Desculpa por destruir o seu patriotismo hipócrita que ressurge a cada
quatro anos, mas há algo que nem a copa do mundo consegue disfarçar: O
Brasil é o maior depósito de sucata teológica do mundo. Tudo o que não
funciona nos países de primeiro mundo é trazido, adaptado e aplicado
aqui na república dos bananas.
Uma das mais recentes porcarias importadas para o nosso país se chama
Teologia Liberal. Mas, o que é essa tal de “Teologia Liberal”? Bem,
trocando miúdos, podemos dizer que teologia liberal é um movimento
teológico com raízes no século XVIII, que mescla doutrina bíblica com
filosofia e ciências sociais, propondo uma exegese subjetiva e a
relativização do texto sagrado.
Há algum tempo atrás, uns pirados começaram a sobrepor-se à autoridade
das Escrituras. Um destes caras, chamado Rudolf Bultmann, disse que é
impossível interpretar um texto sem pressuposições, então ele passou a
interpretar a bíblia à luz das suas crenças pessoais. Como neste mundo
heresia se propaga como mato (e o diabo também dá uma mãozinha neste
processo), um monte de babões com vontade de aparecer acompanhou o
Bultmann na sua loucura, e logo a coisa se espalhou.
Permita-me um parêntesis, pois quero te explicar o quanto a
interpretação do senhor Bultmann e dos seus colegas liberais – tanto
dos seus antecessores, como dos seus sucessores – é absurda:
Imagine que você um dia escreva um livro, contando uma história que
você considera muito importante, e falando acerca das suas crenças.
Digamos que eu receba o seu livro, contando a sua história, e comece a
interpretá-lo à luz da minha vida, das minhas crenças e da minha
história. O que você acharia disso? Já te imagino dizendo: “Ei, espera
aí: Não foi isso que eu disse!”, ao que eu ia responder: “Não importa o
que você disse, mas o que eu penso que você deveria dizer”. Seria uma
loucura!
Feito este parêntesis, volto aos trilhos para dizer que nenhuma
interpretação de texto pode ser mais burra e ao mesmo tempo mais
arrogante que as ideias dos teólogos liberais. Ora, o seu texto não
deve ser interpretado de acordo com as minhas crenças e minhas ideias, e
sim de acordo com as crenças e ideias do autor. E não foi no seminário
que aprendi isso, mas nas aulas de língua portuguesa e literatura do
ensino fundamental. Gente, isso é óbvio demais!
Porém, apareceram no cenário teológico brasileiro uns caras pirados que
querem interpretar a bíblia a luz das suas crenças, e que negam (ou na
melhor das hipóteses, reinterpretam) o sentido do pecado, da salvação,
da vida eterna em Cristo, e alguns chegam a negar a morte vicária
(morte pelos pecados) de Jesus, bem como o seu nascimento virginal.
Alguns destes caras, com seus corações dominados por pressupostos
mundanos, praticam uma exegese afeminada e começam a chamar Deus de
mãe! Segundo eles, a paternidade de Deus é o reflexo de um principio
machista que predomina nas culturas antigas, mas agora, os suprassumos
da intelectualidade pós moderna, pastores fracassados que abdicaram da
teologia bíblica em virtude de seus pecados e que agora ficam posando
de filósofos existencialistas quando na verdade sequer conhecem a obra
de Sartre ou Kiekgaard, bagunçam ainda mais o coreto evangélico
nacional, pregando uma teologia do Deus “maricas”.
Sinceramente, creio que alguns pastores ao invés da “Água Branca”,
andam tomando água turva nas fontes seculares do paganismo
pós-moderno, e na tentativa de ser relevantes, acabam pagando de
palhaços aos olhos de quem tem o mínimo de conhecimento
teológico-filosófico e um pouquinho de discernimento. Outro, ao invés
de dirigir os pecadores à Casa de Misericórdia (pois este é o
significado da palavra “Betesda”), ensina as pessoas a
confiarem num Deus fracassado e trapalhão que há muito tempo atrás
perdeu as rédeas do Cosmos e agora deposita toda a sua fé em gente
miserável e pecadora como nós. Sim, já não é o homem que tem que
depositar sua fé em Deus, mas Deus é que tem que acreditar no homem.
Percebeu o grau da loucura destes pastores?
Seus sermões trazem um pouco de tudo, porque eles são bem ecléticos em
suas crenças. De um modo inexplicável, estes dois pastores conseguem
reunir o que há de pior em cada sistema teológico, bater tudo no
liquidificador, acrescentando ao final uma colher de Open Theism, e assim fazem a sua omelete epistemológica.
Mas esta omelete liberal e neoarminiana tem dado indigestão em muita
gente, e penso que é tempo de focar nossa munição em denunciar estes
bebês chorões, quase sempre deprimidos em seus artigos, que reclamam de
tudo, pregam contra a injustiça social e a disparidade dos povos, mas
retiram dos crentes o que eles tem de mais precioso: “A crença em um
Deus soberano e criador, o qual tem todas as coisas sob controle, que
intervém diretamente na história, fazendo com que todas as coisas
cooperem para o bem dos que lhe amam, e dos que por seu divino decreto
foram chamados”.
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