machado
Desde que o pecado adentrou a humanidade, o medo passou a fazer parte dela. Adão e Eva, tão logo ouviram a voz de Deus após terem desobedecido a Ele, tiveram medo (Gn 3:10). Desde então temos convivido com o medo. Alguns têm medo de uma coisa, outros de outra. Há pessoas que têm medo da violência dos homens, outros têm medo de doenças, outros têm medos espirituais, tais como de ataques de demônios. Há pessoas que podem dizer que não têm um determinado medo, mas afirmam ter outro. Assim, os tipos de medo variam de pessoa para pessoa, e todos padecem de alguma espécie dele. Mesmo aqueles que afirmam não ter medo de nada defendem sua própria vida, demonstrando assim um medo de perdê-la.

Não é difícil reconhecermos que há vários tipos de medo e que todos são acometidos por, pelos menos, um destes tipos. O que é difícil é reconhecermos que há um tipo específico de medo que acomete todos os seres humanos. Há uma modalidade específica, da qual nenhum ser humano está livre. Esta é o medo do homem. Nem todos estão dispostos a admitir, mas a Bíblia afirma que todos tememos o homem. Não é um temor da violência do homem, como já foi mencionado aqui; é um temor do pensamento do homem.

Notemos, por exemplo, os adolescentes. Eles se vestem, falam, se comportam, escolhem seu entretenimento como resultado da pressão de outros sobre eles. A decisão de ser membro do grupo ou o medo de ser diferente é uma demonstração clara de que eles temem o homem. Este temor exerce controle sobre suas vidas, ainda que não vejam desta forma ou não admitam isso.

Não é diferente com os mais velhos. Nós também estamos o tempo todo sendo pressionados pelo temor do pensamento das outras pessoas a nosso respeito. Quando falamos de moda, por exemplo, tememos nos vestir de maneira a parecermos ridículos para os outros, assim os outros determinam como temos que nos vestir. Não estou estimulando que devemos nos vestir sem nos preocuparmos com os outros, mas apenas demonstrando que temos medo do pensamento dos outros. Nos preocupamos o tempo todo com o que estão pensando de nós. Isso é temer o homem. Temos que admitir: existem medos variados, mas o medo do pensamento do homem acomete a todos.

O temor do homem é resultado do pecado e Jesus afirmou que veio nos libertar do pecado (Jo 8:32,36). Assim, a obra da nossa salvação nos transforma de tal maneira que temos condições de vencer o temor do homem. Além disso, a Bíblia é enfática em nos dizer que devemos temer somente a Deus. Tudo que fazemos então deve ser pelo temor a Deus, tudo deve ser feito de maneira que Ele seja glorificado.

O ensino de Jesus em Mateus 23:1-12 nos ajuda a lidar com o medo que temos das outras pessoas. Jesus estava no templo em Jerusalém, dias antes de sua morte, e passou a falar às multidões e aos seus discípulos. Ele falou que eles deveriam fazer e guardar o que os escribas e fariseus falavam, mas não deveriam imitá-los em suas obras, porque falavam, mas não faziam (vv.1-3).

Jesus define a motivação dos escribas e fariseus no versículo 5: Praticam, porém, todas as suas obras com o fim de serem vistos dos homens... Os escribas e fariseus tinham medo dos homens, certamente não admitiam, mas temiam o julgamento dos homens. Jesus afirma que não devemos agir como eles, por isso temos que admitir que nossa tendência é a mesma: fazemos as coisas para sermos vistos pelos homens. Todo mandamento na Bíblia nos faz atentar para o fato de que somos susceptíveis a desobedecê-los. Se Jesus afirma que não devemos ser como os escribas e fariseus é porque temos a tendência de sermos como eles. Devemos observar as palavras de Jesus sobre os escribas e fariseus e ter o cuidado de não agirmos como eles. Podemos enumerar três cuidados que devemos ter para que nosso temor seja dirigido somente a Deus.

Primeiro, devemos ter cuidado com a demonstração de espiritualidade aos homens. Ainda no versículo 5 Jesus diz que eles alargavam seus filactérios e alongavam suas franjas. Deus havia ordenado que a Lei fosse atada perante os olhos e na mão (Dt 6:8). A ordem de Deus era um simbolismo de obediência total. A Lei na cabeça, entre os olhos, simbolizava todo pensamento voltado para Deus, e na mão todas as atitudes. Para isso, foi criada uma caixinha de couro onde quatro textos da Lei seriam colocados. Esta caixinha era o filactério. Deus também ordenou que se atassem borlas nos cantos das vestes para que se lembrassem de sua Lei (Nm 15:39). Os líderes judeus transformaram estes dois mandamentos de Deus em uma tradição vazia de significado, que servia apenas para manter as aparências perante as pessoas. Por isso, eles aumentavam o tamanho de seus filactérios e alongavam as franjas de suas vestes, assim pareceriam mais espirituais.

Temos a mesma tendência. Em Mateus 6:1 Jesus nos advertiu: Guardai-vos de exercer a vossa justiça perante os homens, com o fim de serem vistos por eles. Quando nos convertemos e somos incluídos na Igreja do Senhor Jesus, corremos o sério risco de fazermos as coisas para sermos vistos pelos outros. Queremos parecer espirituais para nossos irmãos. Os crentes não querem que outros saibam que eles assistem a novelas, ou veem qualquer outra coisa, tanto na TV quanto na internet, porque isso os envergonharia perante as pessoas. Na verdade acabam mais preocupados com o pensamento dos outros do que com o de Deus. Muitas vezes, vivemos administrando nossa vida espiritual para os outros e não para Deus. Cuidemos para que o zelo por nossa vida espiritual não seja para sermos vistos pelos outros.

Segundo, Jesus nos adverte a ter cuidado com a busca por posição perante os homens. No versículo 6, ele afirma que os escribas e fariseus amavam o primeiro lugar nos banquetes e nas sinagogas. Eles queriam ser sempre o centro das atenções, gostavam de ter o respeito das pessoas. Os próprios discípulos também viviam disputando para ver quem era o mais importante. Tiago e João, por meio de sua mãe, pediram a Jesus para sentarem um à direita em o outro à esquerda de Jesus quando este viesse em seu reino (Mt 20:20-24); e os outros ficaram indignados com eles, pois também se achavam dignos destes lugares. Assim somos nós, queremos posição entre os homens. Se não tivermos o reconhecimento das pessoas, tememos o que pensarão de nós. Não gostamos de ser diminuídos em nada. Quantos de nós não se sentem ofendidos porque nossa data de aniversário não apareceu no boletim da igreja? Muitos são capazes de entrar em atrito com o secretário da igreja por causa disso. Por que isso acontece? Porque gostamos de estar em evidência, amamos os primeiros lugares. Gostamos de ver nosso nome aparecer. Jesus afirma que devemos lutar contra isso. Precisamos ficar satisfeitos quando, por algum motivo, somos diminuídos. Isso faz com que Deus seja engrandecido em nossas vidas.

Em terceiro lugar, Jesus nos adverte a ter cuidado com a procura de títulos reconhecidos pelos homens. No versículo 7, Jesus diz que os escribas e fariseus gostavam das saudações nas praças e de serem chamados mestres pelos homens. Eles adoravam quando as pessoas se referiam a eles por seus títulos. Assim como eles, nós também temos paixão por títulos. Nosso coração deseja que nosso nome seja aumentado com um título. O título eleva o ego, nos engrandecemos com ele. Com os títulos nos sentimos superiores aos outros. Sem perceber, ficamos distantes do que Paulo escreve em Fl 2:3: "Cada um considere os outros superiores a si mesmos"

Somos chamados para sermos servos. Servos sequer tinham nomes, não perguntavam de quem eram filhos, não queriam saber sobre seu passado, apenas designavam-lhes tarefas para serem executadas. Por que muitos crentes não querem executar trabalhos simples na igreja? Porque isso não lhes confere nenhum título. Gostamos de fazer coisas que aparecem, muitos querem ser chamados de professores, pastores, líderes. Sem perceber, nos assemelhamos muito aos escribas e fariseus. Devemos ter cuidado para não desejarmos ser chamados mestres pelos homens. Tememos as pessoas e queremos que nos vejam por meio dos títulos.

Vemos nestas palavras de Jesus a luta que devemos travar contra nós mesmos. Somos tomados pelo medo dos homens. Temos medo de que pensem que não somos tão espirituais quanto queremos que eles pensem. Temos medo de não parecermos importantes para eles. Queremos ter uma posição elevada perante eles. Desejamos ser respeitados pelos homens e temos o medo de não sermos reconhecidos por eles. Assim amamos os títulos. Isso tudo resume o temor para com o homem. 

Todos padecem deste mal, mas em Cristo recebemos tudo o que precisamos para vencê-lo. E a vitória virá quando entendermos que fomos chamados para sermos diminuídos. O maior para Deus será o servo (v.11), literalmente o escravo, o mais baixo em uma casa. Somos chamados para humilharmos a nós mesmos (v.12). A estes, Deus exaltará. Reconheçamos nosso medo dos homens, lutemos contra ele para que temamos somente a Deus. O caminho para isso é a humildade!