Por Fabio Campos
Texto base: “Assim
também vocês, quando tiverem feito tudo o que lhes for ordenado, devem
dizer: ‘Somos servos inúteis; apenas cumprimos o nosso dever”. – Lucas 17.10 NVI
Na última semana tive
uma experiência que me fez refletir acerca do “serviço que prestamos a
Deus”. Como de costume, fui a Rua Conde de Sarzedas no Centro de São
Paulo; lugar este mais conhecido como “Rua dos Crentes”. Lá se encontra
de tudo - coisas boas - coisas ruins-, entre elas, a conduta irreverente
de alguns irmãos, a venda de produtos piratas, e literaturas de
“aparente piedade, mas que pela mentira, leva muitos à destruição”.
Entrei em uma loja para
me informar acerca de uma obra teológica. Como de costume, sempre há os
“debates e discussões”, entre testemunhos e “admoestações”. Um irmão
muito mais velho estava contando acerca de suas experiências com Deus.
De fato, muitas delas louvável e que merece apreciação pelo o que Deus
têm feito por intermédio do irmão. Entretanto, há momentos que
precisamos se calar diante dos homens para não ultrapassarmos o bom
senso e tropeçarmos pelo muito falar.
Contando ele do seu
ministério itinerante e de como ele conduzira a vida daqueles que foram
ganhos através do seu dom, o irmão [amado] começou a exaltar suas obras
de justiça apontando para a “nossa omissão na condução de pessoas ao
evangelho seguido da nutrição pedagógica no discipulado” [segundo o seu
julgamento]. Eu quieto na minha, pedindo o discernimento a Deus para
saber se de fato o Senhor estava falando algo. Logo veio o
discernimento! No momento que ele olhou pra mim e perguntou quantas
almas eu tinha ganhado para Cristo?, sem ao menos escutar minha
resposta, disse ele que não tinha desculpas para dar [detalhe que não
consegui responder].
Logo minha mente [pelo
Espírito que nos faz lembrar todas as coisas] me levou para as
Escrituras. A primeira menção foi à expressão de Paulo, “mesmo pregando
aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1
Co 9.27). De falador, o irmão [amado] passou a escutar [com mansidão].
Não existiu evangelista mais eficiente em toda a cristandade do que o
Apóstolo Paulo. Diferente de muitos de nós que anunciamos nossas obras e
delas nos gloriamos para esconder nossas mazelas, Paulo disse “longe
esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”
(Gl 6.14).
É preciso um pouco mais
de cautela para expor nosso desempenho ministerial. Nosso ego demanda
por apreciação e nossa natureza caída requer aplausos. Talvez toda
boa-obra à vista dos homens possa ser “trapo de imundícia perante Deus”.
A partir do momento que o dom ministerial entrou em campo para se
exaltar diante do outro, ele deixou de ser ferramenta para edificação, e
assim como “o prato que retine”, de nada valerá diante de Deus. “É
necessário que Ele cresça e nós diminuamos”. Proclamar o Evangelho de
Cristo por “inveja e por rivalidade”, de fato, pela Soberania de Deus,
trará benefícios aos ouvintes (Fp. 1. 15-18), contudo, ao que fala,
diante de Deus, torna-se tolo. São eles iguais aos Gálatas Insensatos
que Paulo mencionou:“Porém eles querem que vocês circuncidem para que
eles possam se gabar de terem colocado o sinal da circuncisão no corpo
de vocês” (Gl 6.13 NTLH).
O grande reformador John
Knox, no leito de morte, foi tentado a gloriar-se em sua própria
coragem por Cristo, e nesta virtude excelente [a coragem], fez dela
esterco para experimentar a “excelência do conhecimento de Jesus”.
Precisamos constantemente meditar pelo auto-exame em nosso espinho na
carne para lembramos que, além de tudo, somos apenas pó. Do quê, então,
se gloriar? Da nossa pregação que levou milhares a Cristo? Ou do nosso
evangelismo ousado que desafiou o Diabo em seu próprio território? Ou
dos nossos estudos eloquentes e das nossas longas orações? Tudo isso é
válido e faz parte da vida daqueles que foram “salvos pela fé para as
boas-obras”. Contudo, depois de ter feito o que lhe fora ordenado, a
ordem de Nosso Senhor, é “considerem servos inúteis, que cumpriu apenas
com sua obrigação”.
Que Deus nos ajude a não cairmos no engodo de satanás pelo pensar que
somos mais do que de fato somos! A dica Escriturística é esta:
“Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me
é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho”. – 1 Coríntios 9.16 AFC
Soli Deo Gloria!
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