O título
é de um filme da década de 90, “Death Becomes Her” que assumiu “A morte
lhe cai bem” no lançamento no Brasil. Mas o que me interessa não é o filme, mas
sim a frase e o efeito nela contido. Será possível a morte cair bem para
alguém?
Tenho a
nítida impressão que a maioria das respostas à pergunta acima foi sim. Para
algumas pessoas, definitivamente, a morte cai bem. Não tenho como adivinhar em
quem você pensou para responder a pergunta afirmativamente, mas posso tentar
alguns “chutes”: Adolf Hitler, o maníaco do parque, os assassinos que arrastam
meninos presos ao carro que acabaram de roubar, os pedófilos, os assassinos de
policiais, políticos corruptos que desviam verbas de merenda escolar ou
ambulâncias, e por aí vai.
Não se
trata apenas de suposições, mas de um espírito de justiça e de vingança que
nasce no coração das pessoas ditas de bem. É como se a morte se traduzisse no
mais justo pagamento pela maldade e crueldade de alguns indivíduos. A quem
defenda veementemente a pena de morte, a pena capital e certa pelos abusos
cometidos. Olho por olho, dente por dente.
Pensando
assim você pode até encontrar sentido na frase “A morte lhe cai bem”. Dá até
para imaginar o justiceiro olhando nos olhos do réu e a dizendo com o aroma do
prato que se come frio.
Contudo,
a morte não foi criada para nenhum ser humano. Por mais vil e cruel que seja o
homem a morte não era parte do plano para sua vida. Para nenhum de nós. Não
fomos criados para ela e, com certeza, tenha a plena convicção que a morte não
cai bem para nenhuma alma debaixo do céu.
Embora
não planejada na essência dos seres humanos, a morte na maioria das vezes é
escolhida. Isso mesmo, alguns escolhem a morte, assim como outros tantos,
escolhem matar. Parecem os dois lados de uma mesma moeda de pecado e iniquidade.
Abdicar da vida ou tirá-la de alguém é uma escolha do ser
humano.
Vivemos
manchados e carregamos conosco o resultado de nossas escolhas. Somos todos
árbitros detentores de livre-arbítrio e no exercício de nossas liberdades
podemos escolher rumos, tomar decisões e maquinar no caminho da morte. Morte
espiritual, morte da alma, morte do corpo.
Se a
morte é como um vírus que não pertence ao sistema original. Se ela não cai bem
aos seres humanos. Fico, na minha pequenez, tentando alcançar o pensamento do
criador. Para Ele a morte de qualquer homem tem sabor de perda, de
distanciamento. Nenhuma obra de Suas mãos veio a existir para que fosse
consumida. Por outro lado, era necessário sermos criados com poder de escolha,
só assim o amor seria completo, do contrário seríamos obra inacabada, objetos
inanimados sem a verdadeira vida. Afinal de contas, vida também é uma decisão,
sempre foi.
Neste
caminho o criador novamente nos chama ao sentido original da vida. Lá onde a
morte não tem vez e onde as escolhas são influenciadas por um Santo Espírito.
Nós, surdos em virtude de nossas decisões erradas há séculos, não escutamos mais
o chamado da vida. Era preciso um megafone, uma tela grande e clara para nos
mostrar que a morte nunca nos cairá bem.
Então
Deus se esvazia e morre para mostrar que só há uma morte que nos cai bem. A
Dele.
Toda a
justiça e toda a vingança condensada num único ponto da
história.
“Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” 1 Co 15:55
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