Por John Gill
Sobre a doutrina da predestinação, pode ser considerada igualmente, em geral, relativa a TODAS AS COISAS que foram, são e que haverão de ser, ou feitas no mundo; todas as coisas acontecem sob a determinação e desígnio de Deus; “Ele fez”, como a assembléia de ministros diz em sua confissão, “de toda a eternidade, imutavelmente ordenou tudo quanto vem a suceder”; ou, como eles expressam em seu catecismo, “os decretos de Deus são sábios, livres e santos atos do conselho de Sua vontade”; como, de toda a eternidade, Ele tem, pela Sua própria glória, imutavelmente pré-ordenado tudo o que vem a acontecer ao longo dos tempos: e esta predestinação e pré-desígnio de todas as coisas, podem ser deduzidos do pré-conhecimento de Deus. “Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras.” (do grego aion, “desde a eternidade”) Atos 15:18. Elas são conhecidas por Ele como futuras, como haverão de ser, os quais vieram a ser assim pela Sua determinação em relação a elas. A razão porque Ele sabe como elas haverão de ser, é por causa que Ele determinou como elas deveriam de ser: da providência divina e Seu domínio sobre o mundo, que é “segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1:11). Ele fez todas as coisas de acordo com o que ou como determinou em Sua mente. A predestinação neste sentido não é outra coisa senão a eterna providência, no qual a atual é a sua execução.
Sobre a doutrina da predestinação, pode ser considerada igualmente, em geral, relativa a TODAS AS COISAS que foram, são e que haverão de ser, ou feitas no mundo; todas as coisas acontecem sob a determinação e desígnio de Deus; “Ele fez”, como a assembléia de ministros diz em sua confissão, “de toda a eternidade, imutavelmente ordenou tudo quanto vem a suceder”; ou, como eles expressam em seu catecismo, “os decretos de Deus são sábios, livres e santos atos do conselho de Sua vontade”; como, de toda a eternidade, Ele tem, pela Sua própria glória, imutavelmente pré-ordenado tudo o que vem a acontecer ao longo dos tempos: e esta predestinação e pré-desígnio de todas as coisas, podem ser deduzidos do pré-conhecimento de Deus. “Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras.” (do grego aion, “desde a eternidade”) Atos 15:18. Elas são conhecidas por Ele como futuras, como haverão de ser, os quais vieram a ser assim pela Sua determinação em relação a elas. A razão porque Ele sabe como elas haverão de ser, é por causa que Ele determinou como elas deveriam de ser: da providência divina e Seu domínio sobre o mundo, que é “segundo o conselho da sua vontade” (Ef 1:11). Ele fez todas as coisas de acordo com o que ou como determinou em Sua mente. A predestinação neste sentido não é outra coisa senão a eterna providência, no qual a atual é a sua execução.
Negar
isto é negar a providência de Deus e Seu domínio sobre o mundo, o que
deístas e ateístas fazem; pensar e falar menos que isto é desprezar a
Deus, como Ele não tendo toda a sabedoria e conhecimento e soberania
sobre o mundo. Uma vez mais, a verdadeira maravilha, profecia ou
predição das coisas que estão por vir, não poderia ser sem uma
predestinação delas; dos quais há muitos exemplos nas Escrituras; como o
tempo de permanência dos israelitas no Egito exatamente 430 anos como
fora profetizado, e sua saída daquele lugar; os setenta anos de
cativeiro deles em Babilônia como foi predito e seu retorno ao fim deste
tempo; o exato tempo da vinda do Messias como foi profetizado; e
muitos outros mais, e alguns em sua maior parte aparentemente casuais e
inesperados; como o nascimento de pessoas pelo nome uma centena ou
várias centenas de anos antes deles nascerem, como Josias e Ciro; e de
um homem carregando um cântaro de água em tal tempo para tal lugar (1
Reis 13:2) como poderiam essas coisas serem anunciadas com exatidão,
senão por determinação e desígnio?
Nada
vem a suceder da parte de Deus por casualidade, nada é feito sem Seu
conhecimento, nem sem a Sua vontade e nada sem a Sua determinação. Todas
as coisas, mesmo as mais diminutas em relação as Suas criaturas e o
que é feito neste mundo em todos os períodos e eras é pelo Seu
desígnio. Como prova vejamos as seguintes Escrituras:
Eclesiastes
3:1-2: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o
propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo
de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;”
Jó
14:5: “Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o
número dos seus meses; e tu lhe puseste limites, e não passará além
deles”.
Daniel
4:35: “E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a
sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra;
não há quem possa estorvar a sua mão, e lhe diga: Que fazes?”
Efésios
1:11: “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido
predestinados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas,
segundo o conselho da sua vontade;”
Atos
17:26: “E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar
sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados,
e os limites da sua habitação;”
Mateus
10:29-30: “Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum
deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos
da vossa cabeça estão todos contados.”
Predestinação
pode ser considerada como especial em relação a pessoas em particular e
para coisas espirituais e eternas; ao passo que predestinação em geral
diz respeito a todas as criaturas e coisas, mesmo sendo temporais e
públicas.
Primeiro,
o próprio Senhor Jesus Cristo é o objeto da predestinação; Ele foi
preordenado para ser o mediador entre Deus e o homem; para ser
propiciação pelo pecado; para ser o Redentor e Salvador de Seu povo;
para ser o cabeça da Igreja, Rei dos santos e Juiz da Terra: por isso
Ele foi chamado, eleito de Deus e Sua escolha foi única; e tudo o que
aconteceu por Ele ou foi feito por Ele, foi pelo determinado conselho e
pré-conhecimento de Deus; mesmo todas as coisas relativas aos Seus
sofrimentos e morte: como prova disto, eis as seguintes Escrituras:
Romanos 3:25: “Ao qual Deus propôs (do grego preordenado) para propiciação;”
I
Pe 1:20: “O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda
antes da fundação do mundo,” que é o Cordeiro (veja também o capítulo
2:4).
Lucas 22:29 : “E eu vos destino o reino, como meu Pai mo destinou”
Atos
17:31: “Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de
julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a
todos, ressuscitando-o dentre os mortos”. (Veja também capítulo 10:42).
Isaías 42:1: “Eis aqui o meu servo, a quem sustenho, o meu eleito, em quem se apraz a minha alma”; (veja também Mt 12:18).
Lucas
22:22: “E, na verdade, o Filho do homem vai segundo o que está
determinado; mas ai daquele homem por quem é traído!” (Veja também
Salmos 109).
Atos
2:23: “A este que vos foi entregue pelo determinado conselho e
presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de
injustos;”
Atos 4:28: “Para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer.”
Segundo,
anjos também são objetos da predestinação, tanto os bons quantos os
maus; os santos anjos foram os escolhidos para a vida e para continuarem
em seu estado de felicidade por toda a eternidade: e sua perseverança
nisto e eterna felicidade são devido a eterna escolha deles em Cristo,
seu cabeça; “Conjuro-te diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, e dos
anjos eleitos, que sem prevenção guardes estas coisas,” (I Tm 5:21).
Os anjos maus são os rejeitados de Deus e deixados neste estado
miserável que sua apostasia os trouxe, sem qualquer provisão de graça e
misericórdia para com eles: eles estão entregues “às cadeias da
escuridão, ficando reservados para o juízo;” (ou então, de acordo com o
determinado conselho e vontade de Deus) (II Pe 2:4, Mt 25:41).
Terceiro,
predestinação que as Escrituras especialmente tratam, é o que diz
respeito ao homem e consiste de duas partes, eleição e reprovação; uma é
a predestinação para a vida, a outra para a morte.
Primeiro.
Eleição é uma predestinação para a vida, é um ato da livre graça de
Deus, de Sua soberana e imutável vontade, pelo qual desde toda a
eternidade Ele escolheu em Cristo da multidão de todo o gênero humano,
alguns homens, ou um certo número deles, para serem participantes das
bençãos espirituais aqui e felicidade futura, para a glória de Sua
graça.
Segundo.
Os objetos da eleição são alguns homens, não todos que uma escolha
supõe; tomar todos não seria uma escolha; chamou, portanto, um
“remanescente, segundo a eleição da graça” (Rm 11:5). Estes são um certo
número, que embora desconhecido para nós, em relação a quantidade e
quem eles sejam, são conhecidos por Deus: “O Senhor conhece os que são
seus” (II Tm 2:19). E ainda que eles sejam “uma multidão, a qual ninguém
podia contar” (Ap 7:9), no entanto, quando comparados com os que não
foram escolhidos, eles são poucos; “muitos são chamados, mas poucos
escolhidos”. (Mt 20:16). Estes são os tirados fora da mesma multidão do
gênero humano, não importando o estado desta multidão, se considerada
pura ou corrupta, todos estavam em um mesmo nível quando a escolha foi
feita: “Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa
fazer um vaso para honra e outro para desonra?” (Rm 9:21). Estes não são
todas as nações, igrejas e comunidades, mas indivíduos em particular,
cujos nomes estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro; “Amei a Jacó”
& etc, “Saudai a Rufo, eleito no Senhor” (Rm 9:13 e Rm 16:13).
Eleição não é um conjunto de proposições ou de características, mas de
pessoas; ou um homem sob tais e tais características, como crença,
santidade, etc, mas pessoas, como “nem tendo feito bem ou mal” (Romanos
9:11); antes eles não tinham feito nenhum nem outro.
1.
Este ato de eleição é um ato da graça livre de Deus, pelo qual Ele não
é movido por qualquer motivo ou condição no objeto escolhido, nem pela
Sua presciência sobre eles: razão porque é chamada de “eleição da
graça”; concernente com o que o Apóstolo raciocina de forma forte e
invencível; “...se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a
graça já não é graça. Se, porém, é pelas obras, já não é mais graça;
de outra maneira a obra já não é obra.” (Rm 11:6). Está de acordo com a
soberana e imutável vontade de Deus e não de acordo com a vontade ou
obras do homem; “E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus
Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,” (Ef 1:5 e
verso 11), “havendo sido predestinados, conforme o propósito daquele
que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade”;
consequentemente permanece imutavelmente firme e indubitável, mesmo “o
propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das
obras, mas por aquele que chama”, (Rm 9:11).
2.
Este ato de eleição independe de fé, santidade e boas obras, como as
causas ou condições; a fé provém dela; é um fruto e efeito dela, é
garantido por ela, e teve consequência dela: “e creram todos quantos
estavam ordenados para a vida eterna” (At 13:48), por esta razão é
chamada de “a fé dos eleitos de Deus” (Tt 1:1) e embora santidade seja
um meio provado no ato da eleição, não é causa dela; nós não somos
escolhidos porque somos santos, mas “para que fôssemos santos” (Ef 1:4);
boas obras não aparecem primeiro, mas vem após a eleição; isto é
negado a eles, como antes observado, e isto foi aprovado antes de tudo
ser feito (Rm 9:11 e 11:5,6) eles são os efeitos dos decretos de Deus e
não a causa deles; “as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.
(Ef 2:10).
3.
O ato da eleição foi feito EM Cristo, (não em Adão) como o cabeça, em
quem todos os eleitos foram escolhidos e em cujas mãos por este ato de
graça foram colocados como Seu povo, graça e glória e isto em eterno
ato de Deus nEle; “Como também nos elegeu nele antes da fundação do
mundo” (Ef 1:4) e dessa maneira, o apóstolo diz aos tessalonicenses que
“por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação” (II Ts
2:13) não da primeira pregação do evangelho a eles, ou do tempo de sua
conversão por ele, mas do começo dos tempos, até mesmo de toda a
eternidade. Consequentemente, nada que foi feito no tempo poderia ser a
causa ou condição dela. Os homens são escolhidos neste ato pela graça e
para glória futura; todas as bençãos espirituais, adoção,
justificação, santificação, fé na verdade e salvação por Jesus Cristo.
Salvação é o fim proposto em relação ao homem; santificação do Espírito
e fé na verdade são os meios apontados e preparados para este fim.
“... nos elegeu nele”, “para que fôssemos santos e irrepreensíveis
diante dele em amor;” “E nos predestinou para filhos de adoção”, etc
(Ef 1:4,5). “Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos
amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a
salvação, em santificação do Espírito, e fé da verdade;” (II Ts 2:13).
“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do
Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo” (I Pe
1:2). “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição
da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”. (I Ts 5:9).
Ambos,
modos e fins são sem dúvida para escolhas individuais – desde que este
é um ato da imutável vontade de Deus; esses são os redimidos pelo
sangue de Cristo. Ele morreu por seus pecados e ficou satisfeito por
eles: eles são justificados pela Sua retidão e nenhuma acusação pode
ser feita contra eles; eles são efetivamente chamados pela graça de
Deus; eles são justificados pelo Seu Espírito; eles perseverarão até o
fim e finalmente não poderão ser enganados nem perecer, mas serão
eternamente glorificados. “Quem intentará acusação contra os escolhidos
de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena?” Este é o
eleito (Rm 8:33).“Pois é Cristo quem morreu”(vers. 34). “E aos que
predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também
justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.” (Rm 8:30).
“Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes
sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os
escolhidos.” (Mt 24:24); mas isto não é possível.
4.
O resultado final de tudo isto em relação a Deus, é a Sua própria
glória; a glória de toda a Sua divina perfeição; a glória de Sua
sabedoria em formar tal plano, em fixar começo e fim e preparar os meios
para isto; a glória de Sua justiça e santidade, na redenção e salvação
dos que escolheu, através do sangue, retidão e sacrifício de Seu
Filho; e a glória da riqueza de Sua graça e misericórdia exibida em Sua
bondade para eles através de Seu Filho; e o conjunto total de tudo
isto é “Para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis
a si no Amado,” (Ef 1:6).
Esta
é agora a doutrina bíblica da predestinação, ou essa parte dela que é
chamada de eleição; de onde aparece para ser ABSOLUTA E INCONDICIONAL,
sem restrições de qualquer coisa no homem como a causa e condição dela
no tempo ou eternidade. O senhor Wesley acredita que “eleição é como
uma divina designação de alguns homens para a felicidade eterna”; assim
ele reconhece uma eleição particular e pessoal e chama isto de eterno
decreto; mas acredita que é algo condicional: mas se isto é
condicional, a condição é para ser citada; ele deixou de citar a
condição; ele deixou de citar este ponto para nós, e em qual passagem
da Escritura ela está; isto faz dele um enganador, e eu insisto sobre
isto, ou senão ele nos daria sua noção não bíblica de eleição
condicional. Marcos 16:16 não é a manifestação deste decreto, mas uma
declaração da revelada vontade de Deus: e não cita para nós qual será o
estado eterno dos crentes e descrentes: mas crentes, como tais, que
são crentes verdadeiros, são os eleitos de Deus; mas por conseguinte a
razão porque eles são os eleitos de Deus não é causa ou condição de sua
eleição, mas sua eleição é a causa de sua fé; eles foram escolhidos
quando não tinham feito nem o bem nem o mal e assim antes de crerem: e
eles creram em tempo, em consequência de serem ordenados para a vida
eterna, desde a eternidade passada: fé no tempo propício, eleição antes
do mundo existir; nenhuma circunstância temporal pode ser a causa ou
condição do que é eterno. Isto é a doutrina das Escrituras. Se o senhor
Wesley não observa isso, deixe-o ouvir os artigos de fé de sua própria
igreja [A Igreja da Inglaterra, ou Igreja Episcopal]; o sétimo, do
qual segue:
“Predestinação
para a vida é o eterno propósito de Deus por meio do qual (antes da
fundação do mundo) Ele desde sempre decretou pelo Seu conselho, secretos
para nós, salvar da desgraça e danação os que Ele escolheu em Cristo
dentre toda a espécie humana e os trouxe a Cristo para perpétua salvação
como vasos de honra. Para que eles sejam investidos com tão excelente
benefício de Deus, ser chamado de acordo com o propósito de Deus pelo
Seu Espírito trabalhando no tempo devido: eles através da graça
obedeceram ao chamado: eles são justificados livremente: eles são feitos
filhos de Deus por adoção: eles são feitos a imagem de Seu único
primogênito o Filho de Deus, Jesus Cristo: eles andam religiosamente em
boas obras e na longanimidade e misericórdia de Deus, eles obtem eterna
felicidade”. Este é um artigo em conformidade com as Escrituras; um
artigo em que ele como um verdadeiro filho da igreja traiçoeiramente se
afastou; um artigo no qual o senhor Wesley deve ter subscrito e
concordado; um artigo que deve ser proeminente diante de seus olhos,
contanto que subscrições e juramentos oficiais representem qualquer
coisa para ele.
A
doutrina da eleição como acima declarada e estabelecida de forma tão
clara à luz das Escrituras e mostrada com tal evidência que é impossível
para toda sabedoria e sofisma humano pôr de lado; o outro ramo da
predestinação necessariamente segue, o qual não negamos, mas mantemos. O
senhor Wesley alega ter encontrado uma eleição em que não implique em
uma reprovação; mas que eleição pode ser essa, que a inteligência
humana não pode delinear; se alguns foram escolhidos, outros foram
rejeitados; e a noção de eleição do senhor Wesley em si mesma implica
nisto;
I. O outro ramo da
predestinação é comumente chamado de reprovação; o qual é segundo um
imutável decreto de Deus, de acordo com Sua soberana vontade, pelo qual
Ele determinou tomar alguns homens de toda a raça humana, do qual ele
escolheu outros para legitimamente puni-los em relação ao pecado com
eterna danação, para a glória de Seu poder e justiça. Este decreto
consiste de duas partes, uma negativa e uma positiva; a primeira é
chamada por alguns de preterição ou abandono, uma desistência de alguns
quando outros são escolhidos; o qual não é outra coisa senão uma
não-eleição; esta é chamada de pré-danação, sendo o decreto de Deus
para condenar ou rejeitar os homens pelo pecado.
II. Primeiro,
preterição é um ato de abandonar ou de deixar alguns homens quando Ele
escolheu outros, de acordo com Sua soberana vontade e satisfação; do
qual ato está em clara evidência na Sagrada Escritura; bem como
necessariamente implica no ato eletivo de Deus o qual há incontestável
prova. Estes são “o resto”, os que permaneceram como não-eleitos
enquanto que outros o foram; “os eleitos o alcançaram, e os outros
foram endurecidos”. (Rm 11:7), ou pessoas eleitas que obtem justiça,
vida e salvação em consequência de serem escolhidas e o resto delas
foram deixadas e permanecerão em seu estado de ignorância e trevas e
por seus pecados entregam-se a cegueira e dureza de coração. Esses são
os que foram deixados de fora do livro da vida enquanto que outros tem
seus nomes escritos desde a fundação do mundo; do qual se diz: “esses
cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi
morto desde a fundação do mundo”. (Ap 13:8 e capítulo 17:8)
Segundo,
pré-danação é o decreto de Deus para condenar o homem por causa do
pecado, ou puni-lo com eterna danação por causa dele; e este é o sentido
das Escrituras; e esta é a visão que elas nos dão desta doutrina. “O
SENHOR fez todas as coisas para atender aos seus próprios desígnios, até
o ímpio para o dia do mal”. (Pv 16:4). Não que Deus tenha feito o
homem para condená-lo; as Escrituras não dizem tal coisa, nem nós; nem é
este o sentido da doutrina que defendemos; nem inferimos tal coisa
disto. Deus não fez o homem nem para condenená-lo nem para salvá-lo,
mas para Sua própria glória, que é Seu objetivo final em nos criar, o
qual é respondido se ele é salvo ou perdido: mas o significado é, que
Deus designou o homem mau para o dia ruim e destruição por sua
perversidade. “... homens ímpios, que convertem em dissolução a graça
de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus
Cristo.”(Jd 4). Por esta razão os objetos deste decreto são chamados
“vasos da ira” (Rm 9:22), que é pelo pecado. E agora o que há de
chocante nesta doutrina ou desagradável às perfeições de Deus? Deus não
condena nenhum homem, mas por causa do pecado, e Ele decretou condenar
nenhum, mas por causa do pecado [assim ele o fez].
Terceiro,
este decreto, dizemos, está de acordo com a soberana vontade de Deus,
nada pode ser a causa de Seu decreto senão Sua própria vontade: deixe o
objeto desta parte do decreto que é chamada preterição, que considerou
nem corrupto ou puro todo o gênero humano, como criaturas caídas ou
não, eles são considerados na mesma visão e em igual nível com os
escolhidos; e portanto, nenhuma outra razão pode ser dada, mas a vontade
de Deus, que Ele deveria tomar alguns e deixar outros. E embora neste
ramo que é um desígnio do homem para a condenação, o pecado é a causa
deste decreto, a condenação; no entanto, isto é a vontade de Deus que a
causa do decreto em si mesmo, por esta invencível razão ou de outro
modo Ele deveria ter designado todos os homens para a condenção, desde
que todos os homens são pecadores; deixe qualquer outra razão ser
designada se isto puder ser, porque Ele decidiu condenar alguns homens
pelos seus pecados e não outros,
Quarto,
o propósito de Deus nisto tudo é glorificar a Si mesmo, Seu poder e
Sua justiça; Seus desígnios são “por Si mesmo”, para Sua própria glória
e isto entre o resto, “Deus, querendo mostrar a sua ira”, Sua justiça
vingativa, “e dar a conhecer o seu poder,” na punição dos pecadores
pelo pecado, “suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados
para a perdição;” (Rm 9:22).
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