quinta-feira, 23 de maio de 2013

Cuide do dom!



Por Josemar Bessa

Na vida espiritual nada permanece imóvel. Se não estivermos constantemente crescendo em humildade, estaremos prontamente aumentando e produzindo o fruto do orgulho.

A saúde espiritual, como a saúde do corpo, é um dom de Deus. Mas, como a saúde do corpo, é um dom que deve ser cuidadosamente tratado, uma vez que hábitos descuidados podem danificá-la.

Portanto, prepare-se para estar amanhã em adoração com o povo de Deus meditando nas palavras de Thomas Brooks  (1608-1680):

“O interior de um hipócrita nunca corresponde ao seu exterior. O  interior de um hipócrita é uma coisa, e seu exterior é outra coisa; um hipócrita  é exteriormente limpo — mas interiormente impuro. Hipócritas são como os  frascos dos farmacêuticos, tendo por fora o título de algum excelente remédio  — mas por dentro algum veneno mortal. Eles são como os templos egípcios,  que são belos por fora — mas dentro deles nada se encontra além de  serpentes e crocodilos, e outras criaturas venenosas.

Hipócritas laboram mais em prol de um bom nome do que de um bom  coração; uma boa repercussão dos seus feitos do que uma boa consciência;  eles são como violinistas, mais cuidadosos em afinar seus instrumentos do que  em vigiar suas almas. Hipócritas são como prata — porém escurecem; eles  possuem uma aparente santificação externa — mas interiormente são cheios  de malícia, mundanismo, orgulho, inveja, etc. São como almofadas de sofá, feitas de veludo e ricamente bordadas — mas cujo interior é cheio de feno.

Um hipócrita pode oferecer sacrifício com Caim, correr com Jezabel, se  humilhar com Acabe, chorar com as lágrimas de Esaú, beijar Cristo com  Judas, seguir a Cristo com Demas, e aparentar compromisso com Simão  Mago; e ainda com tudo isto seu interior é tão mau quanto qualquer um deles. 

Um hipócrita é um Jacó por fora e um Esaú por dentro; um Davi por  fora e um Saul por dentro; um Pedro por fora e um Judas por dentro; um  santo por fora e um Satanás por dentro; um anjo por fora e um demônio por  dentro. Um hipócrita é um Judeu exteriormente — mas um ateu, um pagão,  um infiel interiormente. Li sobre certas estátuas, assemelhando-se a Júpiter e  Netuno, que por fora eram cobertas com ouro e pérola — mas por dentro  não tinham outra coisa senão aranhas e teias de aranha; a comparação perfeita  com os hipócritas.

Aquele monge acertou quando disse: “Mostrar ser um monge de forma  externa foi fácil — mas ser, de fato, um monge, interiormente, foi difícil.” Mostrar ser um cristão de forma externa é fácil — mas ser, de fato, um  cristão, interiormente, é muito difícil. O interior de um hipócrita nunca reflete  ou corresponde ao seu interior; seu interior é perverso, e seu exterior é piedoso. Mas que todos os hipócritas saibam: fingir santidade é duplamente  iníquo, e ao fim terão de responder por isto.”

Todas as pessoas mencionadas por Thomas Brooks, tinham algo em comum – tiveram acesso a verdade, ou conhecimento intelectual sobre Deus, mas Deus nunca foi o deleite deles. Essa é uma forma de descobrirmos os primeiros passos sutis da hipocrisia, ainda que insipientes. Essa é a única coisa que nos livra de estarmos fazendo coisas para edificar nosso próprio nome, fingindo ( mesmo que não percebamos ainda ) – que estamos empenhados em viver, edificar vida e ministério para a glória de Deus.

George Mueller (alemão - nasceu como: Johann Georg Ferdinand Müller ) (27 de setembro de 1805 - 10 de março de 1898), um cristão evangelista e diretor do Ashley Down orphanage em Bristol, Inglaterra , cuidou de 10.024  órfãos em sua vida. Ele ficou bem conhecida por fornecer uma educação às crianças sob seus cuidados. Ele também estabeleceu 117 escolas que ofereciam educação cristã a mais de 120 mil crianças, muitas delas sendo órfãos.) disse:

"De acordo com minha opinião, o ponto mais importante a ser entendido para que o que fazemos não se tornar meramente algo humanista (focado no homem) e sutilmente nos encher de orgulho em edificar um nome, é o seguinte:  Acima de tudo o que fizer, busquem fazer com que suas almas estejam completamente felizes no Senhor. Outras coisas podem pressionar você, a obra do Senhor pode até ter reivindicações urgentes sobre sua atenção... mas nossa questão não é sua obra, mas o deleite no próprio Deus. Eis o antídoto contra todo orgulho e hipocrisia que nos faz estar focados no homem.

Eu deliberadamente vou repetir, é de suprema e fundamental importância que você deve procurar, acima de tudo,  ter as vossas almas verdadeiramente feliz em Deus! dia-a-dia procurem fazer disso o negócio mais importante da sua vida. O completo deleite em Deus nos livra da dependência dos resultados e da visão do homem sobre nós e nosso ministério.

Esta tem sido minha firme e resolvida condição nos últimos trinta e cinco anos. Nos primeiros quatro anos depois da minha conversão eu não sabia de sua vasta importância, mas agora, depois de muita experiência, eu recomendo especialmente neste momento ao conhecimento de meus irmãos mais jovens e irmãs em Cristo: o segredo da todo verdadeiro serviço eficaz é a alegria em Deus, ter conhecimento experimental e comunhão com o próprio Deus". 
 

O SENTIDO DA VIDA

 
Por Isaltino Gomes Coelho Filho

No livro Não verás país nenhum, Inácio de Loyola Brandão, um dos grandes cronistas e contistas brasileiros, imagina a cidade de São Paulo após uma guerra nuclear mundial. A maior e mais rica cidade do hemisfério sul está em péssima situação, absolutamente destroçada. Não há mais energia nem alimentos. Acabou-se, por completo, a vida vegetal. Não há mais chuvas. A vida, enfim, é terrível. Mas a última coisa que as pessoas deixaram foi seus carros. Quando não puderam mais se locomover neles, por falta de combustível ou por cessação da energia motor, e tiveram que ficar parados, recusaram-se a deixá-los. Loyola mostrou, assim, como as pessoas se apegam às máquinas e bens materiais como valor último da vida. Elas não têm coisas. As coisas as têm.

Ele segue na mesma linha do americano Pat Frank, em Ai, Babylon, que imagina a Flórida destruída por um ataque nuclear. Não há mais eletricidade nem combustível. A vida volta às suas condições elementares. As pessoas trocam carros de luxo, que agora são absolutamente inúteis, por galinhas, e lanchas a motor por um punhado de sal.

Isto levanta uma questão: O que é, realmente, essencial à vida? Lutamos e nos esforçamos por supérfluos sem os quais nossos antepassados sempre viveram. E razoavelmente bem. Aonde se vai hoje, por exemplo, encontramos pessoas falando ao celular. Ele é tão essencial assim? É muito útil. Foi assim que, num acidente na estrada, numa ocasião, pude algumas pessoas para tomarem providências com meus familiares. Mas já vi gente, em supermercado, telefonando para saber qual a marca de extrato de tomate deveria levar! Como essas pessoas viviam antes? Essas coisas que nos encantam e enchem os olhos e nos fazem pessoas realizadas e com status são, realmente, essenciais?

O psicanalista Erich Fromm declarou que a vida moderna transformou as pessoas em sombras ansiosas e desprovidas de amor. Diz ele: “A maioria dos norte-americanos acredita que estejamos numa sociedade de consumo (…) de gente feliz, que gosta de se divertir, que viaja em aviões à jato, e cria o máximo de felicidade para todos”. Mas diz ele que, ao contrário, este estilo de vida conduz à ansiedade, à vulnerabilidade, e em prazo maior, à desintegração da nossa cultura, o que é desastroso para a maioria das pessoas.

Centramos nossa vida na posse de coisas. Mas Jesus disse que “a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui” (Lc 12.15). Há valores maiores: dignidade, integridade pessoal, credibilidade, paz interior, paz em casa, paz com Deus, a vida em ordem. Provérbios 15.16-17 retrata bem isso: “Melhor é ter pouco com o temor do SENHOR do que um grande tesouro acompanhado de inquietação. Melhor é um prato de hortaliça, onde há amor, do que o boi gordo acompanhado de ódio”. Baseado neste texto, seguindo a Linguagem de Hoje, preguei, meses atrás, sobre “Quando rúcula é melhor que picanha”. O simples com Deus e com paz é melhor que o mais nobre sem Deus e sem paz. Buscamos tanto coisas e nos esquecemos de que elas não têm o poder de encher nossa vida de sentido. Mas um bom relacionamento com Deus e uma boa vida doméstica vale mais. Não há dinheiro que pague ter boa comunhão com Deus e um lar amoroso.

Sim, nada é mais valioso que a paz com Deus, a certeza de se estar acertado com ele, provar seus cuidados e ter a certeza da vida eterna. Paulo perdeu tudo o que tinha por amor a Cristo. Até a vida. Mas declarou, com júbilo: “Eu sei em que tenho crido, e estou bem certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” (2Tm 1.12). Sua vida, mesmo com todas as dificuldades que enfrentou, foi uma vida jubilosa, cheia de sentido, e que marcou o mundo para sempre. Por um motivo muito simples: era uma vida comprometida com Jesus Cristo.

Sua vida está legal? Você vive bem, tranquilo, realizado, seguro e confiante no futuro? Lembre-se que confiar em coisas é confiar no nada. Não confie em coisas, em si próprio, muito menos em conceitos humanos. Ponha sua confiança em Jesus Cristo. Você descobrirá o que muitos outros descobriram: que a vida com Cristo passa a ter outro sentido. Um sentido muito mais rico. Creia nele. Vale a pena.