segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Quero orar certo, mas não sei a vontade de Deus.
Por Josemar Bessa
Muitas vezes sabemos o
que queremos, mas não sabemos o que Deus quer. Ainda assim, desejamos
orar de forma que Deus seja honrado e nós edificados. Como fazer isso?
Quando sabemos o que
queremos, temos o impulso de orar para que Deus opere um milagre para
que nosso desejo, ainda que difícil, seja atendido. Alguém diz: “Não
quero ser assim, mas como orar se não sei o que Deus quer?”
Podemos esquecer a
questão e orar somente pelo que queremos – Mostrar nossa necessidade,
mostrar que ela é razoável... Mas se isso é tudo que eu oro, estou em
grande perigo de fazer o que Tiago advertiu-nos contra: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para gastar com seus próprios deleites” – Tiago 4.3
Como podemos então saber
que estamos pedindo mal? Uma das muitas pistas, é que vamos começar a
confiar no que queremos mais no que o próprio Deus para nos satisfazer,
imaginando que a vida de plena satisfação depende daquilo que queremos.
Outra dica que de que pedimos mal... é que começamos a nos preocupar de
que Deus não vai fazer o que queremos. Falamos: “Faça a Tua vontade...” –
mas desconfiamos de que isso possa ser bom.
Muitas vezes ao
percebermos que essa abordagem em nossa oração pode não ser útil a nós,
pode ser até mesmo destrutiva... e então partimos para outra – Oramos
apenas sobre o que Deus quer. Por exemplo – não sei a vontade de Deus em
relação a situação específica que estou vivendo – mas sei que a vontade
de Deus é glorificar Seu Nome em tudo, edificar através de minha vida a
Sua igreja e infundir em minha vida aquilo que na verdade irá trazer ou
produzir em mim maior alegria nEle.
Então posso fincar o pé
apenas nesta abordagem – naquilo que eu sei que Deus quer com certeza.
“Pai, eu não sei qual é Tua vontade nesta situação específica, mas oro
para que Tu faças qualquer coisa que glorificará o Teu Nome e edificar a
Tua Igreja e me trazer maior alegria em Ti”
Essa é uma maneira
maravilhosa de orar a Deus. Devemos orar assim sem dúvida. Mas se isso é
tudo o que eu oro – corro dois perigos – Um, é de não estar sendo
honesto como Deus sobre os verdadeiros desejos do meu coração. Outro, é
que eu poderia não receber algo que Deus quer me dar por não estar
pedindo nada específico a Deus – não sabendo nem se recebi, se tiver
recebido. Essa é outra advertência de Tiago – “...nada tendes, porque
não pedis.” -Tiago 4:2
Que outra abordagem mais
sábia e que não nos deixasse expostos a esses perigos poderíamos usar?
Talvez tenhamos que fazer em duas etapas, abordar dois pontos.
Primeiro – Pedir a Deus
para fazer a Sua vontade – ou seja, aquilo que glorificará mais o Seu
Nome, aquilo que edificará a Sua Igreja – me fazendo útil para isso na
circunstância – e aquilo que me fará por fim mais satisfeito nEle, em
tudo o que Ele é.
Então peço a Deus para
mudar meu coração de tal maneira que eu queira e deseje de fato a Sua
glória mais do que aquilo que eu estou desejando. Que mude meu coração
para abraçar a resposta que faça a minha vida mais útil na edificação da
Igreja, seja qual resposta for. E que por fim, faça meu coração confiar
nEle para me satisfazer infinitamente mais do que aquilo que neste
momento eu estou desejando, uma satisfação plena infinitamente maior do
que qualquer resposta específica a minha oração. Ou seja: “Pai, eu venho
a Ti somente no Nome de Jesus. Quero confessar que estou preocupado e
ansioso, e isso está sugando o frescor da minha vida. Eu tenho desejado
isso mais do que a Tua glória, o que significa de forma óbvia que eu não
estou me deleitando, me deliciando em Ti como o meu Tesouro todo
satisfatório. Me perdoe por amor e através de Cristo. Mude meu coração.
Me ajude diariamente a ver que a Tua glória é a minha maior alegria. Me
ajude, através do Teu Espírito, a ver que desde que o que Tu vais fazer
irá lhe trazer maior glória, irá me trazer também a maior alegria.”
Então posso continuar sinceramente – “Faça o que irá trazer maior glória
para Ti. Faça o que irá contribuir para a maior edificação da Tua
Igreja. Faça tudo o que me trará a maior alegria em Ti.”
Então oramos e
persistimos em orar até que nosso coração seja mudado e não estejamos
mais ansiosos e preocupados com o que pode acontecer, porque estamos
agora contentes com o que Deus escolher fazer.
Agora posso ira para o
segundo ponto – e peço especificamente a Deus para fazer o que eu acho,
sondando sinceramente meu coração – que vai glorificá-lo mais, que irá
mais contribuir com a edificação de sua igreja e me fazer mais
satisfeito nEle do que em qualquer outra coisa – me fazendo experimentar
Ele mais profundamente como meu tesouro totalmente satisfatório.
Deus nos deu diretrizes
na Sua Palavra para nossa vida pessoal, nossa vida profissional, nossas
famílias, nossa igreja... e Ele quer que eu expresse o que eu acho ser
melhor em todas essas áreas. Posso orar então – “Pai, estou nesta
situação... oro a Ti que operes, milagrosamente ou não... para que isto
aconteça... Isto é o que eu acredito ser o melhor para minha família,
tua igreja, minha maior alegria em Ti em não em outra coisa... Sei
perfeitamente que apenas uma palavra Tua, e isso se resolverá. Então é
isto que eu oro neste momento. Eu gostaria que as coisas fossem assim...
em Nome de Jesus, amém”
Muitas vezes, o que Deus
fez? O oposto do que eu pedi. Enfrentei tristezas, mas que foram
vencidas porque eu sabia que isso iria glorificar mais a Cristo, o que
deixava óbvio que seria me satisfazer mais. Também sabia que porque orei
fervorosamente não escondendo o que meu coração desejava e Deus não
concedera, Ele faria algo que glorificaria mais o Seu Nome, edificaria
mais a Sua Igreja, e aumentaria a minha alegria nEle.
Os benefícios de se orar
assim são enormes. Nos ajuda a sermos honestos com Deus sobre o
verdadeiro estado de nossos corações. Nos ajuda e leva a confiarmos mais
e mais em Deus como o tesouro de nosso coração, mais do que qualquer
resposta específica à oração feita. Ajuda a desejarmos a cada dia mais a
glória de Deus sobre todas as coisas ou sobre qualquer coisa na vida.
Orar assim nos faz perguntar a nós mesmos honestamente o que queremos,
mantendo o nosso coração em Deus como nosso Tesouro Totalmente
Satisfatório.
Orar assim me ajuda a
orar fervorosamente pelo que eu acho ser melhor, sendo o mais sensível a
Palavra possível, enquanto me faz confiar de coração que Deus realmente
fará o que é o melhor. Me faz orar corretamente e me faz orar
honestamente.
Tenho, todavia, contra ti algumas coisas...
Por Pr. Silas Figueira
“Tenho, todavia, contra ti algumas coisas, pois que tens aí os
que sustentam a doutrina de Balaão, o qual ensinava a Balaque a armar ciladas
diante dos filhos de Israel para comerem coisas sacrificadas aos ídolos e
praticarem a prostituição”. Ap 2.14
“Tenho, todavia,
contra ti algumas coisas...”
A igreja de
Pérgamo não era perfeita, pois não existe nenhuma igreja local perfeita. Apesar
do elogio que o Senhor faz à igreja, havia ali pessoas que estavam se deixando
levar pela sedução diabólica. Apesar de sua constância, o pecado introduziu-se
nela imperceptivelmente. O maior perigo não era a perseguição, e sim a
perversão. Se Satanás não pode derrotar a igreja, tenta ingressar nela. A
proposta agora não é substituição, mas mistura. Não é apostasia aberta, mas
ecumenismo. A ameaça mortal vinha de dentro e, infelizmente, é o que mais temos
visto em nossas igrejas hoje, as chamadas heresias domésticas. Durante muito
tempo lutamos contra as Testemunhas de Jeová, contra os Mórmons, contra os
Adventistas, mas hoje estamos nos deixando seduzir pelo evangelho da prosperidade,
pelo pensamento positivo, pelo determinismo. Doutrinas orientais têm invadido
as nossas igrejas de forma caudalosa, psicologia ao invés do Evangelho
transformador está tomando os púlpitos de nossas igrejas. Líderes que estão na
mídia distorcendo as Escrituras com uma teologia louca, levando os incautos a
se decepcionarem com Deus, pois eles, em nome de Deus, fazem promessas que
distorcem o puro Evangelho.
Algum tempo atrás havia um determinado pastor pregando na televisão dizendo que qualquer líder ou igreja que prega que o crente tem que ficar rico é um enganador. Ele disse assim: “não pense que todo mundo vai ficar rico não, isso é balela, é cascata; qualquer pastor que promete riqueza a todo mundo é um cara de pau safado, um pilantra, ludibriador de fé. Digo aqui rasgado mesmo porque não tem conversa. Quem te falou que todo mundo vai ficar bem financeiramente? Quem te falou que todo mundo vai ficar rico? Onde está isso na Bíblia?” Meses depois, este mesmo pastor estava na televisão dizendo tudo ao contrário do que havia dito antes (parece até música do Raul Seixas). Ele disse meses depois assim: “você só vai experimentar estas coisas o dia em que você aprender a ser liberal, se não você só vai ouvir e nunca experimentar em sua vida. Agora, Deus tem falado ao meu coração e vou dizer pra vocês, e quero ser profeta de Deus para que algum irmão que está me vendo pela TV e que estão aqui; Deus tem falado ao meu coração, Deus nesta reta final da igreja, Ele quer dar riquezas para crente, mas não quer dar riqueza para miserável... Deus quer dar riquezas para crentes liberais que vão investir na obra de Deus...” Depois esse pastor pega uma Bíblia de estudos que ensina como alcançar vitória financeira. Quanta contradição!
“... pois
tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão...”
Os cristãos de
Pérgamo tinham conservado o nome de Jesus e não renunciaram à sua fé nele sob a
pressão de perseguição iminente, mas eles deixaram que a moral dos pagãos os
influenciasse [1]. Alguns dos
membros da igreja haviam atendido a festivais pagãos e, provavelmente, até
mesmo participado das imoralidades que caracterizavam essas festas. Semelhantes
práticas haviam ocorrido entre os filhos de Israel nos dias de Balaão. A
história de Balaão pode ser encontrada em Números 22-24. Este homem era
conhecido como profeta e criam que ele tinha poder de lançar maldição sobre
toda uma sociedade. Devido a essa fama, Balaão prostituiu os seus dons com o
objetivo de ganhar dinheiro. Este homem foi contratado por Balaque, rei de
Moabe a fim de amaldiçoar Israel.
Quando Israel chegou às campinas de Moabe, além de Jordão, na frente de Jericó, o rei dos moabitas encheu-se de pavor. A visão que Balaque tinha de cima das colinas era aterradora. Ele olhava do alto dos montes e via uma multidão inumerável na campina. Por isso ele convocou um conselho de Estado e disse: “Agora, lamberá esta multidão tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo” (Nm 22.4).
Devido a essa situação, Balaque manda chamar Balaão para amaldiçoar o povo de Israel. Mas cada vez que Balaão abria a boca para amaldiçoar o povo de Deus, as palavras do Senhor o faziam proferir palavras de benção e não de maldição. Então Balaque ficou bravo com ele. Balaão, movido (de acordo com 2Pe 2.15 e Jd 11) por ganância, aconselhou Balaque a enfrentar Israel não com um grande exército, mas com pequenas donzelas sedutoras. Aconselhou a mistura, o incitamento ao pecado. O que Balaão não pode fazer, o pecado fez. O tropeço foi devastador! Pedra de tropeço (skandalon, no grego) é uma armadilha feita com um chamariz. Em Nm 31.16 diz: “Eis que estas, por conselho de Balaão, fizeram prevaricar os filhos de Israel contra o SENHOR, no caso de Peor, pelo que houve praga entre a congregação do SENHOR”. Devido a isso, o Senhor se voltou com ira contra os israelitas e eles se tornaram fracos e vulneráveis.
O pecado enfraquece a igreja. A igreja só é forte quando é santa. Sempre que a igreja se mistura com o mundo e adota o seu estilo de vida, ela perde o seu poder e sua influência [2].
Em Pérgamo parece que a maioria dos membros da igreja continuava a andar na verdade. Somente uns poucos, quer em plena comunhão ou apenas em casual associação com a igreja, tinham deixado o caminho estreito e se desviado pelos atalhos da especulação e do erro. Mas o Cristo ressurreto, o pastor-líder de seu rebanho, foi ofendido tanto pela desobediência da minoria como pela indiferença da maioria [3]. Dessa forma, a igreja tornou-se infiel. A doutrina de Balaão é a mistura das coisas santas com as profanas. É ter um pé na igreja e outro no mundo.
“...para
comerem cousas sacrificadas aos ídolos...”
A frase “comer coisas sacrificadas aos ídolos”
pode referir-se tanto à carne comprada no mercado, que antes fora sacrificada
em algum templo pagão e depois vendida no mercado, como as festas organizadas
nos templos em honra aos diversos deuses. Um problema em relação a carne que os
cristãos compravam no mercado público tinha surgido em Corinto, e Paulo se
estendeu sobre este assunto, dizendo que nada é em si impuro, e, enquanto
alguém não tem problemas de consciência, não há nada de errado em comer esta
carne (1Co 8.7-13). Ao mesmo tempo ele diz que é impossível beber o cálice do
Senhor e o cálice dos demônios (1Co 10.21), referindo-se neste caso, sem
dúvida, à participação dos cristãos nas festas pagãs, que implicavam na
adoração de demônios [4]. Na
igreja de Pérgamo aqueles que seguiam a doutrina de Balaão não viam nenhum mal
em participar desse tipo de festa, argumentando que o ídolo em si nada é. No
entanto o Senhor aqui condena veementemente tais práticas. Nos dias atuais,
quantos crentes deixando seus filhos participarem de festa junina nas escolas,
essas festas não deixam de ser festas pagãs só porque estão sendo realizadas em
ambiente escolar, estas festas, mesmo no ambiente escolar, são dedicadas a
demônios. Outros comem doces dedicados a Cosme e Damião, outros estão
participando normalmente de festa de Halloween. E quantos estão trazendo para
dentro de suas igrejas hábitos pagãos e até mesmo fazendo festas semelhantes às
festas juninas, e ainda dão o nome de “Festa
Genuína”. Não tem como ser fiel a Cristo plenamente e participar destas
festas pagãs ou até mesmo copiá-las. O apóstolo Paulo em Rm 12.1 nos diz para
não tomarmos a forma deste mundo, mas termos a nossa mente transformada pelo
poder de Deus, e a palavra para “transformação”
no grego no texto citado é “metamorfose”,
é o processo da lagarta para borboleta.
Davi quis trazer a arca de Deus para Jerusalém num carro de boi (2Sm 6.1-11), no entanto ele estava imitando os filisteus quando a devolveram (1Sm 6.11,12). Quando Davi estava trazendo a arca para Jerusalém o boi tropeça e o carro vira derrubando a arca; Uzá prontamente estende a mão para protegê-la e é imediatamente morto, esmagado pelo carro. No entanto, o texto nos diz que quem matou Uzá foi o Senhor por causa da irreverência de Uzá. Deus feriu Uzá porque Davi e o sumo sacerdote não tinham observado os mandamento do Senhor que dizia que somente os levitas é que poderiam transportá-la (Nm 1.47-52). Ela deveria ser transportada nos ombros pelos levitas e não num carro de boi como estava sendo transportada. Essa boa intenção gerou morte por causa da desobediência aos mandamentos de Deus. Uzá é um exemplo do perigo inerente de alguém ter zelo por Deus, sem conhecimento da Sua Palavra e dos Seus caminhos. E é exatamente o que mais temos visto em muitas igrejas por aí, um zelo extremo pelo Senhor, mas sem observar a Sua Palavra. Pessoas até bem intencionadas, mas totalmente alienadas em relação à Palavra de Deus. Pastores e líderes fazendo com que seus liderados entrem em choque com a Palavra de Deus os levando a morte. Pastores que estão ensinando em seus púlpitos que o que vale é a experiência, é o sentir, é a emoção, mas completamente longe do ensino que gera vida, transformação e alegria real na presença de Deus. As Escrituras não falam tudo de tudo, mas contêm tudo que Deus deseja que saibamos sobre Seu amor e Sua salvação e acerca da reação requerida de nós diante dEle. Observe-a!
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